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O Método Pilates como recurso no aumento de 

flexibilidade e da resistência muscular: pesquisa bibliográfica

El Método Pilates como un recurso para aumentar la flexibilidad y la resistencia muscular: una investigación bibliográfica

 

*Mestre em Envelhecimento Humano (UPF)

Especialista em Cinesiologia, Biomecânica e Treinamento Físico (Estácio de Sá)

Graduada em Educação Física (UPF)

**Graduada em Educação Física (UPF)

*** Mestre em Envelhecimento Humano (UPF)

Graduada em Educação Física (ULBRA)

(Brasil)

Tadia Carolina Cogo*

tadiacogo@gmail.com

Schirlei Ramos de Campos Pizzato**

schirlei.campos@bol.com.br

Alessandra Cardoso Vargas***

alessandracvargas@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O Método Pilates é um dos exercícios físicos que mais vem crescendo atualmente, objetivando melhoras no bem-estar físico e mental de seus praticantes. Entre os diversos benefícios que o método promete, está o aumento da flexibilidade e resistência muscular localizada. O estudo objetivou-se analisar e identificar os benefícios do Método Pilates sobre a flexibilidade e resistência muscular localizada. A metodologia utilizada contemplou o estudo desenvolvido com base em pesquisa bibliográfica, com o intuito de conhecer as contribuições teóricas existentes da prática do Pilates sobre a flexibilidade e resistência muscular. Podemos verificar uma melhora significativa das duas capacidades físicas, além de esclarecer a importância destas na qualidade de vida das pessoas.

          Unitermos: Método Pilates. Flexibilidade. Resistência Muscular.

 

Abstract

          The Pilates Method is one of the physical exercises that present the highest growth nowadays, and aim to improve physical and mental well being of its practitioners. Amid several benefits promised by the method, the increase of flexibility and local muscular endurance is on the top. The goal of this study is analyze and identify the benefits of Pilates Method regarding flexibility and local muscular endurance. The methodology used included study based on bibliographic research, in order to know the existing theoretical contributions of the practice of Pilates concerning flexibility and muscular endurance. It is possible verify a distinguished improvement in both physical capacities and clarify their importance in the quality of life.

          Keywords: Pilates Method. Flexibility. Local muscular endurance.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O Método Pilates, criado por Joseph Pilates, possui como princípios básicos a respiração, o alongamento axial, controle do centro, organização da cintura escapular, alinhamento, postura e integração dos movimentos, sendo estes de extrema importância para orientação dos exercícios realizados, seja qual for o objetivo a ser alcançado.

    Segundo Dillman (2004), o principal objetivo do método Pilates é a centralização que visa desenvolver a força abdominal, resistência e controle para manter uma postura boa e preparar o corpo para realizar as atividades funcionais do cotidiano.

    Achour Junior (2002) traz em seu livro Exercícios de alongamento: Anatomia e fisiologia alguns benefícios dos exercícios de alongamento, como: evitar ou eliminar encurtamentos musculotendíneo, diminui o risco de lesões, aumentar ou manter a flexibilidade, aumentar o relaxamento muscular e melhorar a circulação sanguínea além da simetria corporal o que pode evitar ou eliminar problemas posturais, entre outros.

    O método Pilates, é um treinamento físico que interage o corpo e a mente, restaura o corpo eliminando as dores musculares, amplia a capacidade de executar os movimentos, aumentando o controle, a força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal. Trabalha o corpo como um todo, corrige a postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida mais saudável e longeva (CAMARÃO, 2004).

    Considerando o Pilates como um sistema de exercícios que traz benefícios ao bem-estar e a qualidade de vida, torna-se plausível o tema por buscar compreender melhor o método que ainda é novo em nosso meio e que está cada vez mais procurado por pessoas de todas as idades e gêneros.

    É possível perceber durante a pesquisa que praticantes do método notam a diminuição dos sintomas de dores crônicas em função de encurtamentos e a falta de resistência muscular. Portanto, as questões que permeiam esta proposta são as seguintes: De que forma o aumento da flexibilidade e da resistência muscular localizada agem no alivio desses sintomas e porque este método seria eficaz na melhora das capacidades físicas?

    Tomando por base o contexto apresentado, o presente estudo tem como objetivo principal analisar e identificar os benefícios do Método Pilates sobre a flexibilidade e resistência muscular localizada. E como objetivos específicos: verificar os efeitos da prática do Método Pilates na qualidade de vida das pessoas, e por fim, identificar a eficiência do método no aumento da flexibilidade e resistência muscular localizada.

    Este estudo foi desenvolvido com base em uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de conhecer as contribuições teóricas existentes sobre benefícios do Método Pilates, flexibilidade e resistência muscular localizada.

2.     Metodologia

    O delineamento deste estudo constitui-se numa pesquisa bibliográfica. Segundo a autora citada abaixo, este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, assim entendemos o conceito de cada um. Coloca o pesquisador em contato com o que já se produziu e registrou a respeito do seu tema. E sua principal vantagem reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente (MALHEIROS, 2013).

    Foram coletados dados teórico-científicos já existentes, publicados em livros, revistas eletrônicas científicas, revistas nacionais, sites e monografias no período de 1998 a 2013. Todos os materiais utilizados durante o estudo se encaixaram no escopo da pesquisa e foram relacionados por serem de grande importância aos profissionais da área.

    Os dados pesquisados foram analisados por meio da técnica de leitura e dispostos de forma descritiva, pois essa forma tem como objetivo das características de determinada população ou fenômeno, bem como o estabelecimento de relações entre variáveis e fatos (MARTINS, 2002).

3.     Resultados e discussões

3.1.     História do Método Pilates

    Joseph Hubertus Pilates nasceu perto de Dusseldorf, Alemanha, em 1930. Era uma criança doente que sofria de asma, raquitismo, e febre reumática. Então dedicou sua vida a tornar-se fisicamente forte, estudando várias formas diferentes de movimento. Na sua juventude, Pilates estudou e tornou-se especialista em cultura física, mergulho, esqui e ginástica. Com 14 anos estava tão em forma que pousava para mapas de anatomia (GALLAGHER e KRYZANOWSKA, 2000).

    Em 1912, Pilates mudou-se para a Inglaterra, onde ganhava a vida como lutador de boxe, artista de circo e treinador de autodefesa de detetives ingleses (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 2000). Quando a primeira guerra mundial começou dois anos mais tarde, ele foi considerado um “estrangeiro inimigo” e foi colocado em um campo de concentração em Lancaster com outros alemães, e mais tarde foi transferido para a Ilha de Man. Tornou-se um enfermeiro e treinou outros estrangeiros no campo com os exercícios de cultura física que havia criado. Sua técnica foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo sucumbiu a uma epidemia de gripe que matou milhares de pessoas em outros campos na Inglaterra em 1918.

    No Final da guerra, Camarão (2004), diz que Pilates voltou para a Alemanha, onde continuou a desenvolver seu método, que chamou a atenção de membros da dança, artistas e até no treinamento de policiais, porém, logo escolheu os EUA para viver, onde criou seu primeiro estúdio de Pilates em New York.

    Camarão (2004) salienta que além de Pilates ter criado um método revolucionário, chamado originalmente de contrologia também foi a primeira pessoa a fazer uma abordagem holística, a ver o corpo como um todo inserido no meio ambiente: Pilates é um método de condicionamento físico do homem moderno. O que ele profeticamente anteviu: estes exercícios são o que as pessoas vão querer e precisar no novo milênio. O objetivo era que as pessoas alcançassem um ótimo padrão tanto físico quanto mental (PILATES, 2010).

3.2.     Princípios do Método Pilates

    Para que haja uma mudança no corpo e melhora dos níveis de condicionamento, é importante entender os princípios norteadores do método, que ajudam a estabelecer padrões saudáveis de movimento (DILLMAN, 2004). O equilíbrio entre corpo e mente parece ser o centro de todo o processo, pois ambos precisam ser coordenados para se atingir o máximo resultado com gasto mínimo de energia mental e física (PILATES, 2010).

3.2.1.     Concentração

    É de fundamental importância colocar atenção nos movimentos executados, unir corpo e mente durante todos os exercícios, visualizando o movimento para que o sistema nervoso central escolha melhor o conjunto de músculos para realizá-los.

    De acordo com Siler (2008), a concentração é o elemento principal para conectar mente e corpo, a mente comanda a ação física, quando trabalhar uma área, deve-se prestar atenção naquela área, esse é o poder da mente.

3.2.2.     Respiração

    Pilates enfatiza a importância de manter a circulação do sangue pura. A pureza é o resultado de uma respiração adequada ao exercício, oxigenando o sangue e eliminando os gases nocivos (GALLAGHER e KRYZANOWSKA, 2000).

    Camarão (2004) diz que para que o corpo receba a quantidade de oxigênio necessária para um bom funcionamento, do corpo para desempenhar os exercícios, deve-se respirar de forma correta, inspirando pelo nariz e expirando pela boca.

3.2.3.     Centralização

    O corpo humano tem um centro físico onde se originam todos os movimentos, chamado de Powerhouse ou Core (abdômen, parte inferior das costas e glúteos). Segundo os estudos de Gallagher e Kryzanowska (2000), o Pilates objetiva fortalecer esse centro, melhorando a postura, definindo o abdômen, e prevenindo dores nas costas.

3.2.4.     Controle

    “A contrologia começa no controle mental sobre os músculos” Joseph H. Pilates, s/d

    Realizar os exercícios de forma controlada é outro elemento chave no Método Pilates. Manter o controle nos movimentos é fundamental para a realização correta dos exercícios, evitando lesões e produzindo uma musculatura forte, esbelta e funcional (DILLMAN, 2004).

3.2.5.     Precisão

    A precisão caminha lado a lado com o controle, após o domínio da técnica do controle é fundamental executar os exercícios com movimentos precisos (GALLAGHER E KRYZANOWSKA, 2000).

3.2.6.     Movimento fluido

    Parte da originalidade do método Pilates advém da fluidez com que os exercícios devem ser realizados. Os movimentos não devem ser rápidos e abruptos, e sim a importância esta em sentir os movimentos suaves e fluidos, mas em constate dinâmica (SILER, 2008).

    Segundo Camarões (2004) a resistência também faz parte dos princípios do método Pilates, pois à medida que os exercícios são executados com perfeição, você percebe que a resistência e força aumentam.

3.3.     Aparelhos utilizados no Pilates

    A técnica de Pilates pode ser de solo ou aparelhos. Ambos favorecem o trabalho dos músculos estabilizadores. Os exercícios envolvem uma larga possibilidade de movimentos, realizados de forma dinâmica e controlada, associada à respiração e uma postura correta.

    A intensidade dos exercícios desenvolvidos nos equipamentos é fornecida através das molas. Estas são classificadas através de cores diferentes. Além de oferecerem resistência nos treinamentos, muitas vezes são usadas como assistência durante o movimento.

    Segundo Pires e Sá (2005), os aparelhos são descritos a seguir:

    Cadillac: possui duas barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis e uma vertical e outra horizontal, e é utilizado para os exercícios aéreos.

Figura1. Cadillac. Fonte: Disponível em http://www.efdeportes.com/efd91/pilates.htm, acesso em 01 de Abril de 2012

    Reformer: o primeiro equipamento construído por Pilates. Caracteriza-se por ser em forma de cama é composto por um carrinho deslizante e cinco molas, barra alta e baixa que podem ser utilizadas em dois níveis de alavanca, perto (mais intenso) ou mais afastado (menos intenso), dos pés da cama; cordas que são utilizadas com alças nos pés ou de mãos.

Figura 2. Reformer. Fonte: Disponível em http://www.efdeportes.com/efd91/pilates.htm, acesso em 01 de Abril de 2012

    Barrel: é um aparelho de degraus dispostos como em um espaldar com uma meia lua fixa à frente. É muito utilizado para realizar alongamentos e abdominais.

Figura 3. Barrel. Fonte: Disponível em http://www.efdeportes.com/efd91/pilates.htm, acesso em 01 de Abril de 2012.

    Chair: possui pedais separados para proporcionar trabalho assimétrico simultâneo. Contem dois apoios laterais de ferro, dois pares de molas, ganchos para molas, dois pedais para movimento alternado e independente que quando fixo por um bastão se transformam em um único pedal.

Figura 4. Chair. Fonte: Disponível em http://www.efdeportes.com/efd91/pilates.htm, acesso em 01 de Abril de 2012.

3.4.     Benefícios do Método Pilates

    De acordo com Pilates (2010), a contrologia foi projetada para dar flexibilidade, graça natural e habilidades que serão refletidas, sem sombra de dúvida em sua maneira de andar, divertir-se e trabalhar. Nesse sentido, desenvolverá força muscular com capacidade correspondente para desempenhar tarefas árduas, praticar jogos vigorosos, andar, correr ou viajar por longas distâncias, sem sentir cansaço corporal inadequado ou peso mental.

    Segundo Dillman (2004) o simples motivo do Método Pilates, estar se tornando cada vez mais popular é o fato de que ele funciona, priorizando áreas do corpo de fundamental importância para estética e funcionalidade.

    Camarão (2004) cita em seu livro alguns benefícios do Método Pilates: Melhora a flexibilidade e o tônus muscular; Aumentam a força e a resistência; Alivia a maior parte das dores nas costas; Corrige a coordenação, a postura, o equilíbrio e alinhamento do corpo; Reduz a fadiga o desconforto e a dor; Aumenta a força sem aumentar o volume corporal; Dá melhor controle muscular; Integra corpo e mente; Melhora a capacidade respiratória; Aumenta a autoestima.

    Dentre estes benefícios, o que mais tem se evidenciado é a melhora da flexibilidade, fator que mais tem difundido o Método Pilates no mundo, porém não se deve confundir alongamento, flexibilidade e flexionamento.

3.5.     Flexibilidade

    De acordo com Alter (2010), a flexibilidade pode ser definida como qualidade do que é flexível maleável, facilidade e ligeireza de movimento. Talvez a definição mais simples seja a amplitude de movimento (AM), disponível em uma articulação ou em um grupo de articulações.

    Já Dantas (1999) diz que é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou um conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesões.

Fatores influenciadores da flexibilidade

  • Idade: Quanto mais velha a pessoa, menos será sua flexibilidade, pois os tendões e as fáscias são particularmente susceptíveis de se espessarem devido à idade e a falta de exercício.

  • Sexo: As mulheres, em geral, são mais flexíveis que os homens, pelo fato das diferenças hormonais: a taxa superior de estrógeno produz uma retenção de água um pouco superior e uma percentagem mais elevada de tecido adiposo e menos elevada de massa muscular, ou seja, menos densidade dos tecidos.

  • Individualidade biológica: pessoas de mesmo sexo e idade podem possuir graus de flexibilidade totalmente diversos entre si.

  • Tonicidade Muscular: o tônus muscular é o grau de firmeza dos tecidos musculares. O aumento do tônus muscular poderá prejudicar a flexibilidade;

  • Respiração: A respiração é um fator muito importante para a melhora da flexibilidade, embora ela por si só não apresente evidencias que sejam capazes de melhorá-la, no entanto ao servir como meio para alcançar o próximo fator- concentração- e ao ser utilizado junto com ele, sinergicamente transforma-se num instrumento poderoso de treinamento.

  • Hora do dia: Ao acordar, todos os componentes plásticos do corpo estão em sua forma original, ocasionando uma resistência aos movimentos de maior amplitude. Por volta do meio dia esses fatores já foram contornados e a flexibilidade atinge seus níveis normais.

  • Temperatura: O frio reduz a elasticidade corporal, pois ele atua sobre o sistema dos motoneuronios gama, aumentando o tônus muscular.

  • Exercício: A flexibilidade é poderosamente influenciada pelos exercícios que tanto provocam seu aumento quanto sua redução.

  • Exercícios leves - visando aquecimento - provocam - aumento da flexibilidade.

    • Exercícios intensos - causando fadiga – provocam - diminuição da flexibilidade.

    • Exercícios de aquecimento: Com duração de 5 a 20 minutos, é capaz de provocar uma elevação de 2º a 3º na temperatura corporal resultando na diminuição da viscosidade de líquidos orgânicos, aumento de 12% a 13% da espessura da cartilagem articular pela penetração de fluidos, permitindo o aumento da compressibilidade e diminuição da pressão por área de superfície articular reduzindo o risco de lesão.

    • Exercícios de fadiga: A diminuição da concentração de ATP no músculo dificulta o rompimento da ligação actinomiosina ocorrida durante a contração, impedindo a relaxação completa da musculatura (DANTAS, 1999).

    Curci (2006) comprovou isto quando avaliou duas mulheres antes e após 24 sessões de Pilates, sendo que em seu trabalho objetivava avaliar além da flexibilidade que foi medida através do banco de Wells, a melhora no sistema cardiorrespiratório através do teste de esteira.

    Outro estudo para avaliar a flexibilidade agora em homens foi realizado por Baroni et al. (2007), onde foi utilizado um aparelho fleximetro para medir a flexibilidade em atletas de futsal juvenil após 12 aulas de Pilates, utilizando um grupo pilates com 6 sujeitos e um controle com 5 sujeitos onde foi constatado que houve uma melhora tanto aguda como crônica da flexibilidade dos atletas que praticaram Pilates.

3.5.     Alongamento

    Forma de trabalho que visa à manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física possível (DANTAS, 1999).

    Segundo Alter (2010) a flexibilidade é simplesmente o resultado do alongamento, que é o fator mais importante no desenvolvimento em uma pessoa saudável. O alongamento pode ser aplicado manualmente ou por uma máquina. Seguindo a linha do autor citado acima, a flexibilidade pode ser adquirida pelo alongamento até o limite do desconforto, o qual é subjetivo, variando de pessoa para pessoa.

3.6.     Flexionamento

    Forma de trabalho que visa a obter uma melhora da flexibilidade através da viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superiores as originais (DANTAS, 1999).

    Segundo Dantas (1999) pode-se afirmar que: flexionamento dinâmico deve ser feito 3 ou 4 series de 10 a 20 repetições, alternadas com movimento de soltura; o flexionamento estático deve ser feito lentamente, forçando suavemente além deste limite, manter o arco máximo obtido por 10 a 15 segundo faze este movimento de 3 a 6 vezes; o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva é mobilização do segmento corporal até seu limite máximo de amplitude; realização de uma contração isométrica máxima durante oito segundos, e por fim, o forçamento do movimento além do limite original, durante o relaxamento da musculatura após a contração.

    Tendo claro assim os conceitos de alongamento, flexibilidade e flexionamento, nota-se que o Pilates contempla perfeitamente esses pontos, pois na maioria dos exercícios visa na fase excêntrica do movimento, alongar a musculatura com ou sem ao auxílio dos aparelhos, além de utilizar métodos de isometria e tensão para trabalhar o flexionamento dependendo da necessidade do aluno.

3.7.     O Core ou Powerhouse

    Um dos principais objetivos o método Pilates, é fazer com que o aluno automatize a centralização de força no core que são os músculos do abdome, lombar, quadris e glúteos (SILER 2008).

    De acordo com Gallagher e Kryzanowska (2000), o core ou Powerhouse é a área entre a base a caixa torácica e a linha que vai de um extremo ao outro do quadril- que é para muitos, a área mais negligenciada do corpo. Para eles, trabalhar com o centro de força (Powerhouse) como praticamente todos os exercícios de Pilates trabalham, elimina a barriga, enrijece os glúteos e corrige a parte inferior na coluna, quando esta está fraca e dolorosa. O reto do abdômen, os oblíquos internos e externos, os músculos da parte inferior das costas, o transverso do abdômen e glutes máximos, formam a estrutura de suporte das áreas da coluna e do quadril.

    Dillman (2004) ressalta em seu estudo, que os músculos centrais, chamado por ela de núcleo, mas que dizem respeito ao core, incluem os músculos dorsais, os musculosos adutores, os psoas, e quatro camadas e músculos abdominais. Esses músculos trabalham em conjunto para sustentar a coluna vertebral, promovendo assim uma boa postura. De fato, a autora deixa claro o quanto à prática dos exercícios de Pilates ajuda a fortalecer uniformemente os músculos centrais, para que eles ofereçam apoio o apoio e o equilíbrio de que sua coluna necessita para a manutenção da boa postura.

3.8.     Resistência Muscular Localizada

    Definida como sendo a capacidade de um segmento do corpo de realizar e sustentar um movimento por um período longo de tempo, a resistência muscular localizada é uma relevância física importante para a manutenção e melhoria da qualidade de vida das pessoas (ROCHA, 1998).

    Segundo o autor citado acima, pode-se determinar fatores que influenciam diretamente no desempenho da resistência muscular localizada (R.M.L.) que são:

  • Força muscular: é a valência física básica para a vida. Sem ela não podemos realizar movimentos e conseqüentemente, não temos condições de desenvolver a R.M.L.

  • Numero de Capilares em funcionamento: quanto maior for o numero de capilares e quanto mais eles forem desenvolvidos, maior será a quantidade de sangue que ira irrigar os músculos, e conseqüentemente maior será a quantidade de oxigênio que chegara neles.

  • Reserva Energética do Músculo: O ATP é o substrato que fornece energia para que o músculo se contraia. Uma maior quantidade de ATP depositada no músculo melhora o desempenho inicial da realização do movimento.

  • Rápida Recuperação energética: a velocidade da resíntese do ADP em ATP melhora o desempenho do individuo pelo retardamento da instalação da fadiga.

  • Capacidade psicológica de agüentar esforços. Existem alguns testes clássicos de R.M.L. como: apoio de frente sobre o solo, abdominal e agachamento a 90º. Autores como Ribeiro, Fernandes Filho e Novaes (2002), realizaram estudos referentes a testes abdominais, motivados pela falta de pesquisas nesta área, onde constataram que o teste de flexão total de tronco não é o mais indicado para a obtenção da medida de força ou resistência abdominal, pois o músculo reto femoral atua significativamente para a flexão do tronco, mascarando a real força da musculatura abdominal, o que induz a realização de mais estudos e a validação de protocolos.

    Modolo et al. (2007), em sua revisão de literatura: o efeito do método Pilates na lombalgia crônica tratam em seus estudos da relação da diminuição de dores lombares com o treinamento de Pilates, o que corrobora com a nossa pesquisa no sentido de perceber que tal evolução se dá também pelo fortalecimento da musculatura abdominal e lombar além do aumento da flexibilidade.

4.     Considerações finais

    A partir dos textos lidos para a elaboração deste artigo, conclui-se que prática regular de Pilates, seguindo os princípios criados pelo seu idealizador Joseph Pilates, vem ao encontro dos objetivos propostos neste estudo de forma positiva, sendo considerado eficaz para a melhora da flexibilidade e resistência muscular, confirmando o que propõe em seus benefícios.

    O fato de o Método Pilates estar se difundindo cada vez mais e criando mais adeptos pelo mundo todo, gera a necessidade de aumentar o número de estudos científicos nesta área, pois ainda existem poucas bibliografias de cunho mais cientifico e que abarquem também variáveis e informações qualitativas sobre o método.

    Todos os trabalhos com os quais se teve contato são bem específicos de cada área de atuação, muito talvez em função de que hoje, o método é em sua grande maioria um instrumento de trabalho de educadores físicos e fisioterapeutas que acabam limitando os estudos a partes específicas do corpo como feixes musculares e articulações, o que muitas vezes acaba deixando de lado o grande principio do método que é a união entre corpo e mente.

    Enfim, cabe mencionar que fica a perspectiva deste estudo despertar interesse pela realização de novas pesquisas na área, talvez correlacionando o método com a consciência corporal, pois se sabe que esta, está intimamente ligada ao método, que propõe cuidar do corpo como um todo.

Referências bibliográficas

  • ACHOUR JUNIOR, A. Exercícios de alongamento: Anatomia e fisiologia. 1ª ed. brasileira. São Paulo: Manole, 2002.

  • ALTER, M. J. Ciência da flexibilidade. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

  • BERTOLA, F. et al. Efeito de um programa de treinamento utilizando o Método Pilates na flexibilidade de atletas juvenis de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, n. 4, p. 222-226, 2007.

  • CAMARÃO, T. Pilates no Brasil: Corpo e movimento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

  • CURCI, L B. A utilização do Método Pilates para a melhora da flexibilidade corporal e maior tolerância ao exercício (estudo de caso). 2006. Monografia de graduação. Faculdade de Fisioterapia, Universidade Assis Gurgacs, Cascavel, 2006.

  • DANTAS, E. H. M. Flexibilidade: Alongamento e Flexionamento. 4. Ed. Rio de Janeiro: Shape, 1999.

  • DILLMAN, E. O pequeno livro de Pilates: guia prático. Rio de Janeiro: Record, 2004.

  • GALLAGHER, S. P. KRYZANOWSKA, R. O Método Pilates de Condicionamento Físico. São Paulo, 2005.

  • MALHEIROS, M. R. T. L. Pesquisa na Graduação. Disponível em: www.profwillian.com/_diversos/download/prof/marciarita/Pesquisa_na_Graduacao.pdf Acesso em: 21/12/2013.

  • MARTINS, G. A. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

  • MODOLO, T. L. et al. O efeito do método pilates na lombalgia crônica: uma revisão de literatura. IN: II Jornada Científica FIB, 2007, Bauru. Anais II Jornada Científica FIB. Bauru, v. 01, p. 68-69, 2007.

  • PILATES, J. H. A obra completa de Joseph Pilates. Sua saúde e o retorno da vida pela Contrologia (coautoria de William John Miller). Tradução de Cecília Panelli. São Paulo: Phorte, 2010.

  • PIRES, D. C, SÁ C. K. C. de. Pilates: notas sobre aspectos históricos, princípios, técnicas e aplicações. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 10, n. 91, Diciembre, 2005. http://www.efdeportes.com/efd91/pilates.htm

  • RIBEIRO, A. H. da M.; FERNANDES FILHO, J.; NOVAES, J. da S. A eficácia de três exercícios abdominais para teste de resistência muscular localizada. Fitness & Performance Journal, v.1, n.1, p.37-43, 2002.

  • ROCHA, P. E. C. P. da. Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte. 3ª ed. Rio de Janeiro: Printed, 1998.

  • SILER, B. O corpo Pilates: um guia para fortalecimento, alongamento e tonificação sem o uso de maquina. Tradução Ângela dos Santos São Paulo: Summus, 2008.

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