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A hidroginástica e sua influência nos aspectos psicossociais do idoso

La gimnasia acuática y su influencia en los aspectos psicosociales de la persona mayor

 

*Discente da Faculdade de Educação Física

da Universidade de Santo Amaro - UNISA

**Docente Ms. orientadora da Faculdade de Educação Física

da Universidade de Santo Amaro – UNISA

Docente Faculdade Nossa Cidade – FNC

(Brasil)

Carlos Henrique Carvalho*

Cintia Nagano*

Laudiséia Mariano de Souza*

Liliane Barbosa Olival*

Solange de Oliveira Freitas Borragine**

c.hcarvalho@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Existe atualmente uma procura bastante significativa pela prática da hidroginástica pela população idosa, logo, é importante que os profissionais de Educação Física estejam atentos às necessidades e possibilidades destes indivíduos quando da atuação nessa modalidade. Tendo em vista que, em termos gerais, se verifica uma preocupação nas questões relativas aos benefícios físicos proporcionados pela hidroginástica a fim de minimizar efeitos patológicos, este estudo tem um objetivo mais específico também de suma importância, que é o de analisar se a prática regular da hidroginástica pode contribuir com o idoso no combate aos problemas ligados às questões psicossociais, atuando como catalisador de relacionamento interpessoal. Utilizamos para essa finalidade, como metodologia, a revisão bibliográfica. Diante a pesquisa realizada, constata-se que a hidroginástica produz sensação de bem estar, estimula a autoestima pela superação de pequenos desafios, ou seja, proporciona uma vida social ativa e mais saudável para o idoso, diminuindo o estresse, e conseqüentemente, melhorando o relacionamento interpessoal com os familiares, possibilitando melhor reintegração do idoso ao meio social e oportunizando-lhe uma vida mais saudável e feliz.

          Unitermos: Idoso. Hidroginástica. Aspectos psicossociais. Depressão. Estresse.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Diante da grande diversidade de áreas de atuação que englobam o campo da saúde, têm-se proporcionado um significativo aumento populacional de pessoas idosas. Em decorrência deste cenário, a melhora da saúde física e mental vem prolongando a expectativa de vida da população, fazendo com que essas pessoas permaneçam por mais tempo ativas e se incluam cada vez mais em atividades físicas, sociais e culturais.

    Devemos considerar, também, que a literatura atual tem apresentado ampla ênfase na melhora física em decorrência da maior prevalência de patologias instaladas neste período da vida. Não devemos, entretanto, nos ater tão somente neste benefício de forma isolada, sabendo que os aspectos sociais e psicológicos devem ser contemplados juntamente com o físico, tendo em vista que muitas vezes é imposta uma prática obrigatória e não de livre escolha.

    Podemos observar, no entanto, que nem sempre o maior problema desses indivíduos está centrado nas questões físico-motoras, mas nos aspectos sociais e psicológicos, considerando que, com o decorrer da idade, muitas atividades do indivíduo sofrem alterações, provocando o distanciamento dos idosos do convívio social e tarefas diárias. Isso pode ocorrer por diversos fatores, como por exemplo, a aposentadoria, afastando-os do trabalho diário, a diminuição de renda, as dificuldades de deslocamentos, as exigências da família, dentre outras.

    Nosso estudo, portanto, busca contribuir com os profissionais de Educação Física no sentido de oferecer maiores subsídios para compreender o idoso, a prática da Hidroginástica e as possibilidades desta auxiliar esses indivíduos não apenas a manter a saúde física, como também nas questões relacionadas aos aspectos psicológico e social, oferecendo-lhes suporte para o combate aos problemas ligados às questões psicossociais atuando como catalisador de relacionamento interpessoal.

    A hidroginástica protelará o processo de envelhecimento e trará benefícios anátomo-fisiológicos, cognitivos e sócio-afetivos aos idosos, tornando-os mais sadios (ausência de doença), independentes, sociáveis e eficientes, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida (SILVA e RIBEIRO, 2010, p.54).

O idoso e o processo de envelhecimento

    Conceituar o termo idoso é algo muito complexo. Conforme classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) citado por Oliveira, Silva, Moraes, Dutra e Teixeira (2011), se pensarmos no tempo que a pessoa está viva e o tempo cronológico desde seu nascimento, idoso é aquele que tem 60 anos ou mais em países em desenvolvimento como o Brasil e 65 anos ou mais em países desenvolvidos.

    A população idosa no Brasil vem crescendo muito nos últimos tempos, e segundo Carvalho e Garcia (2003), as expectativas mais conservadoras indicam que em 2020 o Brasil terá cerca de 30 milhões de idosos, qualificando-se assim como o sexto país do mundo com esta população.

    Dados do Vigitel (Brasil, 2007), 50,3% das mulheres, e 65,4% dos homens com mais de 65 anos no Brasil, são inativos fisicamente. Jancey et al. (2008) relatam que nos Estados Unidos, 51% dos idosos são inativos, e na Austrália, 46%, sendo que um terço destes são completamente sedentários, o que mostra que ainda é necessário estabelecer políticas públicas de incentivo à prática de atividade física para essa população, pois, segundo Matsuoka et al. (2003), o declínio de desempenho que ocorre com o envelhecimento está mais relacionado ao nível de atividade física do sujeito ao longo de sua vida, que ao processo em si.

    Silva (2008) apresenta que ao observar as manifestações culturais daqueles que envelhecem na contemporaneidade, identificamos mudanças significativas de hábitos, imagens, crenças e termos utilizados para caracterizar esse período da vida. Além das tradicionais representações que atrelam os momentos mais tardios da vida ao descanso, à quietude e à inatividade, surgem hábitos, imagens e práticas que associam o processo de envelhecimento a atividade, aprendizagem, flexibilidade, satisfação pessoal e vínculos amorosos e afetivos inéditos. O espectro de descrições possíveis para o envelhecimento ampliou-se tanto que à ‘velhice’, tal como a conhecemos se somou a ‘terceira idade’ e uma série de características inéditas que a acompanham.

    Diante do número cada vez mais elevado de pessoas idosas no mundo, de acordo com o senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007), 18 milhões de habitantes estão acima dos 60 anos, número que corresponde a 9,7% da população. A estimativa do órgão é que no ano de 2020 este percentual dobre, colocando o país no sexto lugar do ranking mundial.

    O envelhecimento é um processo biológico natural, inerente a todo e qualquer ser vivo, e pode ser definido pelo relato de Spidurso (1995), como uma série de mecanismos que ocorrem com os organismos vivos que, com o passar do tempo, pode levar à perda da adaptabilidade, alterações funcionais e à morte.

    A velhice é mais uma etapa da vida do ser humano e temos que nos prover para que possamos vivê-la da melhor forma possível. Segundo Pont Geis (2003), o ser humano nasce, cresce, amadurece e envelhece, passando por todas essas fases da vida, logo, o homem passa a receber todas as influências vividas, tendo que adaptar-se às mudanças nos aspectos: físico, social e psicológico em cada uma das fases.

    O homem, ao envelhecer, sofre uma série de mudanças endógenas e exógenas, que sem perceber estão presentes nos movimentos que com a idade são mais cuidadosos. As mudanças ligadas ao envelhecimento não surgem da mesma maneira, nem acontecem com a mesma velocidade em todas as pessoas. Pode-se estar certo de que o modo como se viveu tem um papel muito mais decisivo que a rapidez e o tempo de duração do processo de envelhecimento (BAUR & EGELER, 1983).

    As alterações que o envelhecimento provoca no ser humano acreditam-se podem ser restringidas com a prática regular da atividade física, e, mesmo que não assegure o prolongamento de vida, ela garante algo que pode ser igualmente importante o bem estar cotidiano da pessoa na terceira idade (CARVALHO & ROCHA, 2007, p. 2).

    Ao analisar o processo de envelhecimento, conforme relata Simões (1994) é relevante salientar que não ocorre isoladamente e nem subitamente, mas consiste no acúmulo e na interação de processos bio-psico-sócio-culturais durante a vida. Do ponto de vista orgânico, por exemplo, o envelhecimento envolve diminuição de força muscular e amplitude articular e perda de flexibilidade

    Segundo Mota (2009), a idade que vai dos 40 aos 60 anos, é o período que se encontra os primeiros sinais do envelhecimento. Neste, tende a aparecer diversas doenças que afetarão a próxima fase, entre elas observam-se hipertensão, câncer, arteriosclerose, diabete e angina. Evidencia-se uma diminuição das células de todos os órgãos, além do aumento na quantidade de gordura em todo o organismo. Esta fase caracteriza-se pela diminuição progressiva do desempenho na atividade física, interferindo na qualidade de vida desses idosos, como a perda da posição social comum após a aposentadoria, os problemas financeiros que dificultam as condições mínimas de sobrevivência e, consequentemente, limita a participação dos idosos em eventos sociais. Eles tendem a sentir mais facilmente a solidão, pois muitas vezes têm pouco contato com outras pessoas devido à dificuldade de transporte adequado, problemas financeiros, incapacidade física e falta de companhia associada ao medo e a perda de amigos, parentes, cônjuges. Tudo isso pode levar o idoso à depressão e a uma maior dependência, física e/ou psicossocial.

    Além dos fatores psicossociais que interferem no processo de envelhecimento, existe também a relação do indivíduo com a sociedade, logo, os idosos tendem a se sentir inferiorizados, principalmente após a aposentadoria, quando costumam ser considerados inúteis e improdutivos, pois, além de conviver com uma série de mudanças orgânicas, sentem-se como um peso para seus familiares e amigos, o que acaba gerando seu isolamento do convívio social como forma de preservação.

    A velhice pode ser caracterizada, conforme apresenta Waldow (1998) pela maneira como a sociedade determina e encara o envelhecer, sendo mais forte do que a percepção do idoso a respeito do envelhecimento, o que nem sempre corresponde ao seu estado de velhice. Diante desse fator, o autor afirma que a forma como uma sociedade superprotege, venera ou marginaliza o idoso determinará como ele vai se adaptar e assumir a velhice.

    Envelhecer de forma saudável implica, portanto, não apenas na possibilidade dos idosos disporem de cuidados em relação aos problemas de saúde mais comuns nesta etapa da vida, mas, também, no reconhecimento das suas possibilidades e necessidades específicas. Significa que, além de bom estado de saúde física eles necessitam de respeito, segurança e, principalmente, precisam se sentir ativos em sua comunidade, com oportunidades de expressarem livremente seus sentimentos, emoções, interesses, opiniões e experiências.

    Segundo Teixeira (2002) algumas pesquisas demonstram que a principal tarefa evolutiva da velhice é a integração social e a autonomia pessoal; e relata que "a segurança propiciada por um ambiente acolhedor, assim como a autonomia permitida por um ambiente estimulador, são ambas necessárias ao bem-estar do idoso" (p.105). É bem verdade que o idoso convive com limitações da própria idade, as quais podem prejudicar sua independência e autonomia para desenvolver determinadas atividades. É preciso, no entanto, que ele seja estimulado, inicialmente, a organizar seu tempo fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa, isto é, dando significados a vida para que esta não caia no vazio (LIMA , 2003).

    As principais limitações corporais dos idosos são as doenças que comprometem sua autonomia e independência. Uma das principais causas está ligada ao sedentarismo que pode ser prevenida ou tratado por meio da atividade física com diferentes modalidades e objetivos. (MARCIANO e VASCONCELOS, 2008, p. 6)

    Nesse sentido, segundo López e Cianciarullo (1999), podemos considerar que as atividades físicas, de lazer e a convivência em grupo contribuam tanto para a manutenção do equilíbrio biopsicossocial do idoso, quanto para atenuar possíveis conflitos ambientais e pessoais. Por isso, é importante para o ser humano a atividade física, intelectual e de lazer, pois, em todas as etapas da vida devemos nos preocupar com as perspectivas de um envelhecimento saudável. Nesse sentido, para se qualificar a vida, é necessário comparar o passado e o presente, as coisas boas e ruins, a infância, a juventude, a maturidade e a velhice em um contexto social e histórico.

    Assim, de acordo com os autores supracitados, a compreensão de qualidade de vida na velhice está atrelada ao significado de velhice dada pelos idosos, em que devem ser consideradas as referências às mudanças do corpo e as imagens desse corpo; os contrastes sociais e culturais que caracterizam o curso de vida, se o passado foi marcado pela busca de sobrevivência, pelo trabalho com poucas garantias ou não, e se hoje na velhice, sobrevivem com a ajuda de familiares ou são independentes. O envelhecimento bem-sucedido não é um privilégio ou sorte, mas um objetivo a ser alcançado por quem planeja e trabalha para isso, sabendo lidar com as mudanças que efetivamente acompanham o envelhecer.

A prática da hidroginástica como atividade física regular do idoso: contribuições nos aspectos psicossociais

    Conforme registros de Paula e Paula (1998), desde 460-375 a.C. a água já era utilizada por Hipócrates com fins terapêuticos. Os romanos a usavam largamente com finalidades recreativas e curativas, também os gregos (século V a.C.) atribuíam-lhe propriedades medicinais. As atividades executadas na água fazem parte da mais remota história humana, seja pela imposição ambiental, ou pelo fascínio que esta exerce sobre o homem.

    Os exercícios desenvolvidos no meio líquido, segundo Paula e Paula (1998), podem atingir os mais diversos objetivos. Encontramos na natação, hidroterapia, jogging aquático ou hidroginástica a possibilidade de atender indivíduos que descobriram na água uma opção de treinamento físico, relaxamento, recreação, reabilitação e trabalho estético. Vale ressaltar a importância de ter claras as características de cada atividade.

    Segundo os autores supramencionados, a hidroginástica começou a ser desenvolvida de maneira sistemática no início deste século nos spas ingleses, sendo levada para os EUA na década de 60 pela Associação Cristã de Moços (ACM). Atualmente, ela é difundida em outros países da Europa, no Japão e no Brasil e, com o passar do tempo, foi adquirindo particularidades e acolhendo um número cada vez maior de adeptos. Hidroginástica, portanto, é uma forma de condicionamento físico constituída de exercícios aquáticos específicos, baseados no aproveitamento da resistência da água como sobrecarga.

    Vale registrarmos, portanto que, contrariando uma crença bastante comum, hidroterapia e hidroginástica não são sinônimas; uma vez que, como registra Paula e Paula (1998), hidroterapia relaciona-se a uma vertente da fisioterapia propondo-se ao tratamento e reabilitação de patologias específicas, geralmente desenvolvidas em sessões individuais, tendo seus objetivos mais distintos.

    Nesse sentido é importante que o profissional de Educação Física tenha consciência do seu papel na condução de propostas ao público de idosos que possibilitem uma vida menos sedentária com ações bem direcionadas e possa auxiliá-los na condução de uma vida saudável e ativa.

    Instruir um indivíduo da terceira idade, para que ele possa adquirir sua prática diária de atividade física, de modo que tenha condições e oportunidades para se manter ativo e aprenda a preservar a qualidade da própria velhice, é uma da metas que todos os profissionais envolvidos na área buscam, não com a finalidade de adaptá-los ao contexto padrão das pessoas, mas de reintegrá-los à vida social. (MOTA, 2009, p. 13)

    Marciano e Vasconcelos (2008) reforçam em seus estudos que o profissional de Educação Física tem um compromisso com a prática de ações regulares que propiciem oportunidades para a melhora das atividades diárias do idoso, assegurando um equilíbrio do bem-estar físico, emocional e social para o prolongamento da vida desses indivíduos.

    Alguns idosos se sentem muito carentes por causa de suas limitações físicas. O aumento da necessidade de carinho ocorre com maior frequência por que eles passam a notar várias modificações durante esse processo. A atividade física, por esse motivo, influencia positivamente no sentido de se evitar o isolamento social e a solidão dessas pessoas, principalmente na condição do idoso, contribuindo para a minimização do tédio. Além da maneira como o idoso lida com as mudanças ocorridas nessa fase, a qualidade de vida envolve também seus hábitos de vida e isso inclui as atividades físicas e de lazer. Além disso, falar de qualidade de vida é considerar também as emoções e suas repercussões para a saúde. (MARCIANO e VASCONCELOS, 2008)

    Para minimizar estes efeitos psicossociais Barbanti (2012) diz que idosos que se exercitam regularmente relatam aumento dos sentimentos de autoconfiança, otimismo, diminuição da depressão e ansiedade. Isto tem relação não só com o efeito da resposta do organismo durante o exercício, como também com sentimentos de realização, orgulho e autoestima ao ver o corpo se transformar, chegar a certos padrões de referência e reparar essa conexão corpo-mente. O exercício regular promove melhora no sono, maior energia e sentimentos de bem-estar, tudo o que torna a vida muito mais agradável e uma recuperação muito mais possível e suportável.

    Singh (2001) apresenta que em relação à atividade física, podemos dizer que ela pode beneficiar componentes fisiológicos, psicológicos e sociais característicos desse processo. Em outras palavras, ela pode retardar e até mesmo evitar alguns dos declínios relacionados à idade.

    Fisiologicamente, de acordo com Weneck et al (2005), as alterações nos estados de humor podem ocorrer por meio da prática da atividade física, onde hormônios são estimulados e liberados na corrente sanguínea, sendo a endorfina o hormônio responsável pela sensação de bem estar e de euforia, repelindo, dessa forma, os estados de humor negativos.

    Para Rodrigues (2002), a autoestima baseia-se na história de sucessos e fracassos da pessoa durante sua interação com a família, outras pessoas significativas e a sociedade. O sucesso percebido em relações sociais é influenciado, entre outros fatores, pelo nível de dependência de outras pessoas. Desde que a habilidade para desenvolver tarefas de cuidado pessoal contribua para o nível de independência, ela pode afetar diretamente a auto-estima.

    A independência em habilidades de vida diária, como cita Rodrigues (2002) permite liberdade para desempenhar tarefas de trabalho e lazer que se tornam significativas para a pessoa. A dificuldade para desempenhar tarefas de cuidado pessoal e a dependência de outros para completá-las podem ter fundamental importância no bem-estar psicológico, social e financeiro de uma pessoa.

    Segundo Kuwano e Silveira (2002) depressão, diminuição da autoconfiança, e falta de motivação podem resultar na incapacidade para realizar estas tarefas, enquanto o desempenho bem-sucedido pode elevar o aumento do autoconceito. Nesse sentido, atividade física pode oferecer motivações para as atividades diárias, além de sentimento de ocupação e bem-estar determinados durante e depois do tempo de prática.

    Além de ser uma atividade prazerosa e de convívio social, Dantas (2003) afirma que a atividade física regular, como a Hidroginástica, pode proporcionar ao idoso um ambiente de maior descontração, momentos de lazer e alegria, contribuindo em seu bem-estar psicológico. No estudo de Ferreira (2011), a hidroginástica é um meio capaz de gerar benefícios nas dimensões da aptidão física e funcional, além de se mostrar eficiente no stress, no humor e consequentemente na melhor sensação de bem-estar psicológico.

    Marciano e Vasconcelos (2008) apresentam que os benefícios das atividades físicas para o idoso estão presentes na melhora no seu corpo, oferecendo um fortalecimento da musculatura e nos ossos, tornando-os mais densos, deixando-os mais saudáveis. Há uma melhora física e mental, o que ajuda muito na autoestima do idoso tornando-o mais forte e participativo na vida pessoal.

    A hidroginástica como atividade que é trabalhada no meio líquido tem como fator principal, de acordo com os autores supracitados, a diminuição do impacto e da incidência da atuação da gravidade sobre o corpo do idoso. Dessa forma é que se dá a importância do meio líquido na qualidade das atividades desenvolvidas na hidroginástica.

    Marciano e Vasconcelos (2008) relatam que quando o corpo entra na água acontece uma contração dos vasos cutâneos, causando elevação na resistência vascular periférica e elevação momentânea da pressão arterial. Os efeitos terapêuticos mais comuns dos exercícios de hidroginástica são: alívio da dor e relaxamento, fortalecimento da musculatura sem causar traumatismo nas articulações, aumento da circulação como esclarecido acima, entre outros, específicos da área.

    Nos dias atuais a prática da hidroginástica tem motivado muitos idosos à prática de atividades físicas. Esta é responsável por variados motivos que transformam o dia-a-dia do idoso como a convivência social, os benefícios biológico-funcionais, a melhora das práticas das atividades diárias e os benefícios emocionais. Todos esses motivos caminham para uma melhor qualidade de vida do idoso.

    Os autores também relatam que a convivência social promove a interatividade entre os sexos muito comuns na prática dessa atividade em turmas mistas, o que estimula a troca de informações entre essas pessoas idosas. Mas, apesar da turma ser mista, a predominância é do gênero feminino. Este fato é percebido por existirem muito mais mulheres idosas do que homens e, também, a conscientização da prática da atividade física com o objetivo de conservar a saúde é maior nas mulheres.

    Nos estudos de Kurz citado por Baur (1983) podemos constatar que a hidroginástica prolonga a expectativa de vida de pessoas ativas por meio de fatores biológico-funcionais como a força da musculatura, a capacidade de rendimento do coração, da circulação e dos pulmões, que se demonstram, sobretudo em nossa resistência, bem como a mobilidade e a elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, e a velocidade dos processos metabólicos estão subordinados e este ciclo de carga e adaptação até o fim da vida..

    Considerações de Marciano e Vasconcelos (2008) relatam que há vários motivos para o indivíduo procurar atividade física, como a recomendação médica, bem-estar, melhor convívio social, entre outros. Apesar dos diferentes motivos para a prática regular da hidroginástica, podemos afirmar que além de benefícios físico-funcionais, esta proporcionará aos idosos, maiores possibilidades de se relacionar e se comunicar em grupo, a sensação de solidão será minimizada, a capacidade de prestar atenção e a memória serão exercitadas, tornando esses indivíduos mais saudáveis e felizes. (PONT GEIS, 2003).

Considerações finais

    Conforme discorrido no presente artigo, os benefícios decorrentes da prática de atividade física por idosos, com destaque para a hidroginástica, é bastante vasto.

    Barbanti (2012) diz que idosos que se exercitam regularmente relatam aumento dos sentimentos de autoconfiança, otimismo, diminuição da depressão e da ansiedade, ocorrido através da liberação de endorfina, hormônio responsável pela sensação de prazer e saciedade pessoal. Além destes, outros benefícios como o aumento da massa muscular, da resistência vascular periférica e fortalecimento dos ossos, também são adquiridos através da prática regular de atividade física.

    Esse conjunto de fatores é de extrema importância na vida de um idoso, pois, comumente, após a aposentadoria e o surgimento das limitações corporais, a tendência é que haja cada vez mais o afastamento do convívio social, resultando em sensação de inutilidade, solidão e dependência e, a hidroginástica por ser uma atividade realizada em grupo, proporciona além da melhora física, a reintegração social, a recuperação da autoconfiança, a sensação de utilidade e autonomia.

    O intuito deste estudo é facilitar a compreensão dos educadores físicos quanto a importância desta atividade na vida da população mais crescente atualmente, não somente no aspecto físico, mas também no aspecto psicossocial, sendo este tão importante quanto, pois conforme registrado neste estudo, o reflexo psicológico influencia, e muito, no bem estar físico.

Referências bibliográficas

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 192 | Buenos Aires, Mayo de 2014  
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