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Satisfação dos clientes na clínica cirúrgica em hospital 

sobre orientação de enfermagem no período pré-operatório

La satisfacción de los usuarios en una clínica de cirugía en un hospital sobre la orientación de enfermería en el período pré-operatorio

Customer satisfaction in clinic surgical hospital in about nursing guidance during preoperative

 

*Enfermeiro especialista em Enfermagem em Cardiologia

e Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Saúde

e Desenvolvimento Humano Santo Agostinho de Montes Claros

Especialista em Saúde Pública pelas FIP-Moc

**Enfermeira, com especialização em Urgência e Emergência

com Ênfase em Terapia Intensiva pelas FIP-Moc

***Enfermeira, formada pelas Faculdades Integradas

do Norte de Minas, Funorte. Montes Claros, Minas Gerais

****Acadêmica de enfermagem pela Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes

*****Enfermeiro graduado pelas Faculdades de Saúde

e Desenvolvimento Humano Santo Agostinho de Montes Claros

******Enfermeiro, especialista em Saúde da Família, formado

pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIP-Moc

*******Enfermeira, Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade

Federal de São Paulo – UNIFESP. Docente da Unimontes

Ricardo Soares de Oliveira*

Edna Maria de Souza Oliveira**

Débora Santos de Oliveira

Jhennffer Kalinquia Ramos Aquino***

Tainara Rayane Caldeira Lopes****

José Selviano Oliveira*****

Patrick Leonardo Nogueira da Silva******

Simone Guimarães Teixeira Souto*******

rickenfermeiromoc@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Tem como objetivo verificar a satisfação dos clientes internados na Clínica Cirúrgica em hospital de Montes Claros, Minas Gerais, quanto às orientações de enfermagem recebidas no período pré-operatório e quanto à assistência de enfermagem. Trata-se de um estudo de caráter exploratório descritivo de análise qualitativa, desenvolvido em novembro de 2012, com 09 (nove) pacientes. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada composta por perguntas norteadoras, categorizadas como: Informações transmitidas pelos profissionais de saúde aos pacientes no período pré-operatório; Profissionais que transmitiram informações aos pacientes no período pós-operatório; O impacto das informações recebidas pelo paciente no período pós-operatório e sua influência no comportamento dos mesmos; A importância das informações antes da realização da cirurgia. Constatou-se a necessidade de oferecer informações mais claras no pré-operatório sobre o processo cirúrgico e no pós-operatório, visando à sistematização e promoção do serviço de enfermagem ao paciente cirúrgico, sobretudo quanto às dúvidas existentes.

          Unitermos: Assistência. Pré-operatório. Satisfação. Cliente. Orientação.

 

Abstract
         
Aims to determine customer satisfaction admitted to the Surgical Clinic hospital in Montes Claros, Minas Gerais, for the nursing instructions received in the preoperative period and regarding nursing care. This is a study of descriptive exploratory qualitative analysis, developed in November 2012, with nine (09) patients. Data were collected through semi-structured interview consisting of guiding questions, categorized as: Information supplied by health professionals to patients in the preoperative period; Professionals who provided information to patients in the postoperative period, the impact of the information received by the patient in the postoperative period and its influence on their behavior, the importance of the information before surgery. It found the need to provide clearer information preoperatively about the surgical process and postoperatively in order to systematize and promotion of nursing services to the patient, especially regarding doubts.
          Keywords: Health. Preoperatively. Satisfaction. Customer. Orientation.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Em 1985 foi proposto um modelo assistencial denominado Sistema de Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), para promover a assistência integral, continuada, individualizada, no qual o paciente é singular e a assistência de enfermagem é uma intervenção conjunta que promove a continuidade do cuidado, além de proporcionar a participação da família do paciente e possibilitar a avaliação da assistência prestada no pré- operatório(1).

    O período perioperatório envolve o espaço de tempo que tem início no momento em que o cliente toma a decisão de ser submetido ao tratamento cirúrgico e termina com uma avaliação de acompanhamento no ambiente clínico ou em casa após a cirurgia(2).

    A cirurgia consiste em um processo invasivo e desconfortável, sendo experiências desconhecidas ao paciente, que desencadeiam emoções como: medo, ansiedade, angústia, entre outros. A falta de orientação em relação ao procedimento cirúrgico, anestesias e recuperação podem prejudicar o enfrentamento dessa situação. Assim, é imprescindível a assistência de enfermagem no período pré-operatório(3).

    A evolução dos pacientes que recebem a visita pré-operatória de enfermagem é melhor, uma vez que eles colaboram mais, lembrando-se das orientações recebidas em relação à anestesia, drenos, curativos, dor, desconforto entre outros4.

    Outros autores também afirmam que a partir da utilização da comunicação de forma terapêutica percebe-se uma mudança positiva no comportamento do paciente. Após orientações fornecidas no pré-operatório, observou-se um melhor entrosamento do paciente com a equipe, refletido em sentimento de confiança, diminuição da ansiedade, e até melhora no estado físico(4).

    Este estudo teve como objetivo verificar a satisfação dos clientes internados na Clínica Cirúrgica II no Hospital Aroldo Tourinho da cidade de Montes Claros, Minas Gerais, quanto às orientações de enfermagem recebidas no período pré-operatório e quanto à assistência de enfermagem nesse período, ressaltando o impacto das informações prestadas, levando assim a desencadear um pós-operatório satisfatório e uma recuperação mais rápida. Com isso, a satisfação pode ser compreendida como “o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”(5), que neste contexto está diretamente ligada ao programa de educação para o paciente realizada pela equipe de enfermagem.

Metodologia

    Trata-se de um estudo de caráter exploratório descritivo de análise qualitativa, desenvolvido em Novembro de 2012, com 09 (nove) pacientes internados na Clínica Cirúrgica II do Hospital Aroldo Tourinho, na cidade de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturada composta por cinco perguntas norteadoras. Os sujeitos da pesquisa foram selecionados por conveniência, àqueles, que estavam disponíveis e que consentiram com a realização da pesquisa entre os dias 07 (sete) e 09 (nove) de novembro de 2012, sendo entrevistados 09 (nove) pacientes. As entrevistas aconteceram no próprio leito, localizado na Clínica Cirúrgica, estando presentes no momento da entrevista os acompanhantes dos entrevistados.

    Os participantes da pesquisa atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ter assinado o termo de consentimento livre e esclarecido para participar da pesquisa; estar admitido na Clínica Cirúrgica no período do estudo; ter idade igual ou maior que 18 anos e condições clínicas e psicológicas para responder às questões do estudo. Como critério de exclusão, tivemos: Aqueles pacientes que não aceitaram participar do estudo, ter condições clínicas e psicológicas desfavoráveis para responder às questões do estudo, e ter idade inferior a 18 anos.

    As entrevistas ocorreram no período pós-operatório, quando os pacientes se encontravam estáveis, em condições de participar da pesquisa. As falas dos sujeitos foram gravadas em gravador de voz digital e logo após foram transcritas na íntegra. Com a finalidade de preservar o anonimato dos entrevistados, os nomes usados em conexão com as falas são fictícios.

    Após a realização da entrevista, os dados foram transcritos e agrupados por questão norteadora: “Informações transmitidas pelos profissionais de saúde aos pacientes no período pré-operatório”, “Profissionais que transmitiram informações aos pacientes no período pós-operatório”, “O impacto das informações recebidas pelo paciente no período pós-operatório e sua influência no comportamento dos mesmos”, “A importância das informações antes da realização da cirurgia”.

    A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/FUNORTE sob o parecer de número 136.580, emitido no dia 01 de novembro de 2012.

Resultados e discussão

    Foram entrevistados nove pacientes que relataram sobre as informações que receberam da equipe de saúde no Hospital Aroldo Tourinho (HAT) antes da realização do procedimento cirúrgico, tentaram identificar quais profissionais fizeram as orientações, esclareceram se as informações recebidas alteraram o comportamento dos mesmos no período pré-operatório e finalizaram opinando sobre a importância das informações recebidas no pré-operatório.

    A entrevista com os pacientes iniciou-se ao serem interrogados sobre quais as informações que os mesmos receberam da equipe de profissionais antes da sua cirurgia e o processo cirúrgico. Neste momento, alguns pacientes abordaram em seu discurso o fato que desencadeou a sua hospitalização.

    As informações colhidas foram organizadas e discutidas conforme a categorização a seguir:

Informações transmitidas pelos profissionais de saúde aos pacientes no período pré-operatório

    Em sua maioria responderam sobre o tipo de procedimento que seriam submetidos, outros responderam o que deveriam fazer antes do procedimento cirúrgico e alguns responderam que não receberam nenhuma informação, como pode ser percebido nos relatos abaixo:

    “Me falaram sobre a anestesia como seria aplicada... (pausa)... é e o procedimento em si né!? Como seria feito.” (João).

    “Pá fica de jijum, não... (pausa)... alimenta nada, nem água pudia toma inté chega a cirurgia.” (José).

    Nesse momento percebeu-se que as lembranças espontâneas eram bastante limitadas, quando foi solicitado para falarem sobre as orientações recebidas no pré-operatório foi necessário fazer outros questionamentos para obter respostas mais precisas, podendo perceber que os depoimentos mais freqüentes se referiam às dietas e à anestesia. Outros relatos mostraram que pouca ou nenhuma orientação foi passada aos pacientes internados, conforme expressão os entrevistados a seguir:

    “Foi à orientação que cirurgia tinha que fazer, que eu ia ter urgência, que tinha cortar mesmo e que ia eu fizesse os exames e passar lá e marcar a cirurgia.” (Joaquim).

    “Nenhuma.” (Maria).

    Para o cliente cirúrgico, é fundamental o esclarecimento de suas dúvidas sobre os procedimentos a serem realizados e suas condições no pós-operatório para que os sentimentos negativos como a ansiedade, sejam amenizados ou que sejam evitados(6).

    Observa-se que não há uma padronização de quais informações são fornecidas aos pacientes no pré-operatório mediante as falas relatadas. Os principais protagonizadores das informações provenientes da equipe multiprofissional são os médicos, que abordam principalmente o procedimento cirúrgico em si.

    A sistematização da assistência de enfermagem perioperatório (SAEP) é o alicerce que fornece sustentação nas ações de enfermagem, na promoção da saúde e prevenção de complicações de clientes cirúrgicos, levando em conta os aspectos mentais e físicos do paciente(7).

Profissionais que transmitiram informações aos pacientes no período pós-operatório

    Observa-se, mediante as transcrições abaixo, que o principal informante citado é o profissional médico, apesar do questionamento em relação às orientações da equipe de enfermagem. Talvez um dos prováveis motivos dos pacientes recordarem principalmente das informações dadas pelos médicos no pré-operatório, pode estar vinculado ao fato das orientações passadas pela equipe de enfermagem ser realizadas de forma geral a todos os pacientes internados, não levando em conta assim a individualidade do paciente ou qual procedimento será realizado.

    “O médico responsável pelo processo cirurgia e o anestesista.” (João).

    “O médico.” (Getúlio).

    “Cirurgião, cirurgião e o... (pausa)... e o próprio médico né!? Que ia fazer a cirurgia.” (Rafael).

    Assim, foi possível perceber uma deficiência em treinamentos específicos para atividades educativas a esses profissionais responsáveis em transmitir as orientações ou que a assistência de enfermagem no período pré-operatório não está sendo notada, a começar pela não identificação da equipe na abordagem ao paciente, permitindo ao mesmo generalizar todos os profissionais como médicos.

    Sendo assim, é:

    [...] atribuição do enfermeiro, informar o paciente cirúrgico sobre seu problema de saúde, sobre o procedimento cirúrgico e principalmente sobre como ele poderá participar de sua recuperação pós-operatória, utilizando como ferramenta a orientação pré-operatória, transmitida ao paciente em linguagem clara, respeitando seus conhecimentos e sua cultura(8).

    Nota-se que o período que antecede a cirurgia é um intervalo de pouca informação, embora conforme os depoimentos, os clientes demonstraram, a priori, estarem satisfeitos e seguros com as mesmas, não existindo, no entanto, uma distinção do profissional enfermeiro.

    Promover informações adequadas e planejadas ao paciente cirúrgico auxilia o mesmo no enfrentamento dessa situação vivenciada. Autores citam que uma assistência perioperatória inadequada leva o paciente a uma percepção distorcida da realidade, já que o ambiente hospitalar e, principalmente, o Centro Cirúrgico são locais totalmente desconhecidos e hostis para a maioria das pessoas e “para amenizar esses sentimentos é imprescindível que o cliente seja educado no período pré-operatório.’’(6).

    Com base nessas informações, o enfermeiro adquire uma visão global das dúvidas, ansiedades, medo e expectativas do paciente, frente aos procedimentos, podendo fazer uso de recursos como manuais no pré-operatório para a orientação de familiares e pacientes o que possibilitará aos mesmos um melhor entendimento(6).

    É importante fornecer orientações com vocabulário simples e de forma objetiva para melhorar o entendimento dos pacientes. Encontramos literaturas que destaca a relevância das abordagens escritas para poder ajudar o paciente a fixar e assimilar, estabelecendo uma comunicação eficaz(9).

O impacto das informações recebidas pelo paciente no período pós-operatório e sua influência no comportamento dos mesmos

    Ao perguntar aos pacientes como estas informações alteraram seu comportamento no período pós-operatório ou se faltou alguma orientação sobre o procedimento cirúrgico ou para a recuperação, mesmo não recebendo informações sobre o pós-operatório demonstraram estar satisfeitos, outros já não conseguiram identificar a diferença dos períodos em que estavam vivendo. Um dos entrevistados relatou sua dúvida evidenciando a importância em saber previamente sobre os efeitos no transoperatório, sobretudo no que refere às possíveis complicações:

    “Não. Eu só que num sabia que, que num ia sentir tanta dor depois da cirurgia que uma dor insuportável que, preferia morrer mais não queria sentir essa dor. Mais depois ficou tudo bem graças a Deus!” (Marcos).

    Esses relatos demonstram a relevância da continuidade das informações após o processo cirúrgico. Evidenciam que ainda continuam com dúvidas e preocupações sobre dor, morte, família, prognóstico e demais aspectos. É possível observar ainda, que as informações oferecidas contribuem para uma melhor adesão por parte do paciente e da família, como relatado abaixo:

    “Não alteraram não, foi bom que eu fui mais ciente né!? Com todas informações que médico me deu. Na recuperação, porque o médico veio aqui né!?, cabou de sair daqui agora orientando que eu tinha qui ficar três meses sem pisar no chão, que era uma cirurgia complicada que eu não pudia pisar no chão se não perdia todo trabalho que foi feito”(Rafael).

    Outro ponto observado é o fato de alguns acompanhantes no momento da entrevista possuírem mais informações sobre os cuidados que o paciente deveria ter no pós-cirúrgico, que o próprio paciente em si, o que ajuda a equipe de enfermagem no aspecto de instruir o paciente, facilitando a comunicação da equipe e o paciente.

    Inserir a família no processo de orientação possibilitará ao paciente desenvolver uma boa recuperação, pois este é o principal laço entre paciente e equipe, tendo em vista que a família conhece o seu ente, podendo assim avaliar e transmitir as informações para a equipe, que executará os cuidados necessários(8).

    Estudos apontam que os profissionais deixam de levar em conta o paciente e seus anseios, preocupando-se apenas com o procedimento, apesar de ser a cirurgia um processo agressivo, que necessita de esclarecimento em relação ao procedimento a ser realizado, além do medo do desconhecido, da morte e da doença em si(4).

    Tal fato pode ser confirmado por outros autores. Dessa maneira, o hospital tem o dever de fornecer estrutura adequada no processo terapêutico (a cirurgia), por meio de equipamentos e materiais médicos-hospitalares e recursos humanos, principalmente de uma equipe multiprofissional com médico e equipe de enfermagem que forneçam condições de planejar as necessidades dos pacientes no pré-operatório, trans e no pós-operatório(10).

    Fica evidente, que prestar informações adequadas, a cerca dos questionamentos, sobre seus medos e dúvidas, estaria proporcionando ao paciente um pós-operatório menos estressante e conseqüentemente sua ansiedade diminuiria.

A importância das informações antes da realização da cirurgia

    O pré-operatório é vivido a partir da finalidade da cirurgia, como: de diagnóstico, tratamento, prevenção, aliviar sintomas, cura, recuperação, reconstrução ou cosmética e como o paciente desenvolve a situação. Entretanto, o procedimento cirúrgico, por menos agressivo que seja, acarreta alterações fisiológicas e psicológicas(3).

    Ao serem questionados para falarem se as orientações prestadas antes da realização da cirurgia foram úteis, grande parte dos pacientes relatou que se sentiram tranqüilos, pois permaneceram mais confiantes e menos ansiosos, minimizado o seus medos e receios, outros se sentiram satisfeitos por ter transcorrido tudo dentro do planejado. Apenas um entrevistado, que não havia recebido informações, relatou que não foram úteis as orientações, o que foi evidenciado pelos depoimentos abaixo, que vai ao encontro da afirmativa a seguir “pois a expectativa que o indivíduo tem em relação à hospitalização, ao tratamento e à qualidade do cuidado é um fator que pode repercutir na sua recuperação”(11).

    “Foram. Que deixa mais tranqüilo, mais orientado mesmo porque é a primeira cirurgia as informações são importante, né!?”(João).

    “Ah com certeza. Porque (...) ele (médico) me explicou na hora da cirurgia ele me explicou que ia tirar tudo né!? Então fiquei bem mais tranqüilo”(Getúlio).

    “Foi porque o próprio médico né!? O é o médico que ia fazer a cirurgia foi o que me explicou né!? Me mostrou lá o raio x e tal o tamanho da gravidade da fratura então tava ciente né!? Foi bom”(Rafael).

    Embora seja de suma importância que toda equipe proporcione um elo de apoio e atenção para que o processo cirúrgico não se transforme em um período traumatizante, é necessário identificar com cautela o momento certo que o paciente pré-operatório e os familiares irão receber as informações comumente ao processo cirúrgico(12), o que ficou claro nas transcrições seguintes:

    “(...) Ajudou bastante mesmo... Hum!!! Porque eu tava com medo de fazer e tudo mais eu animei mais”(Joaquim).

    “Foi. É porque deu tudo certinho e... saiu tudo normal, bem... graças a Deus” (Marcos).

    “Não foi porque eu não tive orientação” (Maria).

    As informações que são fornecidas ao paciente devem ser específicas, pois, influência nas atitudes e comportamento do paciente em seu auto cuidado o que lhe permite ser incluído na sua recuperação(9).

    Portanto, a importância da atuação do enfermeiro no período pré- operatório, sendo de sua competência o planejamento de assistência executada para o paciente, em relação às necessidades físicas e emocionais, além das orientações quanto ao procedimento cirúrgico e o preparo físico são necessários nesse processo(13).

Considerações finais

    Por meio dessa pesquisa podemos observar que as orientações recebidas no pré-operatório estão vinculadas ao médico, mediante a maioria dos relatos dos pacientes acerca do transoperatório, o que ficou evidente que a equipe de enfermagem necessita da sistematização da assistência no pré-operatório para que no transoperatório e principalmente no pós-operatório promova uma adequada recuperação física, social, espiritual, psicológica do paciente.

    Constatou-se que as práticas educativas têm como finalidade proporcionar benefícios para o paciente como o alívio da dor, ansiedade e medo.

    Ficou evidente que existe uma grande diferença na forma que o paciente compreende o que foi orientado em virtude do grau de aquisição da informação, demonstrando que a equipe de enfermagem necessita padronizar o processo educativo do pré-operatório de maneira que todos, sem diferença alguma recebam essas orientações e as entendam claramente, pois uma orientação esclarecedora e eficaz resulta em uma assistência efetiva e satisfatória.

    Encontramos também, o que pode ser afirmado na literatura, que vários fatores podem prejudicar a orientações verbais como a linguagem, a concentração do paciente, necessitando de uma interação entre a equipe de enfermagem e o cliente internado.

    Conclui-se assim a necessidade de enfatizar as orientações no período pré-operatório, visando à sistematização e promoção do serviço de enfermagem ao paciente cirúrgico, sobretudo no que diz respeito às dúvidas existentes.

Referências

  1. Fonseca RMP, Peniche ACG. Enfermagem em Centro Cirúgico: Trinta anos após criação do sistema de assistência de enfermagem perioperatória. Acta Paulista de Enfermagem. 2009; 2009;22(4):428-33.

  2. Brunner LS, Suddarth DS.; SMELTZER, S. C. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

  3. Stumer AP. Incidência de ansiedade em pacientes cirúrgicos. Universidade do vale do Itajaí; 2007. Disponível em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Patricia%20Aparecida%20Sturmer.pdf. Acesso em: 20/03/2012.

  4. Toniol KE, Macedo JI. Analisando a visita pré-operatória de enfermagem: o enfoque do cliente. V EPCC, 2007. Disponível em: http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2007/anais/juice_ishie_macedo.pdf. Acesso em: 16/03/2012.

  5. Moura GM, Schebella S. Luce FB. Encontros de serviço e satisfação de clientes em Hospitais. Rev Bras Enferm; 2004;57(4):434-40;p.434.

  6. Tenani AC, Pinto MH. A importância do conhecimento do cliente sobre o enfrentamento do tratamento cirúrgico. Arq Ciênc Saúde; 2007;14(2):81-7;p.82.

  7. Possari JF. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 3. ed. São Paulo: Látria, 2007.

  8. Santos J, Henckmeier L, Benedet SA. O impacto da orientação pré-operatória na recuperação do paciente cirúrgico. Enfermagem em Foco; 2011;2(3):184-87;p.184.

  9. Kruse MHL, Almeida MA, Keretzky KB, Rodrigues E, Silva FP, Schenini FS, Garcia VM. Orientação pré-operatória da enfermeira: lembranças de pacientes. Rev eletrônica enferm [periódico na internet]. 2009 [acesso em 16 de Nov de 2012]; 11(3):494-500.

  10. Ribeiro MB, Junior TPC, Baldam RL, Có FA, Zorzal FM. B. Processos em Centro Cirúrgico: Desafios e propostas de solução. XXIX Encontro nacional de engenharia de produção, 2009. Disponível em: http://www.cefetes.br/pse/pos_producao/oficial. Acesso em: 20/03/2012.

  11. Razera APR, Braga EM. A importância da comunicação durante o período de recuperação pós-operatória. Rev Esc Enferm-USP [periódico na internet]. 2011 [acesso em 20 de Mar de 2012]; 45(3):632-7;p.633.

  12. Potter PA. Perry AG. Fundamentos da Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 5ª Ed. 2004.

  13. Christóforo BEB, Carvalho DS. Cuidados de Enfermagem realizados no período pré-operatório. Rev. Ecs. Enf. USP, 2009.

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