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Atividade física na promoção da saúde de amputados

La actividad física en la promoción de la salud de amputados

 

*Especialista em Fisiologia Aplicada a Saúde e a Performance (FUNORTE/MG)

Professor do Colégio Estadual Pedro Atanásio Garcia; GEPEECS/CNPq

**Mestre em Saúde Coletiva (UEFS/BA). Professor da Universidade

do Estado da Bahia (UNEB/BA) ; CEPEECS/CNPq

***Mestre em Educação Física (UFSC/SC); Professor da Universidade

do Estado da Bahia (UNEB/BA) – Campus XII; LEPEAF/CNPq

Deyvis Nascimento Rodrigues*

Ricardo Franklin de Freitas Mussi**

Cláudio Bispo de Almeida***

cbalmeida@uneb.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O traumatismo resultante de acidente de trânsito é o principal responsável por amputações em jovens e adultos. Este acometimento demanda equipe multiprofissional para recuperação da autonomia físico-motora, saúde e qualidade de vida do amputado. A força é importante valência física para a realização das atividades da vida diária (AVD) com independência, exigindo atuação de profissional de Educação Física na organização, orientação e acompanhamento do seu treinamento. Este trabalho objetivou investigar os benefícios do treinamento de força em um paciente amputado que faz uso de prótese. Caracteriza-se como estudo de caso, valendo do Questionário de Medida Funcional para Amputados para coleta de dados pré e pós-período das atividades de reabilitação. Neste sentido foi observado que o treinamento de força proporcionou melhoria na deambulação com a prótese e consequente ganho no conforto do desempenho das AVD e qualidade de vida.

          Unitermos: Educação Física. Treinamento. Atividade motora. Reabilitação.

 

Abstract

          The trauma resulting from traffic accidents is primarily responsible for amputations in the young and adults. This multidisciplinary team involvement demand for recovery of autonomy physical-motor, health and quality of life of the amputee. The valence physical strength is important for the performance of activities of daily living (ADL) independently, requiring action of the physical education professional in the organization, guidance and monitoring of their training. This study aimed to investigate the benefits of strength training on an amputee who uses prosthetic. It is characterized as a case study, using the Questionnaire Measure Functional Amputee to collect pre-and post-period of rehabilitation activities. In this sense it was observed that strength training has provided improvement in ambulation with the prosthesis and consequent gains in the comfort performance of ADLs and quality of life.

          Keywords: Physical Education. Training. Motor activity. Rehabilitation.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Apesar das políticas educacionais e punitivas o quantitativo de acidentes de trânsito (AT) cresceu exponencialmente. Já na década de 1990 os AT figuravam dentre as principais causas de morbimortalidade brasileira, assumindo a terceira causa de mortes em 1994 (SALLUM; KOIZUMI, 1999). Após o primeiro relato de AT (JORGE, 1979), a quantidade cresceu tão intensamente que em 2008, o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 2008) registrou 428.970 acidentes com vítimas no Brasil, com 653.827 vítimas e 33.996 mortes; na Bahia foram 9.385, 12.554 vítimas e 522 falecimentos.

    Este quadro leva a consideração dos AT como um importante problema de saúde pública (LAURENTI et al., 1972; JORGE; LATORRE, 1994; MARÍN; QUEIROZ, 2000) mais prevalente em indivíduos dos 10 aos 39 anos (BRASIL, 2005; SANTOS et al., 2008; BASTOS; ANDRADE; SOARES, 2005), homens (MARIN; QUEIROZ, 2000; ANDRADE et al., 2003; SANTOS et al. 2008; RIBEIRO, 2010), pessoas com menor renda (PINSKY; LABOUVIE; LARANGEIRAS, 2004; SANTOS et al., 2008), fortemente associados ao consumo de bebidas alcoólicas (KOIZUMI, 1992; BASTOS; ANDRADE; SOARES, 2005; RIBEIRO, 2010), contanto com pouca e inadequada fiscalização (BASTOS; ANDRADE; SOARES, 2005; SANTOS et al., 2008).

    Seu impacto econômico é verificado pelo elevado percentual de internação, altos custos hospitalares, perdas materiais, despesas previdenciárias, sofrimento nas vítimas e familiares, além de significativas baixas entre a população economicamente ativa (Andrade et al., 2003). Para além do problema de saúde, o AT pode gerar limitações no desenvolvimento social e econômico em determinadas localidades e grupos populacionais. Neste sentido, a Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde (2002), objetivando a diminuição dos impactos negativos causados pelos AT, implementou o “Programa de Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito: mobilizando a sociedade e promovendo a saúde”, com caráter intersetorial.

    Vale ressaltar que entre sobreviventes dos AT a amputação de membros representa a sequela mais comum (DORNELAS, 2010). A amputação é remoção de um órgão ou parte, situado numa extremidade, nos membros pode ocorrer em qualquer seguimento da continuidade óssea, enquanto desarticulação é a ablação parcial ou total de um membro na contiguidade, ou seja, através da articulação (LUCCIA; GOFFI; GUIMARÃES, 2001, apud CHINI, 2005). A moto é um veículo amputador por natureza, devido ao pouco espaço para o ocupante, ao conduzi-la, o motoqueiro a abraça com as pernas, fazendo dos seus membros inferiores os maiores atingidos em caso de acidente. (GUEDES, 2008)

    Em virtude no numeroso quantitativo de AT, o Brasil detém índices de amputados maiores que nos Estados Unidos da América (PINTO, 2001). Vale salientar que o indivíduo amputado necessita e continuará necessitando, de atendimento e acompanhamento para reabilitação da saúde, aptidão física e autonomia.

    A reabilitação pretende a restauração do estado físico, mental, vocacional ou social satisfatório, após ter transcorrido uma lesão física, mental ou doença impeditiva das atividades normais (BARBANTI, 2003, p. 503) o que permitiria à reinserção do lesionado as Atividades da Vida Diárias (AVD). O processo de reabilitação exige organização de programa coordenado por equipe multidisciplinar para melhor evolução terapêutica (DORNELAS, 2010).

    Neste sentido, o Estatuto do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) nº 156/2008, em seu Artigo 9º diz que “o Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações”, o que deve incluir ações referentes à reabilitação.

    A Carta Brasileira de Educação Física enfatiza o seu compromisso em relação “as questões contemporâneas da humanidade como, as pessoas com necessidades especiais” (CONFEF, 2000). Além da legalidade, é reconhecida a função prioritária deste profissional na manutenção, ampliação e recuperação da força muscular, como o responsável pela a avaliação, organização, orientação e desenvolvimento de treinamento resistido, conhecidamente capaz de proporcionar evidentes melhoramentos para a saúde e qualidade de vida das pessoas.

    Reforça-se que o exercício físico pode intervir na redução da dor musculoesquelética, além de prevenir e/ou evitar deformidades e aumentar a resistência pulmonar e cardiovascular (LEITÃO; LEITÃO, 2006, p.11). Na reabilitação, o treinamento de força apropriado, providencia uma recuperação rápida da força muscular original (WEINECK, 1991, p.204).

    Sendo a força uma das qualidades mais importantes para a realização das AVD (GHORAYEB; BARROS NETO, 2004), o presente trabalho teve como objetivo investigar os benefícios proporcionados pelo treinamento de força em paciente amputado que faz uso de prótese.

Procedimentos metodológicos

    Este estudo se enquadra como Estudo de Caso Interpretativo. Este tipo de estudo tem como meta interpretar os dados obtidos na tentativa de teorizar sobre determinado fenômeno (THOMAS, NELSON & SILVERMAN, 2007).

    Todo o processo de intervenção ocorreu de fevereiro a junho de 2010, no município de Guanambi (BA), sempre com seções domiciliares, considerando adaptações dos exercícios e equipamento atendendo as especificidades do participante.

    Anteriormente ao início das atividades, foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, orientando sobre os principais aspectos da pesquisa, alertando sobre seus riscos e benefícios, salientando o direito a desistência sem ônus ou necessidade de justificativa e demais determinações da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

    Após uma previa revisão bibliográfica, foi elaborada a proposta de reabilitação, distribuída nos itens a seguir:

Avaliações morfofuncionais

    Durante o processo de intervenção foram realizadas duas avaliações uma pré e outra pós-intervenção. Neste processo foram utilizados o Questionário de Medida Funcional para Amputados (KAGEYAMA et al., 2008), o método de Analise da composição corporal proposto por Guedes (1985) e alguns protocolos de avaliação do risco coronariano, como o Perímetro da Cintura (PC), a Razão Cintura-Quadril (RCQ), o Índice de Massa Corporal (IMC).

Treinamento força

    As seções de treino ocorreram nos cômodos da residência do partícipe contando com utilização de um garrote de látex nº 200 com 2 metros de extensão para adequar os exercícios a realidade local e do indivíduo.

    Todas as seções apresentavam a seguinte estrutura: diálogo sobre a proposta da atividade, percepção sobre desempenho nas AVD, presença de dor pós-treino, comportamento alimentar e debate sobre saúde. Em seguida eram realizados alongamentos passivos gerais, aquecimento local da musculatura a ser trabalhada.

    Na parte principal da intervenção eram desenvolvidos exercícios resistidos com carga determinada pela percepção subjetiva de esforço (BORG, 2000), pretendendo o esforço moderado. Em seções ‘A’ (para desenvolvimento da aptidão dos membros inferiores e adaptação à prótese) e ‘B’ eram desenvolvidas em dias alternados:

    O “TREINO A” foi criado levando em consideração que “os extensores e abdutores do quadril e os extensores do joelho são particularmente importantes para a deambulação com prótese” (MAY, 1993, p.455) e que a força destas regiões é importante para manutenção da estabilidade estática e dinâmica de pessoas que usam próteses (PITETTI & MANSKE, 2004, p192) neste dia eram realizadas adução e abdução de quadril, extensão e flexão de joelho, extensão e flexão do quadril, agachamento (com auxílio de uma cadeira).

    Durante as sessões de “TREINO B” foi aceito como princípio o fato de que mesmo em amputados inferiores “fica indicado um programa de fortalecimento geral, incluindo o tronco e todos os membros” (MAY, 1993, p.455), e que a percepção corporal pode influenciar a imagem corporal do indivíduo amputado (ADAMI et al., 2005) neste dia eram desenvolvidos exercícios para as Costas (Crucifixo Invertido e Remada baixa), Peitorais (Crucifixo e Supino Vertical), Ombros (Elevação Lateral e Elevação Frontal), Bíceps Braquial (rosca direta) e Tríceps Braquial (Press Francês).

Atividades funcionais

    Outro seguimento a integrar o processo de recuperação físico-motora foi à realização das atividades funcionais, como a caminhada e os exercícios de sentar e levantar. Estas atividades foram escolhidas ao levar-se em consideração o grau de limitação do aluno, este deveria ser estimulado para realização da marcha e para a execução de atividades funcionais, uma vez que “o usuário protético que está aprendendo a andar também deve adquirir experiência no desempenho de outras habilidades que envolvem a prótese” (EDELSTEIN, 1993, p.487).

Resultados e discussão

Descrição do sujeito pesquisado

    O participante da intervenção pertencia ao sexo masculino, com idade igual a 27 anos, branco, natural de Guanambi (BA), vítima de AT (choque frontal entre uma motocicleta – guiada pelo avaliado – e um automóvel) no ano de 2007. Na ocasião, (segundo relatório do médico plantonista) o aluno apresentava Trauma Crânio Encefálico grave, fratura exposta da perna esquerda e fratura interna do antebraço esquerdo. Segundo consta, o indivíduo deu entrada no pronto-socorro com choque hipovolêmico (Hipotenso, Pressão Arterial: 80x60 mmHg e Frequência Cardíaca: 26 bpm).

    No período em que permaneceu na Unidade de Tratamento Intensívo (UTI), o indivíduo desenvolveu uma necrose infecciosa severa no ferimento da perna esquerda, a evolução deste quadro, levou a amputação transtibial (CID-10: S88.1). De Luccia, Goffi e Guimarães (2001) apud Chini (2005) descreveram que este tipo de intervenção cirúrgica é realizada no nível médio ou superior da perna, buscando a preservação da inserção do tendão patelar e, consequentemente, da função do joelho.

Avaliação morfológica

    Quanto aos seus índices antropométricos, o aluno apresentou na primeira avaliação (em 22/02/2010), um percentual de gordura de 25,22%, com Índice de Massa Corporal (IMC) de 28,38 Kg/m2, uma Razão Cintura Quadril (RCQ) de 0,851 e o Perímetro da Cintura (PC) de 86 cm.

    Este quadro indica um acumulo negativo de gordura corporal superior limite de 18% indicado para homens na sua faixa etária (NAHAS, 2006). Quadro possivelmente resultante da dificuldade de adaptação à prótese, que, consequente, gera um nível insuficiente de atividade física.

    Situação similar foi identificada no IMC, com o teto esperado ficando em 24,9 Kg/m2, inferior ao identificado (DOMINGUES FILHO, 2006), caracterizando o sujeito como com sobrepeso.

    Quanto ao acumulo de gordura central, indicativo de risco cardiovascular aumentado para valores superiores a 94 cm (QUADROS; GORDIA; SILVA, 2010), o avaliado pode ser incluído em grupo com risco reduzido quando analisado o PC. Indicativo reforçado pelo resultado do RCQ, que figura como maneira corriqueira para “prognosticar o risco de doença crônica” (DOMINGUES FILHO, 2006).

    Ao final do período de treinamento estas avaliações foram refeitas, constatando-se os seguintes resultados: gordura corporal 23,58 (reduzindo 1,64%); IMC 26,33Kg/m2 (queda de 2,05 Kg/m2); PC de 82 cm (redução de quatro centímetros) e RCQ de 0,82 (diminuía em 0,031). Independente de análise estatística é observado importante modificação destes valores, visto que para o indivíduo em questão a menor melhora morfológica é capaz de contribuir para o seu desempenho na busca da retomada de uma vida autônoma e independente.

Avaliação funcional

    Antes de dar início as atividades de reabilitação foram realizadas duas visitas, com o intuito de desenvolver um vínculo profissional entre o pesquisador e o aluno. Na primeira visita, foi constatado que o mesmo fazia pouco uso de sua prótese, este dado é representado na questão 04 do questionário (quadro 01), pois segundo ele, “a prótese causava dores no coto”, entre outros motivos (apresentados posteriormente). Por este motivo foi adotado o Questionário de Medida Funcional para Amputados, que como sugerem Kageyama et al (2008, p.167) “a versão brasileira do FMA, Medida Funcional de Amputados, pode ser um instrumento confiável para medir o resultado funcional”.

    O Questionário de Medida Funcional de Amputados foi utilizado, antes e depois da aplicação do treinamento de força, com o intuito de avaliar as alterações no rendimento funcional do indivíduo envolvido no processo. Kageyama (2007, p.2) relata que, a avaliação funcional, no processo de reabilitação, é de grande importância por mensurar os resultados obtidos no decorrer do processo e avaliar a eficácia dos programas de tratamento.

    No Quadro 01, nota-se uma mudança no comportamento de uso protético, antes da intervenção o aluno relata pouco uso do equipamento, no entanto após o período de reabilitação houve um aumento no tempo de uso, demonstrando assim, uma melhor adaptação à nova condição.

Quadro 01. Questão 04 do Questionário de Medida Funcional para Amputados

    Neste sentido, ao ser questionado a respeito dos motivos que lhe impedia de utilizar a prótese dentro de casa (Quadro 02), o avaliado aponta que seu uso gerava cansaço precoce na locomoção, além dos incômodos e problemas para a perna não amputada (cansaço e inchaço); disse ainda, que seu uso costumeiramente era causador de problemas ao coto como dor e feridas; por fim relata a necessidade, não atendida, de ajustes da prótese, afirmando que o cartucho encontrava-se mais largo que o necessário.

    Cabe salientar que seguramente o desajuste protético ocorreu devido, também e principalmente, à ocorrência da hipotrofia muscular do coto, surgida como complicação da cirurgia de amputação (BRANDÃO et al, 2005), decorrente da baixa atividade funcional do coto. No entanto, ao final da intervenção (Quadro 02) notou-se que uma maior e melhor utilização da prótese, devido às melhorias gerais na força muscular e adaptação do seguimento amputado ao equipamento de apoio.

Quadro 02. Questão 05 do Questionário de Medida Funcional para Amputados

    Ao avaliar as respostas para a questão 02 (Quadro 03), que envolve o “Índice de Capacidade Motora” (KAGEYAMA 2007, p.35), observam-se os benefícios gerados pelo treinamento de força para melhoria da capacidade motora do investigado, pois, dentre os 42 pontos sugerido pela questão, o avaliado obteve 08 pontos na avaliação diagnóstica evoluindo para 28 pontos na avaliação somativa.

Quadro 03. Questão 02 do Questionário de Medida Funcional para Amputados

    Estes dados mostram que a perda da capacidade de realizar a marcha normal é a principal limitação do indivíduo com amputação de membro inferior, pois, ocasiona uma incapacidade funcional, dificultando a realização das atividades da vida diária necessárias para a autonomia e independência pessoal (KAGEYAMA, 2007; DIOGO, 1997). Desta maneira, os dados da pesquisa demonstraram que a melhora na capacidade motora do participante, representa uma evolução na sua independência pessoal.

    A “independência pessoal” foi observada na Questão 14 deste questionário, nesta o aluno é inquerido a fazer um comentário a respeito de sua amputação, da prótese ou da reabilitação. No primeiro momento o investigado descreve que:

    Antes da amputação eu trabalhava de manhã e a tarde, estudava a noite e aos sábados jogava bola com meus amigos, costumava visitar a minha namorada e ia à casa de parentes. Depois da amputação engordei, só fico em casa deitado vendo televisão e comendo (Fala do aluno F, avaliação diagnóstica).

    Após o período de treinamento foi requisitado ao aluno responder a questão descrevendo sua atual condição e sua resposta foi a seguinte:

    Depois do tratamento eu passei a usar minha prótese o dia inteiro, coloco de manhã e só vou tirar a noite. Hoje eu posso ir nas festas e passear pela cidade” (Fala do aluno F, avaliação somativa).

    Com base nas respostas pelo avaliado, nota-se que o aluno percebeu a evolução no seu quadro de melhora e reconhece a liberdade proposta pelo uso protético. Esta mudança no quadro clínico representa o alcance dos objetivos propostos no processo de reabilitação, pois como sugere o estudo de Pinto (2001) deve-se determinar como meta da reabilitação física, no caso de amputação, a restauração funcional mais completa possível, dentro das condições clínica do paciente. Pinto (2001), ainda descreve que em caso de amputação transtibial em jovens, por causa de traumatismo, este poderá retornar as suas atividades cotidianas, como caminhar naturalmente, dirigir, utilizar transporte público, trabalhar e praticar esporte.

    De Luccia (2003) diz que em indivíduos com amputação de membros inferiores, o seu papel é fundamentalmente a aprendizagem para o desenvolvimento da locomoção através da deambulação. Kageyama (2007) sugere que além da restauração funcional, a reabilitação deve objetivar a prevenção da condição física do aluno impedindo a sua deterioração possibilitando que o individuo com amputação possa ser reintegrado a sociedade. A autora menciona ainda que, para que o objetivo de reintegração social seja alcançado, é necessária que o paciente melhore sua mobilidade, sua capacidade para o uso da prótese e possa realizar as atividades da vida diária e prática.

Conclusões

    O presente trabalho sugere que o treinamento de força auxiliou na reabilitação do amputado, visto que, esta atividade proporcionou-o melhoria na deambulação com a prótese e com isso melhora no desempenho do mesmo para a realização das atividades da vida diária.

    Antes da reabilitação o voluntário necessitava da presença de uma pessoa ou de outro equipamento além da prótese (como cadeira de rodas) para ajudá-lo na realização das mais simples AVD, depois do treinamento ele se sente confortável para o cumprimento dos seus afazeres.

    Sugere-se que sejam desenvolvidas outras pesquisas referentes ao papel do profissional de Educação Física no processo de reabilitação e promoção da saúde de amputados, pois para a realização deste trabalho foram encontradas apenas referências na área da fisioterapia.

Referências

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