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Modelo de jogo: características dos jogadores 

e os momentos do jogo de futebol

El modelo de juego: características de los jugadores y los momentos de juego del fútbol

 

Graduado em Educação Física Bacharelado

pela Faculdade Metropolitana de Blumenau UNIASSELVI/FAMEBLU

http://estudandoofutebol.blogspot.com.br/

Rafael Besen

rafinhabesen@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A idéia central deste periódico foi apresentar de forma clara e objetiva as características dos jogadores de futebol e, as situações que ocorrem nos momentos de um jogo de futebol profissional. Inicialmente é expressa a idéia geral do que é um modelo de jogo e as relações treinador/jogador para o sucesso da equipe, posteriormente são apresentadas as características dos jogadores e os momentos do jogo de futebol. Apresenta-se visivelmente que para ser um jogador de futebol profissional, o individuo deve possuir muitas capacidades referentes ao jogo e é necessário para o sucesso de todos terem um treinador competente que consiga extrair o máximo de seus jogadores nos quatro momentos do jogo caracterizando a equipe, formando-a uma identidade única.

          Unitermos: Modelo de jogo. Características. Jogadores. Treinadores. Momentos do Jogo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Modelo de jogo é o processo que organiza e buscar melhorar equipes de futebol para alcançar objetivos comuns, busca-se a vitória.

    Segundo PIVETTI (2012) “Modelo de jogo é a totalidade, recorrendo o conceito de geometria caótica, os princípios significam os fractais de tal fenômeno complexo.”

    Dentro deste sistema complexo devemos inserir a importância dos jogadores e de suas características para desenvolverem suas funções a cerca das exigências nos momentos do jogo de futebol.

    Deve ser considerada a importância das capacidades e características dos jogadores, devido às responsabilidades estruturais e funcionais que eles são potencializados a realizar segundo características que assumem individualmente (PIVETTI, 2012).

Modelo de jogo

    Todo treinador profissional de futebol possui um Modelo de Jogo perspectivado, ou pelo menos deveria ter. Através das idéias do treinador e das características e capacidades dos jogadores cria-se uma identidade na equipe, uma identidade que diferencia de forma única as equipes de futebol. O treinador após analisar o material humano que detêm, de avaliar as capacidades e funcionalidades dos jogadores e suas individualidades, proporcionará exercícios que condicione seus atletas a desenvolverem seus pensamentos no treino e no jogo, instruindo os jogadores a uma mentalidade de jogo onde todos pensem sob a mesma perspectiva nas diversas situações, circunstâncias e em todos os momentos do jogo. Jogar futebol exige muita capacidade dos futebolistas, por se tratar de um fenômeno complexo e caótico e, através do modelo de jogo, podemos enxergar esse fenômeno na sua totalidade. Uma equipe com modelo de jogo possui princípios de jogo, sendo assim, jogadores inteligentes treinam e jogam futebol seguindo princípios e sendo guiados por treinadores onde o objetivo das partes neste sistema é a vitória da equipe. No modelo de jogo o treinador caracteriza a equipe em geral a partir das suas idéias, das características dos jogadores e, por conseguinte defere uma organização estrutural, que não serve de referência, devido às peculiaridades de uma partida de futebol que se alterna constantemente nos diversos momentos do jogo. O treinador deve externar de forma clara e objetiva seus critérios e intenções para que seus jogadores sigam fielmente a filosofia e os padrões organizacionais da equipe nos quatro momentos do jogo (Organização Ofensiva, transição ofensiva, organização defensiva, transição defensiva). Cada jogador deve saber o que fazer nos quatro momentos do jogo, resolver rapidamente, tomando a melhor decisão nas diversas situações, de forma; individual, grupal, setorial, intersetorial e coletiva. A maneira como a equipe irá se comportar depende das intenções tomadas pelo treinador e pelas ações dos jogadores, por exemplo; a transição ofensiva será de forma rápida e agressiva ou cadenciada, a organização ofensiva será pautada na manutenção da posse ou em investidas verticais a todo o momento... Dentro dessa perspectiva, aspectos como; linhas de passe, triangulações, circulação da bola, diagonais, ocupação espacial, amplitude, profundidade, corredores laterais e centrais, jogo horizontal e vertical, blocos defensivos, basculações, posse de bola e manutenção, passes lateralizados, movimentações da equipe, agressividade, marcação, jogo entrelinha, jogo aéreo, vulnerabilidade... etc. Devem estar presentes, constantes, equilibrados no jogo da equipe e o treinador deve ter conhecimento destas nuances do jogo para aplicá-las no jogo ou resolver os problemas, igualmente, caberá a ele a utilização ou não desses aspectos que regulam o desempenho dos jogadores e da equipe. A mentalidade do treinador transcende diretamente no resultado da equipe.

    Segundo Garganta (1997), é possível, observando equipes e jogadores ao longo de vários jogos, encontrar padrões de organização, que permitem tirar conclusões sobre o comportamento de jogo de jogadores e equipes. Esse comportamento tem relação com as características do jogo construído pela equipe, especialmente com o seu sistema organizacional. Para esse autor, o comportamento a que se refere, e suas relações, caracterizam o chamado “modelo de jogo”. (LEITÃO, 2009, p. 108).

Características dos jogadores

    Para exercer determinadas funções conforme as exigências de uma partida de futebol, os jogadores precisam deter de algumas características intrínsecas e únicas que são imprescindíveis e se fazem, num todo complexo, essenciais para o funcionamento harmônico do jogo e de suas estruturas. Diante disto, em cada posição organizacional existem características únicas dos membros integrantes do jogo, em todas as posições; goleiros, defesas, defesas laterais, médios defensivos, médios ofensivos, pontas e centroavantes possuem suas peculiaridades para agir em detrimento do que se espera.

    Tendo em vista essa perspectiva, vamos começar a descrever certos aspectos fundamentais em cada posição organizacional do sistema complexo, jogo, iniciando pelo goleiro e posteriormente passando por todos integrantes até chegar ao centroavante e suas qualidades para desempenhar seu trabalho.

Características dos jogadores individualmente

  • Goleiros: devem ser ótimos na construção curta e longa de bola, participativo na circulação da posse de bola para auxiliar a equipe em momentos de difícil manutenção, antecipação, exímio nos lançamentos com os pés e mãos, no transcorrer do jogo deve ser muito forte e ter grande domínio no 1x1, obter certo controle nos remates, cruzamentos e passes em profundidade executados pelo adversário, ser bom nas defesas altas, baixas e, ter uma ótima empunhadura e saídas excelentes do gol.

  • Defesas: Bons no jogo aéreo, longilíneos e ágeis, bons no 1x1 defensivo, iniciar uma ótima circulação da posse de bola, ser responsável pela construção do jogo, deve obter uma mentalidade assassina com inteligência e, ao mesmo tempo, ser disciplinado e responsável em suas ações.

  • Defesas laterais: Estes devem proporcionar amplitude no campo de jogo, defender os corredores laterais, realizar ultrapassagens em profundidade para se tornar um elemento surpresa no ataque, realizar certas infiltrações nos corredores, executar viradas de jogo, devem ser velozes nos duelos de 1x1 ofensivos e defensivos e manter a linha defensiva bem composta e organizada estruturalmente.

  • Médios defensivos: São responsáveis pela equalização do jogo vertical e horizontal, proporcionam o equilíbrio da equipe, devem sempre evitar o passe lateralizado de fácil intercessão do adversário, evitar o jogo entrelinha do adversário, executar coberturas defensivas, ser um bom jogador no jogo aéreo, sua atitude deve ser sempre de; pensar e executar, jogador que detêm de uma grande autoconfiança e liderança dentro da equipe.

  • Médios ofensivos: Responsáveis por fechar os corredores centrais, devem sempre querer a bola, ditam o ritmo e a progressão do jogo, devem ser bons nos arremates de finalização de longa distância, procurar o jogo entrelinha, agindo em determinadas situações como um segundo atacante, realizando infiltração na defesa adversária para uma possível jogada - 2x1 - com o centroavante, apoiar, cooperar e sustentar a equipe ofensivamente e defensivamente é uma de suas funções essenciais.

  • Pontas: Proporcionam amplitude para a equipe, é de sua função fechar os corredores laterais contribuindo com os defesas laterais, jogadores habilidosos e devem partirem pro 1x1 ofensivo sempre que necessário, finalizar em profundidade executando o jogo interior, ditar mudanças de ritmo aproveitando sua capacidade de jogar a distintas velocidades, deve executar triangulações com os meias ofensivos e com o centroavante objetivando o gol.

  • Centroavantes: Dão profundidade para a equipe, detém de qualidades como o domínio, proteção de bola e são bons no jogo aéreo também, causar desequilíbrios na defesa adversária é uma de suas funções primordiais, deve se posicionar em relação ao homem da bola para recebê-la em condições de sair cara-a-cara com o goleiro oponente, na marcação ajuda a fechar os corredores centrais, é um jogador com uma mentalidade assassina, mas, com inteligência, concentração, frieza, confiança.

Momentos do jogo de futebol

  • Organização ofensiva: Compactação ofensiva, ocupação espacial (campo grande), ocupar os corredores laterais e centrais, valorização da posse de bola, aparecimento de linhas de passe, triângulos, retirar a bola da zona de pressão, circulação da bola na horizontal, paciência, sem ansiedade, sem forçar o passe e, sempre exploração do lado fraco do adversário, executar o jogo vertical no momento adequado, buscar as diagonais, fazer o jogo posicional entre os jogadores.

  • Transição defensiva (ataque-defesa): Prontidão dos jogadores para uma mudança de atitude rápida, executar o pressing e a pressão para recuperar a bola imediatamente no momento da perda, fazer o campo pequeno, induzir a lateralização do jogo, induzir o adversário jogar para trás, coberturas diagonais, cuidar do lado fraco para não ser surpreendido.

  • Organização defensiva: Compactação defensiva, cuidado para fechar os espaços entre os defesas, deixar a linha estreita entre os jogadores, executar a sobra, mas, na mesma linha em relação aos companheiros, linha defensiva alta, manter a última linha, corredores centrais e laterais bem preenchidos, cobertura do lado fraco, diagonal protegida, marcação em profundidade no setor ofensivo do campo, marcação em amplitude no setor defensivo do campo, pressão com bloco alto, médio e baixo, pressing e, uma ótima basculação; deslocamento homogêneo da linha defensiva.

  • Transição ofensiva (defesa-ataque): Prontidão dos jogadores para uma mudança rápida de atitude, transição agressiva, inteligente, rápida e eficaz, jogo vertical, passes agudos, os jogadores devem aproveitar os espaços em termos de profundidade oferecidos pelo adversário, aproveitar a superioridade numérica e, concluir, finalizar as jogadas o mais rápido possível em poucos toques de forma precisa.

Conclusão

    Buscou-se apresentar objetivamente aspectos do jogo de futebol como as características dos jogadores, o modelo de jogo, os momentos do jogo, situações que ocorrem em uma partida e, entre outros aspectos importantes do treino e do jogo de futebol. Destacar o quanto essas ações complexas do jogo de futebol têm grande relevância no ambiente jogo, propriamente dito, faz-se necessária e torna-se fundamental para qualquer treinador de futebol profissional.

Referências

  • LEITÃO, R. A. A. O jogo de futebol: investigação de sua estrutura, de seus modelos e da inteligência de jogo, do ponto de vista da complexidade. Campinas, 2009. 230 f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas.

  • PIVETTI, B. Periodização tática: o futebol arte alicerçado em critérios. São Paulo: Phorte, 2012.

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