A flexibilidade como meio auxiliar no tratamento de pacientes idosos com seqüela de acidente vascular encefálico La flexibilidad como medio auxiliar en el tratamiento de pacientes adultos mayores con secuela de accidente cerebro vascular |
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*Professora do curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira, Campos dos Goytacazes, RJ e do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Metropolitana São Carlos, Quissamã, RJ **Professora e Gestora do curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira, Campos dos Goytacazes, RJ ***Professora do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Salgado de Oliveira, Campos dos Goytacazes RJ ****Professora do Laboratório de Estudo da Educação e Linguagem, Centro de Ciências do Homem, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, RJ *****Pós Doutoranda do Programa de Cognição e Linguagem, Centro de Ciências do Homem, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, RJ (Brasil) |
Ms. Rita de Cásia Andrade da Fonseca* Ms. Patrícia Terra Siqueira** patricia.coordefisi@hotmail.com Ms. Giovana Maria Brunetti*** Dra. Rosalee Crespo Istoé**** Dra. Fernanda Castro Manhães***** |
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Resumo O presente estudo discute sobre a interferência do trabalho de flexibilidade na qualidade de vida de idosos internos em um hospital no município de Campos dos Goytacazes, RJ com sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE). Como hipótese inicial aponta-se que, a aplicação de atividades de flexibilidade em pacientes idosos com sequela de AVE pode melhorar o desempenho nas atividades da vida diária e consequentemente diminuir o fator depressão. Para verificar a hipótese, foi realizada uma avaliação da flexibilidade com a aplicação do flexiteste em 15 pacientes, sendo 09 do sexo masculino com idades entre 60 e 84 anos e 06 do sexo feminino com idades entre 60 e 75 anos. Como metodologia, foi realizada uma abordagem qualitativa de caráter exploratório na forma de pesquisa bibliográfica. Tais fundamentos permitiram a elaboração de instrumentos para a coleta de dados (anamnese e testes). Foram realizadas também atividades de flexibilidade em duas sessões semanais com uma hora de duração cada, em um período de três meses e após esse período os testes foram reaplicados. Como alguns resultados, apontamos um ganho de amplitude articular bilateral especialmente do membro seqüelado. Unitermos: Envelhecimento. Acidente vascular encefálico. Atividade física.
Abstract This study discusses the interference of flexibility work on quality of life of elderly home in a hospital in the city of Goytacazes, RJ with sequelae of cerebrovascular accident (CVA). As an initial hypothesis indicates that the application of flexibility in elderly patients with sequel of stroke activities can improve performance in activities of daily living and consequently decrease the depression factor. To verify the hypothesis, a review of the flexibility in applying flexitest was performed in 15 patients, 09 males aged between 60 and 84 years and 06 females aged between 60 and 75 years. As a methodology, a qualitative exploratory approach was performed in the form of literature. Such foundations have allowed the development of instruments for data collection (interview and testing). Flexibility activities were also conducted in two sessions a week with an hour long each, over a period of three months and thereafter tests were reapplied. As some results, we point out a gain of bilateral joint amplitude especially no sequel member. Keywords: Aging. Stroke. Physical activity.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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I. Considerações iniciais
Nesse trabalho discorreremos sobre a interferência do trabalho de flexibilidade na melhoria da qualidade de vida de idosos com sequelas de acidente vascular encefálico (AVE) internados em um hospital no município de Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro. A Educação Física, inserida na área de saúde e respaldada pelo Conselho Nacional de Saúde – Resolução CNS nº 218 de março de 1997, tem como uma de suas especilaidades a Educação Física Hospitalar. Estudos comprovam que a participação deste profissional na recuperação e manutenção das condições de saúde da população enferma é de grande importância quando a sua atuação ocorre de modo multidisciplinar. Esta prática poderá ocorrer no âmbito clínico, atendimento individualizado a pacientes com alto grau de comprometimento; coletivo, podendo as ações ser iguais ou específicas de acordo com as necessidades.
Problematizando a questão pensamos em como a atividade física orientada pode ajudar na recuperação da flexibilidade em pacientes com sequelas de AVE? Como hipótese inicial apontamos que a aplicação de atividades de flexibilidades em pacientes idosos com sequela de AVE pode melhorar o desempenho nas atividades da vida diária.
Essa pesquisa se justifica em promover uma maior qualidade de resposta aos tratamentos de pacientes hospitalizados, especificamente idosos. A internação, embora necessária, favorece ao aparecimento de problemas novos devidos, muitas vezes, a ociosidade e perda de funcionalidade dos indivíduos. Reaproximar a população enferma de suas tarefas cotidianas e restabelecer, dentro das condições individuais, os movimentos anteriormente executáveis é uma tarefa complexa, mas possível e que favorecerá ao aumento da capacidade imunológica geral.
II. Objetivo
Objetivo geral
O objetivo geral consiste em implementar e avaliar a prática de atividades físicas desenvolvidas em um Hospital visando contribuir para a recuperação e manutenção da saúde física e psíquica dos pacientes. Nestes termos, a pesquisa se define na prática e conhecimento teórico que fundamenta o estudo de qualidade de vida e que, de modo importante, ressaltou a inserção do profissional de Educação Física dentro da Área de Saúde e, mais especificamente, no contexto hospitalar.
Objetivos específicos
Elaborar um programa de atividades físicas de modo coletivo e, quando necessário, específico às necessidades dos pacientes;
Melhorar, independentemente do comprometimento, a condição clínica da vida dos pacientes internos;
Avaliar e reestruturar o programa de acordo com os progressos obtidos pelos pacientes; e
Analisar os resultados das avaliações.
III. Referencial teórico
Envelhecimento
O perfil da população brasileira passa por alterações significantivas e isso se deve ao desenvolvimento sócio-econômico-cultural e tecnológico que permitiu o avanço das ciencias médicas, campanhas de vacinação sistemática, melhorias no saneamento básico e a adesão aos programas de atividade física aumentando a tão sonhada longevidade. (Aragão, 2003). Segundo o IBGE (2010) em função da redução do número de natalidade, projeta-se para 2030 que o país estará nas primeiras posições em níveis de envelhecimento populacional.
Idoso é uma pessoa considerada de terceira idade. A Organização Mundial da Saúde classifica cronologicamente como idosa as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento como é o caso do Brasil.
Neto (1996, p.5 apud AMORIM 2003, p.27) aponta que “o envelhecimento manifesta-se por declínio das funções dos diversos órgãos que, caracteristicamente, tendem a ser lineares em função do tempo, não se conseguindo definir um ponto exato de transição como nas demais fases”.
Rabelo e Oliveira (2003) apontam que alguns autores descrevem o envelhecimento como um processo biológico normal e não deve ser encarado como uma doença e sim como um processo lento progressivo e inevitável, que promove alterações nas atividades fisiológicas e de adaptação ao meio externo e cita que vários fatores interferem nesse processo como os fatores genéticos, estilo de vida, fatores ambientais entre outros.
As pessoas idosas têm habilidades regenerativas limitadas, mudanças físicas e emocionais que expõem a perigo a qualidade de vida dos idosos, podendo levar à síndrome da fragilidade,que seria o conjunto de manifestações físicas e psicológicas de um idoso na qual poderá desenvolver muitas doenças. As alterações corporais no idoso podem ser alarmantes, podendo chegar por volta dos 75 anos com uma composição típica de 8% de massa óssea, 15% de massa magra e 40% de tecido adiposo, comprometendo significativamente a autonomia funcional e a qualidade de vida, pois o envelhecimento também está associado à diminuição na habilidade para desempenhar as atividades da vida diária. (ROBERGS & ROBERTS 2002 apud AMORIM, ARAGÃO E VALE, 2003, p. 19).
Acidente Vascular Encefálico (AVE)
O acidente vascular encefálico (AVE) é uma doença vascular que acomete o sistema nervoso central podendo ser de dois tipos: Isquêmico e hemorrágico. O AVE isquêmico ocorre como resultado da falência vasogênica para suprir adequadamente o tecido cerebral de oxigênio e substratos ocasionado pela oclusão parcial ou total de uma artéria cerebral e o AVE hemorrágico ocorre como resultado do extravasamento de sangue para dentro ou entorno das estruturas do sistema nervoso central ocasionado pela ruptura de um vaso cerebral. Estima-se que 85% dos casos de AVE sejam isquêmicos e apenas 15%hemorrágicos. (CHAVES, 2000; VASQUES e RIBEIRO 2013).
Vasques e Ribeiro (2013, p. 1) caracterizam o AVE “por anormalidades no fornecimento de nutrientes, circulação de glicose e oxigênio no encéfalo e que tenham como conseqüência um comprometimento funcional ou anatômico”. Os autores complementam dizendo que: “o AVE se dá em áreas crescentes de infarto, com dano neural definitivo e, portanto, com a instalação súbita de um déficit neurológico focal com duração de pelo menos 24 horas, podendo ser de natureza isquêmica ou hemorrágica”.
O AVE pode ser leve ou severo causando sequelas temporárias ou permanentes acometendo diversas deficiências como danos às funções motoras (causando hemiplegia ou hemiparesia no lado oposto ao local da lesão), funções mentais, dificuldades na linguagem, desordens sensitivas e perceptivas, levando o indivíduo a limitações funcionais e incapacidades o que ocasionará a perda da independência nas atividades da vida diária ou mesmo levando o indivíduo a um coma profundo em estado vegetativo persistente ou a óbito.Os comprometimentos ocasionados pelas sequelas de AVE como a hemiplegia ou hemiparesia leva o indivíduo a um déficit de movimentos gerando limitações funcionais e a incapacidades. (VASQUES e RIBEIRO, 2013; GIROLAMI, ANTHONY e FROSCH, 2000).
Segundo Vasques e Ribeiro (2013, p. 6) de acordo com o local da lesão podem-se classificar as deficiências em três etapas: primárias, secundárias e compostas. As deficiências primárias acometem o tônus muscular, diminuição da força muscular, controle voluntário da musculatura, alterações na fala e na linguagem, como também desordens cognitivas, perceptivas e emocionais. Nas deficiências secundárias envolvem o corpo como um todo, englobando as mudanças ortopédicas de alinhamento e mobilidade, alteração no comprimento do músculo e tecido mole, associados à dor e edemas. Nas deficiências compostas ocorre a combinação das deficiências primárias e secundárias.
Atividade Física
A atividade física é definida por McArdle et al. (1998) como qualquer movimento corporal produzido por músculos e que resulta em maior dispêndio de energia e o autor acrescenta que a atividade física é um fator determinante na manutenção, promoção e recuperação de funções orgânicas e musculares e que o sedentarismo provoca maiores alterações na capacidade funcional do que o efeito do envelhecimento.
A flexibilidade é um componente de suma importância no decorrer da vida apresentando-se como uma qualidade física associada à capacidade de movimento interferindo diretamente na manutenção da saúde e autonomia de ação. Vale e Silva (2003, p. 109) cita a definição de flexibilidade do American College of Sports Medicine como “a capacidade de movimentar uma articulação por meio de sua amplitude de movimento completo”. A diminuição da flexibilidade implica em menor mobilidade articular e ligamentar podendo gerar uma incapacidade funcional. No processo de envelhecimento ocorre um declínio da mobilidade principalmente nas articulações do tronco, quadril, ombros, tornozelos e punhos. (FARINATTI, 2008).
O alongamento, quando bem realizado, tem qualidades reabilitativas e profiláticas. Dantas (1999, p. 97) define alongamento como “a forma de trabalho que visa à manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com um mínimo de restrição física possível”. O autor ainda relata que para se ter tendões e ligamentos fortalecidos, é necessário promover exercícios que causem tensão e flexibilidade, permitindo assim uma boa amplitude articular. Bompa (2002) citado por Vale e Silva (2003, p. 118) aponta que o “alongamento eleva a capacidade do músculo de se contrair mais rapidamente, melhorando o tempo reflexo do nervo, bem como o suprimento de sangue”. O alongamento é uma atividade de baixa intensidade e realizado em níveis submáximos, portanto é um poderoso aliado ao trabalho com idosos sedentários. (VALE e SILVA, 2003, p. 109).
Farinatti (2008) aponta que existem algumas técnicas utilizadas para avaliar a amplitude de movimento com uso de alguns instrumentos que vão desde o mais simples como o goniômetro ao mais sofisticado como a eletrogoniometria computadorizada e técnicas sem a utilização de equipamentos como o flexiteste. O flexiteste consiste na verificação da flexibilidade passiva fisiológica máxima, na qual o avaliador é quem executa o movimento até detectar grande resistência mecânica ou desconforto do avaliado em uma única execução para cada movimento e sem aquecimento prévio. Nesse teste se avalia vinte movimentos em sete grupos articulares: tornozelo, joelho, quadril, tronco, punho cotovelo e ombro, sendo nove movimentos realizados pelos membros inferiores, oito pelos membros superiores e três pelo tronco. Para classificar o grau de amplitude em cada movimento, utiliza-se um mapa comparativo com gradações de zero a quatro em escala crescente e descontínua não podendo ser fracionado, ou seja, em amplitudes intermediárias irá prevalecer sempre o valor inferior. A avaliação, no flexiteste, estará sempre sujeita a um julgamento de valor em relação à amplitude verificada.
Araújo 1987 (apud FARINATTI, 2008, p. 205), propôs um índice global para o flexiteste denominado flexindice, sendo este o somatório dos valores encontrados nos vinte movimentos, permitindo uma avaliação global do indivíduo no que se refere à flexibilidade. O flexindice segue uma escala de 0 a 80 pontos.
IV. Metodologia
O Universo da pesquisa foi realizado em um hospital na cidade de Campos dos Goytacazes com os idosos internos com sequelas de AVE. Foi realizada uma abordagem qualitativa de caráter exploratório na forma de pesquisa bibliográfica relacionando a utilização das avaliações com o resultado das práticas diárias.
Como instrumento se propôs a utilização de uma anamnese, buscando conhecer a história pregressa e as limitações de cada paciente e avaliação, através de testes de flexibilidade utilizando o flexiteste, sendo aplicado inicialmente para analisar o seu comprometimento físico em virtude das sequelas de AVE. Posteriormente se aplicou um programa de atividades para ganho de flexibilidade durante as sessões programadas, duas vezes por semana, em um período de 03 meses. Ao final deste período foram reaplicados os mesmos testes analisando os instrumentos utilizados, confrontando assim os resultados. Com esses resultados foi possível estabelecer o nível percentual de melhoria das capacidades funcionais a partir do tratamento dado pela prática de atividades físicas. Como variável do estudo utilizamos o flexiteste bilateralmente e sem aquecimento prévio.
Amostra
Foram avaliados 15 idosos, sendo 09 do sexo masculino na faixa etária de 60 a 84 anos sendo 07 pacientes cadeirantes e 02 pacientes não cadeirantes e 06 do sexo feminino na faixa etária de 60 a 75 anos sendo 05 pacientes cadeirantes e 01 paciente não cadeirante. Com base na anamnese identificamos o tempo de internação que variou de 01 a 03 anos e dividimos os pacientes de acordo com o lado seqüelado (direito ou esquerdo) e em cadeirantes e não cadeirantes para melhor organização das atividades.
Critério de referência
Durante os três meses foram realizados duas sessões por semana com duração de uma hora em cada sessão divididas em aquecimento, parte principal e volta à calma. No aquecimento realizamos atividades lúdicas com música como forma de descontração e socialização. Na parte principal realizamos alongamentos ativos e passivos com tempo de 10 a 15 segundos de amplitude inicialmente submáxima e posteriormente na amplitude máxima tanto do lado seqüelado quanto do lado sadio. Na volta à calma foram realizadas atividades de relaxamento e jogos de tabuleiros.
V. Resultado
Resultado do flexiteste na avaliação do sexo feminino. N= 06 (LD: lado direito; LE: lado esquerdo).
A - Sequela lado direito cadeirante; B - Sequela lado esquerdo cadeirante; C - Sequela lado esquerdo não cadeirante; D - Sequela lado esquerdo cadeirante; E - Sequela lado esquerdo cadeirante; F - Sequela lado esquerdo cadeirante.
Gráfico 1
Gráfico 2
Os gráficos 1 e 2 demonstram que no somatório geral do flexiteste houve um grande aumento na flexibilidade dos pacientes avaliados variando entre 6,7% e 287,5% no ganho de amplitude articular. Pudemos perceber que a paciente C foi quem menos aumentou essa amplitude e a paciente D a que mais aumentou o grau de amplitude articular. A paciente C por não ser cadeirante tem o domínio do seu corpo em suas atividades da vida diária obtendo um bom nível de flexibilidade inicial em relação às pacientes cadeirantes, porém as atividades propostas não alteraram significativamente esse quadro. As pacientes cadeirantes obtiveram um somatório inicial entre 0 – 20 que para Araújo (1987) corresponde a uma flexibilidade muito pequena, porém como resultado final obteve um somatório entre 31 - 40 que para Araújo (1987) se encontram com uma flexibilidade média (-) se aproximando do índice de flexibilidade aceitável para indivíduos não atléticos e saudáveis.
Resultado do flexiteste na avaliação do sexo masculino. N= 09 (LD: lado direito; LE: lado esquerdo).
A - Sequela lado direito cadeirante; B - Sequela lado direito cadeirante; C - Sequela lado direito cadeirante; D - Sequela lado direito cadeirante; E - Sequela lado direito não cadeirante; F - Sequela lado esquerdo não cadeirante; G - Sequela lado esquerdo cadeirante; H - Sequela lado esquerdo cadeirante; I - Sequela lado esquerdo cadeirante.
Gráfico 3
Gráfico 4
Os gráficos 03 e 04 demonstram que no somatório geral do flexiteste houve um grande aumento na flexibilidade dos pacientes avaliados variando entre 15,79% e 160% no ganho de amplitude articular. Pudemos perceber que o paciente F foi quem menos aumentou essa amplitude, porém o paciente já possuía uma boa amplitude geral nos movimentos. O paciente I obteve um aumento de 33,3% no grau de amplitude articular, porém com um índice de flexibilidade muito pequeno, portanto as atividades propostas não alteraram significativamente esse quadro. Os pacientes, em sua maioria, obtiveram somatório inicial entre 0-20 que para Araújo (1987) corresponde a uma flexibilidade muito pequena, porém como resultado final alguns pacientes obtiveram um somatório entre 31-50 que para Araújo (1987) se encontram com uma flexibilidade média (-/+) sendo índices de flexibilidade considerados aceitáveis para indivíduos não atléticos e saudáveis.
VI. Considerações finais
Com o crescente número de pessoas acometidas por acidente vascular encefálico, faz-se necessário a intervenção de uma equipe multidisciplinar na recuperação das atividades da vida diária melhorando a qualidade de vida dessas pessoas. O profissional da área da Educação Física vem ampliando sua área de atuação abarcando mais esse contexto. A pesquisa em questão demonstra que a atuação desse profissional dentro dos Hospitais é de grande relevância, pois agrega valores contribuindo para a recuperação desses pacientes diminuindo as comorbidades que a doença acarreta melhorando a sua qualidade de vida. O Educador Físico é mais um agente na equipe multidisciplinar nos cuidados com idosos internos, não só recuperando pessoas com sequelas de AVE, mas com outras enfermidades, pois a atividade física bem orientada provoca um estresse orgânico considerado sadio. Em resposta a esta situação, o organismo libera substâncias que aumentam a capacidade de memória e de combate ao estímulo nocivo contribuindo com o tratamento médico específico.
Percebemos que as intervenções da atividade física bem orientadas melhoraram a qualidade de vida desses pacientes em suas atividades da vida diária, como por exemplo, se alimentarem sem ajuda de terceiros, escovar os dentes, serem mais ativos com as trocas de roupas, se movimentarem no leito com mais destreza e a diminuição da depressão expressa pelo prazer em realizar as atividades.
Referências
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ARAGÃO, J. B. Treinamento a RML na autonomia e na qualidade de vida de idosos. In: DANTAS, E. H. M. e OLIVEIRA. R. J. Exercício, maturidade e qualidade de vida. 2ª Ed. Rio de janeiro: Shape, 2003
DANTAS, E. H. M. Flexibilidade: Alongamento e flexionamento. 4ª edição Rio de janeiro: Shape, 1999.
FARINATTI, P. T. V. Envelhecimento, promoção da saúde e exercício: bases teóricas e metodológicas. Volume 1. Barueri, SP: Manole, 2008
GIROLAMI, U. D. ANTHONY, D.C., FROSCH, M.P. O sistema nervoso central. In: COTRAN, R. S., KUMAR, V., COLLINS, T. (org.) Robbins – Patologia Estrutural e Funcional. 6ª edição. Guanabara Koogan, RJ: 2000
MAcARDLE, W. D. KATCH, F. I. e KATCH, V. L. Fisiologia do exercício – energia, nutrição e desempenho humano. 4ª Ed. Guanabara Koogan – RJ: 1998
PASSOS, B. M. A. e OLIVEIRA, R. J. O envelhecimento, flexibilidade, hidroginástica e atividades da vida diária. In: DANTAS, E. H. M. e OLIVEIRA. R. J. Exercício, maturidade e qualidade de vida. 2ª Ed. Rio de janeiro: Shape, 2003
RABELO, H. T.; OLIVEIRA, R. J. O treinamento de força e sua relação com as atividades da vida diária de mulheres idosas. In: DANTAS, E. H. M.; OLIVEIRA, R. J. Exercício, maturidade e qualidade de vida. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. cap. 4, p. 79-97.
RESOLUÇÃO N.º 218, DE 06 DE MARÇO DE 1997 - DO 83, de 5/5/97 - Retificada no DO 244 de 17/12/97 sna.saude.gov.br/legisla/legisla/exerc_p/RES_CNS218_97exerc_ (Acessado em 19/03/13)
VALE, R. G. A. e SILVA, R. V. V. A flexibilidade na senescência. In: DANTAS, E. H. M. e OLIVEIRA. R. J. Exercício, maturidade e qualidade de vida. 2ª Ed. Rio de janeiro: Shape, 2003.
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