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Percepção da qualidade de vida de docentes 

de cursos técnicos da Baixada Santista

La percepción de la calidad de vida de los docentes de los cursos técnicos de Baixada Santista

 

*Nutricionista pós -graduada em Nutrição Desportiva e Qualidade de Vida

Professora do Curso Técnico em Nutrição e Dietética

Dona Escolástica Rosa em Santos, SP

**Doutora em Ciências pela UNIFESP

Professora do Centro Universitário Ítalo Brasileiro

e Faculdades Integradas de Santo André (FEFISA), SP

Tatiana Elias da Ponte*

tatipontenutri@gmail.com

Laura Cristina Cuvello Lopes**

lcuvello@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem por objetivo identificar a percepção da qualidade de vida dos docentes de acordo com o gênero e faixa etária. O estudo caracteriza-se como exploratório, transversal de campo com abordagem quantitativa, para o qual foram avaliados 75 professores de Cursos Técnicos da Baixada Santista/SP. A metodologia consistiu na aplicação do questionário com dez questões com respostas fechadas, contendo informações como: gênero, idade, freqüência de atividades físicas, índice de massa corporal (IMC), se possuem doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), quantas refeições realizam diariamente e uma questão de auto-avaliação dos docentes em relação à sua qualidade de vida com base nas questões anteriores. Os resultados estão apresentados como freqüências absolutas e relativas. Para a comparação entre os dois grupos de idade (grupo 1 de 20 a 40 anos e grupo 2 de 41 a 66 anos) de acordo com cada gênero foi utilizado o teste não paramétrico de Mann Whiteney Test como o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS – versão 10.0).Foi totalizado 38 homens e 37 mulheres que, na categoria atividade física e IMC percebeu-se pouco comprometimento preventivo para um estilo de vida mais saudável, já que grande parte dos docentes apresentaram sobrepeso e elevado grau de sedentarismo em ambos os gêneros, independentemente da idade. Considerando o pressuposto da pesquisa, é possível afirmar que as características dos docentes investigados não correspondem ao discurso sobre a promoção da saúde ou da qualidade de vida, pois estes não buscam desenvolver hábitos e comportamentos saudáveis em relação a diversos aspectos, como a atividade física e a alimentação.

          Unitermos: Docente. Atividade física. Estilo de vida.

 

Abstract

          This study aims to identify the awareness of teachers about their quality of life according to gender and age. The study is characterized as exploratory, in a limited time frame and field related with a quantitative approach, in which 75 teachers from vocational courses in Santos, SP were assessed. The methodology was based on a questionnaire of ten questions with closed answers, containing information such as gender, age, frequency of physical activity, body mass index (BMI), whether they have chronic non-communicable diseases (NCDs), amount of daily meals and performing a self-evaluation in relation to their quality of life based on the previous questions. The results are presented as absolute and relative frequencies. For comparison between the two age groups (group 1 age 20-40 and group 2 age 41-66), according to each gender, the nonparametric Mann Whiteney U Test was used in the software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS - version 10.0). The level of significance was p <0.05. Considering the survey questions, in relation to the lifestyle of the respondents, the categories physical activity and number of meals a day showed that little preventive commitment is made towards a lifestyle healthier. Among the results, 38 men and 57 women in the category of physical activity and BMI showed little commitment towards a preventive and healthier life style, as the majority of teachers were overweight and had a high degree of physical inactivity regardless of sex or age. Considering the assumption of the research, it is clear that the characteristics of the teachers surveyed do not match the discourse on the promotion of health or quality of life, because they do not seek to develop healthy habits and behavior in relation to various aspects such as physical activity and eating.

          Keywords: Teacher. Healthy eating. Physical activity. Lifestyle.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O estilo de vida atual inclui os mais diversos contextos, do trabalho braçal até o intelectual, afetando tanto homens e mulheres em idades predisponentes. Portanto, a busca por um estilo de vida ativo ainda pode ser considerada uma mudança de comportamento difícil de ser efetivada (Silva, 2006).

    Todas as facilidades que o modo de vida moderno proporciona às pessoas podem inicialmente parecer uma grande vantagem. No entanto, quando se analisa mais profundamente a relação custo-benefício, pode-se observar que a médio e longo prazo as conseqüências não são tão vantajosas assim, e muito pelo contrário, podem ser desastrosas (Ghamoum, 2009).

    Considerando que o trabalho é uma das principais atividades desenvolvidas pelo ser humano e hoje vive-se num modelo de vida centrado nele, raramente é questionado ou refletido sobre ele. O trabalho permite ao ser humano se posicionar como indivíduo e, portanto, tem um valor importante para promover a saúde das pessoas. Nesse sentido, uma boa condição de trabalho é fator determinante e condicionante da saúde (Mendes, 2000).

    A carreira docente é marcada por avanços e recuos, desafios e conquistas, que afetam as condutas pedagógicas e pessoais, bem como modificam atitudes e valores que caracterizam a trajetória profissional, podendo afetar tanto na percepção da qualidade de vida no trabalho, como também no próprio estilo de vida dos docentes. Segundo Both e colaboradores (2007), no caso específico da carreira docente, há prevalência de comportamentos negativos, ligados ao meio ambiente, alimentação, atividade física, controle do estresse e relacionamentos sociais.

    No Brasil, as transformações na organização do trabalho docente como novas exigências e as competências requeridas modificaram a atividade de ensinar, e, por não proverem os meios compatíveis, criam uma sobrecarga de trabalho (Gasparini e colaboradores, 2006).

    A preocupação dos organismos internacionais com as condições do trabalho escolar volta-se também para a saúde dos professores. Para garantir melhora na qualidade do ensino, é necessário o bem estar integral, físico, psíquico e social de toda a comunidade educativa escolar (Silva; Rosso, 2008).

    Portanto, ser ativo depende de uma forma geral, de uma interação de fatores pessoais, psicológicos e ambientais.

    A concepção de promoção da saúde, como uma perspectiva capaz de orientar as diferentes práticas no campo da Saúde, vem sendo sistematizada e disseminada a partir da realização da Primeira Conferência Mundial sobre Promoção da Saúde, ocorrida em Ottawa, no Canadá, em 1986. Segundo a Carta de Ottawa:

    Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado completo de bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida e não como objetivo de viver (Brasil, 2002).

    De acordo com Fleck (2000), a qualidade de vida tem sido um tema bastante discutido na atualidade, sendo concebida como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio ambiente com aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais.

    Para Silva e colaboradores (2010) o exercício físico é uma forma de lazer e de restaurar a saúde dos efeitos nocivos que a rotina estressante do trabalho e do estudo traz e para Nahas (2001), a atividade física é, simultaneamente, uma manifestação do comportamento humano com determinantes de ordem biológica e cultural.

    Segundo a Estratégia Global “Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde” proposta pela Organização Mundial da Saúde recomenda-se que os indivíduos adotem níveis adequados de atividade física durante toda a vida e de preferência regularmente, 30 minutos, com moderada intensidade para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, câncer de cólon e de mama. (Brasil, 2002).

    Para Galisa e colaboradores (2008), a alimentação exerce grande influência no indivíduo, principalmente sobre a sua saúde, sua capacidade de trabalhar, de estudar e divertir-se, na sua aparência e na sua longevidade.

    Uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos como fundamento básico conceitual. Neste sentido é fundamental resgatar estas práticas bem como estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais, sempre levando em consideração os aspectos comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares. Dados da Política Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN (2012) apontam que a obesidade avança anualmente cerca de 1% entre os adultos. Este aumento está fortemente ligado ao consumo alimentar e à prática de atividade física.

    Uma alimentação saudável, de um modo geral, deve favorecer o deslocamento do consumo de alimentos pouco saudáveis para alimentos mais saudáveis, respeitando a identidade cultural-alimentar das populações ou comunidades (Brasil, 2005).

    Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira (Brasil, 2006), para garantir a saúde, é preciso realizar pelo menos três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por pequenos lanches obtendo assim o mínimo de cinco refeições diárias.

    Contudo, para manter um estilo de vida mais saudável, a adesão da alimentação com atividade física está mais que discutida, porém na prática os fatos nos mostram a contrariedade. Por ministrarem muitas aulas e em alguns casos, em diferentes escolas, a escolha do alimento saudável e a prática de atividade física não são consideradas como prioridade para os docentes de forma geral.

    O presente estudo tem por objetivo identificar a percepção da qualidade de vida dos docentes de acordo com o gênero e faixa etária.

Materiais e métodos

    O estudo caracteriza-se como exploratório, transversal de campo com abordagem quantitativa, para o qual foram avaliados 75 professores de Cursos Técnicos da Baixada Santista.

    A metodologia consistiu na aplicação do questionário com dez questões com respostas fechadas, contendo informações como: gênero, idade (dividida em dois grupos de idade, sendo grupo 1 de 20 a 40 anos e grupo 2 de 41 a 66 anos), freqüência de atividades físicas divididas em Insuficientemente Ativos: aqueles que praticam menos de três vezes por semana; Ativos: praticam de três vezes ou mais por semana e Sedentários: aqueles que não praticam atividade física, para realizar a classificação nutricional dos indivíduos utilizou-se o índice de massa corporal (IMC) com classificação adotada pela OMS/97, onde se calcula através dos valores de massa corporal (Kg) dividido pelo quadrado da estatura (m2), uma questão para identificar se possuem doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como Hipertensão Arterial, Dislipidemias e Diabetes Mellitus, outra questão para a quantidade de refeições realizadas diariamente e uma questão de auto-avaliação dos docentes em relação à sua qualidade de vida com base nas questões anteriores divididas em Muito Ruim (RB), Ruim (R), Nem Ruim Nem Boa (RB), Boa (B) e Muito Boa (MB).

    A coleta dos dados foi efetuada durante um Programa Especial de Formação Pedagógica oferecido aos docentes de Cursos Técnicos dos municípios da Baixada Santista.

    Para tanto, foi necessário solicitar autorização junto à direção da escola, no qual foi apresentado o objetivo do estudo, a fim de obter o apoio para a aplicação do instrumento. Foi utilizado como critério de inclusão da amostra, professores e coordenadores que estivessem em pleno exercício da profissão, que, voluntariamente, leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), conforme a resolução 196/96 do Conselho Regional de Saúde – Ministério da Saúde – Brasília/DF.

    Os questionários foram aplicados por contato direto, após aceitação e assinatura do termo de acordo com a resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), o estudo foi submetido pelo Comitê de Ética e a coleta de dados foi realizada após a aprovação da Plataforma Brasil, CAAE número 16706613200005429.

    Terminada a coleta dos dados foi montado um banco de informações no Programa Microsoft Office Excel 2007. Os resultados estão apresentados como freqüências absolutas e relativas. Para a comparação entre os dois grupos de idade (grupo 1 de 20 a 40 anos e grupo 2 de 41 a 66 anos) de acordo com cada gênero foi utilizado o teste não paramétrico de Mann Whiteney Test como o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS – versão 10.0). O nível de significância adotado foi p<0,05.

Resultados

    Participaram desta pesquisa professores de ambos os sexos, sendo 38 homens (51%) e 37 mulheres (49%). Para a análise os professores foram divididos por gênero e idade: grupo 1 de 20 a 40 anos e grupo 2 de 41 a 66 anos.

Tabela 1. Indicador do estado nutricional (IMC), nível de atividade física e presenças de DCNT para cada gênero e idade dos docentes dos Cursos Técnicos da Baixada Santista

Fonte: Próprio autor

    Os dados obtidos da amostra demonstram elevado grau de sedentarismo em ambos os gêneros, independentemente da idade. Por outro lado a prática de atividade física, três vezes ou mais por semana, foi mais frequente entre os professores com mais de quarenta anos, para ambos os gêneros.

    Em relação ao indicador do estado nutricional (IMC), há uma prevalência de obesidade em ambos os gêneros e faixas etárias, porém os homens apresentaram maior índice de sobrepeso e obesidade em comparação com as mulheres nos dois grupos de idade.

    A prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em ambos os gêneros e grupos de idade foi proeminente as dislipidemias (colesterolemia e trigliceridemia). Os professores acima de 40 anos e as professoras acima de 20 anos foram os grupos de idade mais destacados.

Figura 1. Número de refeições realizadas ao dia pelos docentes do gênero masculino nos dois grupos de idade

Fonte: Próprio autor

    Conforme a Figura 1 demonstra, em ambos os grupos de idade, há uma maior ingestão diária de 3 a 4 refeições, mostrando uma baixa frequencia no consumo alimentar preconizado pelo Ministério da Saúde (2005) de 6 refeições diárias, onde nesse quesito, está bem abaixo do recomendado, não atingindo 5% da ingestão.

Figura 2. Número de refeições realizadas ao dia pelos docentes do gênero feminino nos dois grupos de idade

Fonte: Próprio autor

    Na figura 2, nota-se que as professoras realizam mais refeições ao dia, tendo uma igualdade de consumo nas mulheres acima de 40 anos no item 4 e 5 refeições diárias, havendo uma diferença significativa entre os grupos de idade.

    As figuras abaixo representam a percepção da qualidade de vida dos docentes do gênero masculino e feminino em relação às questões sobre atividade física, IMC, Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e número de refeições realizadas diariamente, respectivamente.

Figura 3. Percepção da qualidade de vida dos docentes do gênero masculino de ambos os grupos 

de idades (MR=Muito Ruim, R= Ruim, RB= Nem Ruim Nem Boa, B=Boa e MB= Muito Boa)

Fonte: Próprio autor

 

Figura 4. Percepção da qualidade de vida dos docentes do gênero feminino de ambos os grupos 

de idades (MR=Muito Ruim, R= Ruim, RB= Nem Ruim Nem Boa, B=Boa e MB= Muito Boa)

Fonte: Próprio autor

    Observa-se que ambos os gêneros independentemente dos grupos de idades, avaliaram como boa sua qualidade de vida, contrariando os dados apresentados sobre atividade física e sobrepeso representado na Tabela 1.

Discussão

    Os dados obtidos por este estudo demonstrou que os professores com mais idade estão praticando mais atividade física que os mais jovens, sendo este fato sucedido, talvez pelo número de sobrepeso e obesidade apresentados por eles e parecendo haver, portanto, uma preocupação maior com a qualidade de vida.

    Priess (2011) cita que são inúmeras as situações do mundo moderno que possibilitam uma diminuição no ritmo diário de atividades físicas e, muitas vezes, a grande concorrência e exigência do mercado de trabalho, faz com que as pessoas coloquem a prática de atividades físicas em um segundo ou terceiro plano, dando prioridades para outras situações antes de se preocupar com a prática regular de atividades físicas na busca de uma melhor qualidade de vida.

    Segundo Silva (2006), os estudos abordando a temática qualidade de vida tornaram-se crescentes e nas mais diversas áreas pesquisadas. Apesar das percepções positivas sobre qualidade de vida dos professores, existem aspectos históricos, sócio-políticos, econômicos, ambientais, físicos e psíquicos que determinam a qualidade de vida, principalmente aqueles relacionados ao trabalho docente.

    Considerando as questões da pesquisa, no que se refere ao estilo de vida dos entrevistados, as categorias atividade física e número de refeições realizadas diariamente, há pouco comprometimento preventivo para um estilo de vida mais saudável.

    Este estudo aponta elevada prevalência de sobrepeso e obesidade, onde mais da metade dos professores estão com peso acima do adequado para sua altura, sem diferenças estatisticamente significantes por gênero, no entanto, ocorreu uma tendência a ser no sexo masculino, dados semelhantes foram encontrados por Sousa (2010).

    Nos últimos cinco anos, o percentual de homens com obesidade nas principais capitais brasileiras cresceu, passando de 11,4%, em 2006, para 14,4%, em 2010. Os dados são da pesquisa Vigitel (Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, que levantou ainda que 52% dos homens brasileiros apresentam sobrepeso.

    Entretanto, a atividade física também é prejudicada pela sobrecarga de trabalho e diminuição do tempo livre, que acarretam danos ao lazer e conseqüente descontrole do peso corporal o que ocorre com os docentes investigados, principalmente a prevalência de sobrepesos em ambos os gêneros acima de 40 anos.

    Segundo Priess (2011), é preciso mudar o estilo de vida e adquirir hábitos saudáveis para uma melhor qualidade de vida, seja ela no trabalho, em casa ou mesmo nos momentos de lazer. Uma das mudanças é incluir a atividade física diária.

    De acordo com Silva e colaboradores (2007), a inatividade física e um estilo de vida sedentário estão relacionados a fatores de risco para o desenvolvimento ou agravamento de certas condições médicas, tais como doença coronariana ou outras alterações cardiovasculares e metabólicas.

    Segundo a IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a atividade física regular, principalmente exercícios físicos aeróbios, promove redução dos níveis plasmáticos de TG (triglicerídeos) e aumento dos níveis de HDL-C.

    Foi ainda identificado na amostra estudada que a prevalência de DCNT não apresentou diferença estatisticamente significante entre os gêneros, porém houve uma tendência maior para as dislipidemias no sexo masculino, perecendo influenciar os dados referentes ao IMC.

    Como observado na população investigada, à pluralidade de ambos os gêneros e grupos de idade que consomem apenas três refeições diárias é expressiva, o que demonstra a não preocupação com um consumo alimentar visando manutenção da saúde. Pressupondo que estas três refeições citadas são as principais, café da manhã, almoço e jantar e que os pequenos lanches intermediários não são realizados, esta prática pode explicar, parcialmente, a baixa ingestão de frutas pela população, pois nos lanches, normalmente poderiam ser introduzidos estes alimentos, garantindo assim, maior aporte de micronutrientes, dados apresentados como sugere o Guia Alimentar para a População Brasileira elaborado pelo Ministério da Saúde (2005).

    A falta de várias refeições ao longo do dia, constatada aqui, também pode sugerir, além do jejum prolongado, a presença de fome oculta nessa amostra pesquisada.

Conclusão

    Mediante os resultados apresentados, conclui-se que a percepção da qualidade de vida dos docentes investigados de ambos os gêneros e idade, não corresponde aos hábitos e comportamentos saudáveis como atividade física e alimentação.

   Os professores apresentam irregularidades em seus hábitos alimentares, como por exemplo, a realização frequente de apenas três refeições ao dia, em virtude talvez, da falta de tempo para se alimentar, já que muitos trabalham em mais de um local ou em um mesmo local em períodos diferentes.

    E em relação à prática de atividade física, ambos os gêneros não praticam ou praticam pouca atividade física, sendo insuficiente para evitar o sedentarismo. O interesse por estudos envolvendo o estilo de vida tem sido cada vez maior nas últimas décadas, principalmente por saber se um estilo de vida ativo e saudável, associado a cuidados com a saúde e a prática regular de atividades físicas.

    Sabendo que mesmo quando não combinados, a atividade física e nutrição mostram-se efetivas na redução das DCNT, portanto, permite-se recomendar o desenvolvimento de ações positivas relacionadas à atividade física, selecionando atividades motivantes e prazerosas e buscando orientações para um consumo alimentar mais saudável.

Referências

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