Uma experiência critica na Escola Militar Una experiencia crítica en la Escuela Militar |
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*Discente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira - Goiânia **Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira – Goiânia (Brasil) |
Felipe Freire Reis* Juliana da Silva Mota* Wanner Marçal Vitor* Graciela Cingridi dos Santos Colaço* Edson Leonel Rocha** |
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Resumo O presente estudo teve como problematização da utilização da metodologia critica dentro de uma instituição militar, a escola por meio da metodologia tecnicista tem como objetivo criar cidadãos críticos reflexivos, propôs-se com o nossa intervenção chegar a esse resultado com a metodologia critica. O estagio supervisionado II, aconteceu em uma Escola da Policia Militar do Estado de Goiás, Goiânia no primeiro semestre de 2013, entre os meses de Março e Junho. Para alcançamos os nossos objetivos, tivemos quatro aulas de observação, duas de co-regencia e quatorze aulas de regência onde de fato colocamos em pratica nossa proposta. No inicio percebeu-se dificuldade dos alunos com nova metodologia de ensino, pois não estavam acostumados a ditar regras, mudanças onde eles opinariam, mais com o passar do tempo se acostumaram e tivemos um aumento considerável da participação dos alunos em nossas aulas. As meninas resistiram mais e tiveram mais dificuldades, mais como o tempo passou. Recebemos elogios do Chefe da Seção de Educação Física, pela nossa intervenção, pois como isso os alunos apresentaram maior interesse nas aulas de educação física. Unitermos: Tendências pedagógicas. Tecnicismo. Abordagem critica.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A instituição por meio da tendência tecnicista tem como objetivo criar cidadãos críticos-reflexivos, sendo que essa tendência esta ligada a corpo saudável, forte. Como criar esse tipo de cidadão tem como objetivo o corpo saudável, forte, para combates. Propomos com a nossa intervenção obter esse objetivo com o uso da metodologia critica.
Os objetivos para a intervenção são: Formar cidadãos críticos reflexivos com a aplicação da metodologia critica, Ministrar aulas na metodologia Critica; Propor atividades que promovam a reflexão e desenvolvimento critico dos alunos; Proporcionar situações que envolvam a capacidade dos alunos em expor mudanças no seu meio; Incentivar a busca pelo autoritarismo e capacidade de expressão; Disponibilizar atividades cooperativas através da modalidade Handebol e Basquetebol; Proporcionar a vivência das modalidades Handebol e Basquetebol.
Temos como conhecimento que a metodologia proporciona o alunado a ter uma visão critica, visa dar autoridade para que eles possam ditar as regras, fazer modificações, expor opiniões.
O Estagio Supervisionado II teve muita importância em nossa carreira acadêmica, pois pode-se ver a importância de uma intervenção correta para poder alcançar o objetivo proposto, assim como foi feito. Pudemos ver que com a intervenção que a metodologia tecnicista não leva a criar cidadões críticos reflexivos, mais sim a obter um cidadão com o corpo saudável, e além disso que repete tudo que lhe é feito.
Tivemos o prazer de intervir com a metodologia que escolhemos, e obtivemos o resultado esperado.
Metodologia
O estudo de campo é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade especifica. E basicamente realizado por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes que captam as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade.
Para Ventura (2002, p. 79), a pesquisa de campo deve merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de analise dos dados obtidos. Por fim, o estudo de campo e um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade especifica. E basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas.
O Estagio Supervisionado II, aconteceu em uma Escola da Policia Militar do Estado de Goiás,Goiânia no primeiro semestre de 2013, entre os meses de Março e Junho.
Iniciamos nosso estagio com quatro aulas de observação, sendo que nesse momento tínhamos como tarefa analisar as dependências da instituição, a metodologia utilizada. Relatar os principais problemas da aula. No segundo momento, tínhamos como função auxiliar o professor em suas aulas, esse período ocorreu em duas aulas. Ao mesmo tempo construímos nosso projeto de intervenção. Após o termino do projeto é chegado a hora de colocarmos em pratica nosso projeto, tivemos quatorze aulas de regência, para nossa intervenção. Tivemos como conteúdo basquete e handebol. A avaliação foi por meio da observação da participação dos alunos. Uma segunda forma de avaliação foi a prova, pois a instituição aplica prova de educação física, e para as provas disponibilizam uma apostila de estudo.
Referencial teórico
Educação Física então para Bracht (1999) é uma prática de intervenção e o que a caracteriza é a intenção pedagógica com que trata um conteúdo que é configurado/retirado do universo da cultura corporal de movimento. Ou seja, nós, da Educação Física, utilizamos de nossa cultura para interrogamos o movimentar-se humano sob a ótica do pedagógico.
A expectativa da Educação Física escolar que tem como objetivo a reflexão sobre a Cultura Corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com a apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos – a emancipação – negando a dominação e submissão do homem pelo homem.
Como a escola quer cidadãos crítico-reflexivo, sendo que a metodologia adota para as aulas, em especial aulas de Educação Física, e o método militarista. Darido (2005) diz que: “No modelo Militarista, os objetivos da Educação Física na escola eram à formação de uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na guerra”. Metodologia qual a instituição acima trabalha, ou seja, A Ed. Física Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de suportar o combate, a luta, a guerra, portanto ela deveria ser suficientemente rígida.
Para Betti e Zuliani (2002) nos dias atuais a concepção de Educação Física, bem como seus objetivos nos espaços escolares devem ser repensados juntamente com a transformação de sua pratica pedagógica, assumindo, dessa forma, a responsabilidade de formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante de novas forma da cultura corporal de movimento – o esporte-espetaculo dos meios de comunicação, as atividades de academia, as praticas alternativas, etc.
Nossa intervenção foi por meio da abordagem Critica, que segundo Nogueira (2003): “nas aulas criticas de Educação Física deverá ter um momento correto, um tempo determinado para se refletir entendendo reflexão critica como a escolha técnica pedagógica que não seja”.
Para Medina (1983) os alunos são vitimas de uma estrutura antiga e perversa de educação, que não tem comprometimento com uma educação que dê condições a eles de se tornarem sujeitos de sua própria historia, apenas o que faz é “promover uma instrução que leva suas vitimas, na melhor das hipóteses, e uma produtividade alienante”, a experiência com os elementos da cultura corporal”.
Para Pina (2007) “a perspectiva Crítico-Superadora, possibilita aos alunos, incorporar referências superiores de pensamento no que diz respeito à temática desenvolvida: democratização dos bens culturais. A abordagem crítico-superadora tem como objetivo possibilitar ao aluno a análise e a interpretação da realidade compreendendo que toda produção humana tem relação com o momento histórico, emitindo um juízo que depende de pessoa para pessoa” (Coletivo de Autores, 1992).
Januário (2012) afirma que as práticas educativas acontecem em diversos âmbitos sociais, o que significa dizer que há uma dimensão pedagógica da educação física em todos os lugares em que ela acontece: nas escolas, nos clubes esportivos, nas academias de ginástica, nos hotéis de turismo etc. Devemos considerar sempre que o professor de Educação Física é um educador e a ele cabe contribuir para formação do cidadão nos seus aspectos biopsicossociais, portanto considerando o contexto biológico, psicológico, familiar e social que envolve o individuo. Desde esta perspectiva, a responsabilidade do educador físico é de extrema importância, inclusive na transformação da sociedade através do desenvolvimento da cidadania.
Resultados e discussão
A escola dispunha de matérias para as aulas de educação física, a escola tem materiais adequados, em boas condições e em quantidade boa para suportar a quantidade de alunos da escola. Pode-se observar que a escola possuía duas quadras poliesportivas cobertas, uma quadra de peteca sem cobertura e uma piscina. Observou-se que a metodologia utilizada é a tecnicista, o era de se esperar, por ser uma instituição militar.
Depois de dado o inicio ao nosso projeto, tivemos como objetivo mostrar que a metodologia tecnicista não é tão adequada pra criar cidadãos criticos-reflexivos como a metodologia critica. A metodologia dá espaço aos seus alunos, para poder modificar, criar e opinar no seu meio, segundo Bracht (1997) afirma que isso significa dizer que se deve incorporar nas escolas “(...) não via discurso e sim “praticas corporais” de normas e valores que orientam gostos, preferências, que junto com o entendimento racional determinam a relação dos indivíduos com o mundo”
O objetivo foi modificar a metodologia, para a critica, pois a instituição tem como objetivo principal criar cidadãos críticos reflexivos, na metodologia tecnicista sendo que a mesma de acordo com Januário (2012) Nesta abordagem, as práticas avaliativas baseiam-se em procedimentos mecânico-burocráticos, como aplicação de testes, seleção de alunos, atribuição de notas e detecção de talentos, como explicam os mesmos autores. Utilizada para atingir o interesse imediato e produzir indivíduos competentes para o mercado capitalista, essa tendência tem como premissa a eficiência, a rigidez dos conteúdos e a competitividade. De acordo com Altoé (2005) a abordagem tecnicista, é centrada apenas no seu valor técnico, sendo assim, não trará, aos professores e estudantes, os resultados que se espera para o processo de ensino e de aprendizagem. Sendo essa a causa da mudança de Tecnicista para Critica, pois assim temos formaremos cidadãos críticos e reflexivos.
Houve dificuldades no inicio da nossa proposta, pois os alunos estavam acostumados a ter tudo pronto, e no momento em que eles tiveram que ditar as regras, relataram dificuldades. Nesse momento nossa interferência foi auxiliá-los em suas dificuldades, com o passar das aulas, os alunos não precisavam mais de nosso auxilio e as salas fluíram muito bem até o final de nossa intervenção.
Apesar das dificuldades encontradas todos os objetivos propostos em aula foram alcançados, apesar de uma pequena dificuldade por parte dos alunos em entenderem e se adequarem a nova metodologia de ensino proposta.
Tivemos como conteúdo as modalidades de Basquetebol e Handebol, sendo estes seguidos de acordo com o cronograma da escola, não tivemos o direito de escolher com qual conteúdo trabalhar com os alunos, apesar disso, obtivemos sucesso, mesmo seguindo o cronograma da instituição.
Enfrentamos complicações, em virtude de quadras lotadas, chuvas, quadras ocupadas com jogos internos e jogos externos que aconteciam dentro da instituição ocupando a quadra e nos impossibilitando de ministrar aulas praticas.
Pode-se observar que os alunos estavam mais participativos nas aulas, questionavam mais, sobre os assuntos abordados. Houve um aumento considerável das meninas nas aulas, pois elas não gostavam muito da aula de educação física, sendo assim notou-se que elas tiveram mais dificuldades em entender e de realizar as atividades propostas, mais com a participação efetiva elas melhoram muito.
Utilizou-se como estratégia para superar as dificuldades apresentadas, o auxilio, dicas, e tirando duvidas no que apresentavam dificuldades, somente no inicio que os alunos sentiram dificuldade, quando eles se acostumaram com a nova metodologia às dificuldades sanaram.
A freqüência de participação nas aulas, logo após nossa intervenção aumentou consideravelmente, alunos que não participavam das aulas começaram a participar.
Considerações finais
Após nossa intervenção na instituição de ensino citada acima, vimos que há vários métodos de ensino e que cada método possui um objetivo especifico. Cabe ao professor saber como trabalhar para colocar o que cada metodologia propõe no cotidiano de suas aulas.
Aprendemos muito nesse estagio, pois tivemos varias oportunidade de opinar, de relatar o que estava acontecendo para podermos propor mudanças, os professores tem um vasto conhecimento, e sempre que precisávamos eles nos dava dicas. Em relação as aulas, podemos trazer para nós como devemos ser formadores de opinião e não fazer com que os alunos sigam uma receita de bolo pronto, repetindo tudo que ensinamos a eles.
Pode-se se observar que com a mudança da metodologia de ensino houve mais participações por partes dos alunos, houve mais interesse em participar das aulas de educação física, já que os mesmo tinham opinião na aula.
Os alunos da instituição vieram nos elogiar e alegaram que gostavam mais das nossas aulas, do que do professor regente, os mesmo até nos pediram para ficar na escola no segundo semestre.
O professor e chefe de seção de educação física nos relatou que houve melhora no desempenho escolar dos alunos, quanto a prova de Educação Física e os conhecimentos em geral, pois eles estavam se interessando mais pela disciplina.
Referencial bibliográfico
ALTOÉ, A., Processo Tecnicista. Maringá, 2005.
BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. 2002 Revista Mackenzie da educação física e esporte, v. 01, 2002.
BRACHT, V. VAGO, T.M. SOUZA, E.S. Trilhas e partilhas: educação física na cultura escolar e nas praticas sociais. Belo Horizonte: Gráfica e Editora Cultura, 1997.
BRACHT, Valter. Educação física e ciência: cenas de um casamento (in)feliz. Ijui: Unijui, 1999.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
DARIDO, S.C. RANGEL, I.C.A. Educação Física na Escola: implicações para a pratica pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
JANUARIO, P.C.S. Tendência tecnicista como continuidade da tendência tradicional na Educação Física brasileira. EFDeportes.com, São Paulo. 2012.
MEDINA, J.P.S. A educação cuida do corpo...e mente. Campinas: Papirus, 1983.
NOGUEIRA, Q.W.C. Educação Física e Pedagogia Crítica: praticar o discurso?. Florianópolis, 2003.
PINA, L.D. O basquete numa perspectiva critica da cultura corporal, 2007.
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