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Transformando a extensão universitária de Golbol Unesp/Lar Escola Santa Luzia (Bauru-SP) em uma equipe de iniciação paradesportiva: análise das expectativas e perspectivas de praticantes e monitores

Transformando la extensión universitaria de Goalball Team UNESP / Lar Escola Santa Luzia (Bauru, SP) en un equipo de

iniciación de deporte para personas discapacitadas: análisis de las expectativas y perspectivas de practicantes y monitores

Transforming the academic extension practices of Goalball Team UNESP / Lar Escola Santa Luzia (Bauru-SP)

 into a team paralympic initiation: analysis of the expectations and perspectives of practitioners and monitors

 

*Estudante de graduação do Departamento

de Educação Física, Faculdade de Ciências, Unesp-Bauru

**Professores do Departamento de Educação Física

Faculdade de Ciências, Unesp-Bauru

***Aluna intercambista do Departamento

de Educação Física, Unesp-Bauru

(Brasil)

Alexsandro Santos da Silva*

Rubens Venditti Jr**

Marli Nabeiro**

Milton Vieira do Prado Jr**

Fernanda Zane Arthuso*

Leidy Johanna Alzate***

Matheus Fava Bom*

aless89.6@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O Golbol é um esporte desenvolvido para deficientes visuais (DV), no qual o intuito é poder oferecer uma possibilidade adaptada de esporte coletivo, que atenda às necessidades sensoriais do indivíduo DV. Nesse trabalho, nosso objetivo se encontra em verificar e comparar por meio de um questionário estruturado, em escala Likert de 4 pontos, o nível médio de respostas dos participantes a respeito da situação do projeto de extensão e da possibilidade de criarmos uma equipe competitiva e representativa a partir das vivências já estipuladas por estes praticantes. Método: Foi aplicada a avaliação em 12 sujeitos, durante uma sessão de atividades no mês de outubro de 2013. Todos os princípios de ética foram respeitado, seguindo as normas e exigências de nosso comitê de ética local. Dos 12 participantes, 05 eram praticantes DVs do projeto e 07 foram os monitores e envolvidos com a supervisão e docência no projeto. Resultados: Dos resultados encontrados, a partir da relação das respostas dos participantes e da análise descritiva dos itens respondidos e percentuais da amostra, destacamos grande pretensão nas práticas do golbol e na formação de uma equipe competitiva, que condiz com a análise das respostas dos monitores do projeto. Conclusão: Os itens analisados no presente estudo indicam que as expectativas dos envolvidos estão alinhadas com os reais objetivos do projeto. No entanto, nota-se a necessidade de pesquisas futuras que subsidiem estratégias e metodologias adequadas a este público e que permitam mais especificidade a partir da criação de uma equipe representativa e de caráter competitivo para esta modalidade.

          Unitermos: Golbol. Deficiência visual. Equipe esportiva. Extensão universitária.

 

          Entidades: Unesp Bauru (DEF-FC); Lar Escola Sta. Luzia.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho foi inicialmente apresentado no Congresso Paradesportivo Paulista, em novembro de 2013. Após o evento, revisamos o texto e esmiuçamos a análise dos dados para confeccionarmos o paper a seguir, em virtude de considerarmos a necessidade de se divulgar o golbol e os esportes adaptados na Educação Física.

    O Golbol é um esporte originalmente desenvolvido para deficientes visuais (DV), no qual o intuito primordial é poder oferecer uma possibilidade adequada e adaptada de esporte coletivo, que atenda às reais necessidades sensoriais do indivíduo com deficiência visual (ALMEIDA et al., 2008). Suas possibilidades se inserem nas diversas facetas do fenômeno do esporte moderno, podendo ser aplicado visando reabilitação, lazer, inclusão e convívio social, bem como possibilidades de modalidade competitiva e profissional.

    Essa pratica ajuda os participantes a se sentirem jogadores de uma modalidade esportiva coletiva, estimulando-os assim a aperfeiçoarem outras habilidades cognitivas e motoras. Também as questões de adaptação e a genuína questão de desenvolver um desporto para essa própria população é assunto bem interessante para se analisar também.

    A respeito da modalidade, a lógica do jogo se enquadra como um esporte coletivo, entre duas equipes em situação de ataques e defesas. O campo é dividido em duas áreas, nele temos uma bola com um guizo para orientar os jogadores de onde a bola vem e pra onde ela vai, com marcações no chão (linhas táteis) onde eles se organizam em um jogador no centro da área chamado ala ou pivô, e dois laterais. (ALMEIDA et al., 2008). Os jogadores não podem invadir o campo do adversário e com as mãos eles lançam a bola para marcar o gol em cima da equipe adversária.

    Segundo Prado Jr., et al. (2007), a prática regular de atividade física é fundamental para a pessoa com deficiência (PCD). Porém, há a necessidade de termos conhecimento sobre as características dos diferentes tipos de deficiências, suas limitações e potencialidades. Assim, identificar o nível de desempenho em que se encontra a PCD, por exemplo, em aulas de golbol e desenvolver estratégias e metodologias adequadas ao grupo e ao mesmo tempo individualizar as questões de treinamento e condicionamento físico, permite avaliarmos em avançar ou não na direção do treinamento paralímpico e da especificidade para os treinamentos de uma equipe de golbol competitiva e representativa da região de Bauru -SP.

    Não se pode imaginar a iniciação paralímpica de forma semelhante ao Esporte Olímpico, no qual se parte da idéia que será a partir da massificação, ou seja, criando oportunidades para todas as PCDs que vamos gerar vencedores, como por exemplo, equipes de golbol apenas convidando os deficientes visuais da região que teremos a imaginada iniciação. A idéia deste trabalho é apresentar os diversos fatores e a complexidade que incute nos projetos de iniciação paradesportiva e a necessidade de criarmos fóruns de discussão como esse simpósio e demais eventos para pensarmos estratégias e dividirmos experiências de atividade motora adaptada e iniciação esportiva para PCDs.

    Tal aspecto é fundamental de ser levado em consideração, visto que ao iniciar um treinamento paralímpico temos que assumir novos desafios em conjunto com a PCD, tais como: buscar estabelecer novas expectativas e comprometimentos para com o grupo de trabalho e colegas de treinamento; melhorias no desempenho e condicionamento físico; participar de competições e festivais da modalidade em condições de atingir objetivos propostos; como também, lidar com a frustração de não melhorar o desempenho e, portanto, não conseguir classificação para as competições paralímpicas mais seletivas, caso não ocorra o desempenho esperado ou haja equipes mais organizadas técnico taticamente.

Problemática da pesquisa e Objetivos

    Os questionamentos são: As expectativas dos envolvidos estão alinhadas com os reais objetivos do projeto? Há perspectivas semelhantes e diferenciadas entre os interesses e motivações dos participantes comparados aos monitores e professores de Educação Física (EF) do projeto?

    Nesta perspectiva, o objetivo do estudo foi verificar e comparar por meio de um questionário estruturado o nível médio de respostas dos participantes a respeito da situação do projeto de extensão e da possibilidade de criarmos uma equipe competitiva e representativa, a partir das vivências e da iniciação em golbol desenvolvidas até o presente momento.

Sujeitos da pesquisa

    Participaram dessa pesquisa todos os envolvidos no projeto até a presente data, totalizando 07 monitores, além da aplicação da escala para 05 participantes do projeto. Portanto o universo da amostra foi de 12 sujeitos, divididos nestes dois subgrupos de análise.

    No grupo de monitores, a média de idade foi de 22,5 anos, com 03 mulheres e 04 homens. Já no agrupamento dos participantes, a média de idade foi de 29,7 anos, sendo todos os praticantes do sexo masculino. O tempo de prática no golbol, dentro do projeto foi de no mínimo um ano de atividades.

Instrumento de pesquisa

    Após as reuniões e avaliações sistemáticas em meados de setembro, vislumbrando a possibilidade de ampliar o projeto para o próximo ano, os integrantes iniciaram a elaboração das indagações e a confecção do questionário se iniciou.

    Foram elaboradas 08 perguntas aos monitores e 09 indagações aos praticantes que se destacam abaixo, divididas para os dois grupos.

    Foram elaboradas 08 perguntas aos monitores e 09 aos praticantes que se destacam abaixo.

Questões dos Participantes

  1. Quanto você se considera interessado nas práticas de golbol da instituição?

  2. Quanto você acredita ter as capacidades adequadas para ser um jogador iniciante em golbol?

  3. Quanto você acredita estar motivado em dar continuidade ao projeto de golbol?

  4. Quanto você acredita que o grupo esteja motivado em dar continuidade ao projeto de golbol?

  5. Quanto você apresenta de interesse em fazer parte de uma equipe competitiva de golbol?

  6. Quanto você apresenta de persistência e envolvimento durante as aulas considerando seus desempenhos, participação e freqüência no projeto?

  7. Quanto você acredita que as dificuldades institucionais têm atrapalhado seu desempenho e aprendizagem em golbol?

  8. Quanto você se considera convencido de participar no projeto em duas aulas semanais de golbol, com o objetivo de formarmos uma equipe competitiva e representativa?

  9. Quanto você acredita que dará certo o projeto de uma equipe competitiva de goalball na parceria instituição-Unesp?

Questões dos Professores/Monitores

  1. Quanto você se considera interessado nas práticas de golbol da instituição?

  2. Quanto você acredita ter de capacidade e atuação docente para o projeto de golbol?

  3. Quanto você acredita estar motivado em dar continuidade ao projeto de golbol?

  4. Quanto você apresenta de interesse em fazer parte de uma equipe competitiva de golbol da instituição e do nosso projeto?

  5. Quanto você apresenta de persistência e envolvimento durante as aulas considerando seus desempenhos, participação e freqüência no projeto?

  6. Quanto você acredita que as dificuldades institucionais têm atrapalhado seu desempenho e atuação no projeto de golbol?

  7. Quanto você se considera convencido de participar no projeto em duas aulas semanais de golbol, com o objetivo de formarmos uma equipe competitiva e representativa?

  8. Quanto você acredita que dará certo o projeto de uma equipe competitiva de golbol na parceria instituição-Unesp?

Método

    Foi aplicada a avaliação em 12 sujeitos, durante uma sessão de atividades. Cada participante respondia as questões individualmente. Utilizamos uma escala tipo Likert, com apenas quatro pontos em virtude do baixo número de participantes e por ser esta uma possibilidade de verificação de escores intermediários nas respostas, permitindo associações e correlações qualitativas (VENDITTI JR, 2005) a respeito do andamento do projeto de extensão.

    Foi aplicada a avaliação em 12 sujeitos, durante uma sessão de atividades no mês de outubro de 2013. Cada participante respondia as questões individualmente. Os encontros são semanais, todas as tardes de quarta-feira, das 14:00 as 16:00horas, numa quadra coberta na Faculdade FIB (Faculdades Integradas de Bauru). O programa de extensão universitária visa atender e oferecer práticas corporais para a população de PCDs em Bauru, e faz parte de uma série de programas oferecidos pelo Departamento de Educação Física da Unesp-Bauru. Utilizamos uma escala tipo Likert, com apenas quatro scores em virtude do baixo número de participantes e por ser esta uma possibilidade de verificação de escores intermediários nas respostas, permitindo associações e correlações qualitativas (VENDITTI JR, 2005) a respeito do andamento do projeto de extensão.

    No projeto, todos os respondentes foram informados da natureza da pesquisa e da garantia do sigilo da identificação e das informações. Todos os princípios de ética foram respeitados e estão de acordo com a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

    Os dados obtidos foram processados quantitativamente e distribuídos em tabelas, apresentadas a seguir (tabela 01 e 02):

    A partir da relação das respostas dos participantes, destacamos grande pretensão nas práticas do golbol e na formação de uma equipe competitiva, além de identificarmos credibilidade e confiança, uma vez que obtivemos 100% de escore 4 nas questões referentes aos interesses e crença na formação de uma equipe competitiva e representativa de golbol na parceria entre as instituições envolvidas. O resultado referente ao interesse nas práticas do golbol condiz com a análise das respostas dos monitores do projeto, pois 100% dos monitores entrevistados também deram a pontuação máxima a essa questão.

    No entanto, quando questionados se acreditam no sucesso do projeto, na formação de uma equipe competitiva, a maioria (71,7%) menciona a pontuação 3, enquanto que 28,6% dá a pontuação máxima. Esta questão pode estar relacionada à atuação docente, onde observamos que dos sete membros entrevistados, apenas um sente-se totalmente capacitado para essa ação, o que corresponde à 14,3%. Os demais (85,7%) ficaram entre as pontuações 1 e 3. Algumas razões que podem ter contribuído para tal fato se referem às dificuldades de encontrar referências bibliográficas acerca do esporte e do treinamento de golbol. Além de que este projeto é recente (pouco mais de um ano) e foi por meio deste o primeiro contato da maioria dos monitores com tal modalidade.

Conclusão

    Os itens analisados no presente estudo indicam que as expectativas dos envolvidos estão alinhadas com os reais objetivos do projeto, na formação de uma equipe de iniciação paradesportiva. No entanto, nota-se a necessidade de pesquisas futuras que subsidiem estratégias e metodologias adequadas a este público, para a formação de futuros docentes que atuem de forma especializada, para os objetivos competitivos da equipe em formação, sem contudo deixar de lado a questão de inclusão social e oportunidades aos praticantes iniciantes nas vivências dentro do projeto.

Referências

  • ALMEIDA, J.J.G.. et al. Golbol: invertendo o jogo da inclusão. Campinas: Autores Associados, 2008.

  • PRADO JR, M. V. do; FREGOLENTE, G.; JOAQUIM, É. R.; NOZAKI, J. M.; PAPALÉO, F. A. G. A prática da natação e a mudança de desempenho da pessoa portadora de deficiência. Anais da IX Semana Científica de Educação Física da Unesp. Bauru, SP, 2007.

  • SILVA, T. M. Goalball: desenvolvimento de habilidades e capacidades motoras por pessoas portadoras e não portadoras de deficiência visual. Dissertação (mestrado). Universidade Estadual de Campinas, 1999. Faculdade de Educação Física, Campinas, Unicamp, 1999.

  • VENDITTI JR, R. Análise da autoeficácia em professores de educação física. Dissertação (mestrado). Universidade Estadual de Campinas, 2005. Faculdade de Educação Física, Campinas, Unicamp, 2005.

  • WINNICK, J. Educação Física e Esportes Adaptados. Porto Alegre: Manole, 2004.

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