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Decorrência do exercício físico no controle da hipertensão arterial

El resultado del ejercicio físico en el control de la hipertensión arterial

Result of physical exercise in control of hypertension: a literature review

 

*Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Educação Física

da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

**Mestre em Saúde Pública pelo Programa de Pós Graduação em Enfermagem

e Saúde da UESB. Docente do Curso de Licenciatura em Educação Física da UESB

(Brasil)

Carlos Alencar Souza Alves Junior*

carlos_uneb@hotmail.com

Mônica Costa Silva*

Poliana Freitas Brito*

Uilian Anderson de Santana Nogueira*

Ramon Missias Moreira**

ramonefisica@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A incidência de doenças crônicas, dentre elas a hipertensão tornou-se um problema de saúde pública, sendo necessárias, intervenções para sua diminuição. O presente estudo apresenta como objetivo objetivou analisar os efeitos do exercício físico regular na pressão arterial de pessoas com hipertensão. Trata-se de um estudo de caráter bibliográfico, descritivo, com cunho qualitativo, tendo como resultados a afirmação que o exercício físico aeróbico combinado com exercícios de contra resistência são o melhor meio de prevenção e possível tratamento para indivíduos com hipertensão. Neste sentido, conclui-se que a hipertensão arterial sistólica atinge patamares que demonstram a necessidade de intervenção imediata da Saúde Pública.

          Unitermos: Exercício físico. Doenças crônicas. Hipertensão.

 

Abstract

          The incidence of chronic diseases, including hypertension has become a public health problem, being necessary interventions for its reduction. The present study has the objective aimed to analyze the effects of regular exercise on blood pressure in people with hypertension. This is a study of literature, descriptive, and qualitative nature, having as result the assertion that aerobic exercise combined with exercises against resistance are the best means of prevention and possible treatment for individuals with hypertension. In this sense, it is concluded that systolic blood pressure reaches levels that demonstrate the need for immediate intervention of Public Health.

          Keywords: Exercise. Chronic disease. Hypertension.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Com o avanço tecnológico o homem se tornou cada vez mais sedentário, deste modo, ocorreu uma maior incidência de doenças crônicas. Essas doenças correspondiam a 72% de mortes no mundo, em 2001 (BRASIL, 2001). Em 2010, comprovou-se que na última década houve 70 milhões de vítimas fatais em todo o mundo, proveniente da hipertensão, tornando-se latente a necessidade de intervenção (BRASIL 2010).

    O surgimento de doenças crônicas muitas das vezes acontece prematuramente e os tratamentos dessas doenças provocam um impacto econômico para toda sociedade, devido aos altos custos. A prevenção faz-se precípua numa forma menos impactante, valendo-se principalmente do exercício físico como estratégia de diminuição dos riscos da hipertensão, a qual cresce de modo considerável.

    Neste sentido, um dos contribuintes para o impacto do crescimento de doenças crônicas refere-se também à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), considerada um grande problema de saúde pública, que em 2001 afetava de 11 a 20% da população com mais de 20 anos. Em 2010, a maior prevalência encontra-se entre os 45 a 69 anos, observando-se indivíduos de meia-idade e idosos sendo acometidos com maior freqüência (BRASIL, 2001; BRASIL 2010).

    A hipertensão causa 7,5 milhões de óbito em todo mundo, que corresponde a 12,8% de todas as mortes, e em países em desenvolvimento, como o Brasil, a preocupação deve ser maior, pois há um número crescente de mortes e um aumento de novos casos a cada ano (WHO, 2009; BRASIL 2010). A maior preocupação gira em torno das complicações associadas à hipertensão, como as cardiovasculares, encefálicas, coronarianas, renais e vasculares (BRASIL, 2006). As alterações devido à pressão podem ocasionar invalidez, o que acaba levando a grandes problemas não só para o paciente, mas também sua família.

    Deste modo, comprova-se no Brasil que as doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por 1,2 milhões de hospitalizações, estimando-se um custo aproximado de 650 milhões de dólares/ano (CIPULLO et al., 2009). Mesmo com a existência do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo gratuito e universal, os indivíduos possuem altos custos, os quais afetam a renda mensal da população que já vivem, na maioria das vezes em condições lúgubres.

    Neste contexto, a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2009) considera a hipertensão como uma doença silenciosa, porque muitas vezes não produz sintomas e é a causa de eventos cardiovasculares graves, podendo produzir até mesmo a morte, caso não seja descoberta cedo. O tratamento não medicamentoso é primordial para os pacientes por ser um método não invasivo. Com o envelhecimento há uma diferenciação na pressão arterial, resultando numa maior fragilidade, levando a complicações, e estas podem ser minoradas utilizando-se o exercício físico (BRASIL, 2010).

    A partir das premissas anteriormente descritas, este estudo objetivou analisar os efeitos do exercício físico regular na pressão arterial de pessoas com hipertensão.

Método

    O estudo constituiu-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva, qualitativa, pautada conforme levantamento da literatura especializada (artigos, revistas, livros, relatórios de pesquisa, teses e dissertações), a fim que se possa realizar uma análise do tema escolhido. Concomitante, preconiza-se a descrição das características de determinada população, estabelecendo relações entre variáveis (SEVERINO 2007; GIL 2010). O delineamento dessa revisão pautou-se na pesquisa eletrônica nas bases de dados da Scielo, Lilacs e em periódicos nacionais e internacionais, utilizando-se dos descritores: “exercício físico”, “doenças crônicas” e “hipertensão”, valendo-se de operadores booleanos “AR, OR” para o sistema de busca.

    Para isso, fez-se imprescindível uma breve abordagem sobre as doenças crônicas, com um maior enfoque na hipertensão arterial, suas possíveis causas, formas de prevenção, tratamentos (farmacológico e não farmacológicos) para, enfim, realizar discussão sobre o exercício físico e seus efeitos na PA de pessoas hipertensas.

    É importante ressaltar que para a fundamentação da análise foram utilizadas pesquisam empíricas, ou seja, pesquisas com base experimental as quais estão entre os anos de 2003 a 2013. Assim, através da análise de conteúdo categorial (BARDIN, 2011) emergiram as seguintes categorias de análise: Hipertensão no mundo, Brasil, Bahia e Jequié; fatores de riscos; hipertensão arterial e exercício físico.

Hipertensão no mundo, Brasil, Bahia e Jequié

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (2010), um em cada três adultos possui hipertensão, cerca de 600 milhões de habitantes em todo o mundo. Estimativas apontam os continentes Asiático e Africano com o menor grau de incidência de casos de hipertensão, cerca de 21,7% da população. A maior prevalência pode ser observada na América Latina com 40% da população hipertensa, sendo sua maioria idosa.

    É considerada normal a pressão arterial sistólica cujos valores são em torno de 120 mmHg a sistólica e diastólica marcando em 80 mm Hg. A hipertensão leve ou moderada possui a diastólica (mínima) entre 90-105 mmHg e sistólica (máxima) entre 140-180 mm Hg. O diagnóstico precoce proporciona grandes chances de controle da hipertensão e das doenças associadas a ela, quando as complicações já existem há um retardo da progressão (BRASIL, 2001; BRASIL, 2010).

    O número de hipertensos cresce mais a cada ano, independente de sexo, etnia, faixa etária e escolaridade, porém, uma maior prevalência da HAS pode ser observada entre os indivíduos acima de 65 anos (BRASIL, 2009).

Gráfico 1. Hipertensos no Brasil

Fonte: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL, 2009)

    No Gráfico 1 pode ser observado que a prevalência de HAS em indivíduos com até 34 anos é de 14% da população. Dos 35 aos 44 anos há um aumento de 6,9% chegando a 20,9% da população. A partir dos 45 anos há um aumento significativo de 13,6%, atingindo 34,6 da população. .

    O Ministério da Saúde, por intermédio da VIGITEL, realizou uma pesquisa nacional com o objetivo de monitorar a freqüência e a incidência dos casos de DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis, e neste caso a Hipertensão. Foi possível traçar um índice e ocorrência da HAS em todas as capitais do Brasil, dentre elas, sete servirão como parâmetros para este estudo em questão e serão mostradas no gráfico a seguir (BRASIL, 2009):

Gráfico 2. Proporção de hipertensos por capital

Fonte: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL, 2009)

    O Gráfico 2 mostra as quatro capitais com o maior índice de hipertensos e as três capitais com o menos índice.

    Rio de Janeiro (28%), Recife (27,6%), São Paulo (26,5%) e Salvador (26,2%) estão entre as maiores capitais do Brasil, com mais de 1,5 milhões de habitantes e não coincidentemente apresentam os maiores índices de hipertensos. A má alimentação e o estresse são fatores de risco e estão constantemente ligados aos quadros de HAS, é sabido que nos grandes centros urbanos e nas grandes cidades, esses dois fatores estão intrinsecamente ligados. Corroborando com tal afirmativa, as três capitais com o menor índice de hipertensos são Macapá (16,8%), Boa Vista (15,8) e Palmas (14,9%), apresentam uma população com menos de 500 mil habitantes, onde normalmente o ritmo de vida, os níveis de estresse e a busca por uma alimentação rápida – menos saudável – são menores (BRASIL, 2009).

    A HAS na região Nordeste apresenta um baixo índice de prevalência, se comparada às demais regiões do Brasil. Mais especificamente na Bahia o número de hipertensos chega a aproximadamente 1 milhão (BRASIL, 2010). O gráfico a seguir mostrará as dez cidades com o maior número de hipertensos no Estado da Bahia.

Gráfico 3. Hipertensos na Bahia

Fonte: http://www.hiperdia.datasus.gov.br

    Pode ser observado no Gráfico 3 a quantidade de habitantes hipertensos na Bahia e as dez cidades que apresentam os maiores índices de hipertensos, aproximadamente 20% do total de hipertensos do Estado. A capital Salvador apresenta 62.212 habitantes hipertensos, sendo a cidade com a maior incidência de casos de HAS, entre as dez cidades com os maiores índices, Jequié é a décima cidade com aproximadamente 8% da população, cerca de 11.792 habitantes hipertensos.

    Segundo a VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão (BRASIL, 2010), foram elaborados inquéritos populacionais em algumas cidades brasileiras os quais, indicaram que nos últimos vinte anos ocorreu uma prevalência de HAS superior a 30%. Tendo como base valores de PA ≥ 140/90 mmHg a prevalência fica em torno de 22,3% e 43,9%, obtendo uma média de 32,5%, com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos. No Brasil a prevalência entre os gêneros é maior em homens, sendo 35,8% e as mulheres 30% (BRASIL, 2010).

    A Organização Mundial da Saúde afirma que existe forte evidência que correlaciona os determinantes sociais como educação, ocupação, renda, gênero e etnia com a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e fatores de risco. A hipertensão arterial sistêmica é considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, devido agir diretamente na parede das artérias, ocasionando lesões. Enfermidades decorrentes de aterosclerose e trombose fazem parte dos fatores de risco da HAS a qual, caracteriza-se como uma das causas que reduzem a qualidade e expectativa de vida. Com isso torna-se indispensável os tratamentos farmacológicos e não farmacológicos na tentativa a redução da morbidade e mortalidade cardiovasculares (WHO, 2010).

    De acordo com Passos et al. (2006), no Brasil as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas.

    A maioria dos eventos cardiovasculares ocorre em indivíduos com alterações leves dos fatores de risco que, se deixados sem tratamento por muitos anos, podem produzir uma doença manifesta. Vários epidemiológicos e ensaios clínicos já demonstraram a drástica redução da morbimortalidade cardiovascular com o tratamento da hipertensão arterial. Existe boa evidência médica de que medidas de pressão arterial podem identificar adultos com maior risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, em razão da hipertensão (PASSOS, et al. 2006, p. 36).

    Os maiores fatores de risco globalmente conhecidos são: pressão arterial elevada, sendo responsável por 13% das mortes no mundo, tabagismo 9%, altos níveis de glicose sanguínea 6%, inatividade física, sobrepeso e obesidade 5% (WHO, 2009).

Fatores de riscos

    As pesquisas relacionadas à ocorrência de HAS referente à idade apontam um aumento progressivo e uma incidência maior em indivíduos com mais de 65 anos. A falta de atividade física, os maus hábitos alimentares, aliados ao processo natural de envelhecimento, onde as paredes dos vasos e artérias se encontram mais rígidos e menos flexíveis contribuem com esse aumento alarmante da prevalência na população acima de 64 anos (BRASIL, 2010).

    Referente ao gênero e etnia a prevalência da HAS é praticamente igual entre homens e mulheres, sendo maior nos homens até 50 anos e maior entre as mulheres a partir dos 50 anos. Em relação à etnia, os indivíduos negros apresentam uma prevalência maior, duas vezes mais que os indivíduos brancos (WESCHENFELDER; GUE, 2012)

    Os baixos níveis socioeconômicos estão diretamente ligados a maior prevalência e aos fatores de riscos. É possível notar um menor acesso aos cuidados da saúde e um baixo nível de escolaridade que estão associados aos fatores de risco (BRASIL, 2010).

    O consumo de álcool em grandes quantidades é um fator de risco e contribui para o aumento da pressão, e ainda o aumento da taxa de mortalidade cardiovascular (BRASIL, 2010).

    O consumo de sódio em excesso é considerado um fator primordial para a ocorrência da HAS. Algumas pesquisas com grupos que consomem pouco sal, mostra uma baixa ocorrência de HAS (BRASIL, 2010).

    A incidência de hipertensão arterial sistêmica, mesmo em indivíduos pré-hipertensos e o risco de mortalidade de DCV podem ser reduzidos com a prática regular de atividade física (BRASIL, 2010).

Hipertensão arterial e exercício físico

    Exercício físico consiste em uma atividade física que contém planejamento, estruturação e repetitividade, tendo como objetivo alcançar melhorias e manutenções da aptidão física (CASPERSEN, POWELL, CHRISTENSON, 1985). É uma possibilidade útil e efetiva na prevenção e/ou controle da hipertensão arterial em indivíduos que estejam em alto teor de periculosidade e que sejam acometidas por esta doença cardiovascular (DCV).

    O objetivo do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e, se possível, da mortalidade. Menos hipertensos acarretam pífios gastos no dinheiro público. Cuidá-los possibilitam anos vividos com maior capacidade funcional. Existem dois tipos de tratamento para hipertensão segundo a sociedade Brasileira de hipertensão (2010), apresentada na VI Diretrizes de Hipertensão, que são os não-medicamentosos e o medicamentosos. Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial (PA), mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais.

    O exercício físico é um dos tratamentos não-medicamentosos, e tem sido um dos mais indicados como terapia para redução dos níveis pressóricos nos hipertensos. Este além de reduzir esses níveis, diminui as doenças oriundas da hipertensão e os fatores de riscos cardiovasculares, e morte precoce devido essas complicações (FAGARD, 2006), sendo assim o exercício se torna o mais indicado para prevenção e controle da HAS (MYERS et al., 2002).

    No caso do tratamento medicamentoso, este vem com sete classes de medicamentos anti-hipertensivos que são: Beta-bloqueadores: são inibidores adrenérgicos que tornam mais lenta a frequência cardíaca e reduzem a contratilidade do miocárdio; Alfa-bloqueadores: são inibidores adrenérgicos que dilatam os vasos sanguíneos arteriais; Bloqueadores dos canais do cálcio: dilatam os vasos sanguíneos arteriais; diuréticos: causam a excreção renal de eletrólitos e de água a fim de reduzir o volume plasmático; Inibidores da ACE: induzem a dilatação dos vasos sanguíneos arteriais por inibirem a produção do hormônio vasoconstritor angiotensina por parte dos rins. Eles também são responsáveis pela retenção de sódio e de água por parte dos rins, o que expande o volume sanguíneo; Bloqueadores do receptor da angiotensina II: que bloqueiam a ação angiotensina II para relaxar os vasos sanguíneos arteriais (MCARDLE, 2008).

    Com o avanço tecnológico o homem passou a executar cada vez menos movimentos, como conseqüência a população vem se tornando sedentária, sendo assim a inatividade física resulta em um maior risco de doenças. Muitos se auto referem como inúteis, levando-os ao sedentarismo. A escassez de exercício físico, juntamente com os hábitos de vida não saudáveis são responsáveis por quase dois milhões de mortes no mundo (HALLIWILL, 2001). São apresentadas evidências na diminuição em 25% o risco de mortes em hipertensos, no geral que participam de programa de exercício físico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010), apesar da necessidade de se praticar exercício a população tem um estilo de vida sedentário e no Brasil corresponde a 80% da população (BRASIL, 2009), tornando-se incidência de doenças crônicas.

    Na a atualidade o exercício físico é utilizado para a prevenção e tratamento não farmacológico da hipertensão arterial sistémica (HAS), sendo uma ferramenta importante para o controle adequado de alguns fatores associados a esta doença, mas também é importante os cuidados que o treinador deve ter na prescrição do exercício físico para as pessoas hipertensas, ainda mais quando estas são idosas. Algumas características no processo de treinamento são importantes para conseguir os resultados que ajudem a melhorar a condição atual do paciente.

    Hernandez (2012) realizou um estudo com o objetivo de demostrar o comportamento da PA após a mudança dos estilos de vida com o exercício como componente essencial nos pacientes hipertensos, o programa de exercícios envolve principalmente atividade aeróbica misturada com trabalhos de contra resistência. O autor descreve que a PA diminuiu aproximadamente 5 -7 mm Hg apos uma sessão de exercício e se mantém até 22 horas, isto acarreta uma possível diminuição crônica de 7,4/5,8 mmHg. Após várias semanas de treinamento físico encontrou-se uma redução de 3 mmHg na pressão arterial sistólica e foi associado com uma redução de 5-9% na morbidade cardíaca de causa uma redução de 8-14% em morbidade por acidente cérebro vascular, e 4% na mortalidade por todas as causas relacionadas. Além disso, pequenos decréscimos da PAS e PAD de 2 mmHg podem reduzir o risco de acidente vascular cerebral em 14-17%, e o risco de eventos coronários, em 6-9%.

    O autor afirma que o exercício físico aeróbico combinado com exercícios de contra resistência são o melhor meio de prevenção e possível tratamento para as pessoas idosas e em geral com esta doença, porque pode reduzir os fatores de risco, frequência cardíaca, melhorar a capacidade funcional, a capacidade cardiovascular e os níveis de redução de ansiedade e depressão (HERNANDEZ, 2012).

    Marques et al. (2010) realizaram pesquisa procurando investigar o efeito agudo do exercício resistido progressivo, de diferentes segmentos corporais, na resposta pressórica de pacientes com hipertensão arterial sistêmica (HAS) controlada. O estudo foi desenvolvido com vinte e cinco pacientes (14 mulheres) entre 64,5 ± 10,8 anos de idade tratados com medicamentação e sedentários. Nas sessões de exercício resistido trabalhou- se nos seguintes grupos musculares: quadríceps femoral, grande dorsal e bíceps braquial. Controlou- se a pressão arterial em todas as visitas no repouso, imediatamente após cada série de exercício e após 5 minutos de recuperação. Os pesquisadores falam que se observou um aumento da PA imediatamente após do exercício resistido agudo e sem aumento significativo da PAD para todos os grupos musculares e intensidades avaliadas. Adicionalmente, verificou-se maior tendência à elevação da pressão sistólica quando o quadríceps femoral foi exercitado em alta intensidade.

    Os autores concluem que o exercício resistido de diferentes segmentos corporais promoveu aumentos similares e seguros dos níveis de pressão arterial sistólica, embora com tendência a maior resposta desta quando exercitados grandes grupos musculares em cargas elevadas.

    García Reza et al. (2011) fazem um estudo dirigido por enfermagem quase experimental antes e após teste sem grupo controle, seu objetivo foi analisar os benefícios de um programa de exercício físico em hipertensos. O programa proposto de 20 sessões de exercício físico de intervenção para 110 pacientes das quais 99 eram mulheres e 81,8% delas são donas de casa. O programa de exercício físico produz efeitos favoráveis na pressão arterial geral. Após da intervenção a PAS reduz significativamente em 8,28 mmHg e a PAD em 4,72 mmHg.

    Os autores concordam com que o exercício físico não só e importante para o tratamento da HAS, também é uma ferramenta para a educação e prevenção. Todos os programas de treinamento aplicados nas pesquisas mostram respostas e efeitos favoráveis para o controle e tratamento da hipertensão arterial sistêmica. As recomendações e propostas para a prescrição do exercício em pacientes hipertensos referem que se deve programar um trabalho conjunto entre as atividades aeróbicas e o trabalho de contra resistência, o programa deve ser vigilado e controlado por um profissional acompanhado de um médico preferivelmente, para garantir ao paciente melhora significativa na pressão arterial (GARCIA REZA, 2011).

    Considerações referentes aos cuidados com os pacientes dependendo do grupo de risco para fazer o teste de esforço e antes de começarem o treinamento, devem ser submetidas a uma avaliação médica. Nos hipertensos, no geral, que apresentam alto risco de ter um acidente cardiovascular, o teste deve ser feito em presença de um médico (ACSM, 2007). Se durante o teste o paciente estiver com PAS>250 mm Hg e/ou PAD >115 mm Hg o teste deve ser suspendido imediatamente (ACSM, 2007).

    Para a prescrição do exercício físico tem alguns tópicos importantes referentes à frequência, intensidade, duração e tipo, para acrescentar os benefícios durante e após do treinamento, baseada em as diretrizes da prescrição do exercício físico (ACSM, 2007). que será apresentado na tabela seguinte.

Tabela 1. Considerações para a prescrição do exercício físico

Fonte: Hipertensão e exercício físico (ACSM, 2000)

    A aplicação de um plano de treinamento estruturado com as recomendações anteriores tem uma resposta de melhorias importantes na saúde do paciente e diretamente com o controle da pressão arterial. Em médio prazo a pressão arterial em repouso apresenta uma melhoria de até 5-7 mm Hg (ACSM, 2007). Também se pode reduz a medicação anti-hipertensiva como β-bloqueadores, α-bloqueadores, bloqueadores dos canais do cálcio e vasodilatadores (ACSM, 2007).

    Por Conseguinte, comprova-se a eficácia do exercício físico na redução da pressão arterial elevada. No entanto, deve-se seguir veementemente os exercícios propostos por profissionais adequados e não excedo os limites, com o intuito de aprimorar a saúde e consequentemente, aumentar a saúde.

Conclusão

    Considerando o objetivo do presente estudo de verificar a influência da prática regular de exercício físico no controle da hipertensão arterial percebe-se que em todos os estudos analisados há uma grande preocupação com a prevalência e aglomeração de fatores de risco para doenças cardiovasculares em hipertensos. Verificou-se que o exercício físico aeróbico com intensidade leve a moderada, quando conciliado com exercícios de contra resistência demonstraram como melhor meio de prevenção tornando-se, um possível tratamento para indivíduos hipertensos. Através dessa intervenção não farmacológica presume-se, reduzir os fatores de risco, melhorar a capacidade funcional, a capacidade cardiovascular, a frequência cardíaca, bem como os níveis de ansiedade e depressão.

    De acordo com os dados levantados nesta pesquisa, entende-se que há necessidade de mais estudos a fim de esclarecer à população a importância da assistência médica periódica mesmo o indivíduo fazendo tratamento não farmacológico como a fitoterapia, bem como a prática regular de exercício físico, visto que a HAS é uma patologia assintomática e predispõe a enfermidades cardiovasculares, demonstrando a necessidade de intervenção imediata da Saúde Pública no sentido da prevenção e promoção da saúde.

Referências

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