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Os benefícios da atividade aeróbia para mulheres acima de 50 anos

Los beneficios de la actividad aeróbica en mujeres mayores de 50 años

 

*Professora de Educação Física (Esefap/SP)

**Aluno do PPGCEE-UGF/RJ). Grupo de Pesquisa

Biomecânica do Movimento Humano (UGF/RJ)

Professor das Faculdades (ESEFAP/Tupã-SP)

Doutorando (UNESP/SP)

(Brasil)

Simone da Silva Andrade*

Dayana Silva Ribeiro*

José Nunes da Silva Filho**

Robson Alex Ferreira***

jose_nunes_99@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Atividades físicas aeróbias para mulheres acima de 50 podem proporcionar manutenção da saúde e também minimizar os efeitos ocasionados pelo envelhecimento, sabendo que nas mulheres as perdas hormonais, de massa muscular e massa óssea são mais significativas. O objetivo deste é apontar os benefícios acarretados pela prática regular de atividades aeróbias, onde foram estudadas 18 mulheres acima de 50 anos, participantes do Projeto “Viva Vida” no Município de Paraguaçu Paulista-SP em parceria com o Departamento Municipal de Saúde. Para obtenção dos resultados, foram realizadas avaliações de Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura-Quadril (RCQ) no início e no final do estudo. Sendo assim, foi possível observar que as maiores variações foram vistas na avaliação do IMC, já que os resultados do RCQ permaneceram estáveis. Com isso, concluímos que os valores apontados pelo IMC não foram tão precisos em relação aos riscos ocasionados pelo aumento de tecido adiposo no organismo do indivíduo, pois como se utiliza do peso, não temos como diferenciar massa muscular de gordura.

          Unitermos: Atividades aeróbias. Mulheres. Indice de massa corporal (IMC). Relação cintura-quadril (RCQ).

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A taxa de crescimento da população idosa tem sido maior que a taxa correspondente do total da população. As estimativas apontam que, de 1990 a 2025, a população idosa mundial crescerá 2,4% ao ano, contra 1,3% de crescimento anual da população em sua totalidade. O grupo de idosos com mais de 75 anos ou mais é o que cresce mais rapidamente (PASCHOAL; SALLES; FRANCO, 2006, p. 21). O envelhecimento, por sua vez, é aquele período da vida que, segundo alguns autores, sucede à fase de maturidade e que é caracterizado por declínio das funções orgânicas, que, em decorrência, acarreta maior susceptibilidade à eclosão de doenças, que terminam por levar o idoso à morte. (PAPALÉO NETTO; CARVALHO FILHO; SALLES 2006, p. 43).

    E com essa população em total crescimento, cria-se uma real preocupação, tendo em vista que as doenças crônicas são mais presentes em pessoas com idades avançadas sendo as principais as doenças crônicas degenerativas (SANTARÉM, 2012). Sendo assim, torna-se importante o saber da população de que o indivíduo que envelhece sendo ativo segundo a Organização Mundial da Saúde (2011) descrita por Silva Filho; Oliveira (2013) apresentam menores riscos de desenvolverem tais doenças.

    Além das doenças oriundas do processo de envelhecer, outras limitações são mais visíveis nesta faixa etária tais como: VO2máx, onde uma pessoa de idade avançada, apenas com os simples hábitos de vida diárias (andar, banhar-se, levantar-se, etc.) podem requerer utilização de 80% da sua captação máxima de oxigênio (CHANDLER; STUDENSKI, 2002). Sem contar que segundo Powers; Howley (2009) com o avançar da idade a grande maioria das pessoas apresentam constantes declínios do VO2máx, de forma que em torno do sessenta anos esse declínio começa a afetar a realização de atividades naturais diárias.

    A função músculo esquelética também é muito afetada com o envelhecimento, e não obstante, a atividade física na idade avançada, pode colaborar com inúmeros outros benéficos que são necessários para uma melhor qualidade de vida no idoso, pois, Segundo Borelli (2006, p. 553) o esqueleto tem função biomecânica e metabólica, sendo que sua rigidez característica é capaz de permitir a manutenção da forma corporal, protegendo os tecidos moles e servindo de estrutura para o armazenamento da medula óssea, bem como para transmissão de força muscular. Podendo acarretar também uma redução dos níveis de Densidade Mineral Óssea (DMO), Simão (2007). Ainda Borelli (2006) afirma que essa perda é mais acentuada em indivíduos do sexo feminino.

    Também a obesidade vem crescendo cada vez mais, e também é uma preocupação que circunda indivíduos com idades avançadas, sendo que este índice vem crescendo de forma abrupta (CABRERA; JACOBI FILHO, 2001).

    E literalmente concatenados a tais problemas, a condição cardiorrespiratória também sofre significativa atenuação com envelhecimento, sendo que estudos mostram que os músculos respiratórios assim como os esqueléticos, são atingidos drasticamente em seus potenciais de geração de força de contração, o que afetaria diretamente a condição cardiorrespiratória (CARVALHO FILHO; LEME, 2006).

    Além destes aspectos relacionados a capacidades motoras, o envelhecimento esta diretamente relacionados com os aspectos mentais, onde segundo Mendonça (2006), a senescência acarreta negativas alterações físicas e mentais em conjuntos, quando comparados idosos com adultos jovens.

    Embora já esteja bem consolidado que tais problemas citados estão intimamente ligados ao envelhecimento, o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2009), relata que a prática habitual de atividade física por no mínimo 2 a 3 vezes por semana, com duração entre 30 a 50 minutos pode além de prevenir, tratar inúmeras doenças relacionadas ao sedentarismo. Sendo que diversos autores relatam sobre os benefícios da atividade física em idosos quanto à redução nos índices depressivos, bem-estar, e capacidade funcional Silva Filho; Zamaro; Ferreira (2013), emagrecimento de forma saudável Silva Filho (2013), redução da sarcopenia Fleck; Kraemer (2006); nível de densidade mineral óssea Cadore; Brentano; Kruel (2005), redução da hipertensão arterial Mota (2006), redução de quedas Guimarães (2004), etc.

    Com isso o presente trabalho visa responder sobre os efeitos da atividade física aeróbia para mulheres acima de cinquenta anos relacionados aos índices antropométricos (IMC, RCQ)

Desenvolvimento

Capacidade aeróbia

    Segundo Gobbi; Villar; Zago (2005, p.48) é caracterizada como resistência aeróbia a realização de atividades cujo período seja prolongado e com predominância na utilização de oxigênio.

    Em idosos a diminuição da potência e capacidade aeróbia se dá devido a alguns fatores, como diminuição na capacidade respiratória, atrofia muscular, diminuição na capacidade enzimática aeróbia, diminuição do fluxo sanguíneo e capacidade oxidativa. (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p.47)

    Spirduso (1995), Okuma (1998), Matsudo (2001) apud Gobbi; Villar; Zago (2005, p.69) destacam algumas alterações presentes nos sistemas citados acima e são elas: possíveis degeneração das fibras musculares no miocárdio, aumento de reserva de gorduras, aumento do colágeno no pericárdio e endocárdio, espessamento e calcificação das válvulas mitral e aórtica, aumento da Pressão Arterial (PA), diminuição do VO2máx, diminuição da ventilação pulmonar, redução da caixa torácica, atrofia dos músculos respiratórios, entre outros.

    Após programas de treinamento da resistência aeróbia ocorrem adaptações fisiológicas, estruturais e efeitos no transporte de O2 na circulação. Sendo que alguns fatores contribuem para a melhoria desta capacidade funcional, tais como, aumento da densidade capilar nos músculos exercitados, aumento ventricular, aumento do volume sistólico e débito cardíaco em repouso e exercício, melhoria na função contrátil do coração, melhora na condução e utilização do O2, entre outros. (GREEN; CROUSE, 1993 apud GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p.74)

Saúde da mulher com idade avançada: climatério e menopausa

    Sabe-se que com o decorrer dos anos diversas alterações ocorrem em nosso organismo devido ao processo de envelhecimento. Uma das quais é mais marcante para a mulher é a chegada da menopausa. Segundo Halbe et al (2006, p. 413) o processo de entrar na menopausa, na maioria das vezes, gera uma grande frustração para as mulheres, representando um rebaixamento de sua auto-estima e qualidade de vida. Exigindo assim, um tempo para adaptação psicológica e administração de um possível e bem provável sofrimento emocional.

    Ainda de acordo com Halbe et al (2006, p. 413) o aumento do hormônio folículo-estimulante (FSH) e diminuição do estradiol é que marca a chegada da nova fase na vida da mulher, a menopausa. Embora cause grandes mudanças na vida da mulher, deve-se encarar a menopausa como um processo natural do ciclo vital.

    O climatério caracteriza-se como o período de transição de fase reprodutora para fase não-reprodutora da vida, sendo seu início marcado pelas irregularidades menstruais. A perimenopausa é o período que se estende desde o início das irregularidades menstruais, até a permanência da mulher até 11 meses de amenorréia, ou seja, sem menstruação. A menopausa é estabelecida a partir dos 12 meses de amenorréia. (HALBE et al 2006, p. 413)

    Após os 40 anos de idade, considera-se menopausa a última menstruação após um período de 12 meses de amenorréia, marcando assim o fim de sua vida reprodutora. A ocorrência da menopausa no Brasil ocorre em média por volta dos 48 anos de idade. Sendo a menopausa ocorre geralmente após os 40 anos de idade, no entanto, em algumas mulheres pode ocorrer antes ou após a idade normalmente esperada, pois, segundo Maia; Bastos (2006, p.128) o desaparecimento da menstruação antes dos 40 anos de idade é considerado menopausa precoce e denomina-se como menopausa tardia a permanência de ciclos menstruais em mulheres acima de 55 anos de idade.

    De acordo com Halbe et al (2006, p. 414) os sintomas mais precoces da síndrome menopausal são os chamados fenômenos vasomotores, que geralmente podem durar semanas ou anos, estes são constituídos por ondas de calor acompanhadas de rubor na parte superior do tórax, pescoço e cabeça, sudorese e calafrios.

    Além dos sintomas destacados acima, Bastos (2006, p.33) destaca outros: “[...] suores, elevação da pressão arterial, vasalgia, dispepsia discreta, obstipação intestinal, palpitações passageiras, insônia e ligeira irritabilidade [...]”.

    Um dos problemas que afetam grande parte das mulheres na menopausa, como já foi dito acima é a hipertensão arterial e um grande aumento no acúmulo de gordura, no entanto, é possível minimizar estes processos com a mudança de alguns hábitos inadequados, como má alimentação e sedentarismo.

    Em virtude disto, busca-se uma forma de intervenção para tais problemas, e com isso, nota-se que para conter os efeitos ocasionados pelo climatério e menopausa geralmente utiliza-se reposição hormonal aliada à prática regular de atividade física e uma dieta balanceada, para que se possam minimizar os seus sintomas. A iniciação destas intervenções esta intimamente ligada com uma mudança no estilo de vida, onde algumas mudanças devem ser tomadas, tais como suspensão do hábito de fumar, moderação na ingestão de bebidas alcoólicas, tratamento da depressão e ansiedade, adoção de uma dieta balanceada e de um programa de exercícios físicos. (HALBE et al 2006, p. 418)

    Praticar atividade física regularmente promove diversos benefícios à saúde, sendo muito recomendada para conter os sintomas ocasionados pela menopausa. De acordo com Lorenzi et al (2005, p. 18) estudos mostram que as mulheres que se encontram no climatério e possuem uma vida ativa, com pratica de atividades físicas regularmente, tendem a ter melhor humor, possuem menos sintomas somáticos e déficit de memória. Ainda de acordo com Lorenzi et al (2005, p. 18) o exercício físico estimula a secreção de endorfinas hipotalâmicas onde tais substâncias ajudam a reduzir os sintomas vasomotores, além disso, o exercício físico fortalece os grupos musculares, diminui o acúmulo de gordura, promove manutenção da mobilidade articular e da capacidade respiratória, contribuindo assim para a melhora da imagem corporal feminina e aumentando a sua auto-estima.

Índice de Massa Corporal (IMC) e Relação Cintura Quadril (RCQ)

    O Índice de Massa Corporal (IMC) é calculado utilizando as variáveis de peso e altura, onde este cálculo é feito através de uma fórmula, que divide o peso (em quilogramas), pelo quadrado da altura (em metros), ou seja: IMC = kg / altura2 , ou IMC = peso / altura . altura (SANTOS; SICHIERI, 2005). De acordo com Vieira et al (2006, p. 142) o IMC, também chamado de índice de Quételet, encontra-se minimamente correlacionado com a altura, sendo também relacionado com riscos em relação à co-morbidades. E com IMC alguns estudos conseguem estimar riscos de mortalidade, sendo que esta começa a aumentar significativamente com o peso maior que 20% do peso corporal, o que corresponde ao IMC maior que 27 kg / m2 (VIEIRA et al, 2006, p. 143).

    Através do resultado do IMC é possível classificar o indivíduo em peso baixo, ideal, obesidade leve, obesidade moderada e obesidade severa, comparando os dados de acordo com a tabela, como se observa logo abaixo.

Tabela 1. Classificação da Obesidade através do IMC

    Medidas de circunferências são métodos fáceis, rápidos, e sua utilização clínica é valida, independentemente do grau de obesidade, possuindo sensibilidade e especificidade de 96% na sua aquisição”. (Vieira et al, 2006, p. 143)

    A relação cintura-quadril é um método simples onde se mensura a circunferência abdominal (cintura) e do quadril, se aplicando a seguinte fórmula: ICQ = circunferência da cintura/circunferência do quadril. Com a obtenção do resultado, somos capazes de constatar quais os riscos existentes de um infarto ou outras doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, através de uma tabela, observada a seguir, onde os riscos se classificam em muito alto, alto, moderado ou baixo.

Tabela 2. Tabela RCQ classificação de riscos para mulheres (1996)

    De acordo com Vieira et al (2006, p. 143), estudos ainda são realizados para se saber o local exato abdominal onde se deve mensurar, porém a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a mensuração seja entre o ponto médio da última costela e a crista ilíaca, como prediletos de obesidade abdominal, sendo que valores maiores que 102 cm para homens e 88 cm para mulheres estão relacionados às doenças metabólicas. Ainda de acordo com o autor, novos estudos recomendam que a mensuração da cintura seja feita logo acima da crista ilíaca.

Materiais e métodos

    A pesquisa classifica-se como exploratória, pois, inicialmente houve um contato prévio com o grupo participante do projeto “Viva Vida” do município de Paraguaçu Paulista-SP em parceria com o Departamento Municipal de Saúde, a fim de se obter respostas aos problemas propostos. Trata-se também de uma pesquisa bibliográfica, pois, busca-se conhecer e analisar as contribuições científicas existentes sobre o tema. Também é classificada como pesquisa de campo descritiva, pois ao se fazer uso das avaliações pré-estipuladas, registrou-se os dados para análise, sem manipular as variáveis encontradas, caracterizando-se como quantitativa.

Sujeitos da pesquisa

    Os sujeitos da pesquisa foram 18 mulheres de 52 a 75 anos participantes do Projeto “Viva Vida” do município de Paraguaçu Paulista-SP em parceria com o Departamento Municipal de Saúde. Inicialmente o grupo pesquisado era composto por 40 sujeitos, porém devido ao fato de não ser obrigatória a participação periódica destes às aulas, esse número reduziu-se consideravelmente chegando à avaliação final apenas 18 mulheres.

    Foi emitido aos participantes um termo de Consentimento Livre e Esclarecido, contendo todas as informações a respeito da pesquisa e a não obrigatoriedade de participação de tal trabalho.

Coletas de dados

    Nesta etapa foi realizada inicialmente uma anamnese contendo perguntas abertas, a fim de identificar o grau de importância das atividades físicas e dificuldades encontradas para a sua execução, assim como possíveis doenças existentes.

    As coletas de dados na 1ª avaliação aconteceram no mês de março de 2010 e a 2ª avaliação ocorreu no mês junho, portanto o estudo teve como duração três meses. As coletas aconteceram 30 minutos antes das atividades, utilizando-se de fita métrica, com mensuração de 0 a 150 cm, utilizada para medir a circunferência da cintura e quadril, segundo a Applied Body Composition Assessment, 1996. Para mensuração do IMC utilizou-se estadiômetro com escala de 0 a 200 cm e balança digital com escala de 0 a 180 kg, de acordo com o protocolo da OMS (1997), segundo o método desenvolvido pelo belga Lambert Quételet no fim do século XIX.

    Inicialmente, seria utilizada para a realização do trabalho, além das avaliações de IMC e RCQ a média mensal da pressão arterial, que é aferida diariamente. No entanto, com o transcorrer da pesquisa percebeu-se que alterações significativas começaram a surgir em vários indivíduos, devido ao uso de vitaminas e outros medicamentos, sendo assim, decidiu-se por não utilizar tais dados a fim de não comprometer a fidedignidade da pesquisa.

Tratamento estatístico

    Após a coleta das informações os dados foram analisados e transcritos em porcentagem foi utilizado também, um software específico para o cálculo das médias e desvio padrão dos resultados referentes às figuras 3, 4 e 5, disponibilizados pela Alea (Acção Local de Estatística Aplicada),

Resultados

    Nesse item são apresentados resultados quantitativos, através de figuras, das avaliações realizadas durante o estudo, permitindo a análise dos riscos relacionados ao RCQ, assim como a média do IMC de cada sujeito.

    Na figura 1, podemos observar a média de idade dos participantes do estudo, sendo que 4 indivíduos tem de 50 a 59 anos correspondendo a 22%, 9 pessoas tem de 60 a 69 anos número correspondente a 50% e 5 possuem de 70 a 79 anos atingindo o percentual de 28% dos estudados.

    Em relação à altura, podemos perceber na figura 2 que 6% dos participantes são mensurados entre 1,41 a 1,50m o que corresponde a 1 indivíduo, 50% mensuram entre 1,51 a 1,60m correspondendo a 9 pessoas e 44% mensuram entre 1,61 a 1,70m número correspondente a 8 pessoas.

    Na comparação entre a avaliação 1 e 2 de peso, observada logo abaixo na figura 3 vemos que 2 indivíduos mantiveram-se entre 40 a 49 Kg (11%) em ambas avaliações; na faixa de 50 a 59 Kg haviam 4 indivíduos (22%) na avaliação 1, já na avaliação 2 este número foi aumentado para 5 (28%). Entre 60 a 69 Kg o número de indivíduos manteve-se estável, correspondendo a 22%, ou seja, 4 indivíduos; já entre 70 a 79 Kg observou-se uma expressiva alteração, sendo que haviam 2 indivíduos (11%) na avaliação 1, sendo este número posteriormente aumentado para 4 (22%) na avaliação 2. Na faixa de 80 a 89 Kg haviam 5 indivíduos (28%) na avaliação 1, onde esse número teve um decréscimo significativo, chegando a 2 indivíduos (11%) na avaliação 2. Havia apenas 1 indivíduo (6%) na faixa de 100 a 109 Kg na avaliação 1, sendo que este na avaliação 2 decaiu para a faixa de 90 a 99 Kg.

    Como podemos observar na figura 4, temos um comparativo das duas avaliações do IMC dos participantes, onde vemos que, em ambas as avaliações, 2 indivíduos mantiveram-se na classificação de risco baixo (11%); já na faixa ideal encontravam-se 5 indivíduos (28%) na primeira avaliação, sendo este número aumentado para 8 na segunda avaliação (45%). Na classificação obesidade leve haviam 5 indivíduos (28%) na primeira avaliação, já na segunda esse número decaiu para 4 (22%); sendo que na classificação obesidade moderada encontravam-se 6 indivíduos (33%) na primeira avaliação, havendo um decréscimo na segunda avaliação para 4 (22%).

    No resultado comparativo da avaliação 1 e 2 do RCQ demonstrado na figura 5, podemos observar que todos os indivíduos avaliados não apresentaram alterações, mantendo-se em ambas as avaliações dentro da mesma classificação: risco moderado, 8 indivíduos (45%); risco alto, 6 indivíduos (33%) e risco baixo, 4 indivíduos (22%).

    Os valores médios e desvio padrão das variáveis peso, IMC e RCQ foram calculados através de um software específico e podem ser visualizados na tabela abaixo.

Tabela 3. Média e desvio padrão das variáveis em ambas as avaliações

Conclusão

    Através dos resultados apresentados pela pesquisa, podemos concluir que a prática de atividades aeróbias para mulheres acima de 50 anos é benéfica à saúde. Se utilizarmos como referência os dados do IMC poderemos verificar que houve uma diminuição significativa do peso corporal, porém, a literatura recomenda cuidados quando se utiliza como parâmetro somente o IMC. A melhora da autoestima e da qualidade de vida foi observada através de relatos orais.

    O resultado mais significativo foi encontrado no IMC, onde a faixa que apresentou maior alteração foi a de IMC ideal, visto que na primeira avaliação haviam apenas 5 mulheres nesta faixa totalizando 22%, já na segunda avaliação esse percentual aumentou para 45%, ou seja 8 mulheres. Na avaliação do RCQ os indivíduos mantiveram-se na mesma classificação, não apresentando assim, quaisquer alterações.

    Através do estudo, podemos concluir ainda, que a diminuição do IMC não significa diminuição de tecido adiposo, pois ele considera o peso total do indivíduo não diferenciando massa magra de massa gorda, podendo o indivíduo sedentário e um atleta apresentarem uma classificação de IMC semelhante, já o RCQ mensura locais específicos do corpo onde há acúmulo de gordura, sendo seus resultados mais fidedignos.

    Sugere-se que novos estudos possam ser realizados com o grupo estudado, a fim de obter melhoras nas capacidades aeróbias, de flexibilidade e de coordenação motora, uma vez que tais capacidades possuem uma relação direta com a qualidade de vida dos indivíduos.

Bibliografia

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