Educação, Educação Física e a formação humana. Análise da obra ‘Educação Física do Corpo e... Mente’ de João Paulo Subirá Medina Educación, Educación Física y
formación humana. Reseña del libro |
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*Graduada em Educação Física Licenciatura pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), PR ** Graduanda em Educação Física Licenciatura pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), PR (Brasil) |
Suelen Vicente Vieira * Jessica Martins Marques Luiz** |
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Resumo O presente artigo apresenta uma análise critica da obra de João Paulo Subirá Medina “Educação Física do Corpo e... Mente”, onde trata da formação humana, afirmando que está deve ser completa, buscando atingir a totalidade do ser, o autor realizou uma pesquisa com acadêmicos do último ano do curso de Educação Física questionando-os sobre o que era Educação Física e constatou que havia alguns problemas nas concepções apresentadas, para compreender melhor estas questões considera o contexto social no qual a Educação e a Educação Física estão inseridos. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre educação física e formação humana na obra de Medina apontando limites e avanços. A metodologia utilizada no presente pesquisa é pesquisa bibliográfica e análise crítica. Percebemos que o mercado dita como devem ser formados os trabalhadores, vemos a fragmentação do conhecimento, pois as competências se colocam de formas isoladas a serem alcançadas pelos professores. Concluímos que a formação acadêmica interfere diretamente na atuação do profissional, em sua obra Medina acredita que o professor é responsável pelos problemas apresentados na formação educacional, porém acreditamos que as raízes dos problemas estão na configuração da sociedade. Unitermos: Educação. Educação Física. Formação Humana.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A formação humana sempre está atrelada ao modo como a sociedade se organiza, por isso busca atender ás necessidades que se estabelecem em cada momento histórico, sendo influenciada pelos ideais que pretende afirmar, para adquiri-los é preciso que o indivíduo conheça aquilo que foi produzido e acumulado historicamente pelas sociedades anteriores e se alteram,
[...] É que nas formas anteriores a desigualdade era tida como algo natural. Por isso mesmo, a exclusão das classes subalternas do acesso á riqueza também era vista como algo absolutamente natural. Ao contrário, na sociedade burguesa é proclamada a igualdade de todos os homens por natureza. O que significa que, em principio, todos eles deveriam poder ter acesso ao conjunto do patrimônio humano. No entanto, como isso, de fato, não é possível (justifica-se essa impossibilidade pela desigualdade que resultaria da livre iniciativa, expressão do inato egoísmo humano), a dissociação entre discurso e realidade efetiva impõe-se como uma necessidade. (TONET, p. 76, 2007).
Com isso, percebe-se que na atual sociedade todos deveriam ter acesso ao conhecimento elaborado, já que somos todos iguais, jurídico e politicamente. No entanto, no campo da prática isso não se concretiza.
A educação nessa sociedade assume papel de aparelho ideológico do estado, onde não apenas reproduz, mas também busca garantir que estes sejam propagados, mantendo a lógica da reprodução do capital.
A educação física se apresenta, não fugindo a regra, como uma ferramenta que nessa sociedade busca formar o homem para o trabalho. A graduação em Educação Física consiste em formar profissionais aptos a atuarem na área da cultura corporal. No capitalismo, esses movimentos da cultura corporal se referem a sentido e significados construídos pelo homem. As práticas corporais estão atreladas a lógica desse sistema e destinam essas atividades a meras mercadorias. Independente de sua função, seja para a arte, esportes, saúde, ou qualquer outra. (MELLO, 2009)
O campo de atuação da educação física é amplo e o profissional sempre será um educador, independe do campo de trabalho,
O profissional formado em educação física deverá estar capacitado para o desenvolvimento de pesquisas na área, ou seja, um professor pesquisador que consiga imprimir um caráter investigativo à sua prática pedagógica por meio da valorização de seus saberes, considerado, portanto, como sujeito e intelectual capaz de produzir conhecimento, participar das decisões e gestão da escola e dos sistemas, trazendo perspectivas para a reinvenção da escola democrática (RIBEIRO, s.p. 2003).
Percebemos que a atuação do professor de Educação Física está para além das quatro linhas de uma quadra e das quatro paredes de uma sala, é necessário que estes possuam uma bagagem de conhecimentos científicos e saberes para que possa articulá-los com o contexto histórico-social da localidade de seus alunos.
Este estudo iniciou-se a partir da leitura do livro “A Educação Física cuida do corpo... E mente” de João Paulo Subirá Medina, de 1982, pois neste livro o autor relata parte de uma pesquisa que realizou com alunos em fase de conclusão do curso de Educação Física, que o permitiu chegar a algumas constatações que foram representadas quanto ao seu nível de formação em uma tradicional instituição paulista de ensino. As informações coletadas permitiram ao autor chegar há algumas conclusões que relataremos adiante.
Na pesquisa realizada por Medina, foram feitas entrevistas com acadêmicos da graduação em Educação Física, a pergunta realizada foi “Em sua opinião, o que é Educação Física?”. As respostas foram igualmente transcritas para o livro, a grafia e a acentuação original foram mantidas nas respostas e representam a média do pensamento dos alunos. Visto a necessidade, este artigo tem como objetivo realizar uma análise do livro de Medina, “Educação Física do Corpo e Mente”, apontando avanços e limitações deste livro, que nos traz a possível realidade da compreensão da Educação Física perante os estudantes do curso.
Partindo de tais entendimentos, acreditamos ser necessária a compreensão por parte dos acadêmicos do curso de Educação Física, a respeito do que é Educação Física e suas peculiaridades, por isso analisaremos os avanços e as limitações do autor João Paulo Subirá Medina, que realizou a pesquisa.
Deste modo o presente estudo se justifica pela lacuna que existe no trato da educação física, enquanto formadora no âmbito escolar, pois se faz necessário uma pesquisa que busque as raízes dos problemas em sua gênese, de acordo com cada forma societal existente e que influencia diretamente a educação.
Por isso, temamos como objetivo geral, analisar a relação entre educação física e formação humana na obra de Medina apontando limites e avanços.
A presente pesquisa se caracteriza por uma pesquisa bibliográfica, Segundo Marconi e Lakatos, 2003,
[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. (p. 183).
Onde utilizaremos materiais científicos que discutem sobre o tema de nosso estudo, produzidos por outros pesquisadores para fundamentar nossa análise crítica a respeito da obra de Subirá Medina. Os materiais utilizados foram livros e artigos digitais e impressos.
Para realizar análise do trabalho desenvolvido por Medina, nos embasamos em obras de autores renomados na área da educação e formação humana, de forma que nossos argumentos fossem fundamentados, e assim, tendo maior relevância.
Resultados e discussão
Inicialmente, é importante salientar que na pesquisa feita por Medina a graduação em Educação Física ainda não sofria com a divisão curricular (Bacharel e Licenciatura). No dia 05 de Abril de 2004, na resolução nº 7 do Conselho Nacional de Educação (CNE)³ instituiu as Diretrizes Curriculares (DCN’s) para a formação em Educação Física. Essas DCN’s traziam que os cursos de Educação Física deveriam reformular seus currículos e instituir tanto a habilitação de Licenciatura e de Bacharelado, aonde a Licenciatura deveria ser voltada para a formação de professores para a escola, e o Bacharelado voltado para a formação de professores para atuar fora da escola.
Porém, nós temos que, segundo Testa (2011, p. 18) “Para um projeto de formação humana, compreende-se um currículo único, de Licenciatura Plena que atenda às necessidades da formação profissional para o mercado de trabalho e para a formação humana”.
O Conselho Federal de Educação Física, veicula que a atuação de ambas habilitações é restrita, o que não passa de uma ilusão, por que na verdade a habilitação em Licenciatura permite a atuação em qualquer área, como prevê o parecer nº 400/05 do CNE. Entende-se assim que é o Bacharelado tem seu campo de atuação limitado, pois segundo as legislações atuais, o profissional habilitado em bacharel não pode atuar dentro das escolas. Percebemos assim que essa divisão não se justifica principalmente na realidade dos cursos. Somos professores, independente do campo de atuação, seja ela fora ou dentro do espaço escolar, estamos trabalhando com a prática pedagógica e a interação com o aluno, lhes transmitindo os conteúdos pertinentes a Educação Física.
Percebemos, mais uma vez, que o mercado dita como devem ser formados os trabalhadores, e como conseqüência para a área em discussão, vemos principalmente a fragmentação do conhecimento, pois as competências se colocam de formas isoladas a serem alcançadas pelos professores, e não tem como foco central o trato com os conhecimentos necessários para a prática docente nos diferentes campos para a Educação Física. Assim, essa divisão curricular além de impossibilitar a apropriação por parte dos estudantes dos conhecimentos necessários para o enriquecimento da prática pedagógica, também foi pautada em interesses corporativistas de alguns setores.
Com a grande fragmentação instituída dentro dos cursos, começamos a entender o porquê de algumas das respostas apresentadas pelos acadêmicos na pesquisa de Medina.
De acordo com Hunger e Rossi (2007), “Na atualidade, o espaço de intervenção do profissional de educação física é amplo, diversificado e apresenta-se em expansão. Além da escola, atua em academias, clubes esportivos e de lazer, clínicas, etc.”.
Quando se pensa no profissional de Educação Física, Ferreira (2007) afirma que “ser professor é tarefa séria e profissional e, portanto, requer responsabilidade, compromisso, domínio de conhecimentos e saberes”, exigindo assim reflexões sobre a formação inicial e a base dos conhecimentos, que unidas colaboram para a ação profissional.
Devido ao caráter precário das respostas o autor chega à conclusão de que esses alunos são apenas vítimas de um ensino que pouco se preocupa com uma verdadeira educação. Porém, não se pode colocar a culpa no sistema educativo. É necessário que se compreenda o modo de produção, que determina o funcionamento da educação. Tonet, em seu texto intitulado de Educação numa Encruzilhada já afirmava que a educação tinha duas possibilidades, ou ela contribuía para a reprodução do modo de produção, ou ela auxiliava na superação deste. Inicialmente, é fundamental entendemos que esse modo de sociabilidade se da na maneira que produzimos a vida, isto é, a base da sociedade é o modo de produção desta. Inicialmente é fundamental entendermos que estamos vivendo um modelo de sociabilidade chamado capitalismo.
O modo de sociabilidade se baseia no modo de produção da vida, o trabalho. Trabalhar é vital na vida do ser social, e é necessário a qualquer sociedade constituída pelos homens, pois, é através do trabalho que o homem estabelece um intercâmbio com a natureza. Conforme afirma Lessa:
O trabalho é, pois, a categoria fundante do mundo dos homens, por que, em primeiro lugar, atende à necessidade primeira de toda sociabilidade: a produção dos meios de produção e de subsistência sem os quais nenhuma vida social poderia existir. Em segundo lugar, por que o faz de tal modo que já apresenta, desde o seu primeiro momento, aquela que será a determinação ontológica decisiva do ser social, qual seja, a de que, ao transformar o mundo natural, os seres humanos também transformam a sua própria natureza, o que resulta na criação incessante de novas possibilidades e necessidades históricas, tanto sociais como individuais, tanto objetivas como subjetivas. (p. 142, 2007)
No capitalismo, vemos o trabalho assalariado, como forma de produzir a vida. Percebemos que nessa relação social os homens se encontram alienados e estranhados, isso agrava cada vez mais a situação concreta da humanidade.
A sociedade capitalista é caracterizada por conter duas classes sociais fundamentais distintas e antagônicas. Essas classes são determinadas por ter posse ou não dos meios de produção. Os burgueses detêm os meios de produção enquanto os trabalhadores não, e, portanto, são obrigados a vender sua força de trabalho ao burguês para sobreviver, sendo que esta é a única coisa que lhes pertence realmente. O capitalista, ao comprar a força de trabalho, adquire o poder de expropriar e dominar a vida do trabalhador, como afirma Tonet (p. 6, 2002), (...) nada mais é do que trabalho acumulado privadamente e trabalho, em última análise, é sempre dispêndio de energias físicas e espirituais de quem o produz. Assim, produzir desigualdades sociais não é um defeito da reprodução do capital. É um dado essencial da sua natureza.”
Essa sociedade é baseada então, na exploração do homem pelo homem. Onde poucos, detêm a maior riqueza, e poucos detêm quase nada (ou nada) dela. Dessa forma, o trabalhador produz a riqueza da sociedade capitalista, porém, apenas pode desfrutar de seu salário. Ele não pode obter a mercadoria que ele próprio produziu a não ser que seu salário seja suficiente para comprá-la no mercado posteriormente.
A partir do modo de produção, ou seja, o trabalho, é que se fundam as outras estruturas, como: educação, saúde, política, arte, entre outras. Assim, o modo de produção determina como funcionará as outras instâncias.
Nesse sentido, entendemos que a educação se desenvolverá, conforme aquilo que é necessários e exigidos pelo trabalho e conseqüentemente por quem é “dono dele”, o capitalista.
A educação não é diferente dos demais componentes da sociedade, também é influenciada pela sociedade na qual está inserida, sendo ditada pela classe dominante,
No caso da sociedade burguesa, a hegemonia desta classe impõem que a educação tenha dois objetivos fundamentais: a formação para o trabalho (mão-de-obra para o capital) e a educação para a cidadania e a democracia (a estruturação de uma concepção de mundo, de idéias, de valores adequados para a reprodução desta ordem social). (TONET, 2007, pg. 50).
O objetivo da educação citado por Tonet, onde está voltada para a formação da mão-de-obra, é claramente observada, principalmente nas escolas públicas, onde o ensino técnico e prático está cada vez mais presente, sendo abordado de modo que prepare o indivíduo para realizar sua atividade especifica, seja operando máquinas de uma grande indústria ou lhe dando com pessoas; muitos conhecimentos adquiridos pela humanidade não chegam ás grandes massas populacionais, forma-se indivíduos conformados com sua árdua realidade que mal conhecem história, são incapazes de questionar suas condições de vida, muito menos lutar para que esta se torne humana.
Assim, vemos a educação que assume o objetivo de cidadania e democracia, onde perpetua os valores do capital, garantindo sua reprodução, como afirma Tonet (2007) “O trabalhador assalariado pode perfeitamente ser um cidadão, no gozo mais pleno dos seus direitos. No entanto, ele jamais deixará de sofrer a exploração e a dominação do capital. Portanto, jamais poderá ser plenamente livre, jamais será efetivamente sujeito da sua história” (p. 45), por isso se mascara de discursos embasados em direitos humanos, esconde sua real função social, a de “produzir tanta conformidade ou “consenso” quanto for capaz”. (MÉSZÁROS, 2005, p. 45).
Podemos perceber, através das precárias respostas dadas pelos acadêmicos, o papel que a formação em educação física vem trazendo, e algumas pequenas conseqüências disto. Não se pode apenas culpar o indivíduo (aluno), ou o sistema educativo. É preciso compreender a realidade, pela raiz, ou seja, o modo de produção.
Medina afirma sobre a educação que (1987, p. 58), “... ao contrário, o que faz é promover uma instrução que leva suas vítimas, na melhor das hipóteses, a uma produtividade alienante” assim ele se refere ao ensino que vem sendo oferecido à população, pois o individuo realiza trabalho, mas já não se identifica com aquilo que produziu, muitas vezes não tem acesso ao fruto de seu desempenho, e isso faz com que estranhe ainda mais sua produção e a si mesmo.
Em seu livro: A Educação Física cuida do corpo... e “mente”, Medina (1983) entende a Educação Física “como disciplina que se utiliza do corpo, através de seus movimentos, para desenvolver um processo educativo que contribua pra o crescimento de todas as dimensões humanas” (p. 34, grifos do autor). O autor deixa muito claro, que este deveria ser seu o verdadeiro sentido, mas reconhece o quanto está longe de ser realidade, pois ao contrário disso,
O que se vê, hoje em dia, é que na busca indiscriminada do recorde, do primeiro lugar, da vitória, ás vezes ganhamos a competição e perdemos a vida (quando não ocorre de perdermos os dois), pois abafamos as manifestações mais sinceras de respeito aos nossos concorrentes, amor pelas pessoas, solidariedade entre os homens, justiça social para todos, crença no ser humano e compromisso com a vida, em suma mais pura acepção. (MEDINA, p. 75, 1983, grifo do autor).
Concordamos com o autor quando aponta que a Educação Física está à mercê do ambiente no qual está inserida, sendo diretamente influenciada pelos princípios que movimentam tais relações entre os homens que se estabelece. “Lamentavelmente a Educação Física tem vivido em demasia, ao sabor da moda. Ela tem sido prática condicionada a uma estrutura que a estrutura maior montou para ela” (MEDINA, 1983, p. 91).
Porém em seguida, vê no individuo (professor) o motivo pelo qual a Educação Física se encontra em crise, como se este fosse responsável por ela não estar voltada aos interesses da maioria, e não proporcionando o desenvolvimento integral das faculdades humanas; “Seus profissionais não possuem um projeto autônomo para colocá-la a serviço da nossa coletividade, valorizando o corpo na totalidade de suas relações consigo mesmo, com o corpo na natureza”. E ainda complementa: “A ele cabe o papel de assumir o movimento que redimensione as possibilidades da Educação Física. A eles, cabe, enfim, desencadear a revolução, lutando em favor da autentica humanização desta disciplina. Mesmo porque parece não restar outra opção”. (MEDINA, 1983, p. 92, grifo do autor).
Mas se é o modo de produzir a vida humana que determina as relações sociais, políticas, econômicas, a educação e todas as outras estruturas sociais, também o individuo é determinado socialmente, assim como afirma Tonet,
A sociedade age inevitavelmente sobre os indivíduos em sua interioridade, até nas formas mais íntimas de pensamento, de sentimento, de ações e nesse permanente processo de interação entre individuo e sociedade se constitui a substância da individualidade humana, a personalidade como manifestação da interioridade do sujeito humano. (COSTA, p. 48, 2012).
Portanto, não pode ser responsabilizado pelos problemas encontrados na educação física, uma vez que não depende de sua boa vontade, ou dedicação em tornar a educação física uma disciplina que realmente trate do individuo de forma integral, buscando seu desenvolvimento completo.
Considerações finais
Como mencionado no estudo, a formação acadêmica é de suma importância para o profissional, pois é esta que fornece uma bagagem necessária para a sua atuação no mercado de trabalho é deste conhecimento acadêmico que se forma um bom professor, objetivando-se uma coerente docência, que “(...) é constituída por um saber plural, que advém de uma mistura de elementos heterogêneos, mais ou menos coerente, de saberes provenientes da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais. (SILVA; SOUZA, 2007, p. 33)”.
A questão do conhecimento dos alunos em período de conclusão de curso de Educação Física é um fato importante. Ela tem apresentado uma melhora nos últimos anos como analisado, porém, não se pode esquecê-la ou deixá-la de lado, é preciso sempre estar se atualizando e se preocupando com uma verdadeira educação, para melhorar os profissionais da área.
Medina (1983, p. 59) acredita, assim como nós que “Toda manifestação humana é movida por valores que determinam certos ideais, certas finalidades e certos objetivos. Evidentemente, esses valores são culturalmente moldados e se modificam de acordo com as variáveis que o momento histórico propõe”. Ou seja, a Educação, assim como a Educação Física, não se encontra alheia aos acontecimentos sociais e históricos, elas acompanham as transformações e são condicionadas por estas, de modo que atendam ás novas necessidades impostas. Buscando formar o homem que se adéqüe as transformações, de modo geral as transformações sociais afetam todas as partes que a compõem.
Porém, como afirmando no decorrer deste trabalho, deve-se analisar o modo de produção vigente, que é o determinante para as relações sociais e as outras instâncias da sociedade, como no caso a educação e educação física. Não se pode culpar o individuo ou o sistema educativo sem uma análise profunda da realidade.
Por fim conclui-se que, a formação acadêmica é fundamental na carreira profissional do professor de educação física para ter conhecimento dos conteúdos e de como ensinar, porém ela não é unânime nesse processo, tem-se que considerar as influências do meio em que está inserido, pois as condições estabelecidas iram nortear as relações entre os indivíduos e do homem com a natureza, bem como os princípios moldados para assegurar os interesses da classe dominante. E por fim, entender que ela é norteada pelo modo de produção vigente.
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