Atividade física orientada no ambiente doméstico para a terceira idade em benefício da qualidade de vida La actividad física orientada al ámbito doméstico para la tercera edad en beneficio de la calidad de vida Physical activity oriented in the home for the elderly in favor of the quality of life
	*Graduada em Educação Física, FIC **Orientador, Mestre em Saúde Coletiva. Professor Adjunto da Faculdade Católica do Ceará-FCC e Faculdade Metropolitana de Fortaleza (FAMETRO) Fortaleza, CE	Renata Maria Nogueira Santos* Demétrius Cavalcanti Brandão** demetriuscb@yahoo.com.br (Brasil)
	Resumo           A boa saúde física é a condição básica para ter boa aparência, sentir-se bem e ter reservas necessárias para usufruir de uma velhice mais tranqüila. O objetivo principal da pesquisa é de investigar o benefício da atividade física para a terceira idade orientada em ambiente doméstico na promoção da qualidade de vida. O objetivo específico foi identificar os fatores que motivam os idosos a praticarem atividade física dentro do ambiente doméstico. A metodologia do estudo é analítico descritivo-exploratório com 20 idosos com idade acima de 60 anos, que praticam atividade física dentro do ambiente doméstico orientado por profissionais de educação física, que oferecem serviço de personal trainer. Os idosos entrevistados foram selecionados de forma aleatória. Foram incluídos idosos que praticam atividade física em ambiente doméstico e que estavam presentes nos dias determinados para a aplicação do questionário. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado. O resultado da pesquisa, como já era esperado, reforça a premissa de que os idosos podem ser engajados em programas de treinamento de atividade física orientado em ambiente doméstico como manutenção da saúde e contribuição à qualidade de vida. Conclui-se que a falta de atividade física na terceira idade é uma das causas do enfraquecimento dos ossos, logo, da diminuição da força muscular e da resistência física, da possibilidade de sofrer pequenos acidentes dentro de casa, da conseqüente dependência de outra pessoa na execução de algumas funções, além da perda da qualidade de vida.           Unitermos: Atividade física. Terceira idade. Qualidade de vida.   Abstract           Good physical health is the basic condition to look good, feel good and have reserves necessary to enjoy a more peaceful age. The main objective of the research is to investigate the benefit of physical activity for seniors-oriented home environment in promoting quality of life. The specific objective was to identify factors that motivate older people to practice physical activity within the home environment. The methodology is descriptive and exploratory study of 20 elderly aged over 60 years and does physical activity within the home environment-oriented physical education professionals, which provide personal trainers. The elderly interviewed were selected randomly. The study included individuals who practice physical activity in the domestic environment and that were present on certain days to the questionnaire. Was used as a tool for collecting data a structured questionnaire. The search result, as expected, it reinforces the premise that older adults can be engaged in training programs of physical activity-oriented environment in domestic and maintenance of health and contribution to the quality of life. We conclude that the lack of physical activity in old age is a cause of the weakening of the bones, so the decline in muscle strength and endurance, the ability to suffer minor accidents in the house, the resulting dependence on another person in implementation of some functions, besides loss of quality of life.           Keywords: Activity. Elderly. Quality of life.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O processo de envelhecimento é comum a todo ser humano e com o desenvolvimento da medicina, da tecnologia e do estilo de vida, a população mundial se apresenta cada vez com mais idade trazendo consigo os problemas decorrentes deste processo. Pelo critério da Organização Mundial de Saúde – OMS (2003), o idoso é uma pessoa de 60 anos ou mais para os países em desenvolvimento e 65 anos ou mais para países desenvolvidos. Diante desta demarcação etária nos deparamos com uma população que entra cada vez mais como um problema social, tornando-se, atualmente um assunto público e amplamente discutido.

    O envelhecimento é um processo lento e gradual, com o passar dos anos o indivíduo começa a perder os reflexos e a forma física que tinha na juventude. Envelhecer bem é um privilégio para poucos, feliz daqueles que alcançam essa dádiva.

    Ao chegar nessa fase é importante que esse idoso tenha uma boa saúde, mas para consegui-la é preciso que ele busque hábitos de vida saudável, como fazer atividades físicas regularmente, com orientação de um profissional, ter uma alimentação equilibrada e fazer exames de rotina periodicamente.

    Com o aumento da expectativa de vida da população e a conseqüente diminuição na taxa de natalidade, a pirâmide etária está se invertendo, devido ao número cada vez maior de pessoas chegando à terceira idade. Em conseqüência desse crescimento na população idosa, o governo está adotando campanhas preventivas através do Sistema Único de Saúde – SUS, contra diversos males que acometem esses indivíduos, diminuindo os gastos com doenças que afetam a terceira idade (FORTEZ, 2000).

    A velhice possui características próprias que obriga aos que a estudam a levar em consideração o envelhecimento com múltiplas dimensões que abrangem questões de ordem social, política, cultural e econômicas.

    Vale lembrar que o artigo 3º do estatuto do idoso traz a seguinte proposta:

    (..) É obrigação da família, da comunidade, da sociedade, e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (Art. 3º, ESTATUTO DO IDOSO, 2003).

    Nesse sentido, é imprescindível que se crie espaços onde todas as pessoas sintam-se incluídas, que permitam a adaptação de qualquer indivíduo, até mesmo aqueles que apresentam perdas funcionais – espaços acessíveis que atendam aos princípios do desenho universal. Ambientes com acessibilidade que atendam, diferentemente, uma variedade de necessidades dos usuários, tornando possível uma maior autonomia e independência. Entendendo-se autonomia, como a capacidade do indivíduo de desfrutar dos espaços e elementos espontaneamente, segundo sua vontade e independência como a capacidade de usufruir os ambientes, sem precisar de ajuda.

    Por outro lado, sabe-se que o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de alterações fisiológicas ocorridas no organismo, bem como pelo surgimento de doenças crônico-degenerativas advindas de hábitos de vida inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividade laboral, ausência de atividade física regular, etc.). Assim, as capacidades físicas, as modificações anátomo-fisiológicas, as alterações psicossociais e cognitivas, são regredidas ao decorrer do processo de envelhecimento (GOLDFARB, 1998).

    Em virtude das alterações anátomo-fisiológicas, psicossociais e cognitivas do processo de envelhecimento, acredita-se que a participação do idoso em programas de exercício físico regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças como diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (CAMPOS, 2002).

    Sabe-se que os exercícios corretamente prescritos, acompanhados e orientados por um profissional, desempenham importante papel na prevenção, conservação e recuperação da capacidade funcional dos indivíduos, repercutindo positivamente em sua saúde. Estes não farão parar o processo de envelhecimento, mas, poderão retardar o aparecimento de complicações, interferindo positivamente no seu bem-estar.

    A atividade física protelará o processo de envelhecimento e trará benefícios anátomo-fisiológicos, cognitivos e sócio-afetivos aos idosos, tornando-os mais sadios (ausência de doença), independentes, sociáveis e eficientes, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida.

    Acredita-se, através da leitura de até então encontrada, que um programa de treinamento de atividade física no ambiente doméstico, bem elaborado e orientado por um profissional de Educação Física pode resultar em inúmeros benefícios para o sistema muscular dos idosos dentre eles: o aumento de força muscular, pequeno aumento da potência muscular, aumento das fibras musculares, pequeno aumento da área de secção transversal, diminuição dos níveis de dor muscular, diminuição da gordura intramuscular, melhorias dos fatores neurais, diminuição de lesões causadas por quedas, aumento da capacidade funcional, melhoria da postura geral, aumento da agilidade e aumento da resistência. Esta relação de benefícios tende aumentar conforme os estudos forem evidenciando melhorias para a qualidade de vida do idoso.

    A velhice não é uma escolha, mas um estágio evolutivo, uma fase da vida da pessoa, e para se ter uma velhice mais saudável, é importante saber viver; com alguns cuidados básicos e muita atenção aos sintomas corporais, os idosos poderão desfrutar ainda por muito tempo as boas coisas da vida.

    Dormir cedo e acordar cedo, praticar exercícios compatíveis com a idade, fazer alongamentos, tomar sol em horários adequados, alimentar-se bem, andar diariamente, cuidar da higiene pessoal, manter o peso sem exagerar; o equilíbrio em tudo significa inteligência e bom senso, no entanto, poucas pessoas fazem.

    A prática sistemática e contínua de atividades corporais proporcionarão ao idoso redescobrir suas possibilidades de movimentação, restabelecendo sua auto-imagem e estima. Assim, evidencia-se uma mudança que extrapola o quadro físico e abrange também o social e psicológico.

    A escolha do tema justifica-se pela importância de se trabalhar cada vez mais com a terceira idade, visto que a população brasileira vem envelhecendo gradualmente e pela relevância de se promover maior qualidade de vida por meio da atividade física nessa fase, buscando sempre se atualizar e criar novos meios de desenvolvê-las dentro e fora do ambiente doméstico, podendo atender inclusive idosos com limitações físicas ou psicológicas.

Material e métodos

    Estudo Analítico descritivo-exploratório porque focaliza o desejo de conhecer fatos, entender problemas e situar-se ante a realidade. Partindo de objetivos e hipóteses, aprofundar-se-á no estudo, buscando maior conhecimento e, através do levantamento de dados, aplicação prática.

    Conforme assinala Alves e Gewandsznajder (1999, p.70), no estudo exploratório parte-se de uma hipótese e aprofunda-se o estudo nos limites de uma realidade específica buscando antecedentes, maior conhecimento para, em seguida, planejar uma pesquisa descritiva ou do tipo experimental. O estudo descritivo pretende descrever com exatidão os fatos e fenômenos dos e determinada realidade. Podem estabelecer relações entre variáveis.

    A pesquisa foi realizada com 20 idosos com idade acima de 60 anos, que praticam atividade física dentro do ambiente doméstico orientado por profissionais de educação física, que oferecem serviço de personal trainer, onde foram entrevistados sobre os benefícios dos exercícios físicos praticados pelos alunos dentro de casa e o tipo de atividades aplicadas. Os idosos entrevistados foram selecionados de forma aleatória, de acordo com a disponibilidade de cada um e interesse em participar do estudo. Foi realizada uma conversa individual preparatória, visando sensibilizar possíveis integrantes do público-alvo trabalhado.

    Foram incluídos no estudo apenas idosos que praticam atividade física em ambiente doméstico, que estavam presentes nos dias determinados para a aplicação do questionário, que se enquadrarem na amostra descrita acima e que concordarem em participar voluntariamente da pesquisa, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido

Instrumento para coleta de dados

    Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado , auto-aplicável, contento 10 perguntas objetivas, elaboradas com linguagem simples e direta sobre a prática da atividade física em ambiente doméstico para a qualidade de vida. Os dados coletados nas entrevistas foram inicialmente transformados em gráficos e em seguida analisados de acordo com as concordâncias ou divergências nas respostas.

Considerações éticas

    O presente projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FIC conforme as normas da Resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que rege os princípios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, atendendo assim as exigências éticas e científicas fundamentais.

    A pesquisa foi iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FIC, quando foi assinado o termo de compromisso do pesquisador.

Resultados

    A pesquisa foi aplicada a 20 idosos, praticantes de atividade física orientada no ambiente doméstico. Quanto ao perfil, pode-se inicialmente dizer que, a maioria dos entrevistados tem entre 60 e 69 anos de idade. Procurou-se entrevistar metade do sexo masculino, outra metade do sexo feminino para que resultado tivesse mais coerência. A maioria deles tem nível superior completo, a maioria também é de casados ou viúvos. Embora boa parte tenha problema de hipertensão ou diabetes, no geral, todos eles informaram que estão em bom estado de saúde.

    A maioria deles (50%) pratica atividade física orientada no ambiente doméstico há mais de 6 meses e pelo menos duas vezes por semana. Importante destacar que todos eles realizaram avaliação física ou médica antes do início das atividades físicas no ambiente doméstico, boa parte deles tendo sido solicitado pelo próprio educador físico.

    Diante das informações iniciais, foram questionados sobre:

Gráfico 1. Quanto ao estado de saúde comparado há 1 ano atrás.

Fonte: Pesquisa direta

    Quando questionados sobre o estado de saúde hoje, comparado há 1 ano, quando ainda não praticavam atividade física no ambiente doméstico, 75% dos entrevistados afirmaram que a saúde melhorou muito, inclusive conscientizando da necessidade de se manter uma alimentação saudável como meio de prevenir problemas de saúde.

Gráfico 2. Quanto aos benefícios físicos mais relevantes

Fonte: Pesquisa direta

    Quando questionados sobre os benefícios físicos mais relevantes com a prática da atividade física no ambiente doméstico, 100% dos entrevistados afirmaram que existe muita melhora na postura, muita melhora na respiração, muito ganho de força e muito ganho de flexibilidade.

Gráfico 3. Quanto aos benefícios psicológicos e cognitivos mais relevantes

Fonte: Pesquisa direta

    Quanto aos benefícios psicológicos e cognitivos mais relevantes com a prática da atividade física no ambiente doméstico, 100% dos entrevistados afirmaram que perceberam muito a diminuição do estresse, o aumento da autoestima, a melhora no sono na memória.

Gráfico 4. Se pratica atividade física como indicado pelo profissional de Educação Física

Fonte: Pesquisa direta

    Quando questionados se praticam atividade física como indicado pelo profissional de Educação Física, 100% dos entrevistados afirmaram que sim e acreditam que os benefícios são proporcionados pelo fato de seguirem a orientação de forma correta.

Gráfico 5. Se tem alcançado as expectativas com a prática de atividade física no ambiente doméstico

Fonte: Pesquisa direta

    Quando questionados sobre se eles têm alcançado suas expectativas com a prática de atividade física no ambiente doméstico, 100% dos entrevistados afirmaram que sim, pois a prática tem trazido prazer, bem-estar físico e mental, tem elevado a autoestima dos praticantes, têm proporcionado maior socialização novas amizades.

Discussão

    De acordo com o resultado dos questionamentos sobre os benefícios da atividade física orientada no ambiente doméstico, pôde-se tirar o seguinte resultado:

    Quando questionados sobre as vantagens de se praticar atividade física em ambiente doméstico, 100% deles afirmaram que existe muita vantagem na economia de tempo, pois não precisam se deslocar até uma academia e enfrentar o trânsito da cidade; muita vantagem na economia de custos, pois consideram mais barato praticar exercício no ambiente doméstico, porque não têm gastos com combustível, mensalidade de academia, etc.; afirmaram ainda que existe muita vantagem em praticar atividade física em ambiente doméstico pela integração com o meio ambiente, que torna a prática mais prazerosa.

    Saber usufruir todos os momentos de lazer, a interação social e o desenvolvimento de hobbies e interesses diversos são fatores que colaboram para que a mente do idoso mantenha-se ativa e saudável. É importante que este seja respeitado como ser humano que é, com todas as limitações inerentes a sua idade. Se já não possui a vitalidade da juventude, por outro lado tem o conhecimento adquirido através das experiências ao longo de toda uma vida. A partilha desses conhecimentos com jovens de novas gerações proporciona ao idoso a possibilidade de manter-se integrado à sociedade. Esta integração é de suma importância para o idoso, uma vez que um de seus maiores prazeres consiste em relatar fatos acontecidos em sua vida e perceber que as pessoas que o cercam dão-lhe a atenção devida (TESSARI, 2009).

    É importante salientar que um programa de atividade física em ambiente doméstico bem planejado e executado de forma consistente pode produzir muitos benefícios, chegando a determinar mudanças na composição corporal, na força muscular e no desempenho motor do praticante. No entanto, a elaboração de programas de treinamento de atividade física em ambiente doméstico deve ser individualizada, respeitando tanto a individualidade biológica como a posição ou a ação predominante durante sua prática.

    A pesquisa demonstrou que a praticar atividade física em ambiente doméstico tem efeito benéfico que parece resultar de interações complexas de efeitos psicológicos e fisiológicos. Além disso, é adequado salientar a diminuição do estresse, a melhora da função cardiorrespiratória, a remoção de fatores como o tabagismo e a reeducação alimentar.

    Segundo Buytendik (1956), Winter (1976) apud Robert & Robert (1983), através de estudos foi detectado a alteração média da motricidade durante o envelhecimento: Os tempos de reação são maiores (“devagar se vai ao longe”), coordenação especialmente a que envolve vários movimentos complexos, é mais difícil (um após o outro), as tarefas que exigem equilíbrio tornam-se gradativamente mais difíceis, a precisão de movimentos onde é requerida segurança para atingir um alvo torna-se menor, etc.

    Segundo Fortez Paz et al. (2000) o a atividade física é um fator muito importante na qualidade de vida de um indivíduo. Sua finalidade é contribuir para aliviar ou eliminar os estados de tensão propiciando meios à liberação de potencial criativo, desenvolvimento de atividades sociais, culturais, educativas e esportivas, permitindo ao indivíduo conhecer o seu papel social, desenvolver o seu conhecimento e principalmente ocupar-se para não ter o sentimento de solidão e inutilidade.

    A melhoria no estado de bem-estar físico e mental, ganho de força, flexibilidade, autoestima, entre outras, dos praticantes de atividade física no ambiente doméstico que foram entrevistados, se dá além de outros fatores, pelo melhora da circulação sistêmica ocorre, entre outras razões, pelo fato de o exercício contribuir para a redução do hematócrito (ao aumentar a volemia) e ocasionar elevação da plasticidade do eritrócito, promovendo acréscimo do fluxo sanguíneo e melhor distribuição do oxigênio na interface célula-capilar. Podem, ainda, ocorrer modificações significativas tanto anatômicas como fisiológicas do sistema cardiovascular, com aprimoramento do sistema de transporte, extração e utilização do oxigênio. Enfim, prática da atividade física melhora a capacidade de desempenhar outros exercícios e as tarefas cotidianas.

    Ao agir de forma preventiva deve-se dar uma atenção especial para os exercícios físicos, pois eles promovem uma melhoria geral dos sistemas viscerais (cardiovascular, respiratório, nervoso, etc.), os exercícios provocam a dilatação das veias e artérias e melhora a irrigação dos tecidos, estas atividades também melhoram a desempenho do sistema locomotor, regulariza o trânsito gastrointestinal, o sono e ainda favorece o controle de doenças crônicas na terceira idade, tais como: osteoporose, hipertensão arterial e a diabete mellitus (FARIA JÚNIOR, 1992).

    É importante considerar que embora o desempenho físico seja modificado com o decorrer dos anos, havendo prática de atividades físicas adequadas e regulares, a individualidade biológica, estas modificações serão restringidas favorecendo o prolongamento da vida, onde a qualidade de saúde promoverá melhor continuidade de vida, contribuindo na reabilitação das funções orgânicas interdependentes (MEIRELLES, 2000).

Conclusão

    Após análise e discussão dos resultados obtidos no estudo, concluiu-se que:

• A prática de atividade física, mesmo em ambiente doméstico, pode ter um papel importante no ganho de força, resistência, flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio, além de ser relevante na prevenção das perdas associadas à idade.

• O estudo mostrou que as alterações físicas e psicológicas ocorridas nos idosos entrevistados, além da conseqüente melhoria na qualidade de vida, foram decorrências da prática da atividade física no ambiente doméstico.

• Objetivou-se identificar os fatores que motivaram os idosos a praticarem atividade física dentro do ambiente doméstico. O estudo demonstrou que a maioria deles optou por praticar atividade física em ambiente doméstico por questão de comodidade, segurança, facilidade e ganho de tempo.

• Conclui-se que, na prática da atividade física orientada no ambiente doméstico, além dos benefícios já citados, se for alcançado um acordo eficiente entre qualidade de orientação, execução e controle adequado do programa de exercícios, a adesão dos idosos à prática das atividades propostas tenderá a ser maior, por ser mais acessível e menos onerosa para os praticantes.

• Faz-se necessários novos estudos que possam elucidar as lacunas que não puderam ser preenchidas por este estudo.

Referências

• ALVES, Mazzotti, A.J. e GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais. Pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1999.

• CAMPOS, Ítalo Sérgio Lopes. Atividade física e qualidade de vida em indivíduos maiores de 60. Belém. Cadernos de Resumos, 2002.

• Estatuto do Idoso. Brasil, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.

• FARIA JUNIOR, Alfredo. Atividades físicas para a terceira idade. Brasília: Sesi-DN, 1992.

• FORTEZ PAZ, Serafim et al. Envelhecer com cidadania: quem sabe um dia? Rio de Janeiro: Cbciss, 2000.

• GOLDFARB, D. C. Envelhecer... certamente. Em: GOLDFARB, D. C. Corpo, tempo e envelhecimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998, p. 93-112.

• MEIRELLES, Morgana E.A. Atividade física na terceira idade: uma abordagem sistêmica. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

• OMS – Organização Mundial da Saúde/Ministério da Saúde. O crescimento demográfico, e as previsões do envelhecimento no Brasil. Fundação Oswaldo Cruz: Pesquisa Mundial de Saúde – 2003.

• ROBERT, Baur; ROBERT, Egeler. Ginástica, jogos e esportes para os idosos. Rio de Janeiro: Técnico/AS, 1983.

• TESSARI, Olga Inês. Qualidade de vida na terceira idade. Disponível em: http://ajudaemocional.tripod.com/id16.htm. Acesso em: 03 out. 2009.

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