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Badminton, tênis de mesa e estatística, uma experiência

inovadora de intervenção interdisciplinaria em secundária

Badminton, tenis de mesa y estadística, una experiencia innovadora de intervención interdisciplinaria en secundaria

Badminton, tennis de table et statistique, une expérience innovatrice d’intervention interdisciplinaire en secondaire

Badminton, table tennis and statistics, a high school interdisciplinary intervention innovating experience

 

*Profesor adjunto, Dpto. Educación Física y Salud, Instituto Superior de Educación Física (ISEF)

de la Universidad de La Republica del Uruguay (UdelaR). Referente NIEFS, Programa de becas

de retorno y contratación de investigadores provenientes del exterior de la Comisión Sectorial

para la Investigación Científica CSIC, UdelaR (Uruguay)

**Profesor de Educación Física Titular “Agregé” del Liceo Politzer,

La Courneuve, Academia de Creteil (Francia)

María Lucia Stefanelli*

Etienne Barraux**

luciastefanelli@hotmail.fr

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo de cooperação internacional, entre a França e o Uruguay, tem por finalidade descrever uma experiência de intervenção interdisciplinaria do professor de educação física no ensino médio com alunos de 14 a 15 anos. A matemática muitas vezes aponta uma representação abstrata para os adolescentes, o fato de integrar um conteúdo como a estatística na aula de badminton permitiu dar sentido a aprendizagem da matemática. Foi aplicado um método para coletar, tratar e analisar os dados, utilizando fichas de observação e de processamento de dados. Desde este tipo de intervenção, a avaliação e o trabalho em educação física tornaram-se pertinentes, permitindo una abertura interdisciplinar das disciplinas que validou as competências dos alunos.

          Unitermos. Esporte. Adolescentes. Rendimento escolar.

 

Resumen

          Este estudio de cooperación internacional, entre Francia y Uruguay, tiene como finalidad de hacer una descripción de una experiencia de intervención disciplinaria del profesor de educación física en el liceo con alumnos de 14 a 15 años. La matemática muchas veces apunta una representación abstracta por los adolescentes, el hecho de integrar un contenido como la estadística en clases de badminton permitió dar sentido al aprendizaje de la matemática. Fue aplicado un método para la recolección, tratamiento y análisis de los datos, utilizando fichas de observación y de procesamiento de los datos. Desde este tipo de intervención, la evaluación y el trabajo en educación física quedaran pertinentes, permitiendo una apertura interdisciplinaria de las asignaturas que validó las competencias de los alumnos.

          Palabras clave: Deporte. Adolescentes. Rendimiento escolar.

 

Résumé

          Cet étude de coopération international, entre la France et l’Uruguay, a pour finalité de décrire une expérience d’intervention interdisciplinaire du professeur d’éducation physique du Lycée avec des élèves de 14 a 15 ans. Le mathématiques plusieurs fois apparaît comme une représentation abstraite pour les adolescents, le fait d’intégrer un contenu comme l’statistique en clase de badminton a permis de donner un sens a l’apprentissages de la mathématique. Une méthode a était appliquée pour collecter, traiter et analyser les données, avec des fiches d’observation et de processus des données. Depuis ce type d’intervention, l’évaluation et le travail en éducation physique sont devenus pertinents, ce qu’a permis une ouverture interdisciplinaire des disciplines qu’ont validées les compétences des élèves.

          Mots clés: Sports. Adolescents. Rendement scolaire.

 

Abstracts

          This international cooperation study between France and Uruguay intends to describe and interdisciplinary intervention experience realized by physical education teachers with 14 and 15 years old students. Math’s usually aims an abstract representation for teenagers and the integration of statistics content into badminton class allowed a better understanding of math learning. The method chosen in order to collect, treat and analyze data involved the use of data observation and processing sheets. With this kind of intervention, the evaluation and work in physical education became pertinent, facilitating an interdisciplinary opening which validated the students' skills.

          Keywords. Sports. Teenagers. Math. School output.

 

          Programa de Becas de Retorno y Contratación de Investigadores Provenientes del Exterior de la Comisión Sectorial para la Investigación Científica (CSIC) de la UDELAR.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho se inscreve na área temática da didática interdisciplinaria, da aprendizagem escolar e do esporte, descrevendo uma experiência de cooperação internacional que relaciona a metodologia da investigação-ação em educação física (EF), com o rendimento escolar; desenvolvidas pelo Núcleo de Pesquisa NIEFS do Departamento de EF e Saúde do Instituto Superior de EF, registrado na Comissão Setorial de Investigação Cientifica da Universidade da Republica, em Montevidéu, Uruguai.

    Sendo uma estratégia de transversalidade que associa duas disciplinas, a educação física e a matemática, através das aulas de badminton e de estatística para adolescentes de 14 e 15 anos do Liceu Politzer, na cidade de La Courneuve, na França. A metodologia utilizada relacionou a aplicação do capitulo de estatística do programa de matemática, nas aulas do ciclo de badminton, utilizando fichas de observação na aula de EF para coletar os dados, em seguida fazer um tratamento destes dados na aula de estatística e uma analise na aula de EF com os dois professores. Estabelecendo uma aplicação concreta entre o ensino da matemática, através dos dados estatísticos e as aulas de EF. Esta experiência pode ser aplicada em aulas de badminton como de tênis de mesa, podendo ser efetuado no momento da aula de EF, de um ciclo de uma atividade física e esportiva, entre duas atividades. Abrindo um espaço de pesquisa para o Professional de educação física dentro do cotidiano de sua pratica docente.

Educação Física e matemática

    Nas aulas de educação física (EF) os alunos perdem muito tempo no trabalho de observação e para coletar os dados. Por outro lado, o professor de EF tem dificuldade para fazer uma real análise de cada observação para os alunos. Sendo que o trabalho de observação permite responder a uma espera ao nível das competências a desenvolver.

    A implicação do sentido na aprendizagem dos alunos é uma constante. A sua vez, buscar dar sentido a matemática utilizando como suporte a ficha de observação em EF permite uma abertura interdisciplinar das matérias, validando as competências dos alunos.

    A matemática se serve da EF para colocar em aplicação e em gesto, as noções desenvolvidas nas aulas. Por sua vez a EF se serve da matemática para introduzir um peso teórico as experiências em ações vividas nas aulas. Este trabalho envolve uma reflexão através de pontos comuns que podem ser estabelecidos entre as disciplinas no colégio.

Badminton

    As competências visadas na aula do badminton buscam marcar, construindo o ponto, desde a implicação do volante no jogo, jogando intencionalmente na continuidade ou no rompimento, utilizando golpes e trajetórias variadas; administrar coletivamente um torneio, ajudando o parceiro a tomar em conta seu jogo.

Tênis de mesa

    As competências visadas no tênis de mesa buscam marcar, construindo o ponto, desde a entrada em jogo, para romper a troca por golpes variados em velocidade e direção, utilizando os primeiros efeitos sobre a bola no serviço; gerar coletivamente um torneio, ajudando um parceiro a tomar em conta seu jogo para ganhar.

Rendimento escolar

    A prática da atividade física e esportiva esta associada à melhora dos resultados escolares, com impacto positivo na aprendizagem e memória (Trudeau & Shephard, 2008); com benefícios para a saúde, tabela 1 (Mathews & Fox, 1989). Por outro lado desenvolver as funções executivas através da associação dos conteúdos de outras disciplinas nas aulas de EF pode ser um fator determinante de melhora nos processos cognitivos de aprendizagem, esta dinâmica interdisciplinaria permite desenvolver as funções complexas (Falco & Lafont, 2012).

Tabela 1. Elementos do bem estar associados à Educação Física

Estabelecendo pontos em comum

    Através da capacidade de coletar informações que supõe as competências a desenvolver destas disciplinas, a utilização de dados observáveis é essencial para gerar atribuições de causa para os alunos (Weiner, 2000). Nesta idade a dificuldade é atribuir a perda ou o ganho a sua própria pessoa ou a razões objetivas. Estas atribuições são percepções subjetivas interiorizadas pelo aluno. Podemos distinguir quatro tipos de atribuições de causa para explicar um resultado: habilidade ou competência; a sorte ou azar; o esforço; a tarefa e sua dificuldade. Portanto, geralmente, nesta faixa etária as atribuições de causa estão vinculadas ao azar quando se perde. Sendo assim, dentro de uma dinâmica de aprendizagem e processo de fixação de objetivos, será pertinente de desenvolver a atribuição de causa justo para atenuar as estratégias de autorregulação. Dentro desta visão teórica, a observação vem a ser essencial para compreensão.

    Por outro lado, o investimento imediato de novas aquisições (no caso a integração da estatística nas aulas de EF) permite uma real implicação do aluno, dado a motivação intrínseca (Deci & Vallerand, 1991). Este mecanismo favorece a fixação da aprendizagem “recente” e torna a matemática mais concreta e utilitária para o cotidiano do aluno.

    Quando se ensina os capítulos de matemática, precisamente em estatística, as noções de “media” (simples e ponderada), a mediana (seu calculo e significado) e o “quartil”, são características de posição numa lista de números (de dispersão abordando a extensão e o intervalo interquartil). Estas listas de números são estudadas somente de maneira quantitativa e não qualitativa. Sendo que este aspecto qualitativo (após um estudo quantitativo) é que vai permitir estabelecer “um ponto” de relação entre a EF e a matemática, mais precisamente o badminton (também o tênis de mesa) e a estatística, completando o estudo da lista numérica. Sendo assim, o aluno se introduz numa reflexão pessoal pela analise de seu próximo jogo e se questiona sobre suas probabilidades e perspectivas futuras (Morin, 1990).

    Assim sendo, a matemática vai utilizar a EF para colocar em aplicação e em gesto as noções desenvolvidas nas aulas. Por sua vez, a EF utilizara a matemática para introduzir um peso teórico as experiências e em ações vividas nas aulas. Através da intervenção nas aulas de EF e de matemáticas se aplicou de forma interdisciplinar entre estas matérias, buscando estabelecer um ponto pertinente, utilizando como suporte o conteúdo da estatística na aula do badminton.

Metodologia

    Relacionar nas aulas do ciclo de badminton à aplicação da estatística, do programa da matéria matemática, aplicando uma dimensão partilhada destas duas matérias, através da coleta de dados precisos (caracterizando espacialmente e qualitativamente o numero de vezes que a raquete bate na pluma ganhando o set, no jogo de badminton) os alunos puderam desenvolver as noções de estatística para definir seu estilo de jogo.

Universo e amostra

    Esta experiência que se realizou nas aulas de educação física do Colégio Politzer da cidade de La Courneuve, em França. Utilizou duas metades de quadra do badminton (figura 1) que são representadas (podendo ser metade da mesa de tênis de mesa). Os alunos se exercem em matemática no ginásio, utilizando esta pratica para a reflexão na aula de matemática. Participaram duas classes de alunos entre 14 e 15 anos. Na classe (a) foi aplicado o método interdisciplinario e na classe (b) não foi aplicado o método.

Coletando os dados

    Os dados foram coletados através da observação na aula de educação física utilizando a ficha legenda, (tabela n° 2) para aplicar na ficha de observação (figura 1).

Tabela 2. Ficha legenda

Figura 1. Ficha de observação

    Para cada troca efetuada, o observador marca o ponto de impacto, utilizando (●); para cada ponto marcado pelo aluno observado, o observador terá de colocar o tipo de golpe que permitiu de marcar, assim, para uma trajetória sinuosa, o observador coloca um (S); para uma trajetória estendida coloca um (E); para um smash coloca um (M); para uma trajetória amortecida coloca um (A); e por um ponto do serviço coloca (Se).

Tratamento e analise dos dados

    Após coletar os dados pela ficha de observação, eles foram processados em duas fichas de tratamento de dados, uma pessoal sobre a globalidade do torneio devendo completar os pontos cada vez que marcam, dentro do tempo previsto para fazer o analise dos dados, tendo como referencia as três noções do capitulo de estatística: a porcentagem, a média e a mediana, respondendo as três questões restantes (Tabela N°3).

Tabela 3. Ficha de tratamento dos dados pessoais

    Na ficha de tratamento dos dados da observação de um dos colegas de seu jogo, cada questão implicara dados estatísticos e permite gerar atribuições de causa pertinentes, vinculadas à competência e habilidade. Ao terminar de processar os dados, cada aluno deveria fazer uma reflexão para analisar os dados processados, definindo a zona adversa mais eficaz para marcar o ponto (Tabela 4).

Tabela 4. Dados observados por um colega

Procedimento

  • Na 1ª aula de EF: os alunos deveriam realizar seis jogos de 3 minutos (de quatro). Cada aluno encontrava os seus adversários duas vezes. Si um aluno não jogava, ele observava utilizando uma ficha de coleta de dados (Figura N° 1) marcados em zonas precisas do terreno, onde os alunos construíam uma ficha de identidade própria a seu jogo (Tabela N° 2).

  • Na aula de matemática, os dados foram explorados, a partir da ficha de observação (tabela N° 2), os alunos construíram fichas de seu próprio jogo (Tabela 3 e 4).

  • Na 2ª aula de educação física, codirigida pelos professores de educação física e de matemática, foi feito a analises dos dados tratados e dos resultados obtidos (Tabela 3 e 4).

Resultados e analise

    No badminton a classe que participou da experiência, classe (a) teve uma média de 11.5/20; e a classe (b) onde não foi experimentado o método, teve uma media de 10.5/20. Em matemáticas a classe (a), teve 9.5/20 na prova de estatística e a classe (b) teve 7.2/20. Mesmo não sendo as notas finais um objetivo deste estudo, se mostra importante apresentá-los porque podem ser também, o resultado deste tipo de intervenção, que abre um campo de reflexão e pesquisa a desenvolver com experiências similares.

    Quanto ao procedimento, este esquema reforçou os conhecimentos dos alunos sobre os limites da quadra, diferentes zonas, rede. A primeira aula foi importante porque desenvolveu uma mobilização concreta de aquisições de matemática pela observação realizada em EF. As fichas de observação permitiram situar o aluno em relação a ele mesmo e aos outros; e o analises, de definir os diferentes estilos de jogo. Por esta via, os alunos puderam integrar estratégias de autorregulação para adaptar melhor seu jogo visando o adversário em badminton, relacionando em ação um capitulo de matemática por uma aplicação direta e concreta. O fato de completar o estudo da lista numérica tem efeito de humanização da matemática, tornando esta mais perto do quotidiano. A ficha de avaliação também permitiu um seguimento dos alunos em EF e matemáticas, durante a duração do ciclo de badminton e do capitulo de estatística.

Conclusão

    Esta experiência permite uma nova visão sobre a EF na escola, que reforça a dinâmica de equipe de professores no ensino médio e suas possibilidades de interagir com outras disciplinas e professores, sendo esta uma experiência inovadora tanto para os alunos como para os professores. O procedimento é similar e a reprodução possível, necessitando uma vontade comum de trabalhar em equipe e às vezes, de sair do quadro habitual. Podendo existir obstáculos e limitações, como problemas de tempo e disponibilidade profissional.

    Por outro lado, o esporte em secundaria é apropriado dentro de um contexto educativo que favorece a relação entre a satisfação que ele proporciona na aula de EF com a tarefa dada. Criando um ambiente onde esta relação encontra um terreno comum, ou seja, o esporte pode ser direcionado para a aquisição de competências e de tarefas orientadas, sem diminuir o prazer que este proporciona.

Bibliografia

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