efdeportes.com

Análise do efeito da periodização no Spinning® 

visando a redução da freqüência cardíaca de repouso

Análisis del efecto de la periodización en el Spinning® con el objetivo de reducir la frecuencia cardiaca en reposo

 

*Graduado em licenciatura. Educação Física pela FIC

**Médica. Mestre em cirurgia. Orientadora

***Mestre em Saúde Coletiva. Professor Adjunto da Faculdade FAMETRO

(Brasil)

Luiz Gonzaga Alves de Oliveira*

Thatiany Pereira Chaves**

Demétrius Cavalcanti Brandão***

demetriuscb@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo apresentar uma montagem de periodização no treinamento em bicicleta estacionária, utilizando o programa de aulas conhecido como Spinning® para melhorar o sistema cardiovascular, reduzindo a freqüência cardíaca de repouso, e possibilitando treinos motivantes, elevando o bem-estar geral dos praticantes. Estudo experimental do tipo analítico descritivo modelo correlacional. Entre os praticantes, pesquisou-se sobre o estilo de vida, patologias e conhecimento da modalidade. Foram feitas três avaliações da freqüência cardíaca de repouso durante a periodização que durou 6 meses, dando-se ênfase especifica à zona de treinamento a cada mês. Como resultado geral, houve uma redução significativa da freqüência cardíaca de repouso, comparada à inicial, em curto período. Para praticantes sedentários houve uma redução média de 20 batimentos por minutos (bpm), para os ativos uma redução de 13 bpm, e para os considerados altamente ativos a redução foi de 5 bpm. Foi também evidenciada a motivação para a prática do Spinning®, elevando o bem-estar geral.

          Unitermos: Treinamento físico. Saúde. Qualidade de vida.

 

Abstract

          This study aimed to present a montage of training periodization in stationary bike, using the program known as Spinning ® classes to improve the cardiovascular system, reducing the resting heart rate, and allowing motivating workouts, raising the general welfare practitioners. Experiential study of the analytical type descriptive correlational model. Kayakers, if researched on the lifestyle, disease and knowledge of the sport. Three assessments of resting heart rate were made during the periodization which lasted six months, giving emphasis to the specific training area every month. As a result, there was a significant reduction in resting heart rate, compared to the initial, short period. For sedentary practitioners there was an average reduction of 20 beats per minute (bpm), for a reduction of active 13 bpm, and the highly regarded asset reduction was 5 bpm. It was also evident motivation to practice Spinning ®, bringing the overall well-being.

          Keywords: Physical training. Health. Quality of life.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    As literaturas analisadas sobre treinamento desportivo, baseadas na montagem de periodização de treinamento, têm como direcionamento para a performance de atletas.

    Utilizam os métodos e princípios para levar o atleta ao seu condicionamento máximo em um determinado desporto. Treinamento desportivo é uma repetição sistemática de movimentos que produzem reflexos de adaptação morfológica e funcional como objetivo de aumentar o rendimento num determinado tempo (BARBANTI, 2001).

    Tubino (2003, p. 41) diz que “treinamento desportivo é o conjunto de procedimentos utilizados na preparação de pessoas/atletas para diversas perspectivas de exercícios do direito à prática esportiva”.

    Segundo Bompa (2002, p. 158), “periodização é o processo metodológico e cientifico que auxilia ao atleta a atingir o alto nível de treinamento e desempenho. É a ferramenta mais importante que o treinador possui a fim de conduzir um programa de treinamento organizado, eliminando a abordagem aleatória e sem objetivo, ainda usada em alguns desportos”.

    Foi encontrado nas literaturas que periodização é o planejamento de um treinamento e um procedimento de previsão sistemática orientado para obtenção de um objetivo e do desempenho individual, que permite a estruturação, a longo prazo, do processo de treinamento (WEINECK, 1999). Como também periodização compreende a divisão de treino, com períodos particulares de tempo, contendo objetivos e conteúdos muito bem determinados (MONTEIRO, 2002).

    Visto as denominações sobre periodizações, foi proposto no presente estudo que periodização pode ser o planejamento organizado de um treinamento desportivo com intensidades variadas em determinado tempo para desenvolver aptidão e técnica desportiva melhorando o condicionamento físico e motivação dos praticantes de atividades físicas em academia que tem como objetivo a qualidade de vida.

    Na periodização, o tipo macrociclo tradicional que pode ser anual simples e tripla, semestrais simples e duplas, quadrimestrais simples, estas sendo as maiores unidades do treinamento. Dentro do macrociclo encontra-se o mesociclo que corresponde a uma etapa do macro que pode ser de três a seis semanas ou dividido por mês, e dentro do meso encontra-se a menor fração do processo de treinamento denominada microciclo que tem uma divisão de quatro, oito ou doze dias ou pode corresponder a uma semana. Os microciclos são classificados em: incorporação, ordinário, choque, recuperação, pré-competitivo e competitivos estes utilizados para o desporto de alto rendimento (DANTAS, 2003).

     Como foi acima citado, a literatura refere-se à periodização que é usada no treinamento desportivo direcionado ao atleta de alto rendimento; contudo, como profissional de Educação Física que lida com o treinamento de praticantes sem o compromisso competitivo, tentou-se, através deste trabalho de adaptar a periodização para atletas, levar o praticante de atividade física em academia a uma maior motivação e conseguir, com isso, a sua qualidade de vida.

    Utilizando os meios de montagem de treinamento já existente, foi feita uma adaptação direcionando a periodização para melhorar a qualidade de vida dos praticantes, montando um treinamento com ênfase específica para desenvolver as qualidades físicas, melhorando assim, o condicionamento físico, criando adaptações progressivas ao sistema cardiovascular e utilizando métodos que não deixem o indivíduo em estado de fadiga física e mental, e sim proporcionem estímulo que o levem à motivação da permanência a prática do Spinning®. Para tal foi proposto um treinamento periodizado em bicicleta estacionária hoje conhecido como Spinning®, proporcionando redução da freqüência cardíaca de repouso, motivação, segurança e bem estar.

    A adaptação à periodização pretende mostrar, aos profissionais e ao praticante de atividade física, como proporcionar a aquisição do bem estar e a motivação do praticante do ciclismo ”indoor” utilizando o método Spinning®. Nela pode-se propor uma organização montando um macrociclo de 4 a 6 meses, cujos períodos foram denominados: adaptação, desenvolvimento, manutenção e transição. A cada mesociclo foi dada ênfase a uma intensidade em freqüência cardíaca especifica, ou seja, uma aula dominante no mesociclo oscilando com as demais aulas no microciclo; estas aulas denominadas de endurance, resistência de força, intervalada, recuperativa e race day (GOLDEBERG. 2001).

Material e métodos

    Este estudo Experimental do tipo Analítico descritivo modelo correlacional foi realizado na CGD Academia localizada na cidade de Fortaleza Ceará, utilizando uma sala com 25 bicicletas estacionárias da marca Embreex340®, ou seja, bicicleta com catraca fixa, mecanismo que o movimento da roda se perpetua junto aos pedais enquanto a força cinética existente nela não tiver sido totalmente transformada em calor e energia sonora (em pequena escala) para que o movimento cesse (GOLDEBERG. 2001).

    Foi aplicado um questionário referente ao perfil do aluno para saber dados como: idade, estado civil, grau de instrução, vida profissional, tipo de pessoa, dieta, tabagismo, tipo de sono, patologias e conhecimento da modalidade Spinning® e qualidade de vida relacionada com a prática da atividade física. A população estudada foi de 46 indivíduos de ambos os sexos com idade entre 16 a 50 anos, todos praticantes de Spinning®. Daí foi selecionado um grupo de 22 pessoas dentro dos 46 indivíduos entrevistados, as quais seriam objetos de observação para a pesquisa com ênfase na adaptação cardiovascular e conseqüente qualidade de vida. Esta amostra dos praticantes utilizou a fórmula de mensuração da freqüência cardíaca de treinamento conhecida como “método de Karvonem”; a seguinte fórmula aplica estes dados para estabelecer a freqüência cardíaca de treinamento (FCT).

FCT = {(FCMáxima-FCReserva) x %Treinamento} + FCReserva

(KARVONEM apud McArdle, pág. 331, 2003).

    Foram aplicadas três avaliações: uma inicial, na 1ª semana do treino, outra na 16ª semana, e a última na 26ª para mensurar a freqüência cardíaca de repouso, o que foi feito pelos praticantes utilizando a palpação da artéria carótida ou monitor cardíaco conhecido como freqüêncímetro da marca Polar®.

    Os períodos utilizados na montagem da periodização para avaliação da redução da freqüência cardíaca de repouso e bem estar dos alunos do grupo de amostra foram:

    O período de adaptação, que tem a duração de 4 a 5 semanas, teve como objetivo construir e melhorar a base aeróbica e adaptar as fibras musculares fortalecendo assim o sistema cardiovascular; a ênfase dominante foi de 65% a 75% da freqüência máxima, denominada de aula de endurance, e oscilando esta freqüência dentro das divisões dos microciclos: incorporação, ordinário, choque e recuperação.

    O período de desenvolvimento, com duração de 18 semanas, proporcionou a elevação do condicionamento aeróbico, aumentando a resistência cardiorrespiratória e adaptando os sistemas a intensidades mais elevadas. Cada mesociclo teve uma freqüência cardíaca dominante. No primeiro mesociclo a intensidade foi de 65% a 75% da freqüência máxima, aula de endurance; no segundo quem dominou foi a intensidade de 75% a 85% da máxima, aula resistência de força; no terceiro mesociclo quem dominou foi a intensidade de 65% a 92% da máxima, numa aula denominada intervalada, que pode estender-se por mais um mesociclo, sendo todas estas temporadas conhecidas como mesociclos que oscilam dentro dos microciclos: incorporação, ordinário, choque e recuperação.

    O período de manutenção favoreceu a permanência das qualidades físicas adquiridas no período de desenvolvimento, sendo as intensidades aeróbicas (exercício moderado de longa duração) e anaeróbicas (exercício de alta intensidade e curta duração) mensuradas através das zonas de treinamento em freqüência cardíaca. Este mesociclo tem duração de 4 a 8 semanas; as intensidades são equilibradas sem que ocorra desgaste físico e pode estar interligado com o mesociclo de transição, ou seja, manutenção e transição em um só período.

    O período de transição, que foi o período mais leve do macrociclo, demonstrou o fim de uma etapa e início de uma nova e teve a função de colocar o praticante em estado de equilíbrio, recuperando o organismo como um todo das intensidades mais elevadas dos períodos anteriores.

    Foi feito o levantamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário, donde se pode ter o perfil do grupo.

    Foi utilizado um termo de consentimento livre esclarecido (TCLE) atendendo a resolução 196/96 do CNS.

Resultados

Tabela 1. Perfil dos alunos

Fonte: Pesquisa direta.

    Incluso no questionário, pode-se analisar um levantamento de algumas patologias do grupo.

Tabela 2. Patologia dos alunos

Fonte: Pesquisa direta

    Através do questionário pode-se também observar o interesse pela atividade física e seu grau de conhecimento da prática desta atividade. Pelas avaliações foi observada a adaptação cardiovascular dos alunos que favoreceu a aquisição de maior bem estar e uma conseqüente melhoria na qualidade de vida. Foram feitas três avaliações para a mensuração da freqüência cardíaca de repouso utilizando a palpação da artéria carótida ou um monitor cardíaco para obter o resultado da redução da freqüência cardíaca de repouso.

Gráfico 1. Interesse por atividade física

    Observa-se que a grande maioria dos indivíduos avaliados, cerca de 85%, sempre despertaram interesse por atividade física e somente 15% responderam que não tinham interesse por atividade física antes da prática do Spinning®. Assim, é de grande valia este percentual de pessoas ativas na atividade física para a promoção da saúde.

Gráfico 2. Motivo a pratica do Spinning®

    Fora encontrada na população entrevistada uma grande maioria, correspondente a 47%, com o principal motivo para a prática do Spinning a de perda de peso, mas sabendo que o principal objetivo do treinamento do Spinning® é o trabalho cardiorespiratório. Entretanto pelo grande dispêndio de energia em calorias, a população entrevistada tem como objetivo a estética com a redução de peso, contudo 32% dos entrevistados optaram por ser uma atividade motivante, 15% buscam a saúde e 6% optaram por outros motivos. Dentro da população entrevistada muitos optaram por várias alternativas colocadas no questionário de motivos na prática do Spinning®.

Gráfico 3. Conhecimento do Spinning® como treinamento individualizado

    Compreende-se que a maioria não tinha o conhecimento, antes da prática do Spinning®, de que era um treinamento individualizado, ou seja, cada praticante possui sua freqüência cardíaca em zonas de treinamento individualizada e com isso cada indivíduo tem um próprio ritmo. Esta população entrevistada, que respondeu à opção não, corresponde a 74%, e a minoria que afirmou já ter o conhecimento deste treinamento corresponde a 26%.

Gráfico 4. Freqüência semanal em média de pratica do Spinning®

    Destaca-se que a maioria 39% pratica a atividade 5 vezes semanais, esta maioria afirma que utiliza os cinco dias da semana por causa das variações e objetivos da cada aula. Os que aparecem de 3 a 4 vezes foram assim determinados por suas faltas e a minoria de 11% pratica 2 vezes na semana, afirmando falta de tempo para os demais dias.

Gráfico 5. Sensação após uma aula de Spinning®

    Destaca-se na população entrevistada que, ao praticar spinning®, a maioria 83%, se diz disposta ao término da aula para “encarar” o dia a dia de trabalho, e uma minoria, cerca de 17%, afirmou que, ao terminar a aula, considera-se mais tranqüila. Isto se dá pelo bem-estar que a atividade física ideal proporciona ao corpo: uma sensação de renovação das energias corporais e relaxamento mental. (GOLDBERG, 2001)

Gráfico 6. Sensação ao faltar à aula de Spinning®

    Observa-se que entre a população entrevistada, 78% afirmaram que o dia não foi completo quando faltaram a uma aula de spinning®, pois essa já faz parte da sua rotina de vida,11% consideram que o dia foi normal, 9% optaram por outros motivos e apenas 2% relatam que, quando faltam à aula de spinning®, sentem o corpo estressado.

Gráfico 7. Quais os benefícios adquiridos com o Spinning®

    Os entrevistados optaram por mais de um beneficio nas opções propostas pelo questionário, pois afirmaram ter ganho muitos outros benefícios com a prática do Spinning®. A maioria (40%) relatou condicionamento físico; somente 8% da população entrevistada não obtiveram ainda benefícios com a prática do spinning® por motivo de a prática desta modalidade ser pouco freqüente.

Gráfico 8. Como se sente com estimulo deferente a cada aula no Spinning®

    Visualiza-se que a maioria da população entrevistada, cerca de 38%, afirmou que, ao treinar com sua freqüência ideal, sente-se motivada, pois não sente constrangimento em estar num grupo tão heterogêneo sem se preocupar em seguir o ritmo do professor ou de seu amigo e sim, o seu ritmo, Relatou, ainda, que muitos optaram por várias alternativas de como se sente com este treinamento; dentro das opções, 2% optaram por outras denominações.

    Dos 46 entrevistados, foram escolhidos 22 praticantes para a avaliação das freqüências cardíaca de repouso; por ser uma atividade em academia, a rotatividade de entrada e saída de alunos é muito grande. Com isso, o grupo escolhido para a avaliação foi dentre os assíduos na atividade que participaram das avaliações propostas para a pesquisa, caracterizadas pela mensuração de três freqüências cardíacas de repouso durante o macrociclo de treinamento.

Gráfico 9. Media da redução da freqüência cardíaca de repouso do grupo

    Foi encontrado entre os três níveis dos praticantes do treinamento cardiovascular em bicicleta estacionária conhecida como Spinning® que a freqüência cardíaca de repouso teve uma redução de 13 batimentos por minuto em relação à primeira mensuração da freqüência cardíaca de repouso.

Discussão

    Observando os alunos iniciantes na prática do Spinning®, estes foram classificados de acordo com os padrões da American College of Sports Medicine em: sedentários, ou seja, sua freqüência cardíaca de repouso superior a 75 batimentos por minuto; ativos, ou seja, sua freqüência cardíaca de repouso entre 60 a 70 batimentos por minuto; e altamente ativos, ou seja, sua freqüência cardíaca de repouso inferior a 60. A redução da freqüência cardíaca após um período de treinamento no Spinning® é absolutamente alta o que favorece a qualidade de vida. A redução desta freqüência cardíaca nesta população, dentro da pesquisa, foi analisada num período de adaptação. Houve uma redução de 20 batimentos por minuto da freqüência cardíaca de repouso no início do treino nos alunos sedentários. Nos alunos considerados moderadamente ativos na atividade física, observou-se uma redução na freqüência cardíaca de repouso de até 13 batimentos por minuto em relação ao início do treino. Já os considerados altamente ativos na atividade física do treinamento cardiovascular procuraram melhorar ou manter seu condicionamento físico, tendo o Spinning® como ênfase na qualidade física proposta. Estes já possuíam uma freqüência cardíaca de repouso considerada bem abaixo do padrão para pessoas ativas, visto que isso está superior ao padrão normal global da freqüência cardíaca de repouso para a qualidade de vida segundo a American College Of Sports Medicine (BALADY, 2003). O grupo fisicamente ativo, dentro dos entrevistados, obteve uma redução na freqüência cardíaca de repouso da sua inicial no treino do Spinning® de até 5 batimentos por minuto ou permaneceram com sua freqüência mínima que corresponde ao seu biotipo e, com isso, mantiveram o condicionamento cardiovascular com a manutenção dessa resistência aeróbica através da prática do Spinning® com ênfase na zona de treinamento específica.

    Atividades esportivas são práticas que conduzem à melhora na qualidade de vida do indivíduo, levando-o a alcançar o patamar de definição de saúde: bem estar físico, mental e social. (NAHAS, 2003).

    Os efeitos fisiológicos dos exercícios físicos podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos, também denominados respostas, são aqueles que ocorrem em associação direta com a sessão de exercícios e efeitos agudos imediatos são os que ocorrem nos períodos imediatamente após o exercício físico; exemplo: aumento da freqüência cardíaca, ventilação pulmonar e sudorese. Já os efeitos tardios são observados ao longo das primeiras 24 horas que se segue a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tencionais e no aumento no número de receptores de insulina nas membranas nas células musculares. Os efeitos crônicos, também denominados de adaptações, são aqueles que resultam da exposição freqüente e regular às sessões de exercício. Dentro dos mais comuns dos efeitos crônicos do exercício físico está o aumento do consuma máximo de oxigênio. (SIMÂO, 2003).

    Quando se começa um exercício, a freqüência cardíaca aumenta em proporção direta à intensidade do exercício até se encontrar o ponto de exaustão no qual é estabilizada a freqüência cardíaca máxima. A intensidade do exercício pode ser mensurada pelo método indireto conhecido como “Método de Karvonem” pelo qual podemos medir a intensidade do exercício, que pode ser constante ou variada, para que com isto ocorra uma adaptação no sistema cardiovascular em resposta ao treinamento com o aumento da cavidade ventricular do coração, aumento do volume de ejeção, redução da freqüência cardíaca de repouso (WILMORE et al, 2001).

Conclusão

    Pelo presente estudo, pode-se observar que treinamentos padronizados através do programa Spinning®, cuja técnica de periodização com ênfase na diminuição da freqüência cardíaca de repouso e na motivação para a prática do exercício, leva à melhora na qualidade de vida do praticante, seja ele: sedentário, ativo ou altamente ativo.

    Os resultados obtidos mostraram o interesse na prática esportiva, no conhecimento do método e interesses pessoais ao se buscar o programa Spinning® que culminaram por se conciliarem com os objetivos básicos do programa fundamentados no trabalho cardiorespiratório, bem como assiduidade e disposição física e mental dos participantes.

    Fora encontrado, ainda, que a freqüência cardíaca de repouso dos participantes teve uma redução global de 13 batimentos por minuto em relação à primeira mensuração da freqüência cardíaca de repouso. De forma mais específica observou-se que dentro dos alunos iniciantes houve uma redução de 20 batimentos por minuto. Nos alunos considerados moderadamente ativos na atividade física, observou-se uma redução na freqüência cardíaca de ate 13 batimentos por minuto, sendo que os considerados altamente ativos na atividade física do treinamento cardiovascular obtiveram uma redução na freqüência cardíaca de ate 5 batimentos por minuto ou mantiveram a sua freqüência mínima.

    Conclui-se, portanto, que o condicionamento cardiovascular e a manutenção da resistência aeróbica com o treinamento no Spinning® periodizada da forma proposta proporciona boa qualidade física, aumento da resistência aeróbica e da resistência neuromuscular, e conseqüentemente bem-estar geral dos praticantes do Spinning®.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 191 | Buenos Aires, Abril de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados