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O uso de esteróides anabolizantes entre os acadêmicos do curso de educação física da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza

El uso de esteroides anabólicos entre los estudiantes del curso de educación física de la Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza

Use of anabolic steroids among students of course physical education of Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza

 

*Educador Físico e Fisioterapeuta. Doutor em Educação e Mestre em saúde Pública, Coordenador

 e Professor Nível (Titular I) do curso de Educação Física da FCC – Faculdade Católica do Ceará

**Graduanda em Educação Física, UVA – Universidade Vale do Acaraú

***Educador Físico e Fisioterapeuta. Mestre em Gestão Desportiva e Educação. 

Coordenador e Professor Nível (Auxiliar II) do curso de Educação Física da FAMETRO

Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza e Professor Nível (parcial) da Faculdade Católica do Ceará

****Educador Físico. Mestre em Saúde Coletiva. Professor Nível (Parcial)

da Faculdade Católica do Ceará – FCC

(Brasil)

Leandro Firmeza Felício*

leandrof.f@hotmail.com

Monique Alencar Barroso**

monique.alencar@yahoo.com.br

Jurandir Fernandes Cavalcante***

jurafisio@hotmail.com

Demétrius Cavalcanti Brandão****

demetriuscb@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: analisar o uso de esteróides anabolizantes em acadêmicos do curso de educação física da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza. Metodologia: Caracteriza-se como uma pesquisa de natureza epidemiológica descritiva, de abordagem quantitativa do tipo transversal. Foi utilizado um questionário anônimo com perguntas abertas e fechadas tendo sido idealizado especificamente para o presente estudo. Resultados e discussão: Dos 221 acadêmicos que participaram da pesquisa, 191 nunca tinham usado esteróides anabolizantes, e 30 (13,6%) dos acadêmicos usavam ou já tinham usado anabolizantes. Conclusão: O estudo mostrou o alto índice de acadêmicos usando esteróides anabolizantes por questões de aparência física e melhora da parte física.

          Unitermos: Esteróides anabolizantes. Educação Física. Acadêmicos.

 

Abstract

          Objective: To examine the use of anabolic steroids in students of physical education college in Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza. Methods: Characterized as a descriptive epidemiological research, quantitative approach transversal. We used an anonymous questionnaire with open and closed questions were devised specifically for this study. Results and discussion: Of the 221 students who participated in the survey, 191 had never used anabolic steroids, and 30 (13.6%) of the students were using or had used steroids. Conclusion: The study showed a high rate of students using anabolic steroids for reasons of physical appearance and improves the physical part.

          Keywords: Anabolic steroids. Physical Education. Students.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Recentemente, os jovens, principalmente acadêmicos de Educação Física, na luta pela conquista de corpos esculturais e com um paradigma estético vem fazendo uso abusivo de esteróides androgênicos anabolizantes.

    O estudo a cerca do tema teve uma relevância muito importante, pois identificou os fatores que levam esses acadêmicos a consumirem o esteróide androgênico anabolizante, proporcionando assim, informações valiosas tanto para os acadêmicos como para a própria instituição, com o intuito de se conscientizarem sobre o perigo dessas drogas.

    Diante do exposto, a pesquisa teve por objetivo geral analisar o uso de esteróides anabolizantes em acadêmicos do curso de educação física da faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO).

1.1.     Esteróides anabolizantes

    Segundo Wilson (1991), a castração é conhecida há séculos como forma de perda da fertilidade e de características sexuais secundárias, como crescimento da barba, aumento da laringe e espessamento das cordas vocais (voz grave).

    Inicialmente se sugere uma explicação a nível neurológico para a prática da castração. Atribuía-se a perda das características físicas a um distúrbio no sistema nervoso (KOCHAKIAN, 1993).

    Segundo Kochakian (1990), o pesquisador Arnold Berthold realizou um experimento onde retirava testículos de galos jovens e se notava neles a diminuição da crista e perda das funções sexuais. Porém, ao realizar o implante dos testículos na região abdominal dos galos, esta diminuição era anulada.

    Segundo Kochakian (1993), o médico Brown-Séquard injetava em si mesmo e em outros animais substância oriunda do testículo de cães e obtinha resultados surpreendentes de massa muscular, das faculdades mentais, regulagem do intestino e melhora na saúde de um modo geral.

    Os esteróides são substâncias de estruturas básicas comuns, chamada de estrutura do gonado (BERNE, 2000). Os maiores produtores de hormônios esteróides são a glândula supra-renal, os testículos, os ovários e a placenta (RANGH apud MACHADO, 2001).

    Os hormônios sexuais masculinos estão inseridos na classe dos esteróides androgênicos. Androgênico. De forma biológica, a definição para androgênico é qualquer substância que seja capaz de produzir especificamente o crescimento das gônadas masculinas.

    Há também, fora os esteróides androgênicos, os esteróides anabolizantes ou esteróides anabólicos androgênicos. Segundo Hoberman (1995) e Goldberg (2000) referem-se aos esteróides anabolizantes como sendo substâncias sintéticas derivadas da testosterona onde possuem atividade anabólica (promovendo um crescimento) maior à atividade androgênica (masculinização) (RUBINOW, 1993).

    Segundo Handelsman (2001, p. 232-42):

    “Os esteróides androgênicos anabolizantes dizem respeito aos hormônios sexuais masculinos, responsáveis por manter e promoverem as características sexuais ligadas á masculinidade (inclui-se a fertilidade, as características sexuais secundárias e o trato genital) e nos tecidos somáticos o status anabólico”.

    Os esteróides anabolizantes são substâncias consideradas construtoras de tecido muscular, onde os efeitos são similares aos da testosterona. Os efeitos abusivos dessas drogas se constituem em um risco para a vida do indivíduo. Pessoas que utilizam os esteróides anabolizantes em excesso irão sofrer pelo menos um dos efeitos adversos dessa substância como queda do cabelo, acne e perturbações psicológicas leves (LAMB, 1996).

    A indústria farmacológica produz atualmente vários tipos de esteróides anabolizantes, eles podem ser encontrados em formas de supositórios, cremes, selos de fixação na pele e sublingual, os mais consumidos são o oral e os injetáveis (intra-muscular).

    Os esteróides anabolizantes mais utilizados por via oral são a oximetolona (Anadrol), oxandrolona (Anavar), metandrostenolona (Dianabol) e estanozolol (Winstrol). Decanoato de Nandrolona (Deca-Durabolin), fenpropionato de nandrolona (Durabolin), e cipionato de testosterona (Depo-testosterona) estão na classe dos esteróides anabolizantes injetáveis mais utilizados (AAP, 1997).

    Á, atualmente uma preocupação sócio governamental envolvendo o abuso de Esteróides androgênicos anabolizantes, no mundo todo. Referente a essa problemática, vários estudos levantaram informações epidemiológicas a cerca do uso dos esteróides e assim, verificaram dados concretos sobre o assunto.

    Foram levantados por muitos autores, várias pesquisas epidemiológicas relacionadas ao uso de anabolizantes em diferentes populações. As populações mais estudadas foram adolescentes, na faixa etária de 16 a 18 anos, universitários e atletas de alto nível (YESALIS, 1993 citado por AYESTARÁN 2007).

    O consumo do esteróide androgênico anabolizante entre os jovens variam de 3% a 40% por populações de estudantes de ensino fundamental, de ensino médio e os estudantes universitários. Os estudantes do sexo masculino apresentam percentuais de uso bem mais superiores do que os estudantes do sexo feminino e o aumento do consumo também tem relação com a progressão da escolaridade (FIGUEIREDO, 2005).

    No meio universitário, os estudantes que fazem maior uso dos esteróides androgênicos anabolizantes são os que pertencem aos cursos de educação física e os atletas, onde a diferenças da intensidade do consumo devido á modalidade esportiva praticada (FIGUEIREDO, 2005).

    Em um estudo realizado entre estudantes de uma Universidade particular de Brasília, sobre o uso de esteróides androgênicos anabolizantes, os resultados mostraram que 3% entre os alunos de vários cursos consumiam esteróides e 12% entre os alunos do curso de educação física usavam essas substâncias, o que vem a confirma o fato de que estudantes universitários que se inserem no curso de educação física e tem uma maior aproximação com as praticas de atividade física estão sob um risco maior de usarem esteróides androgênicos anabolizantes (Araújo e cols, 2001).

    No mundo todo, registra-se um aumento freqüente no uso ilícito de esteróide androgênico anabolizante por adolescentes e universitários de ambos os sexos, buscando um corpo mais forte ou por razões esportivas.

    Em virtude do aumento do uso dessas substâncias por parte desses adolescentes e universitários, cresceu o numero de atendimento a informações sobre essas drogas no Serviço de Informação de Substâncias Psicoativas (SISP) (ARAÚJO, J. P.; CARVALHO, M., 2001).

    Por ser o corpo o principal alvo do uso dos esteróides androgênicos anabolizantes entre os jovens, alguns autores sugerem medidas de prevenção para diminuir essa proporção de consumo, entre elas estão acompanhamentos psicológicos e os acompanhamentos nutricionais (ELLIOT & GOLDBERG, 1996).

    No Brasil, o poder público vem tentando criar ações educativas e também de coerção ao comercio ilegal de esteróides androgênicos anabolizantes. Na Cidade de Sergipe, o Ministério Público, junto com as secretárias, Vigilância Sanitária e a Policia Federal lançou no ano de 2004, uma campanha de combate ao uso irregular dos EAA, essa campanha conta também com a participação dos Conselhos de Educação Física, medicina e medicina veterinária e federações de esporte (ANVISA, 2004).

    Infelizmente, nota-se que essas medidas de intervenção relatadas sobre o combate ao uso de esteróides androgênicos anabolizantes não estão conscientizando os usuários dessa substância. Acredita-se que, o setor da educação deva ser o principal veículo desse combate, pois é dentro das escolas e das Universidades e Faculdades que conseguimos um maior foco por parte dos alunos.

1.2.     Educação Física: os esteróides e o culto ao corpo

    Na antiguidade, á educação física surgiu na china, Egito, na pérsia e na região da Mesopotânea através das praticas de atividade física para a arte da guerra. Na Grécia e na Roma antiga a educação física ganha uma conotação mais abrangente, os conhecimentos agora são voltados também para a saúde do corpo e da mente (NETO, 2001).

    Neste período, os jogos tinham uma importância muito grande na vida do povo grego e eram realizados em todas as cidades tendo como centros: Olímpia, Deltos, Neméia e o Istmo de Corinto (JUNIOR, 2009). Foi nos jogos Olímpicos gregos, o primeiro relato do uso de substâncias anabolizantes para favorecer o crescimento muscular e melhorar as capacidades físicas dos atletas participantes, eram usadas plantas, ervas e cogumelos (MURRAY, 1983; DE ROSE, 1989).

    A preocupação com a imagem corporal não é de hoje, na Grécia Antiga os gregos buscavam o embelezamento, com o intuito de desenvolver o físico. Mais não somente o culto ao corpo ou as formas musculares que os gregos se preocupavam, eles também lançavam-se ao estudo do corpo humano para usufruírem cada vez mais da saúde.

    A identidade do ser humano estar vinculada a imagem corporal e a experiência existencial. O corpo atlético, hipertrofiado, transformou-se em um padrão de beleza (por vezes confundido com saúde) desejado por grande parcela da população. Contribuindo para a afirmação de um ideal de corpo distante da média, para um padrão esportivo de beleza, que se torna produto nas mãos da mídia.

    Como frisa Narciso, O esteróide anabolizante é o elixir que transporta a uma metamorfose corporal, deixando para trás uma condição negada de seus corpos. As pessoas re-atualizam o mito, mergulhando em busca da imagem desejada, idealizada.

    Os universitários de Educação Física, teoricamente conhecedores dos efeitos nocivos dos anabolizantes, fazem uso destas substâncias a fim de corresponder à imagem corporal ditada pelo mercado (LEITE, 2003).

2.     Metodologia

    O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa de natureza epidemiológica descritiva, de abordagem quantitativa do tipo transversal.

    A população desta pesquisa foi composta por 650 acadêmicos do curso de educação física da FAMETRO, de ambos os sexos. A técnica utilizada para a escolha da amostra foi aleatória simples. Foi realizado um cálculo amostral com erro de 5% e um nível de confiança de 95%. Sendo assim, a amostra finalmente foi composta por 221alunos.

    Como critérios de inclusão foram escolhidos os acadêmicos do curso de educação física de ambos os sexos, matriculados no ano de 2013 e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, e excluídos os acadêmicos pertencentes a outros cursos de graduação bem como os acadêmicos de educação física que não estavam matriculados no ano de 2013.

    O instrumento de coletas de dados (questionário) envolveu questões abertas e fechadas a cerca dos esteróides androgênicos anabolizantes, saúde pública e educação física.

    Para se analisar os dados da pesquisa, após a coleta dos dados, os mesmos, foram tabulados na planilha Excel e analisados através da estatística descritiva (média e desvio padrão), bem como feito também a condensação das respostas do questionário e expostos através de gráficos e tabelas.

3.     Resultados e discussões

    A média de idade dos acadêmicos de educação física analisados foi de 25,5 (± 6,61) anos. Dos 221 participantes, 147 acadêmicos (66,5%) eram do sexo masculino, enquanto 74 (33,5%) eram do sexo feminino.

    Em resposta à pergunta “Você já usou esteróides anabolizantes alguma vez na sua vida?” 191 (86,4%) responderam que não fizeram uso de esteróides androgênicos anabolizantes e 30 (13,6%) acadêmicos, sendo 27 homens (18,4%) e 3 mulheres (4%) responderam que sim, que usavam ou tinham usado esteróide androgênico anabolizante.

    No estudo realizado por Daisson (2006) com 361 alunos do curso de Educação Física da UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina, localizada no Estado de Santa Catarina, apresentou os seguintes resultados 98,33% (355 alunos) nunca tinham usado anabolizantes e apenas 1,67% (6 alunos) tinham ou faziam uso desta substância. Araújo et al. (2001), em pesquisa realizada na Universidade Católica de Brasília, com estudantes universitários, encontraram prevalência de 3% entre alunos de diversos cursos e cerca de 12% entre os alunos de Educação Física. O % de consumo do esteróide é elevado na FAMETRO.

    Na pergunta seguinte foi indagado sobre “Durante quanto tempo você vez uso de anabolizantes?” os resultados mostraram que 5 acadêmicos (17%) usaram durante 1 mês e 5 acadêmicos (17%) usaram durante 4 anos; 4 acadêmicos (13%) durante 2 anos e 4 acadêmicos (13%) durante 3 anos; 3 acadêmicos (10%) usaram 5 anos; 2 acadêmicos (7%) usaram 1 ano, 2 acadêmicos (7%) usaram 6 anos e 2 acadêmicos (7%) durante 7 anos; 1 acadêmico (3%) usou durante 2 meses, 1 acadêmico (3%) usou durante 6 meses e 1 acadêmico (3%) fez uso durante 15 anos.

    Em resposta à pergunta “Qual ou quais substâncias que você utilizou?” as substâncias mais citadas pelos acadêmicos que fizeram uso de esteróides foram: Deca-Durabolin que foi mencionado por (73%) dos alunos; Durateston que foi mencionada (66,7%) pelos alunos; Hemogenin (30%); ADE (com 20%); Testex (com 17%); Citomel (com 13%) e Insulina (com 13%); Anabol, Durabolin, Stanozonol e Estrol (todos com 7%); Dianabol, Deposteron, GH, Landrolona, Parabolan, Novaldex, Cipionato de testosterona, Óleo e Vitamix (com 3%).

    Em um estudo realizado entre 299 estudantes do curso de Educação Física, as substâncias mais utilizadas foram: Deca-Durabolin (72,7%), estanozolol (29,9%), Hemogenin (16%) e Durateston (16%) (ARAÚJO e cols., 2001). Baseado neste estudo e em outros, podemos afirmar que o Deca-Durabolin é o anabolizante mais usado atualmente no Brasil.

    Em resposta à pergunta “Quem aplicava ou aplica a injeção para você?” 9 acadêmicos (30%) responderam que quem aplicava as injeções de anabolizantes eram os próprios professores, fator este que preocupa devido à gravidade da ação por parte do profissional de educação física, 8 acadêmicos (27%) responderam que os amigos aplicavam as injeções, 6 acadêmicos (20%) responderam que eles mesmo aplicavam as injeções, 5 acadêmicos (17%) responderam que outras pessoas faziam as aplicações e 2 acadêmicos (6%) responderam que faziam uso de comprimidos.

    Em estudos realizados no National Collegiate Athletic Association (NCAA), (GREEN et. al., 2001), os resultados mostraram que 3,8% dos casos os esteróides anabolizantes eram fornecidos e aplicados pelo treinador, em 20,8% dos casos por um companheiro de equipe, em 17% dos casos eram através de um amigo ou parente, em 38% dos casos essas substâncias eram aplicadas por médicos (GREEN et. al., 2001).

    No presente estudo, há de se destacar o percentual (%) muito elevado de professores que recomendam o esteróide anabolizante a seus alunos.

    Em resposta à pergunta “Qual motivo levou você a usar esteróide anabolizante?” 19 acadêmicos (63%) responderam que para ter um corpo mais bonito, 8 acadêmicos (27%) responderam para obter êxito nos esportes e 3 acadêmicos (10%) responderam outros motivos, onde apontaram como sendo para tratamento hormonal.

    A melhora da aparência e da performance esportiva estão entre os principais motivos para o uso de esteróides anabolizantes (KOCH, 2001). O corpo perfeito é uma realidade vividas por nós atualmente, fruto da mídia e da sociedade que valorizam muito a busca neste contexto, gerando uma grande ansiedade aos adolescentes (RIBEIRO, 2001).

    Outro fator importante na pesquisa foi sobre a pergunta “Onde você adquiriu as substâncias?” 22 acadêmicos (74%) responderam que obtiveram a substância na farmácia, 4 acadêmicos (13%) que a conseguiram através de amigos e 4 acadêmicos (13%) que o próprio professor forneceu a droga.

    Os esteróides anabolizantes estão sendo cada vez mais adquiridos nas farmácias do Brasil, tornando-se um dos principais problemas de saúde pública, cuja população crescente desse consumo são os freqüentadores de academias, musculação e universidades (DE ROSE; AQUINO NETO, MOREAU & CASTRO, 2004).

    Finalizando o questionário, sobre as políticas públicas voltadas para o combate do uso de esteróides, 42,98% dos acadêmicos disseram que a política pública voltada para o combate deveria ser mais eficaz, 27,14% resolveram não opinar sobre o assunto, 15,83% responderam que não há política pública voltada para o combate dos anabolizantes, 13,57% responderam que as ações para o combate dessas substâncias estavam muito fracas e 1 acadêmico 0,4% respondeu que a política pública no seu município deixa a desejar em matéria de combate aos anabolizantes.

    Esses resultados nos mostram que as autoridades responsáveis não estão agindo em conjunto, para proporcionar a diminuição do consumo dessas substâncias.

    Em um estudo na cidade de Goiás em 2007, através da regulamentação da portaria Nº 065/2007 a venda de anabolizantes passou a ser efetuada sob a prescrição de receita na cor azul, a mesma destinada à prescrição de psicotrópicos (ANVISA, 2009).

4.     Conclusões

    Concluo esta pesquisa mostrando e afirmando após as respostas obtidas da pesquisa de campo na FAMETRO que a um índice elevado de acadêmicos do curso de educação física fazendo uso de esteróides androgênicos anabolizantes. Dentre os quais, a uma maior prevalência do uso para os acadêmicos do sexo masculino.

    Estes acadêmicos estão cada vez mais cedo procurando os esteróides anabolizantes como uma alternativa de ganharem músculos mais rápidos, favorecendo o aparecimento de problemas de saúde, bem como, levando os mesmos ao vício na droga.

    Nesse estudo, se identificou os esteróides androgênicos anabolizantes mais utilizados pelos acadêmicos, onde as drogas mais utilizadas foram as relativamente mais baratas e fáceis de achar no mercado. As drogas mais utilizadas pelos acadêmicos foram: deca durabolin, a Durateston, o hemogenin, ADE, o testex e o citomel e insulina.

    Mediante estes dados colhidos no estudo, posso afirmar que tais substâncias são mais utilizadas pelos acadêmicos da FAMETRO pelas suas características anabólicas e pelo baixo custo.

    Respondendo a uma das perguntas chaves no estudo sobre a relação dos motivos que levam os acadêmicos a usarem os esteróides anabolizantes, não houve surpresa o resultado obtido. Á questão da estética corporal da educação física vem sendo o fator primordial para o uso destas substâncias. Bem como, o melhoramento das aptidões esportivas. Isso se deve ao passado histórico da educação física, que sempre foi relacionada a obtenção de resultados esportivos e a qualidade de vida.

    Faço um alerta aqui, as autoridades e órgãos competentes para tomarem providências a cerca da comercialização destas substâncias em nossa cidade, pois, estes produtos estão sendo facilmente comercializados em nossa capital. Fator este, comprovado pela facilidade com que os acadêmicos e professores vêm adquirindo estas substancias nas farmácias.

    Falando um pouco sobre as políticas públicas voltadas para o combate a esses anabolizantes, constatou-se que ainda há um longo caminho a ser percorrido pelos órgãos responsáveis, somente um trabalho envolvendo todas as autoridades no assunto diminuirá esse consumo.

    Embora existam órgãos que regulamentam o uso de esteróides androgênicos anabolizantes, tais órgãos não adotam medidas de fiscalização ou de supervisão adequadas, fazendo com que o uso dessas drogas seja praticamente livre no mercado, principalmente na população mais jovem, a tal ponto que triplicou o uso segundo os resultados deste estudo.

    Surge a possibilidade então, de uma abordagem pela faculdade através de sua grade curricular para reforçar as capacidades dos professores e para a prevenção do uso dessas drogas entre os estudantes durante o processo de formação acadêmica. Os resultados deste estudo serão postos a disposição das autoridades universitárias, a fim de propiciar estudos posteriores sobre o tema em sua dimensão: social, cultural e de qualidade de vida, que permitam abordar mais evidências para a geração de políticas públicas de acordo com a realidade local das faculdades de Educação Física e da própria sociedade.

Referências

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