A importância da Psicomotricidade Relacional e o papel da Educação Física escolar para o desenvolvimento infantil La importancia de la Psicomotricidad Relacional y el rol de la Educación Física escolar en el desarrollo infantil The importance of Relational Psychomotor and the role of Physical Education school for child development |
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*Discente
Dillard University, New Orleans, Lousiana, EE.UU.
**Discente Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro ***Docente na Faculdade de Belford
Roxo, Rio de Janeiro ****Docente Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro *****Docente na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro e Faculdade de Belford Roxo, Rio de
Janeiro (Brasil) |
Juliana Cavestre Coneglian* Maria Angélica de Mello Santos** Marcélia Amorim Cardoso*** José Camilo Camões**** Eduardo Rodrigues da Silva**** |
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Resumo No presente estudo foi discutido a importância de se trabalhar a Psicomotricidade Relacional nas aulas de Educação Física Escolar e como isso auxiliar no desenvolvimento infantil de um modo geral. Para tal objetivo primeiramente foi feita uma breve discussão do que é Psicomotricidade e o que é Psicomotricidade Relacional. Como metodologia de pesquisa foi utilizada uma revisão de literatura na qual foram pesquisadas as palavras-chave psicomotricidade relacional, escola e desenvolvimento infantil. Como conclusão dizemos que é extremamente importante trabalhar com as crianças a Psicomotricidade Relacional através de atividades que possibilitem a interação destas com o meio e com si próprias. Assim, é possível estimulá-las em varias áreas, melhorando o desempenho não só motor, mas também cognitivo, social e mental. Esse tipo de aprendizagem pode ser conduzida na escola, especialmente nas aulas de Educação Física, melhorando o desenvolvimento da criança de uma forma global. Unitermos: Psicomotricidade. Educação Física. Desenvolvimento infantil.
Resumen En el presente estudio se discute la importancia del trabajo Psicomotricidad Relacional en clases de Educación Física en la escuela y como ayuda en el desarrollo del niño en general. Con este fin primero se realiza un breve análisis de lo que es Psicomotricidad y lo que es Psicomotricidad Relacional. Como metodología de la investigación fue realizada una revisión de la literatura en la que se investigan las palabras clave psicomotricidad relacional, la escuela y desarrollo del niño. En conclusión podemos decir que es muy importante trabajar con los niños Psicomotricidad Relacional a través de actividades que permitan sus interacciones con el medio ambiente y con ellos mismos. Así, es posible estimular en diversas áreas, mejorando el rendimiento no solo motor no sólo, sino también cognitivo, social y mental. Este tipo de aprendizaje se puede realizar en la escuela, especialmente en las clases de Educación Física, y mejorar el desarrollo del niño de una manera integral. Palabras clave: Psicomotricidad Relacional. Educación Física. Desarrollo del niño.
Abstract In the present study was discussed the importance of working with Relational Psychomotor in Physical Education classes and how it assists in child development in general. For this purpose first a brief discussion of what is Psychomotor and what is Relational Psychomotor was made. As a research methodology was used a literature review in which were researched keywords such as Relational Psychomotor, school and child development. In conclusion we say that it is extremely important to work the Relational Psychomotor with children by doing activities that enable their interactions with the environment and with themselves. Thus, it is possible to stimulate them in several areas, improving not only motor performance but also cognitive, social and mental. This type of learning can be conducted at school, especially in physical education classes, improving the child development in a holistic way. Keywords: Relational Psychomotor. Physical Education. Child Development.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Psicomotricidade e sua importância
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento humano, e nessa fase a principal forma de comunicação não são as palavras, mas os movimentos. Dessa forma, é extremamente importante que se tenha uma boa aprendizagem motora a fim de que se possa ter um pleno desenvolvimento no qual haja a integração do corpo, da mente e do meio. Isso pode ser alcançado quando se trabalha a Psicomotricidade. De acordo com Fonseca (2001) a psicomotricidade constitui uma abordagem multidisciplinar do corpo e da motricidade humana que compreende um ramo de conhecimentos onde se cruzam varias contribuições científicas: psicobiológicas, psicofisiológicas, psicológicas, psiquiátricas, psicolinguísticas, fenomenológicas e, ainda, sociológicas.
A psicomotricidade considera o ser físico e social em transformação ermanente e em constante integração com o meio modificando e modificando-se. Na psicomotricidade é trabalhada a globalidade do individuo, é uma disciplina que estuda a implicação do corpo, a vivencia corporal, o campo semiótico das palavras a interação entre os objetos e o meio para realizar uma atividade (GRIMALDI, 2004).
Segundo Jobim, Assis (2008) o movimento é equacionado como parte integrante do comportamento. A psicomotricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio, é instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e materializa-se. Assim, podemos dizer que a criança antes mesmo de falar já interage com os outros e expressa emoções e desejos através da linguagem corporal.
O ser humano comunica-se através da linguagem verbal, mas também através de gestos olhares, movimentos, emoções e forma de andar – sua linguagem corporal. A criança se faz entender por gestos nos primeiros dias de vida e, até o início da linguagem verbal, o movimento constitui a expressão global de suas necessidades. A profundidade e o valor da intercomunicação humana pelo gesto são de extrema importância para a criança, não só por estar em relação estreita com suas emoções, como também por ser um veículo de transmissão do equilíbrio do estado interior do recém-nascido (Favero apud FONSECA, 1998).
Izabel Galvão aponta Wallon o construtor de argumentos significativos para a defesa de uma modificação do lugar da psicomotricidade na educação. Para o autor, segundo Galvão (1995), corpo e pensamento são indissociáveis em um processo dialético e de constituição recíproca. O movimento é um instrumento de expressão do psiquismo, uma ampliação do ser/essência na extensão do corpo manifestado pelo gesto. A motricidade apresenta-se como elemento essencialmente pedagógico ao ampliar a qualidade dos gestos e dos movimentos, oportunizados, principalmente, pela organização dos espaços. Nesse caso, a disponibilidade de espaços nas escolas para que o movimento ganhe seu caráter representativo de mundo e de pessoa é o desafio posto para uma educação moldada nos parâmetros da mobilidade corporal e da reprodução mecânica de conteúdos.
A emoção também foi objeto de estudo do autor que a caracteriza como essencialmente orgânica e dessa forma, influencia no processo de conhecimento de si e do mundo. Ao sentir medo, raiva, alegria ou tristeza, o corpo responde com alterações cardíacas, respiratórias e musculares que ajudam a pessoa conhecer a si e o outro, pois a emoção impacta e se propaga no meio social, tornando-se elementos de constituição integral do ser humano em um corpo percebido, sentido e vivido em toda sua essência e reações. Desta forma, torna-se emergencial apontar a importância da psicomotricidade nos atuais paradigmas educacionais, que a elegem uma aliada nos processos da aprendizagem e do desenvolvimento das habilidades afetivas, sociais e motoras.
A psicomotricidade é subdividida em diferentes áreas, entre elas, a Psicomotricidade Relacional, que permite essa interação do ser com os outros e com o meio através de jogos e de brincadeiras lúdicas. Dessa forma, quando se pensa em trabalhar atividades psicomotoras com crianças, esse tipo de psicomotricidade é o mais indicado. A respeito da Psicomotricidade relacional é citado:
Introduz em sua prática ao jogo espontâneo em que o corpo participa em todas as dimensões, privilegiando a comunicação não-verbal, onde, através de situações lúdicas e dinâmicas, joga com o corpo em movimento, buscando induzir situações nas quis sejam expressos atos desencadeados por sentimentos, que somente mais tarde traduzirão em termos conscientes, as emoções em que se originaram, ou seja, num primeiro momento de forma impulsiva e inconsciente, para depois chegar ao consciente (VIEIRA, 2005).
Nesse sentido enfoca de maneira especial toda a organização tônica, involuntária, espontânea, parte integrante da experiência afetiva e emocional, necessariamente ligadas às pulsões, às proibições, aos conflitos relacionais, ao inconsciente. “Um agir espontâneo cuja significação não pode ser ignorada, ligada à experiência imaginária vivenciada pelo corpo em sua relação com o outro e com o mundo” (LAPIERRE, 2004).
Conforme a criança vai se desenvolvendo fica mais fácil para ela adquirir certos movimentos e realizar certas atividades. A melhora em suas capacidades resulta em uma mudança em seu comportamento de um modo geral.
A partir das primeiras experiências psicomotoras que a criança vai constituindo pouco a pouco o seu modo pessoal de ser, de sentir, de agir e reagir diante dos outros, dos objetos e do mundo que a rodeia, e a qualidade da relação que a criança estabelece com o meio é que condicionará a saúde mental da mesma. Mediante a relação com as pessoas e com os objetos, a criança se comunica e expressa suas dificuldades, sejam elas de ordem motora, emocional ou cognitiva (GRIMALDI, 2004).
A Psicomotricidade no âmbito escolar e o papel da Educação Física
A realização de certos movimentos são naturais do ser humano, porém alguns deles podem ser aprendidos e aprimorados. A aprendizagem psicomotora começa desde que o individuo nasce e depois vai se desenvolvendo com o tempo. Nesse sentido, a escola tem um papel muito importante no desenvolvimento psicomotor das crianças. Segundo Fávero e Calsa (2003) existem relação entre desempenho psicomotor e desempenho nas representações grafo escritas.
Do ponto de vista educativo, o papel e lugar da educação psicomotora na educação geral corresponderá, naturalmente, as diferentes etapas do desenvolvimento da criança, e assim no curso da primeira infância, a educação psicomotora permanece sendo o curso fundamental de uma ação educativa que começa a diferenciar-se em atividades de expressão, organização das relações lógicas e as necessárias aprendizagens de leitura-escrita-ditado; no curso da grande infância a diferenciação entre as atividades educativas se faz mais acentuadamente, e a educação psicomotora mantém então a relação entre as diversas atividades que concorrem simultaneamente ao desenvolvimento de todos os aspectos da personalidade (GRIMALDI, 2004 apud VAYER, 1989).
No âmbito escolar é imprescindível destacar a Educação Física como um instrumento para que atividades psicomotoras, como jogos e atividades lúdicas, sejam trabalhadas a fim de se obter um bom desenvolvimento das crianças. Devemos concordar com Vieira (2005) quando ele diz que a Psicomotricidade Relacional na escola enfatiza a comunicação humana e comportamentos afetivo-emocionais indispensáveis à conquista do conhecimento e ao bem-estar pessoal e social com função preventiva. Dessa forma, quando de pensa nas aulas de Educação Física não se pode pensar apenas na realização de atividades que trabalhem o desempenho motor das crianças. Corroborando com essa ideia, autores como Jobim; Assis e Vieira ainda citam:
Neste sentido acredito que a Educação Física deve ter como proposta educar através do corpo, proporcionando o desenvolvimento das potencialidades da criança, norteando suas atividades com a finalidade de oferecer a aprendizagem em um ou vários esportes, criar o hábito da atividade física como meio de conservar a saúde física e mental, buscar o equilíbrio sócio-afetivo, tendo como meta o desenvolvimento psicossocial de uma pessoa, buscando desta forma integrá-la melhor no meio no qual está inserida. (JOBIM, ASSIS, 2008).
Possibilita uma variedade de experiências psicomotoras, que favorecem e organizam a socialização, a afirmação da identidade e a superação de conflitos normais do desenvolvimento e das dificuldades de aprendizagem. Permite ao aluno avançar para uma pedagogia da descoberta ao se sentir estimulado a aprender e a buscar novos conhecimentos. Motricidade e aprendizagem caminham juntas; por meio do corpo (primeiro meio de comunicação com outro ser humano), o indivíduo descobre e conhece o mundo. Trabalhar as relações sociais no cotidiano escolar na perspectiva da Psicomotricidade Relacional consiste em viver e instigar a aprendizagem, na qual o afeto, a ação (corpo e movimento) e o respeito à singularidade estão inseridos, baseando-se no desejo e não somente na lógica do dever (VIEIRA, 2005).
2. Objetivo
O presente estudo teve como objetivo discutir a importância de se trabalhar a Psicomotricidade Relacional durante a infância e como isso pode auxiliar para o desenvolvimento infantil de um modo global. Foi abordado também qual o papel da Educação Física como um instrumento para que a Psicomotricidade Relacional possa ser desenvolvida nas escolas.
3. Metodologia
Foi utilizada como metodologia de pesquisa para esse estudo uma revisão de literatura na qual foram pesquisadas as palavras-chave psicomotricidade relacional, escola e desenvolvimento infantil.
4. Considerações
Jobim, Assis (2008) citam que crianças mais estimuladas terão um melhor desempenho. Segundo eles, uma criança que conhece bem seu corpo, suas limitações, que utiliza os movimentos corretamente, melhora em comportamento, podendo até sanar problemas de aprendizagem, sejam na leitura, na escrita, cálculos matemáticos, ou em outros desvios de conduta e comportamento, pois para muitos o que mais precisam é saber se controlar e dominar o próprio corpo. Dessa forma, podemos dizer que é extremamente importante trabalhar com as crianças a psicomotricidade relacional através de atividades que possibilitem a interação destas com o meio e com si próprias. Assim, é possível estimulá-las em varias áreas, melhorando o desempenho não só motor, mas também cognitivo, social e mental. Esse tipo de aprendizagem vem desde o nascimento, porém pode ser conduzido na escola, especialmente nas aulas de Educação Física, auxiliando muito no desenvolvimento da criança de uma forma global.
Referencias
AMARO, Kassandra Nunes, et al. "Desenvolvimento motor em escolares com dificuldades na aprendizagem”. Movimento & Percepção 11.16, 2010: 39-47.
FÁVERO, Maria Teresa Martins. CALSA, Geiva Carolina. "As Razões do Corpo: psicomotricidade e disgrafia". Anais do I Encontro Paranaense de Psicopedagogia. ABPppr, 2003: 113-122.
GALVÃO, Izabel. “Henri Wallon: uma concepção do desenvolvimento infantil”. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
GRIMALDI, Roberto Gouveia. "Atuação da psicomotricidade no desenvolvimento da lateralidade”.
JOBIM, Ana Paula. ASSIS, Ana Eleonora Sebrão. "Psicomotricidade: Histórico e Conceitos”. IX Salão de iniciação científica e trabalhos acadêmicos, Guaíba-RS: Universidade Luterana do Brasil, 2008.
MACHADO, Fernando Soares. TAVARES, Helenice Maria. "Psicomotricidade: da prática funcional à vivenciada”. Em Extensão 9.1, 2010.
NETO, Francisco Rosa, et al. “A Importância da avaliação motora em escolares: análise da confiabilidade da Escala de Desenvolvimento Motor”. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 12.6, 2010: 422-427.
VIEIRA, José Leopoldo, B. BATISTA, Maria Izabel. LAPIERRE, Anne. "Psicomotricidade relacional: a teoria de uma prática”. Curitiba, PR: Filosofart Ed. 2005.
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