Ciclismo nas aulas de Educação Física de alunos do 4º ano do ensino fundamental El ciclismo en las clases de Educación Física de los alumnos de 4º año de escuela primaria |
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*Curso de Pós Graduação em Educação Física Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Facisa **Professora do Curso de Pós-Graduação em Educação Física da Facisa |
Hugo Vinícius Werlang* Carmem Regina Nitsche Bianchini** (Brasil) |
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Resumo Este trabalho é resultante da conclusão do curso de Pós-Graduação em Educação Física, com o objetivo de levar aos professores o conhecimento de uma nova modalidade esportiva para ser trabalhada dentro da escola, buscando levar aos alunos mais uma oportunidade de trabalhar e melhorar sua saúde e seus hábitos diários através do aumento do nível de atividades físicas e desenvolver suas capacidades físicas. Buscou-se através do esporte mostrar os benefícios que o ciclismo trás à saúde e também conhecer todas as suas modalidades. Objetivou-se também mostrar estratégias que podem servir para trabalhar com a interdisciplinaridade e, além disso, é possível ser trabalhado desde o ensino fundamental até o ensino médio. Unitermos: Ciclismo. Atividade física. Educação Física.
Abstract This work is the result of graduation Graduate in Physical Education, with the aim of bringing teachers the knowledge of a new sport to be worked within the school, seeking to bring more students an opportunity to work and improve your health and their daily habits by increasing the level of physical activity and develop their physical abilities. We sought through sports show the benefits that cycling back to health and also meet all its forms. The objective also highlights strategies that can be used to work with interdisciplinary and, moreover, can be worked from elementary school through high school. Keywords: Cycling. Physical activity. Physical Education.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
No contexto das sociedades industrializadas e em desenvolvimento, o estilo de vida, em particular, a atividade física, tem representado cada vez mais um fator de qualidade de vida e/ou saúde de pessoas, de todas as idades e condições socioeconômicas. Também está associada à maior capacidade de trabalho físico e mental, mais entusiasmo para a vida e sensação de bem-estar, menores gastos com a saúde, menores riscos de doenças crônicas degenerativas e mortalidades precoces. (NAHAS, 1998).
A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético. Para a Organização Mundial de Saúde é necessária em todas as idades e deveria ser proporcionada a todas as crianças e adolescentes. Sugere-se também, que os programas de exercícios físicos deveriam contemplar o aspecto lúdico, agradável, de forma que tais atividades se tornassem mais atraentes levando à formação desses hábitos para toda a vida. (CASPERSEN, 1985; WHO/FIMS, 1995 apud MILBRADT, 2009).
A escola é um local importantíssimo para o desenvolvimento de estratégias de promoção da atividade física e de educação para saúde e, neste contexto, a aula de Educação Física assume papel privilegiado. Para muitas crianças, a escola se constitui na única oportunidade de acesso às práticas de atividades físicas. Porém o aumento do tempo consagrado à atividade física deverá ser conseguido, também, à custa do tempo consagrado à atividade regular fora da aula de Educação Física. (MARQUES; GAYA, 1999).
Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva, programas escolares focando em mudanças na educação e do comportamento dos alunos, devem ser realizados para incentivar o engajamento em atividades apropriadas fora do horário das aulas. Os professores de Educação Física apresentam um papel fundamental na integração de aspectos relacionados à saúde ao estilo de vida dos alunos. (ACSM, 2007).
Exercícios de baixa intensidade e longa duração são os mais indicados para pessoas que buscam melhorar o condicionamento físico e a melhora da qualidade de vida. Isso faz com que o número de adeptos a esportes como o ciclismo, seja ele indoor (aula em bicicleta ergométrica na academia) ou na rua, aumente a cada ano. Isso faz com que o ciclismo seja um dos esportes mais tradicionais no mundo, tanto em relação a número de ciclistas e triatletas profissionais como praticantes em geral. Além do caráter competitivo, o ciclismo tem se tornado uma forma de lazer bem como um excelente meio de locomoção. (ROWE, HULL; WANG, 1998; BURKE, 2000; CARMO, 2001).
O ciclismo é um esporte que pode ser realizado também para aquelas pessoas que já praticam caminhada e querem aumentar a intensidade de sua atividade física, pois é uma atividade de fácil execução e não sofre o impacto nas articulações como o causado, por exemplo, pela corrida. (MONTEIRO, 2003).
Barcellos (2004) reparou que cada vez mais pessoas estão utilizando a bicicleta, seja como meio de transporte ou para a prática de atividade física. Pedalar é saudável, relaxante e ajuda a queimar muitas calorias. Sem falar que é um excelente substituto para quem não gosta de se exercitar em academias.
Segundo Guedes e Guedes (1993) os professores devem assumir um novo papel frente à estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas, não mais uma visão de exclusividade da prática desportiva, mas, fundamentalmente, alcançarem metas em termos de promoção da saúde, através da seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos educandos, situações que os tornem crianças e jovens mais ativos fisicamente e também que possam permanecer com esse hábito saudável até a vida adulta. O incentivo a prática de caminhar e pedalar vêm sendo indicado como uma estratégia eficiente e efetiva para aumentar os níveis de atividade física na população jovem. (BERRIGAN; TROIANO; TIMPERIO; BALL et al.).
O ciclismo como tema a ser trabalhado na escola, se justifica uma vez que o mesmo pode servir como ferramenta para incentivar a prática de atividade física entre os escolares. Além disso, tal modalidade, por ser um conteúdo novo dentro das aulas de Educação Física da escola, pode propiciar uma maior prática do ciclismo também fora dela, no cotidiano dos alunos, buscando fugir dos padrões atuais das aulas de Educação física (que muitas vezes se restringem apenas aos esportes coletivos trabalhados dentro de um ginásio) e também propiciar um maior conhecimento sobre um esporte que está em constante crescimento no Brasil.
Nesse sentido, nosso objetivo é levar aos professores o conhecimento de uma nova modalidade esportiva para ser trabalhada dentro da escola, buscando levar aos alunos mais uma oportunidade de trabalhar e melhorar sua saúde e seus hábitos diários através do aumento do nível de atividades físicas. Buscamos também com essa pesquisa mostrar que com o ciclismo também é possível desenvolver as capacidades físicas dos alunos como a força, velocidade, e principalmente a resistência aeróbia, além de ser possível também trabalhar com a criatividade dos alunos e com valores como a cooperação dentro de uma equipe.
Educação Física na escola e no ensino fundamental
Darido (2003, p. 4) afirma que “a Educação Física deve propiciar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido através da interação entre o aumento da diversificação e a complexidade dos movimentos”. Mostrando que para a excelência do desenvolvimento dos alunos na Educação Física Escolar encontrou como aliados a diversificação de padrões encontrados na escola.
Porém, contrapondo padrões encontrados na escola, existem parâmetros dessa diversificação escolar com os quais devemos acompanhar com cautela, entendendo que deles possa ser aproveitado somente o que venha a contribuir para a cultura da sociedade, explica Soler (2003, p. 28):
A Educação Física Escolar pode ser um meio importante para uma tomada de consciência, [...] que possamos diminuir o número de pessoas excluídas e marginalizadas dentro da escola. Pois a escola é especialista em reforçar a competição já que não estimula a criança a amar o aprendizado, mas sim, a tirar notas cada vez mais altas. E a Educação Física, por sua vez, não valoriza a pessoa que joga, e sim o jogo, fazendo com que o jogo seja sempre mais importante que a pessoa que joga, quando na verdade deveria ser justamente o contrário.
Ainda sobre o rendimento Soler (2003, p. 93) pede que “[...] o professor deve estar preocupado com a participação de todos os alunos buscando um melhor aproveitamento de todos, fazendo com que ninguém fique de fora das atividades desenvolvidas pelo professor, deixando de lado a o rendimento esportivo”.
Recentemente Correia (2008, p. 25) completa afirmando uma evolução dessa temática:
Desses questionamentos, surgiram diversas tendências teóricas que, embora não sejam cooperativas, já demonstram uma tendência de mudança da visão esportivizada e competitivista. [...] a proposta dos jogos cooperativos evidenciase como uma das mais adequadas para o desenvolvimento da cooperação e a superação desse processo de esportivização e do mito da competição.
De acordo com PCN’s para o ensino fundamental, a sistematização de objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizagem e avaliação tem como meta a inclusão do aluno na cultura corporal de movimento, por meio da participação e reflexão concretas e efetivas. Busca-se reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais.
Em relação à utilização do espaço e à organização das atividades, deve se lançar mão de divisões em pequenos grupos, [...]. O conhecimento e o controle do corpo permitem que comecem a monitorar seu desempenho, adequando o grau de exigência e de dificuldade de algumas tarefas. Podem também, pela percepção do próprio corpo, começar a compreender as relações entre a prática de atividades corporais, o desenvolvimento das capacidades físicas e os benefícios que trazem à saúde. (PCN’s, 1998).
Atividade física e saúde e a importância do esporte na escola
A escola é um local importantíssimo para o desenvolvimento de estratégias de promoção da atividade física (AF) e de educação para saúde e, neste contexto, a aula de EF assume papel privilegiado. Para muitas crianças, a escola se constitui na única oportunidade de acesso às práticas de atividades físicas. Porém o aumento do tempo consagrado à AF deverá ser conseguido, também, à custa do tempo consagrado à atividade regular fora da aula de EF. (MARQUES; GAYA, 1999).
Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva, programas escolares focando em mudanças na educação e do comportamento dos alunos, devem ser realizados para incentivar o engajamento em atividades apropriadas fora do horário das aulas. Os professores de educação física apresentam um papel fundamental na integração de aspectos relacionados à saúde ao estilo de vida dos alunos. (ACSM, 2007).
O Esporte Educação baseia-se na formação para a cidadania e tem como cunho principal o atendimento para as crianças e adolescentes que estejam no meio escolar. Esta é uma das manifestações do esporte que compreende a divisão em: Esporte Educacional e Esporte Escolar. (TUBINO, 2007).
Esporte Educacional, segundo Tubino (2007), compreende as atividades praticadas nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade e a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para a cidadania e a prática do lazer ativo.
De acordo com Tubino (2007), a descrição do Esporte Escolar é pelo fato de ser praticado por jovens de talento que se destacam no meio escolar, com a finalidade do desenvolvimento esportivo de seus praticantes, sem perder de vista a formação para a cidadania. O que norteia esse esporte é o princípio do desenvolvimento esportivo, objetiva condições para aumentar as possibilidades e potencialidades à prática de um esporte de rendimento, oferecendo assim novas descobertas.
Caracterização do ciclismo
O ciclismo está entre as atividades esportivas com maior número de praticantes no mundo (SALAI et al., 1999) com substancial aumento na última década. (ASPLUND; ROSS, 2010).
Em termos de saúde, o ciclismo é uma atividade rítmica e cíclica. Desenvolve o sistema cardiovascular, sendo indicado para queima de gordura corporal e desenvolvimento de resistência física e muscular das pernas. Além disso, o esporte é indicado para pessoas que apresentam determinadas lesões de joelhos, quadris, coluna e que não podem caminhar. (CARPES, 2001).
De acordo com Tubino (2007) o ciclismo é um esporte disputado por equipe ou individual onde o sujeito utiliza a bicicleta para disputar corridas em estradas, pistas cobertas ou não, terrenos acidentados com aclives e declives dentre outros, permitindo também a prática do esporte-lazer. Condicionada a história da evolução da bicicleta, a história do ciclismo começaria apenas em 1855 com a introdução do pedal. Treze anos mais tarde, foi realizada a primeira competição de ciclismo no parque Saint-Cloud, em Paris numa distância de 1.200 metros.
A primeira grande prova aconteceu em 1869 no percurso Paris – Rouen, de 123 Km, vencida pelo inglês James Moore com a marca de 12 Km/h, que era impressionante na época. No ano de 1890 quando, na cidade de Paris, foi construído o primeiro velódromo, já havia cinco mil ciclistas somente na França. (CARPES; ROSSATO, 2005).
Ciclismo de estrada
O ciclismo de estrada é um esporte onde se realiza um esforço fisiológico intenso e se utiliza de uma máquina, a bicicleta, numa interação homem-máquina que não se repete em nenhum outro esporte. (D’ELIA, 2009).
É composta por duas principais categorias: resistência (provas de alta kilometragem e longa duração) e contra o relógio (vence quem fizer o menor tempo, ciclistas partem em intervalos de dois em dois minutos), (D’ELIA, 2009).
Ciclismo mountain bike
Disputadas em pista de terra e com irregularidades, o Mountain Bike possui as seguintes categorias: Cross Country (prova com grande número de subidas e descidas), Free Ride (prioriza as descidas e os saltos) e Down Hill (descida em alta velocidade), (RAVELLI, 2009).
Alguns autores consideram as competições de mountain bike cross country, eventos cuja exigência é cerca de 90% para o sistema aeróbio e de 10% para o sistema anaeróbio lático. (IMPELLIZZERI, et al., 2007).
Ciclismo BMX
Provas realizadas em pista com obstáculos e com 350m de comprimento. Compreende as categorias Racing (corrida) e Freestyle (manobras). Constitui-se por baterias de oito competidores de mesma categoria definida pela faixa etária. Estes partem alinhados do início da pista ao cair de um portão de largada “gate”. A partir daí, os pilotos dão uma volta na pista com duração média de 45 seg. e ganha quem chegar primeiro. (CBC, 1979).
Ciclismo de pista
Realizadas em piso de concreto ou madeira. Dentro da categoria existe vários tipo de prova, dentre elas: velocidade (um ciclista contra o outro); perseguição (ciclistas competem em direções opostas, vence quem cruzar o oponente primeiro); velocidade olímpica (disputada por dois times de três ciclistas cada, as equipes largam de posições opostas e a cada volta completada um integrante deixa o time e outro passa a liderá-lo). (D’ELIA, 2009).
Ciclismo indoor (Aula em bicicleta estacionária)
De acordo com Deschamps (2000 apud DOMINGUES FILHO, 2005), o ciclismo indoor (aula em bicicleta estacionária em academia) pode ser definido como uma atividade ministrada por um profissional para um grupo de indivíduos que variam em idade, sexo e aptidão física. É praticada em bicicleta estacionária, desenvolvendo treinamentos que promovem resistência aeróbia e anaeróbia, acompanhada ou não de um ritmo musical. Pode ser definido também como a prática do ciclismo em bicicletas estacionárias, realizado geralmente em academias de ginástica, com fins cardiovasculares.
O ciclismo indoor surgiu como uma nova alternativa de atividade aeróbica dentro das academias, por meio de um programa de treinamento contínuo ou intervalado, visando à manutenção e melhora do sistema cardiovascular. (MAIOR, 2005).
Segundo Maior (2005), é importante ressaltar que o Spinning, RPM, Cycle Reebok, Schwin, dentre outros, são diferentes programas de treinamento, cada qual com sua peculiaridade, mas com semelhanças nos componentes biomecânicos e fisiológicos, sempre com o intuito de satisfazer a demanda crescente por esta fatia de mercado, ou seja, a busca pelo ciclismo indoor em academias.
Cicloturismo
A relação esporte/natureza nos dizeres de Bento (1995 apud DA COSTA, 1997, p. 61) ressalta a tendência, de levar o desporto para o espaço aberto, para o ar livre, para o exterior, para a natureza.
Cicloturismo que é considerada uma das modalidades não competitivas do ciclismo, é para muitos uma atividade recreativa. (ROLDAN, 2000).
Driver et al. (1980), relata que, como boa parte dos praticantes se adapta melhor a esta modalidade por não ser competitiva, ainda assim exigirá certo grau de condicionamento físico e aptidão física dos mesmos.
Benefícios do ciclismo para a saúde
Assim como a Caminhada e a Corrida, o Ciclismo é uma modalidade indicada para pessoas de todas as idades devido a seus bons resultados no condicionamento físico e fortalecimento muscular (TUBINO, 2007).
Um dos grandes benefícios da prática de exercícios na bicicleta é a preservação das articulações e ligamentos. A baixa incidência de impacto nestas regiões torna-se ideal para quem busca uma atividade aeróbica com significativo ganho de massa muscular. Uma seção de 30 minutos diários de treinamento já mostra resultados logo nas primeiras semanas. Além das melhorias nos sistemas cardíaco, respiratório e vascular, pedalar também auxilia no combate ao stress e melhora o humor. (BARCELLOS, 2010).
O ciclismo é um ótimo esporte para queimar gordura corporal, consumindo cerca de 600 kcal em uma hora de exercício, principalmente nas provas de estrada (resistência), onde é predominantemente aeróbio (longa duração e intensidade moderada) com pequenos percursos anaeróbios (curta duração e alta intensidade), como sprints (tiros ou piques rápidos) para decidir o vencedor (BARCELLOS, 2004).
Monteiro (2003) reparou que cada vez mais pessoas estão utilizando a bicicleta, seja como meio de transporte ou para a prática de atividade física. Pedalar é saudável, relaxante e ajuda a queimar muitas calorias. Sem falar que é um excelente substituto para quem não gosta de se exercitar em academias.
Além de emagrecer e melhorar o fôlego, Barcellos (2004), salienta que o exercício enrijece pernas e bumbum. E o abdômen também se fortalece para sustentar o corpo na postura correta.
Segundo especialistas, as pessoas que andam de bicicleta regularmente poupam muitas visitas ao médico, sem falar que o exercício auxilia pessoas que sofrem de dores nas costas, excesso de peso ou doenças cardiovasculares. Pedalar também ajuda a reduzir o colesterol e a pressão arterial; a controlar o diabetes; fortalece e define os músculos dos membros inferiores; aumenta a capacidade cardiorrespiratória, fortalecendo pulmões e coração; alivia o estresse e as tensões.
Hoje, a bicicleta é um dos veículos mais populares do mundo em razão de uma feliz combinação entre eficiência, simplicidade, baixo custo operacional e versatilidade. Esses fatores proporcionam ás pessoas uma atividade física saudável, podendo, ser, a bicicleta, um meio de transporte, de lazer ou de esporte (D’ELIA, 2009).
Para Samulski (1995), todas as pessoas que praticam um esporte têm um objetivo pessoal, mas todos com algo em comum, possuem uma motivação para a prática desse esporte. Existe uma hierarquia dos motivos, alguns ligados ao organismo, os quais são relacionados os motivos fisiológicos ou vitais. São pertencentes a esse nível os motivos da saúde e os de terem boas capacidades efetivas, tanto físicas como psíquicas. Motivos que são da personalidade, onde o êxito, rendimento e de auto realização são fundamentais. E o nível social o qual pertence o motivo do reconhecimento social e de poder e motivos éticos e estéticos.
Segundo Vieira e Freitas (2007), a vida sobre rodas transformou por completo o cotidiano do homem. Ao unir duas delas e ligá-las por uma espécie de trave capaz de transportá-lo de um ponto a outro, revolucionando sua rotina, sendo um dos mais populares veículos do planeta. Estima-se que, em todo mundo, mais de 1 bilhão de bicicletas estejam em circulação.
Com a popularidade das bicicletas e o aparecimento das competições que podem durar horas até dias, levou o ciclismo a profissionalização. Pedalar ficou ainda mais fácil para pessoas de qualquer idade e condições física, havendo uma revolução tecnológica no ramo de peças e acessórios. Com estilos modernos e mais confortáveis, materiais mais leves e com grande recurso de câmbio (com 18 marchas as mais populares e com 27 para modelos de competição), essas máquinas vieram para conquistar tanto um público exigente em termo de desempenho (esporte competitivo), como usuários não atletas de cidades do interior e das grandes capitais que a usam como meio de locomoção ou visam apenas ao lazer ativo e saúde (XAVIER; GIUSTINA; CARMINATTI, 2000).
Estudos realizados por Xavier, Giustina e Carminatti (2000) constataram em suas pesquisas que, quando a atividade é praticada ao ar livre, como no caso ciclismo, esta se torna mais agradável pela maior velocidade alcançada se comparada com as caminhadas e corridas, como também, pelo menor incremento na temperatura corporal na prática do exercício (dissipação de calor por convecção), além de permitir um maior contato com a natureza e de ter uma variada diversificação de paisagem, auxiliando na diminuição do stress e das tensões do dia a dia.
Segundo Martins (2007), o ciclismo proporciona os seguintes benefícios:
Queima de gordura corporal
Combate à obesidade
Lubrificação das articulações, com baixo impacto
Diminuição do estresse
Aumenta a qualidade de vida
Bem-estar
Melhora das capacidades físicas
Fortalecimento dos músculos dos membros inferiores
Melhora o condicionamento físico
Melhora o funcionamento do sistema respiratório
Melhora o funcionamento do sistema cardíaco
Melhora o funcionamento do sistema vascular
Ajuda no controle do diabetes.
Conclusão
Através da realização dessa pesquisa, foi possível identificar que é possível sim trabalhar com o ciclismo dentro da escola, uma vez que cabe apenas aos professores ir atrás do conteúdo, possibilitando aos alunos mais uma oportunidade de se conhecer através do desenvolvimento de suas capacidades físicas, melhorando e aumentando o seu nível de atividades físicas e contribuindo para uma melhor qualidade de vida e saúde, com um novo esporte dentro do ambiente escolar.
Além de ser trabalhado apenas com aulas práticas, o ciclismo também pode ser trabalhado através da realização de maquetes e desenhos sobre as modalidades, podendo assim ser realizado um trabalho interdisciplinar com a disciplina de artes por exemplo.
Por ser um esporte que também tem relação com o trânsito e com o meio ambiente, é dever dos professores trabalhar com os educandos sobre a cidadania, fazendo com que os alunos conheçam e aprendam a importância da educação no trânsito através do conhecimento de suas leis.
Em relação com o meio ambiente ainda podemos ligar a disciplina de Educação física com a disciplina de ciências, aonde é possível realizarmos trilhas em lugares onde podem ser encontradas diferentes espécies de animais e uma grande variedade de plantas, por exemplo, despertando nos alunos o interesse pela prática esportiva e pelo estudo da ciência. Neste mesmo momento podemos fazer uma relação com a disciplina de geografia, analisando os tipos de solo e o relevo.
Outra forma de trabalhar com o ciclismo na escola pode ser através de corridas, buscando desenvolver a força, potência, velocidade, resistência aeróbia e anaeróbia, capacidades físicas estas que também são desenvolvidas dentro do ciclismo. Dessa maneira é possível suprir a falta de bicicletas para todos os alunos, fazendo com que nenhum deles fique sem fazer a aula.
Assim sendo é possível concluir que o ciclismo através de suas modalidades e principalmente pelos seus inúmeros benefícios para a saúde não só pode como deve ser trabalhado dentro da escola, fazendo com que os alunos criem hábitos saudáveis que possam ser levados para toda vida, a fim de que possam futuramente ser pessoas ativas sempre em busca de uma melhor saúde e qualidade de vida.
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