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Análise comparativa do nível de aptidão física pré e pós-treinamento, no curso de formação de guarda-vidas civis do Balneário Rincão

Análisis comparativo del nivel de aptitud física pre y post-entrenamiento,
en el curso de formación de guardavidas civiles del Balneario Rincao

 

Departamento de Educação Física

Unidade Acadêmica de Humanidades Ciências e Educação

Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC

Criciúma, Santa Catarina

(Brasil)

Thiago Naspolini

Bárbara Regina Alvarez

Josete Mazon

Mônica Martins Binatti

monicabinatti@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O estudo tem como objetivo analisar e comparar o nível de aptidão física dos Guarda-vidas Civis do Balneário Rincão, SC pré e pós-treinamento. Foram avaliados 40 indivíduos de ambos os sexos que completaram o curso de Guarda-vidas para a temporada de verão 2009-2010. No perfil antropométrico foram analisados o índice de massa corporal (IMC), razão cintura e quadril (RCQ) e Percentual de Gordura (%G). As valências físicas testadas foram: resistência muscular localizada (RML), flexibilidade, força/resistência muscular e resistência cardiorrespiratória. Após a análise dos dados pré e pós-testes, verificou-se, que grande parte dos guarda-vidas não possui uma boa distribuição de gordura. Na variável força/resistência muscular, constatou-se que os participantes não estão aptos para desempenhar a função. Em relação à aptidão Cardiorrespiratória e flexibilidade, os mesmos encontram-se em um nível adequado à saúde. Considerando a eficiência do treinamento físico, fica evidente que este é inadequado para melhora geral do condicionamento físico dos Guarda-vidas.

          Unitermos: Guarda-vidas. Aptidão física. Treinamento.

 

Abstract

          The study aims to analyze and compare the level of fitness of the Civil life guards in Balneario Rincon, SC pre-and post-training. We evaluated 40 individuals of both sexes who completed the course Life guards for the summer season 2009-2010. In anthropometric analyzed the body mass index (BMI), waist and hip ratio (WHR) and fat percentage (BF%). The physical valences tested were: muscular endurance (RML), flexibility, muscular strength-endurance and cardiorrespiratory endurance. After analyzing the data pre-and post-tests, it was found that most of the lifeguards do not have a good distribution of fat. In variable muscular strength-endurance, it was found that the participants are not able to perform the function. Regarding fitness and flexibility, they are at an appropriate level to health. Considering the efficiency of physical training, it is evident that this is inadequate to improve overall fitness of life guards.

          Keywords: Life guard. Physical fitness. Training.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Guarda-vidas é o profissional apto a realizar medidas preventivas, educacionais, de orientação e de salvamento em ambientes aquáticos, evitando afogamentos e preservando a vida de quem estiver em perigo. (SOBRASA, 2010). Para ser um guarda-vidas é necessário ter preparo físico de atleta, saber nadar muito bem, ter o conhecimento de técnicas de resgate dentro e fora d'água e primeiro socorros e conhecer os riscos do trabalho em que atuam. O nível de aptidão física está diretamente ligado à prática regular de exercícios físicos, e correlacionada à saúde nos aspectos de resistência muscular, força muscular, flexibilidade e equilíbrio. Essas valências são decisivas em situações que exijam grande esforço físico. Matsudo (1992) defini como a capacidade que um individuo tem de desempenhar as funções cotidianas necessárias, sem que haja desequilíbrio de sua integridade biopsicossocial. Para Weineck (2003), a aptidão física pode ser definida de uma forma geral como a capacidade e o estado de rendimento de uma pessoa, estando esta apta a uma determinada situação. Esta característica humana pode derivar de fatores herdados, do estado de saúde, da alimentação e, principalmente, da pratica regular de exercícios físicos. (NAHAS, 2006).

    A aptidão física distinguiu-se em duas formas de abordagem: (a) aptidão física relacionada á desempenho motora – que inclui componentes necessários para uma performance máxima no trabalho ou nos esportes; e (b) aptidão física relacionada à saúde – que congrega características que, em níveis adequados, possibilitam mais energia para o trabalho e o lazer, proporcionando, paralelamente, menor risco de desenvolver doenças ou condições crônico-degenerativas associadas e baixo níveis de atividades física habituais. (NAHAS, 2006).

    Dwyer e Davis (2006) descrevem que a aptidão física relacionada à saúde (AFRS), aponta alguns componentes que auxiliam na avaliação da aptidão física total, como a aptidão cardiorrespiratória que avalia o VO2 máximo, composição corporal, flexibilidade que avalia amplitude de movimento, força muscular e força de endurance muscular que avaliam a resistência da força muscular.

    Para medir com precisão o nível de condicionamento dos guarda-vidas, se faz necessário o emprego de testes físicos, e avaliar a AFRS.

    Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar a comparativa do nível de aptidão física pré e pós-treinamento, no curso de formação de Guarda-vidas Civis do Balneário Rincão na intenção de avaliar se o treinamento do curso de formação de guarda-vidas civis é adequado para melhorar o condicionamento físico dos mesmos.

    Para tanto foi necessário verificar as variáveis relacionadas aos candidatos, tais como: o perfil antropométrico, a capacidade neuromuscular e os níveis de aptidão física dos guarda-vidas.

Metodologia

    Este estudo abordou uma população de 40 Guarda-vidas civis, de ambos os sexos, com idade entre 18 a 51 anos. Estes Guarda-vidas foram selecionados pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Santa Catarina para atuarem na temporada de verão 2009/2010 no Balneário Rincão.

    Compõe a amostra as fichas de avaliação física de 40 Guarda-vidas Civis fornecidas pelo 1º/2ª/4º Batalhão de Bombeiros Militar de Içara - SC, que depois de submetidos aos Critérios de Inclusão deste estudo, reduziu-se a 18 fichas. O único motivo de exclusão encontrado foi o não comparecimento a todas as fases do treinamento aplicado pelo Corpo de Bombeiros Militar, totalizando 55% de perda de amostra. Dos 22 excluídos do estudo, 16 faltaram aos treinos alegando lesões musculares, os demais não justificaram suas ausências.

    Para análise e comparação do nível de aptidão física dos Guarda-vidas, foi realizada uma comparação dos dados pré e pós-treinamento, obtidos pela corporação através de testes físicos, onde a primeira bateria de testes foi realizada no inicio do curso, e a segunda ao final.

    Os protocolos de execução dos testes físicos usualmente usados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina estão descritos abaixo, e receberam analise e tratamento estático após a obtenção dos mesmos.

    As avaliações antropométricas foram realizadas na UNESC pelos instrutores do Curso de Guarda-vidas, e seguiram a seguinte ordem:

1.     Avaliação antropométrica

  • Peso corporal

  • Estatura

  • Perímetros: Perímetro da cintura, Perímetro de quadril;

  • Dobras Cutâneas: Dobra cutânea do tríceps, Dobra cutânea supra-ilíaca, Dobra cutânea subescapular, Dobra cutânea panturrilha medial.

2.     Realização dos Testes Físicos

    Os testes físicos foram todos realizados na UNESC, os tempos foram controlados com cronômetros digitais. Abaixo estão descritos os testes efetuados:

  • Teste de Flexibilidade: O teste foi realizado na sala de dança, do Bloco “T” da Universidade, com o auxilio de um Banco de Wells.

  • Teste de Natação 50 metros e Teste de Natação 12 minutos: foram realizados na piscina da UNESC.

  • Teste da Barra Fixa: realizado nas Barras Fixas de Ginástica localizadas junto à pista de Atletismo da UNESC.

  • Teste de Abdominal 1 mim: Teste realizado na sala de dança, do Bloco “T” da UNESC, com o auxilio de um colchão de ginástica.

  • Teste de corrida 50 metros e Teste de corrida 2400 metros: executados na pista de atletismo da UNESC.

Análise e tratamento dos dados

    Os dados foram organizados em planilhas eletrônicas e analisados por meio de procedimentos estatísticos descritivos (média, desvio-padrão) e para comparação intragrupo, foi utilizado o teste t de Student com nível de significância estatística de P < 0,05. Para análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico do Microsoft Excel 2007® e Microsoft Word 2007®.

    A escolha das datas foi estabelecida pela corporação, que seguiu a mesma ordem de execução em ambos os períodos do treinamento, o horário de também foi padronizado, tendo inicio sempre às sete horas da manha, como pode ser visto no quadro 1:

Quadro 1. Datas e testes físicos realizados

    Nota-se que as datas estão divididas em duas partes, a primeira refere-se aos testes físicos realizados no inicio do treinamento nos dias 06/11/2009 e 16/11/2009. A segunda parte trata-se do final do período de treinamento, nos dias 08/12/2009 e 10/12/2009, onde foram repetidos os testes físicos.

Perfil antropométrico dos guarda-vidas

    O quadro 2 apresenta os resultados do perfil antropométrico pré e pós treinamento, composto pela amostra referente às variáveis: Idade (anos), Massa Corporal (Kg), Estatura (cm), Índice de massa corporal (IMC), Relação Cintura-quadril e percentual de gordura. Os dados são apresentados em média, valor mínimo, valor máximo, desvio padrão e nível de significância.
Observa-se que não houve diferença significativa pré e pós-treinamento em nenhum dos componentes analisados.

Quadro 2. Perfil Antropométrico dos Guarda-vidas

Valores de IMC

    A Figura 1 mostra a classificação geral do IMC dos Guarda-vidas em porcentagem pré e pós treinamento, nota-se que 88,9% dos Guarda-vidas mantiveram-se na faixa recomendável, ou seja, normal, enquanto 11,1% mantiveram-se com sobrepeso.

Figura 1. Classificação do IMC dos Guarda-vidas

    Este componente da AFRS está diretamente relacionado ao desencadeamento de doenças crônico-degenerativas (ACSM, 2006). Devido à intensa atividade exercida por estes indivíduos, todos deveriam apresentar peso normal.

Valores de relação cintura-quadril

    A Figura 2 apresenta a classificação geral da Relação Cintura-Quadril dos Guarda-Vidas. Percebe-se que 66,7% mantiveram-se no nível moderado e 33,3% no nível baixo, o que condiz um nível bom de distribuição de gordura corporal em toda população estudada.

Figura 2. Classificação do RCQ dos Guarda-vidas

Valores de percentual de gordura

    A Figura 3 expressa a classificação do Percentual de Gordura dos Guarda-vidas. Nenhum participante ficou na classificação “Muito Baixo” e na “Média” durante todo período de treinamento. Contudo na classificação “Abaixo da média” houve uma redução de 11,1%, em contrapartida o numero de participantes na classificação “Acima da Média” aumentou 11,1%. Na classificação “Muito alta”, mantiveram-se os mesmos 11% durante o mesmo período.

    Níveis elevados do percentual de gordura corporal esta relacionado ao risco de desenvolver doenças de ordem associada à má nutrição e a obesidade. Os problemas relacionados à obesidade tem se tornado cada vez mais comuns na sociedade contemporânea, seus efeitos estão presentes no surgimento de doenças relacionadas a desvios posturais, problemas cardiovasculares, hipertensão, distúrbios renais, diabetes e cálculos biliares (PETROSKI, 2007).

Figura 3. Classificação do Percentual de Gordura dos Guarda-vidas

Classificação dos testes físicos

    O quadro 3 apresenta os resultados testes físicos pré e pós treinamento, composto pelas variáveis: Natação 50 metros (segundos), Natação 12 minutos (metros), teste da Barra Fixa (un), Abdominal 1 minuto (un), Corrida 50 metros (s), Corrida 2400 metros (minutos), teste de Flexibilidade (cm) e VO2 Máximo. Os dados são apresentados em média, valor mínimo, valor máximo, desvio padrão e nível de significância.

    Nota-se que nos testes de Natação 50 metros, Barra Fixa, Abdominal, Corrida 50 metros e Corrida 2400 metros, não houve diferença significativa entre o pré e pós teste. Na variável Natação 12 minutos e VO2 Máximo, houve queda considerável no desempenho. Em contrapartida ocorreu um aumento significativo na variável Flexibilidade no pós teste.

Quadro 3. resultados dos testes físicos

Valores no teste de Natação 50 metros

    A figura 4 apresenta a classificação dos Guarda-vidas no teste de Natação 50 metros. Percebe-se que inicialmente 22,2% dos indivíduos encontravam-se na classificação “Fraco”, e ao final do treinamento 11,1% continuaram neste nível. Na classificação “Boa” houve um aumento de 44,4% no pós teste, entretanto houve uma queda de 22,2% na classificação “Muito boa” no mesmo período. Nenhum participante alcançou o nível “Excelente” no pós teste.

Figura 4. Classificação dos Guarda-vidas no teste de Natação 50 metros

    O teste de Natação 50m é um importante indicador de resistência anaeróbia em meio aquático. Neste sentido a população analisada deveria estar classificada como “Excelente”.

Valores no teste de Natação 12 minutos

    A figura 5 representa a classificação dos Guarda-vidas no teste de Natação 12 minutos. 22% dos participantes mantiveram-se no nível “Iniciante”. Já na classificação “Aluno” que tinha 0,0%, passou a ter 22,2% no pós-teste. No nível “Avançado” o percentual manteve-se em 22%. Na classificação “Nadador” houve uma redução de 55,6% para 33,3% no pós-teste. Nenhum Guarda-vida chegou ao nível “Atleta” em ambos os períodos.

Figura 5. Classificação dos Guarda-vidas no teste de Natação 12 minutos

    Devido à natureza do serviço prestado pelos Guarda-vidas, todos deveriam estar na classificação “Atleta”, pois o mar é um local de condições instáveis, e a vitima necessita ser conduzida com segurança até a margem da praia.

Valores no teste de Barra Fixa

    A figura 6 representa a classificação dos Guarda-vidas no teste da Barra Fixa. No pré-teste, 22,2% apresentaram nível “Fraco”, 33,3% nível “Regular”, 22,2% nível “Bom” e 22,2% “Muito Bom”. No pós-teste 44,4% nível “Fraco” 11,1% nível “Regular”, 33,3% nível “Bom” e 11,1% “Muito Bom”. Observa-se que houve um aumento na quantidade de indivíduos com classificados como “Fraco”, e uma diminuição na classificação “Muito Boa”. Dessa forma percebe-se que houve uma redução no desempenho no teste da Barra Fixa.

Figura 6. Classificação dos Guarda-vidas no teste da Barra Fixa

    A classificação “Muito Bom” seria a mais adequada para essa população, em muitas situações de salvamento a força de membros superiores é fundamental. Por este motivo os resultados acima citados são preocupantes.

Valores no teste de Abdominal

    A figura 7 representa a classificação dos Guarda-vidas no teste de Abdominal 1 minutos. No pré-teste e pós-teste, 11,1% apresentaram nível “Alto”, enquanto 22,2% e 66,7% apresentaram nível “Médio” e “Baixo” respectivamente. Nota-se que os percentuais se mantiveram no pré e pós treinamento.

Figura 7. Classificação dos Guarda-vidas no teste de Abdominal

    A classificação mostrada acima mostra um baixo nivel de força, abdominal a fraqueza da mesma aumenta o estresse na musculatura lombar e compromete o desempenho em algumas situações de emergência.

Valores no teste de Corrida 50 metros

    A classificação obtida na Corrida 50 metros representada pela figura 8 teve como resultado no pré-teste: 33,3% no nível “Excelente”, 11,1% no nível “Bom” e 55,6% no nível “Fraco”. No pós-teste obteve: 22,2% no nível “Muito Bom”, 11,1% no nível “Regular” e 66,7% no nível “Fraco”.

    Percebe-se que no pós-teste nenhum participante alcançou o nível “Exelente”, em contrapartida houve um aumento de 11,1% no nível “Fraco” em relação ao pré-teste. Portanto fica evidente a redução no desempenho da população estudada.

Figura 8. Classificação dos Guarda-vidas no teste Corrida 50 metros

    O Guarda-vidas ao avistar um afogamento, necessita de uma ótima resitência anaeróbia para sair de seu posto e adentrar ao mar o mais rápido possível. Os dados coletados acima mostram o despreparo dos mesmos neste quesito, comprometendo o tempo-resposta de um salvamento.

Valores no teste de Corrida 2400 metros

    A figura 9 representa a classificação dos guarda-vidas no teste de Corrida 2400 metros. No pré-teste 11,1% foram classificados com a resistência cardiorrespiratória em nível “Razoável”, 44,4% no nível “Bom” e 44,4% no nível “Excelente”. No pós-teste 22% no nível “Razoável”, 44,4% no nível “Bom” e 33,3% “Excelente”.
Percebe-se uma redução do número de indivíduos no nível “Excelente” e um aumento de indivíduos no nível “Razoável”. Torna-se claro a tendência de redução na resistência cardiorrespiratória desse público.

Figura 9. Classificação dos Guarda-vidas no teste Corrida 2400 metros

    A classificação acima sugerida por Cooper (1972) para medir a capacidade aeróbia, mostra que menos da metade dos indivíduos estão preparados fisicamente para exercer sua função. Uma situação de salvamento pode demorar horas para ser finalizada, portanto a Valencia física citada deve estar muito bem treinada.

Valores no teste de Flexibilidade

    A figura 10 apresenta a classificação dos Guarda-vidas no teste de Flexibilidade (Banco de Whells). No pré-teste 22,2% obteram o nível “Alto”, 66,7% nível “Média” e apenas 11,1% ficaram na classificação “Baixa”. No pós-teste 44,4% ficaram na classificação “Alta” e 55,6% na classificação “Média”.

    Neste teste nota-se uma melhora geral na classificação que obteve aumento de 22,2% no nível “Alto” de flexibilidade, enquanto nenhum participante permaneceu no nível de felxibilidade “Baixa” ao final do período de treinamento.

Figura 10. Classificação dos Guarda-vidas no teste de Flexibilidade

    De acordo com ACSM (2006), a redução nos níveis de flexibilidade, estas associadas ao surgimento de lombalgia de origem muscular. A força e resistência da musculatura da região lombar e da musculatura posterior da coxa em níveis reduzido podem contribuir para o surgimento de dores na região lombar bem como o aumento do risco de ocasionar lesões nesta região. Portanto a população analisada está abaixo do recomendavel.

Valores de VO2 máximo

    A figura 11 representa a classificação do VO2 máximo dos Guarda-vidas. No pré-teste 22,2% apresentaram classificação “Regular”, 33,3% “Boa”, 33,3% “Excelente” e 11,1% “Superior”. No pós-teste obteve 22,2% na classificação “Fraca”, 11,1% “Regular, 33,3% “Boa” e 33,3 na “Excelente”.

    Percebe-se que houve uma piora geral no VO2 máximo do Guarda-vidas. No pré-teste nenhum individuo encontrava-se na classificação “Fraca” e havia 11,1% na classificação “Excelente”. Em contrapartida no pós-teste nenhum participante alcançou a classificação “Superior” e 22,2% ficaram na classificação “Fraca”.

Figura 11. Classificação do VO2 Máx dos Guarda-vidas

    O VO2 máximo é uma excelente variável para medição de condicionamento físico. Nesse sentido constata-se que o treinamento ao quais os Guarda-vidas foram submetidos não acarretou melhora neste quesito.

Conclusão

    A atuação dos Guarda-vidas ocorre tanto em situações emergenciais em locais de extrema periculosidade, quanto na prevenção destes acidentes. O sucesso de sua função está diretamente ligada ao seu preparo físico, portanto a seleção e treinamento desses indivíduos tornam-se fundamental. O estudo apresentou uma análise do perfil antropométrico e comparou o nível de aptidão física pré e pós-período de treinamento dos participantes do Curso de Guarda-Vidas Civis do ano de 2009 do Balneário Rincão/SC.
A análise do índice de massa corpórea (IMC) apresentam parte dos indivíduos com sobrepeso. Na análise dos dados da Relação Cintura e Quadril (RCQ) demonstram que a maioria dos guarda-vidas está com risco moderado de desenvolverem doenças crônico-degenerativas associados a este componente. Para os resultados obtidos do percentual de gordura (%G), classifica-se que muitos dos Guarda-vidas apresentam níveis acima da média, dessa forma constata-se que os mesmos estão propensos há desenvolver doenças crônico-degenerativas e acometimentos do sistema cardiovascular.

    Na comparação pré e pós-treinamento dos índices citados acima, constatou-se que não houve diferença significativa dos resultados obtidos. Portanto o treinamento ao quais os participantes foram submetidos não causou alterações na composição corporal dos mesmos.

    A partir dos resultados analisados que compreendem força e resistência muscular, usando como parâmetros os testes de: Natação 50 metros, Corrida 50 metros, abdominal 1 minuto e Barra fixa, apresentam níveis insatisfatórios para o desempenho da função.

    Na comparação pré e pós-treinamento das avaliações citadas acima, constatou-se que não houve diferença significativa dos resultados obtidos. Portanto o treinamento não foi capaz de promover melhoras nestes quesitos.

    A partir dos resultados analisados das avaliações que compreendem aptidão cardiorrespiratória (Natação 12 minutos, Corrida 2400 metros), grande parte dos indivíduos não alcançou o nível esperado para a função. Na análise VO2 nenhum indivíduo terminou o treinamento na classificação ideal.

    Comparando os resultados pré e pós-treinamento obtidos nas variáveis citadas acima, constata-se que houve diferença significativa nos testes de Natação 12 minutos e na estimativa de VO2 máximo. O desempenho piorou nestes testes após o período de treinamento. Uma boa aptidão cardiorrespiratória é um componente essencial na função de Guarda-vidas, pois está relacionada a diferentes intensidades de exercícios dinâmicos por prolongados períodos. Na avaliação do teste de Flexibilidade (Banco de Wells), os avaliados não alcançaram o nível pretendido para função. Comparando o pré e pós-teste houve uma melhora significativa nos resultados. Desta forma contata-se que o treinamento de uma maneira geral melhorou a valência citada, mas não o suficiente para alcançar a classificação recomendada.

    Considerando o objetivo do estudo e por meio da análise e comparação dos dados, pode-se verificar que grande parte dos guarda-vidas selecionados para a temporada de verão 2009/2010, não possuem uma boa composição e distribuição de gordura corporal. Em relação ao desempenho nos testes de força e resistência muscular, os participantes não obtiveram os níveis adequados para desempenhar a função. Em relação à aptidão Cardiorrespiratória e flexibilidade, os mesmos encontram-se em um nível adequado a saúde, entretanto o preparo físico não condiz com a realidade da atividade, que não é suficiente para algumas situações adversas, as quais os guarda-vidas podem vir a ser exigidos.

    Considerando a eficiência do treinamento físico, contatou-se que o mesmo não foi eficiente. Sete testes físicos tiveram redução na performance média, sendo que dois destes foram significativos e apenas um obteve melhora.

    Portanto, diante dos resultados encontrados, sugere-se ao 1°/2ª/4° Batalhão de Bombeiros Militar de Içara uma revisão na forma de aplicação do treinamento dos Guarda-vidas, objetivando melhorar a capacidade física, e conseqüentemente o atendimento aos banhistas. O curso de GVC’s tem duração de apenas 5 semanas, nesse tempo os selecionados não tem condições de atingir o condicionamento físico adequado. Sugere-se ainda que a elaboração e o acompanhamento dos treinamentos sejam feitos por um profissional de Educação Física, o que não ocorre na atualidade.

Referências

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