Biossegurança nos serviços de saúde Bioseguridad en los servicios de salud |
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*Acadêmico do 6º período do Curso de Graduação em Enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE. Estudante vinculado ao Programa de Iniciação Científica - Bolsista. **Acadêmicas do 5º período do Curso de Graduação em Enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE. Estudantes vinculadas ao Programa de Iniciação Científica - Voluntário. ***Graduação em Filosofia
(Faculdade Batista Brasileira - FBB), Biologia (Faculdade ****Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde - Unimontes. Professora do Curso de Enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE), Faculdade de Saúde Ibituruna (FASI) Professora designada da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). *****Enfermeiro. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unimontes. Professor do Curso de Enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) Faculdade de Saúde Ibituruna (FASI) e Professor designado da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) |
Renê Ferreira Silva-Junior* Janine Teixeira Garcia** Mirelly Cristie Antunes Cabral** Fernando Soares Almeida*** Marisa Alves Barbosa Teles**** Henrique Andrade Barbosa***** (Brasil) |
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Resumo Biossegurança é conceituada como um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos intrínsecos às atividades que possam prejudicar a saúde humana, animal e o meio ambiente. Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa referente ao tema biossegurança. O trabalho objetivou enriquecer os horizontes dos conhecimentos sobre biossegurança e ressaltar a importância dos profissionais de saúde quanto ao conhecimento, reflexão e o agir conforme as normas de biossegurança vigentes. Foi utilizado como método a revisão integrativa da literatura quando foram utilizados, para a análise, artigos de periódicos indexados que referiam ao tema, publicados nos últimos cinco anos. A partir dos resultados encontrados obteve-se as afirmações da relevância da conscientização e reflexão dos profissionais com relação à biossegurança, afim de que sejam tomadas condutas de proteção adequadas. Conclui-se que o estudo poderá contribuir para somar no espectro de conhecimento dos profissionais referente às medidas de biossegurança e possibilitar a elaboração de novas pesquisas relacionadas com a temática. Unitermos: Biossegurança. Enfermagem. Material biológico.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Biossegurança é conceituada como um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos intrínsecos às atividades que possam prejudicar a saúde humana, animal e o meio ambiente. Isso se relaciona ao contexto Lei Nº 11.105 de 25 de março de 2005 que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança, revogando a Lei Nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e cria a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio (BRASIL, 2005).
Segundo Rocha, Bessa e Almeida (2012), desde o término do século XX, ageração de conhecimento em todas as disciplinas tornou-se intensa, resultado da gradual progressão da unificação entre ciência, tecnologia, trabalho e cultura, produzindo objetos novos e campos do conhecimento científico. Nesse contexto surge o campo da biossegurança, que almeja a analisar eticamente interfaces relacionadas à adesão de condutas laborais seguras e preocupações ambientais de espectro abrangente, englobando diversas vertentes referentes à segurança do ambiente e da saúde humana.
Carvalho et al. (2009) dizem que na prevenção da contaminação por agentes infecciosos, é recomendável que os trabalhadores da área da saúde adotem condutas de biossegurança, em especial os que atuam em áreas insalubres, com risco variável. Dizem ainda que o emprego de práticas seguras como a utilização de jaleco, minimiza significativamente risco de acidente ocupacional, sendo importante também a conscientização dos trabalhadores para o uso de técnicas assépticas e o regimento de normas, condutas e procedimentos que garantam ao trabalhador e ao paciente um tratamento sem risco de contaminação.
Faz-se pertinente que os educadores busquem incentivar e sensibilizar os trabalhadores de saúde em especial os futuros profissionais para os preceitos da biossegurança. Os debates e evoluções que foram possíveis através do estudo da biossegurança são relativamente atuais e se tem como base aspectos históricos da saúde, sendo que traz consigo desafios não só à equipe de saúde, mas também na confecção do conhecimento dos profissionais da saúde, especialmente os enfermeiros que agem através do seus cuidados na atenção as pessoas (CARARRO et al., 2012).
Baseando-se em estudo com 18 enfermeiros trabalhadores em áreas críticas num hospital público de Teresina, afirma-se que os enfermeiros consideram a biossegurança de extrema relevância para a execução de suas atividades profissionais. De tal maneira a relaciona a proteção dos profissionais e dos pacientes contra agentes infecciosos. Concluem que esses trabalhadores são favoráveis à aplicação das normas de biossegurança, mas em contrapartida observa que há certa neutralidade de alguns profissionais e adoção parcial dessas normas devido a dificuldades encontradas no ambiente de trabalho (VALLE et al., 2012).
Valle et al. (2008) salientam que é relevante que nos serviços de saúde, especialmente a urgência e emergência, parcela significativa dos acidentes envolvendo trabalhadores da saúde se deve à não consonância e observância das normas de segurança.
Pinheiro e Zeitoune (2008) alertam que o profissional de enfermagem durante o cuidado ao paciente não deve esquecer-se de cuidar de si próprio, e isto não pode ocorrer só após adquirir-se uma doença. Esse profissional deve ter conhecimento que atua numa profissão que possui grande risco de acidentes com material pérfuro-cortante. Divergindo do que a acontece nas outras profissões, tais riscos não são imediatos, já que este trabalhador estará exposto a um dano que pode ser detectado meses ou anos pós-exposição ao risco, como no exemplo da hepatite B. De acordo com Campos, Vilar e Vilar (2011) levando-se em consideração a epidemiologia os vírus hepatite B e C e o HIV são os agentes mais relevantes nas exposições ocupacionais.
Mesmo as infecções sendo constantes, como exemplos; as infecções pós-cirúrgicas, transmissão da hepatite B, herpes simples e outras diversas, os trabalhadores de enfermagem, nem sempre estiveram alerta desse fato e propensos a tomar como condutas os meios pertinentes para eliminar e minimizar os riscos para os pacientes e para eles próprios (VALLE et al., 2008). Simão et al. (2010) relatam que outro agravante do risco entre profissionais de saúde, é contato direto desses trabalhadores com os microorganismos, transmitidos por meio de focos de infecções sem identificação, como pacientes sem diagnóstico certo ou também falhas estruturais que são encontrados em instituições hospitalares. Este contato ocorre habitualmente no desenvolver do cuidado de enfermagem.
É relevante considerar os princípios de biossegurança no cuidado aos pacientes e no tratamento de seus fluidos, e também no manejo de seus objetos contaminados em todos os momentos da assistência e não tão só quando o paciente-fonte é confirmadamente portador de alguma patologia transmissível (GALLAS e FONTONA, 2010).
A adesão de medidas elementares tais como a higienização das mãos, uso correto de equipamento de proteção individual, imunização dos profissionais, manuseio e descarte apropriado de instrumentos pérfuro-cortantes são primordiais para reduzir a exposição do profissional aos fluídos corporais e artefatos pérfuro-cortantes. (CÂMARA et al., 2011).
A ausência à aderência as condutas de precaução padrão pelos trabalhadores pode trazer como conseqüência exposição a material biológico, maximizando os riscos de contaminação por microorganismos com potencialidade de causar infecções, assim podendo determinar faltas no trabalho temporárias ou permanentes ou até mesmo invalidez (OLIVEIRA, MACHADO e GAMA; 2013).
Em pesquisa de Gallas e Fontana (2010) com 20 técnicos de enfermagem em um hospital de grande porte na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, foi encontrado que estes profissionais possuem ciência dos riscos aos quais estão expostos devido as suas atividades de trabalho, entretanto mesmo com os EPI's sendo disponibilizados pelo empregador, a maioria dos entrevistados relataram não usarem. Ao negligenciar o uso de EPI, o profissional expõe a si e aos outros, especialmente quando tem conhecimento e consciência da relevância da utilização.
Segundo Valle et al.; (2008) em área de saúde, a biossegurança permeia reflexões a partir dos profissionais, enfaticamente os que atuam nas áreas críticas das unidades hospitalares, já vez que estão mais propensos a adquirir afecções advindas de acidentes de trabalho, por meio da realização de procedimentos que envolvam riscos biológicos, físicos, químicos, psicossociais e ergômetros.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) são órgãos que medeiam ações baseadas nos preceitos da biossegurança. Em analise de Penteado e Oliveira (2010) com 25 hospitais da Bahia, foi encontrado que 19 deles (76%) possuíam CCIH. Todas as instituições hospitalares privadas (sete) tinham, formalmente, constituídas as CCIH’s, nos hospitais públicos (12) e filantrópicos (seis), estavam presentes na proporção de 66,7%. Somente três hospitais (12%) possuíam CIPA’s e dessas ao menos um dos seus representantes realizou curso/treinamento em biossegurança.
Em análise com 14 profissionais da enfermagem do setor de Infectologia de um hospital de Campina Grande-PB, Campos, Vilar e Vilar (2012) constataram que logo após acidente com material biológico 92,9% deles lavaram o local com água e sabão, conduta tida como correta. Os autores encontraram ainda que no setor de Infectologia não existia manual de precações padrão, para normatização das condutas de biossegurança, sendo todos os profissionais favoráveis a sua implementação.
Em hipótese de acidente envolvendo material biológico para as condutas dispensadas pós-acidente deve-se levar em consideração as condições do acidente, se o paciente-fonte é conhecido ou não e sua condição de imunização no que diz respeito à hepatite B, o volume de sangue, calibre da agulha e sangue visível no dispositivo, às condições da lesão, o estado vacinal e imunológico do profissional (BRASIL; 2008).
Recomendam-se, como primeira conduta pós-exposição a material biológico, os cuidados imediatos com a região acometida. Tais medidas incluem a lavagem exaustiva da região exposta com água e sabão, nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. Nas exposições de mucosas, deve-se lavá-las exaustivamente com água ou com solução salina fisiológica. São contraindicadas condutas que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e o uso de soluções irritantes, como éter, hipoclorito ou glutaraldeído. (BRASIL, 2008)
Tendo em vista que ao executar seus cuidados os profissionais de saúde entram em contanto direto e/ou indireto com os pacientes bem como os seus fluidos biológicos e que esses representam potencialidade de contaminação, esse estudo se apresenta relevante à proteção da equipe de saúde e do próprio paciente, já que discorre sobre a biossegurança nos serviços de saúde. Esse estudo teve como objetivo de ressaltar a importância dos profissionais de saúde quanto ao conhecimento, reflexão e o agir conforme as normas de biossegurança vigentes.
Materiais e métodos
O presente estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa de literatura. Os sujeitos da pesquisa foram os principais trabalhos científicos publicados nos últimos cinco anos, composto por texto completo, disponibilizado em língua portuguesa e artigos que abordassem a biossegurança no contexto do cuidado. Foram selecionados 14 artigos, incluindo-se estudos com abordagem qualitativa-exploratória, apenas qualitativa, apenas exploratória, revisão, revisão narrativa, exploratória-descritiva, debate, quantitativa, descritiva exploratória e posteriormente analisados. A coleta dos dados procedeu-se no mês de agosto de 2013, em fontes secundárias de bancos de dados eletrônicos, a partir da Base de Dados em Enfermagem (BDENF) Scientific EletronicLibrary Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) orientados pelos seguintes descritores: biossegurança e biossegurança e enfermagem.
Resultados e discussão
A temática da biossegurança tem trazido à tona freqüentes debates no âmbito da comunidade científica brasileira, tendo como conseqüências a maximização dos conhecimentos referente a este tema, de forma que ultrapasse as barreiras de sua dimensão unicamente biológica, direcionada para o controle e produção de organismos geneticamente modificados. Assim, é essencial que as discussões entre os estudiosos estejam interligadas também à promoção da saúde no dia-a-dia do trabalho, na tentativa de alertar uma consciência dos trabalhadores para o risco da transmissão de agentes infecciosos si próprios, para os pacientes e ao ambiente (VALLE et al., 2012).
Categoria 1. Importância dos profissionais de saúde na biossegurança
O profissional de saúde deve agir em consonância com as normas da biossegurança, uma vez que tais condutas são determinantes na minimização dos riscos para se adquirir afecções no desenvolver de seu trabalho; o profissional atua com responsabilidade e em conseqüência se torna um educador no ambiente de trabalho. Com os preceitos de proteção ao trabalhador por meio das normas de biossegurança foi aprovada a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) que dispõe sobre as diretrizes básicas para implantação de mediadas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência em saúde em geral. Essa norma orienta as ações de proteção a saúde do trabalhador, que estão baseadas na biossegurança, como o Programa de Prevenções de Riscos Ambientais (PPRA), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), medidas de proteção aos riscos biológicos, químicos e outros, a vacinação, a vestimenta, a capacitação dos profissionais, dos gazes medicinais, dos produtos quimioterápicos, radionizantes e ionizantes e outras; traz consigo o entendimento de que o profissional de saúde esta exposto a vários riscos e que eles devem ser minimizados ou extintos. A Norma Regulamentadora 32 reconhece a relevância do profissional enquanto multiplicador das normas de biossegurança e também dita como esse processo deve acontecer (BRASIL; 2005).
Categoria 2. Conhecimento dos profissionais de saúde quanto às normas de biossegurança vigentes
Como ressalta Bonis e Costa (2009), a biossegurança não possui um fim dado apenas nas normas de prevenção e controle; a sua amplitude científica carece dos indivíduos formação educacional em conformidade para a compreensão e aplicação dos seus objetivos.
Em estudo de Simão et al. (2010) com 60 auxiliares de enfermagem, 16 técnicos de enfermagem e 25 enfermeiros em hospital público da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro atuantes no campo de emergências hospitalares foi observado que os fatores associados aos acidentes com material biológico foram; necessidade de agilidade para desempenho das tarefas (57,7%), cansaço físico e mental (23,1%), ausência de EPI (11,5%) e por fim pouca experiência do profissional (7,7%). Encontraram ainda referente às causas de acidentes; reencape (38,6%), movimentação do paciente no leito (29,5%), ocasionado por outros (22,7%), por descarte incorreto (4,5%) e falta ou uso incorreto de EPI (4,6%). Desde a graduação, o estudante das ciências da saúde deve ser alertado para os riscos que está exposto no seu cotidiano, salientado que a biossegurança é um conjunto de estratégias que visa a sua proteção, do seu paciente e do ambiente que o cerca; condutas consideradas incorretas, por aumentar as chances de acidentes, devem ser extintas como reencape de agulha, descarte incorreto de materiais pérfuro-cortantes, uso incorreto ou ausência de equipamento de proteção individual e coletivo, dentre outros.
Categoria 3. Reflexões dos profissionais de saúde quanto a biossegurança
Os avanços na genética, biologia molecular e celular, trouxeram conseqüências benéficas à humanidade, por outro lado também apresentam desafios no que tange a seu manejo e direcionamento; a biossegurança se mostra como aliada nesse processo, desde o laboratório de análises clínicas até beira do leito. O eixo da biossegurança se traduz na busca pelo controle dos riscos que o trabalho e a evolução científica / tecnológica podem acarretar à natureza e à vida no planeta (ROCHA, BESSA e ALMEIDA, 2012).
Segundo Valle et al. (2012) a garantia de uma eficaz segurança nos serviços de saúde representa um desafio sim pela exposição freqüente aos riscos ocupacionais e também dos riscos de infecções cruzadas. Ainda com dificuldades apresentadas e de muitas opiniões e imagens tendenciosas que envolvem as unidades públicas de saúde, se torna possível encarar esses problemas maleando a situação, onde gestores e profissionais adotarem as normas de biossegurança de maneira integrada, vinculando também paciente e família nas práticas do cuidar. O profissional tende muitas vezes a menosprezar as condutas de biossegurança, negligenciando sua importância, pois não possui a perspectiva de que seu cuidado pode trazer benefícios, mas também pode acarretar risco e falhas, idéias que emergencialmente devem ser abolidas, pois refletem na segurança do paciente e da equipe.
É indispensável dar importância às variadas evidências de que os trabalhadores que atuam na área da saúde, especificamente, em hospitais, estão expostos a adquirir infecções, em particular às hepatites B e C, a AIDS e a tuberculose. As duas iniciais pelas incidências que podem ser altas e subnotificadas; a AIDS pela característica de doença fatal e a tuberculose, por suas variadas conseqüências sobre a vida dos profissionais (PENTEADO; OLIVEIRA, 2010).
Categoria 4. Ações de biossegurança dos profissionais de saúde
A incidência média de soroconversão, pós-exposição percutânea com sangue sabidamente contaminado pelo vírus da hepatite C (VHC), é de 0,5-1,8% (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION; 2001; HENDERSON; 2003; JAGGER; 2002 apud BRASIL; 2008) A média estimada, do risco de transmissão do HIV, é de 0,3% nos acidentes percutâneos envolvendo sangue. O risco de transmissão do HIV pós-exposição ocupacional mucocutânea ou mucosa é estimado em 0,03% (IPPOLITO et al.; 1999 apud BRASIL; 2008). Estudos mostram que, em acidentes com envolvimento de sangue sabidamente infectado pelo vírus da hepatite B (VHB), em alta taxa de replicação viral, o risco de hepatite clínica esta em torno de 22% e 31% e o da evidência sorológica de contaminação, de 37% a 62%. Casos que o paciente-fonte possui nível de replicação viral baixa, o risco de hepatite clínica representa de 1% a 6%, e o de soroconversão, de 23% a 37% (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION; 2001 apud BRASIL; 2008).
As medidas de proteção padrão são; lavagem simples das mãos que é uma medida simples e que tem alta eficiência contra a disseminação de patógenos, removendo sujidades visíveis ou não, devendo ser realizada antes e após os procedimentos e contato com o paciente, o manejo correto dos artefatos e materiais pérfuro-cortantes ou não, a limpeza do ambiente e dos equipamentos, o direcionado adequado de roupas e instrumentos do paciente, a vacinação contra hepatite B e tétano e o uso de equipamento de proteção individual e coletiva de forma correta (BRASIL, 2008).
Quadro 1. Equipamento de Proteção Individual segundo o procedimento de enfermagem a ser realizado
Considerações finais
Os estudos aqui analisados são unânimes em afirmar que a biossegurança é a perspectiva para a proteção dos profissionais de saúde e do paciente.
Nas atividades do campo da saúde, os riscos são constantes, especialmente os biológicos, que podem advim dos pacientes, nesse sentido o profissional deve ter ciência de que as normas de biossegurança são pertinentes para a proteção do ambiente, dele próprio e dos pacientes assistidos. Assim os trabalhadores de saúde devem refletir nos seus cuidados as normas de biossegurança, e por fim diminuir as possibilidades de infecção cruzada e outras injúrias.
Ressalta-se que as questões de biossegurança tenham de perfazer a vida do profissional desde sua graduação, o que aperfeiçoará suas condutas frente aos pacientes. Por conseguinte, o enfermeiro enquanto profissional que tem o contato constante com o paciente e seus fluidos deve agir conforme as normas de biossegurança e enquanto educador estimular sua equipe quanto à reflexão e conscientização da não consonância a tais normativas e seus riscos.
Tal trabalho abre caminhos para que novas pesquisas e abordagens sobre a temática sejam exploradas, já que o tema traz impactos significativos para os profissionais de saúde.
Referências
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