Atividades físicas lúdicas e dinâmicas no espaço escolar Actividades lúdicas y dinámicas en el espacio escolar |
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Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira Orientador. Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Luara Gomes Andrade* Thaynara Martins Silva Dias* Prof. Kleber Miralha de Oliveira** |
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Resumo Nosso trabalho teve como objetivo principal, o conteúdo “Jogos” para desenvolverem os alunos através de suas valências motoras. Trabalhamos com a concepção crítica, pois percebemos as defasagens que a escola campo obtinha, como falta de recurso de materiais, espaço precário, e sala com muitos alunos, que no início do nosso trabalho demonstravam desinteresse e indisciplina e estavam acostumados a serem divididos em “grupinhos” e em todas as aulas os aconselhávamos a respeito de inclusão, participação social que seja ela na escola ou fora dela. Com o decorrer das aulas percebemos boa evolução por grande parte dos alunos da turma. Unitermos: Intervenção. Educação Física. Inclusão Social.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Nosso trabalho surgiu do interesse de propiciar aulas representativas e interessantes para os alunos, de acordo com as possibilidades que a escola nos oferecia, como espaço físico e materiais disponíveis. As situações que nos motivaram foram à necessidade de aplicar aulas que viessem a agregar valores na formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e que para isso eles teriam que começar a exercer esse papel dentro da escola. O principal problema foi a falta de materiais para a execução das aulas, agregada a falta de interesse dos alunos pelas aulas de educação física.
Utilizamos as concepções criticas, onde a cultura corporal de movimentos que são os jogos,dança, ginástica, lutas e esporte, para direcionar a pratica, e no nosso caso utilizaremos somente os jogos durante nossas aulas.
Vivenciamos durante as aulas de jogos e percebemos os problemas advindos dessa pratica, procurando solucionar e discutir esse problema, para só então voltar a ação. E com esse problema resolvido teremos uma melhor visão dessa prática, proporcionado um melhor desempenho e crescimento dos alunos.
Criar o interesse de todos pelas aulas de educação física, falando da importância dos jogos propiciando maior interação entre eles durante as aulas, incentivando a participação e integração dos alunos nas aulas de educação física, alem disso também desenvolver e incentivar as crianças a pratica da própria educação física, sendo um conteúdo bem amplo trabalhado e o mesmo foi escolhido de acordo com os pequenos espaços disponíveis para sua aplicabilidade, desenvolvendo todas as valências necessárias para alunos com a faixa etária adequadas, trabalhando e englobando o conteúdo como um todo.
Utilizar os jogos cooperativos para obter uma maior intervenção entre os alunos, planejar as aulas para que desperte o interesse de todos durante todo o tempo da aula, vivenciando através de jogos uma melhora nas valências motoras foram nossos objetivos. Aplicar o conteúdo de jogos visando um maior interesse na aula ,utilizando os variados tipos de jogos visando a interação de toda a turma, discutindo a questão de todos os tipos de preconceitos durante a realização das aulas e desenvolvendo nos alunos habilidades que podem ser trabalhadas em qualquer local sendo estas habilidades positivas para a vida social e pessoal de cada um.
2. Metodologia
Iniciamos nosso estágio com aulas de observação e a partir dessas observações iniciamos nossa proposta de trabalho. Nossa expectativa foi de realizar nossas aulas e atingir nossos objetivos e conseguir com que os alunos viessem a despertar o interesse pelo conteúdo de jogos.
Nosso trabalho teve como foco principal, o conteúdo “Jogos” e trabalhamos com concepção crítica-emancipatoria, pois percebemos a necessidade que os alunos tinham de tomar consciência sobre seu papel na sociedade e criar as possibilidades de sua produção crítica, sobre a assimilação destes conhecimentos, valorizando a questão da contextualização dos fatos, do resgate histórico e, a viabilização da leitura da realidade estabelecendo laços concretos com projetos políticos de mudanças sociais. O conteúdo mais utilizado foram os jogos, ministramos as aulas na quadra da escola. Sendo uma parte de ação, outra com reflexão e por último uma ação reflexiva.
Segundo o que mostra sobre a concepção critica-emacipatoria e que tem o papel muito importante no agir comunicativo e funciona como uma forma de expressão de entendimento do mundo social, para que todos possam participar em todas as instancias de decisão, na formulação de interesse preferências, e agir de acordo com as situações e condições do grupo em que se este inserido e do trabalho no esforço de se conhecer, desenvolver e apropriar-se de cultura. Do ponto de vista das orientações didáticas, o papel do professor nesta concepção confronta num primeiro momento, o aluno com a realidade do ensino, o que o autor denominou de transcendência de limites pressupõe três faz, na primeira os alunos descobrem pela própria experiência manipulativa as formas e meios para uma participação bem sucedida em atividade de movimentos e jogos, na segunda devem manifesta pela linguagem e representação cênica, o que experimentaram e o que aprenderam numa forma de exposição, e por ultimo os alunos devem a aprender a perguntar e questionar sobre suas aprendizagens e descobertas com a finalidade de entender sobre o significado cultura da aprendizagem. (DARIDO, 2001).
Durante as aulas do professor regente, observamos a turma, e posteriormente as aulas de observação começamos a executar as aulas planejadas e detectar alguns problemas que poderiam ser resolvidos e outros não. Então fizemos o nosso projeto de intervenção, visando melhorar a qualidade de ensino das aulas de educação física ara os alunos e uma forma de diversificar a forma cultural dos alunos.
O espaço físico que utilizamos é a quadra da escola que não é coberta, os materiais são poucos e maioria deles cedidos pelo professor, no nosso cronograma de atividades executamos 15 aulas na escola, sendo 04 aulas de observação, 03 aulas de co-regência e 08 aulas de regência, com duração de 03 horas cada aula, sendo composta de 45 horas de carga horária dividida em 12 horas de observação, 09 horas de co- regência e 24 horas de regência.
Ele possui uma bola de vôlei, uma de futsal, uma de queimada (bola de meia), corda e alguns bambolês. Iniciamos a aula com a vivência (introdução aos jogos), posteriormente detectamos a problemática a ser solucionada, para engajamos uma discussão entre todos para chegarmos a uma solução conjunta, e logo depois realizamos a prática como uma nova ação de forma pensada e da forma mais adequada possível.
Utilizaremos a concepção critica-emacipatoria, onde a cultura corporal de movimentos que demonstramos os movimentos corretos para os alunos dos jogos e deixamo-los eles executarem de uma forma dinâmica e lúdica, pois não se tratava de atletas alto rendimento, e no nosso caso utilizaremos somente os jogos durante nossas aulas.
E segundo CORREIA (2007, apud FREITAS e MILLEN, 2008) nas aulas de Educação Física há uma predominância muito forte do espírito competitivo através dos jogos que sempre visam um vencedor. Nesse sentido, a introdução dos Jogos Cooperativos como conteúdo da Educação Física seria de suma importância para o rompimento da tradição unívoca do esporte competitivo.
Segundo ALMEIDA (2006, apud LAVORSK e VENDITTI, 2008) a palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontâneo, mas passou a ser reconhecido como traço essencialmente psicofisiológico, ou seja, uma necessidade básica da personalidade do corpo e da mente no comportamento humano, as implicações das necessidades lúdicas extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo de modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, trabalhando com a cultura corporal, movimento e expressão.
3. Educação Física e a construção cultural do aluno
O que despertou o interesse por essa abordagem foi dar continuidade ao trabalho iniciado pelo professor Rubens Vaz a concepção crítica-emancipatoria aborda que as aulas de Educação Física decorrem momentos de debates sobre a identidade dos movimentos, das danças, lutas, jogos, entre outros. Segundo os parâmetros da LDB mostra que, escola e docentes caminham para encontrar os elementos que propiciarão autonomia onde esta permitirá minimizar as dificuldades e apontar sugestões para o cotidiano de nossas práticas.
É positivo discutir com os educandos como surgiram essas manifestações culturais que fazem parte do dia-dia escolar e da vida dos sujeitos. Os alunos podem compreender a realidade dentro de uma visão de totalidade, como algo dinâmico e carente de transformações.
Segundo OLIVEIRA e SILVA (2008, apud SILVA, 2011) reconhece a Educação Física como parte da educação integral do indivíduo, da Educação Infantil até o Ensino Médio, acredita-se que ela tem um campo de conhecimento diferenciado das demais áreas, pois em suas aulas, os estudantes parecem estar mais livres das limitações impostas pelas salas escolares. Desta forma, a Educação Física assume um campo privilegiado em que a linguagem corporal se torna preponderante em relação às outras formas de linguagem, onde os conflitos existentes nas aulas em decorrência dos jogos, esportes e outras atividades corporais, corroboram para a apresentação de um ser humano em sua totalidade.
O que tivemos a oportunidade de perceber em nossas aulas foi que dando mais atenção aos alunos e ao conteúdo, os alunos foram se adaptando a nós e às nossas aulas e se encaixando na proposta crítica-superadora e de acordo com o Coletivo de autores (1992), não se trata somente de aprender o jogo pelo jogo, o esporte pelo esporte, ou a dança pela dança, mas esses conteúdos devem receber um outro tratamento metodológico, a fim de que possam ser historicizados criticamente e aprendidos na sua totalidade enquanto conhecimentos construídos culturalmente, e ainda serem instrumentalizados para uma interpretação crítica da realidade que envolve o aluno.
4. A importância da seleção dos conteudos
Os conteúdos devem estar ligados diretamente com a realidade dos alunos, para que estes possam aprender realmente, assimilando os conteúdos com os dados da realidade e não apenas decorando e praticando naquele momento, mas entendendo o significado para a sua vida, e foi isso que tivemos a oportunidade de vivenciar em nossa prática e considero que obtivemos sucesso na aplicação do nosso projeto. De com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) os conteúdos da Educação Física abrangem alguns pontos como o conhecimento sobre o corpo, esportes, jogos, lutas, ginásticas e atividades rítmicas expressivas e que são de extrema importância para o desenvolvimento geral dos alunos.
Para Libâneo (1994, apud ANDRADE e DARIDO, 2006) os conteúdos retratam a experiência social da humanidade relacionada a conhecimentos e modos de ação que englobam entre outros:
"conceitos, idéias, fatos, processos, princípios, leis científicas, regras, habilidades cognoscitivas, modos de atividade, métodos de compreensão e aplicação, hábitos de estudos, de trabalho, de lazer e de convivência social, valores, convicções e atitudes" (LIBÂNEO, 1994, p. 128).
Segundo Vygotski (1924, apud CARVALHO et al, 2009) o aprendizagem se dá em colaboração das crianças entre si e entre elas e os adultos. Analisando de outro modo, para este autor a aprendizagem é produto da ação dos seres adultos que fazem a mediação no processo de aprendizagem das crianças. Portanto, o desenvolvimento dos processos cognitivos superiores é resultado de uma atividade mediada. Esta compreensão tem grandes implicações para os professores porque os obriga a compreender o aluno da forma com que ele é, e não da forma com que os adultos compreendem o mundo.
Obtivemos bons resultados antes o recurso material, pela falta de recurso financeiro, as aulas eram chatas, pois não havia interesse dos alunos que prefeririam ficar nos cantos conversando ou mexendo em seus celulares, sem nenhum interesse nas aulas de educação física e o entrosamento dos alunos devido os jogos agregarem valores de uma, esta ajudando o outro a vencer as dificuldades do jogo, então mostramos que mesmo com dificuldades há como sim como fazer a diferença na vida dos alunos da rede pública de ensino, e de como e importante transmitir conteúdos em cima de jogos mostrando que através das vivencias dos jogos pelos alunos mostrara que no presente e quem sabe no futuro trará bons resultados para suas vidas pessoais e profissionais também, pois trabalhar a criança deste pequeno com as valências básicas que o ser humano precisa aprender mostrara bons resultados no presente e no futuro também.
Então desenvolver em todas as crianças as valências básicas em cima de jogos, pois o jogo também pode adaptar as valências básicas para transmitir para os alunos e adaptando isso, a criança perceberá que como é importante o conteúdo de jogos e o mesmo pode ser lúdico para todas as idades, permitindo então que se divirtam com eles e isso não e responsabilidade só dos profissionais de educação física, mas dos pais também.
5. Conclusões
Concluímos que no início de nosso trabalho tivemos um pouco de dificuldade por parte dos alunos, mas eles foram se adaptando e então foram nos aceitando e respeitando nosso trabalho, os pontos positivos foram que eles interagiram mais uns com os outros, respeitando as limitações de cada um, e melhoram seus conhecimentos a cerca do conteúdo jogos.
Os pontos negativos foram que no decorrer das aulas eles foram enjoando desse conteúdo, pois queriam vivenciar mais o esporte,através de explicações falamos a eles que o nosso principal foco seria trabalhar com os jogos e que em uma outra oportunidade voltaríamos e iríamos ministrar o conteúdo esporte.A sugestão para melhorar as aulas seria conviver com eles durante todo ano letivo e não só em um semestre ou pouco menos.
Referencias
ANDRADE. R.H. e DARIDO. S.C, Conteúdos na Educação Física escolar: possibilidades e dificuldades na aplicação de jogos nas três dimensões dos conteúdos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 96, 2006. http://www.efdeportes.com/efd96/jogos.htm
CARVALHO. N.G. et al. Conteúdos aplicados na Educação Física em escolas da cidade de Juazeiro do Norte, Ceará. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 134, 2009. http://www.efdeportes.com/efd134/conteudos-aplicados-na-educacao-fisica-em-escolas.htm
BRASIL LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997.
Brasil. META (Manual para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos) 2006.
Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo; Cortez, 1992.
DARIDO, Suraya Cristina. Perspectivas em Educação Física Escolar, 2001.
FREITAS, S.J. e MILLEN, N.A.R. Jogos Cooperativos na escola: possibilidades de inclusão nos currículos da Educação Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 127, 2008. http://www.efdeportes.com/efd127/jogos-cooperativos-na-escola-inclusao-nos-curriculos-da-educacao-fisica.htm
LAVORSK, J. e VENDITTI, J.R. A ludicidade no desenvolvimento e aprendizado da criança na escola: reflexões sobre a Educação Física,jogo e inteligências múltiplas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 119, 2008. http://www.efdeportes.com/efd119/a-ludicidade-no-desenvolvimento-e-aprendizado-da-crianca-na-escola.htm
SILVA, S.A.P.A. Educação Física em uma perspectiva multicultural e as relações de gênero na escola. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 159, 2011. http://www.efdeportes.com/efd159/as-relacoes-de-genero-na-escola.htm
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