A influência da mídia na formação dos grupos sociais na adolescência na Vila Olímpica do Genibaú, Ceará La influencia de los medios de
comunicación en la formación de los grupos sociales |
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Docente da graduação em Educação Física FAMETRO (Brasil) |
Eduardo de Lima Melo |
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Resumo A adolescência é marcada por diversas transformação e crises na sua formação de personalidade. O jovem precisa da aproximação de um grupo especifico para tentar amenizar os efeitos dessa crise e compartilhar as mudanças da idade. Este trabalho tem como objetivo refletir e analisar o processo de construção da identidade do adolescente em nossa sociedade, identificando a influência da mídia na construção da imagem corporal e na formação grupos. Para tanto, faremos um resgate histórico da questão da adolescência utilizando principalmente a teoria de Erick Erikson e Papália, os principais autores do assunto. Para a realização da pesquisa também foi realizado uma pesquisa de campo de modo exploratória com abordagem quantitativa com instrumento de coleta de dados um questionário contendo 10 perguntas. A pesquisa foi realizada na Vila Olímpica do Genibaú e contou com a participação de 30 jovens com idade de 16 a 18 anos. Como principais resultados obtivemos algumas respostas contraditórias, comum para os adolescentes, pois por mais que afirmassem que não sofrem influencia dos seus grupos sociais ou influencia da mídia, o que podemos observar é que essa influencia é muito grande e a cada dia que passa esta sendo mais explorada pela mídia e o capitalismo. Unitermos: Adolescente. Personalidade. Mídia.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O mundo está sendo palco de profundas transformações, trazendo impactos diretos sobre nosso modo de viver e de se relacionar. Neste cenário, a mídia tem tido papel essencial e integrante na estruturação dessa nova configuração social, cujo reflexo se estende sobre a construção social da identidade que se torna mais uma mercadoria a ser consumida.
Da mesma forma, quando o tema é juventude, são cada vez mais frequentes as pautas que abordam o protagonismo juvenil na sociedade contemporânea: gravidez na adolescência, drogas, o consumo, novas tecnologias, moda, beleza, entretenimento, violência, educação, emprego, desemprego, esportes radicais, música, violência, adrenalina.
Em meio ao amplo e disperso conjunto de matérias, reportagens, propagandas, pronunciamentos dos governantes, educadores, dirigido ao público jovem, ganha destaque a expressão “ter atitude”, como uma expressão relacionada às características desejáveis ou pertencentes ao universo jovem.
Dentro deste cenário o que mais nos tem estarrecido ao analisarmos o comportamento do jovem, não são apenas a influência direta da mídia no comportamento violento dos adolescentes ou a atividade sexual precoce, que começa desde a infância como acima exposto, mas sim a incansável busca por um lugar no mundo dos famosos, como se este fosse o passo final para a felicidade.
Este trabalho tem o objetivo de analisar a influência da mídia na construção da sua imagem corporal e de que forma isso influencia a formação dos grupos sociais. Identificando como está a percepção do jovem a cerca da sua aceitação social e de que forma a mídia reforça esses conceitos de grupos.
O seguinte trabalho está fundamentado em uma pesquisa bibliográfica, realizada através de sites especializados, literatura clássica e periódicos da área como também foi realizada uma pesquisa de campo para uma melhor compreensão e comprovação do assunto estudado durante a construção da monografia.
2. A crise de identidade na adolescência
A construção da identidade pessoal é considerada a tarefa mais importante da adolescência, o passo crucial da transformação do adolescente em adulto produtivo e maduro. Construir uma identidade, para Erikson (1972), implica em definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direções que deseja seguir pela vida. O autor entende que identidade é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.
Só com um funcionamento cognitivo adulto é que o indivíduo pode tratar questões abstratas como escolha profissional, filosofia de vida, relacionamentos amorosos e estilos de vida. “O adolescente torna-se progressivamente consciente da irreversibilidade de um bom número de escolhas com as quais ele é confrontado” (p. 292). Zacarés (1997) entende que a identidade desenvolve-se durante todo o ciclo vital, mas é no período da adolescência que ocorrem as transformações mais significantes.
Para Erikson (1972), o senso de identidade é desenvolvido durante todo o ciclo vital, onde cada indivíduo passa por uma série de períodos desenvolvimentais distintos, havendo tarefas específicas para se enfrentar. A tarefa central de cada período é o desenvolvimento de uma qualidade específica do ego. Para esse autor, dos 13 aos 18 anos a qualidade do ego a ser desenvolvida é a identidade, sendo a principal tarefa adaptar o sentido do eu às mudanças físicas da puberdade, além de desenvolver uma identidade sexual madura, buscar novos valores e fazer uma escolha ocupacional.
Segundo Erikson (1972) Em termos psicológicos, a formação da identidade emprega um processo de reflexão e observação simultâneas, um processo que ocorre em todos os níveis do funcionamento mental, pelo qual o indivíduo se julga a si próprio à luz daquilo que percebe ser a maneira como os outros o julgam, em comparação com eles próprios e com uma tipologia que é significativa para eles; enquanto que ele julga maneira como eles o julgam, à luz do modo como se percebe a si próprio em comparação com os demais e com os tipos que se tornaram importantes para ele.
Portanto, a construção da identidade é pessoal e social, acontecendo de forma interativa, através de trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido. Esse autor enfatiza, ainda, que a identidade não deve ser vista como algo estático e imutável, como se fosse uma armadura para a personalidade, mas como algo em constante desenvolvimento.
Desta forma, o grande conflito a ser solucionado na adolescência é a chamada crise de identidade e essa fase só estará terminada quando a identidade tiver encontrado uma forma que determinará, decisivamente, a vida ulterior.
3. Identidade, representação social e mídia
Segundo Papalia (2006), a construção do indivíduo está completamente imbricada ao ambiente no qual ela se desenvolve. Assim, falar sobre o ser humano, e mais particularmente sobre o adolescente, implica perceber o ambiente e as relações que o circundam, o amparam e falam sobre ele mesmo.
Ao contrário, trata-se de uma constante possibilidade de se colocar no mundo, significando e resignificando sua compreensão sobre si mesmo. Entretanto, este olhar reflexivo sobre a identidade recebe influências, de caráter interpessoal, que tentam conceituá-la, atribuindo a mesma uma nomeação específica.
A representação social para Jacques (2008) trata dos saberes produzidos em sociedade e que, a nosso ver, são capazes de produzir marcas, positivas ou não, sobre um indivíduo ou grupo de pessoas e afetam a forma como as mesmas percebem a si próprias.
Teóricos desenvolvimentistas, como Papalia e Erikson, apontam a fase da adolescência como o período de maior conturbação dentro do desenvolvimento humano, no que diz respeito à construção da identidade. Isto se dá uma vez que a adolescência é um momento de transição na vida do indivíduo, em que este deixa de ser criança, e precisa vivenciar as perdas dos privilégios da infância, mas também ainda não é um adulto que pode responder completamente por si mesmo de forma autônoma.
Erikson (1987) ao propor sua Teoria do Desenvolvimento Psicossocial apontou a fase da adolescência como sendo a quinta crise vivenciada pelo ser humano em seu desenvolvimento. Neste estágio específico a crise em questão confronta a identidade versus a confusão de papéis. Para o referido autor a construção da identidade adolescente é um processo que se dá a partir da observação e da releitura de identificações anteriores, ou seja, o adolescente não copia um modelo de conduta de alguém, mas modifica, questiona, descarta, acrescenta e reconstrói para se constituir como sujeito.
Na atualidade, a mídia, por exemplo, torna-se símbolo forte, enquanto um fator cultural influenciador, na construção da identidade dos jovens. A mídia invade o cotidiano das pessoas – através do rádio, televisão, jornais, etc. – e acaba comprometendo-se com o ditame de certos valores que, consequentemente, passam a ser consumidos pelos jovens e contribuem inegavelmente para um aprendizado sobre modos ao qual devem comportar-se, ou mesmo, se constituir enquanto sujeito.
A mídia produz verdades de modos de existência e de vida, organiza formas dramáticas e sensacionalistas, produz identidades, simpatias, prós e contras. É controlada por poucos e organiza os múltiplos fluxos de acontecimentos, de maneira que elenca os conhecimentos que podem ser do conhecimento público e, portanto, discutidos, debatidos, pensados (Coimbra, 2001).
A televisão, em particular, é colocada por Fischer (2002) enquanto "dispositivo pedagógico da mídia", considerando-a, enquanto o principal meio de comunicação, responsável pela construção das subjetividades do indivíduo na sociedade contemporânea, visto a sua forte produção de imagens, significações, ou mesmo saberes, que de alguma maneira se dirigem à "educação" dos sujeitos, estimulando, sugerindo e delineando maneiras de existência coletiva ou de relações consigo e com o outro.
Considerando um estudo realizado por Conti; Toral & Peres (2008), com 121 estudantes adolescentes sobre a percepção do jovem quanto à relação entre a televisão e a revista sobre a forma como o jovem cuida do corpo, observou-se que houve uma inferência de 95% quanto a percepção da mídia enquanto influente no cotidiano dos jovens, sendo a televisão percebida como mais influente. Além de que, os jovens ressaltaram que existe à cobrança de um ideal físico de magreza (25%), tanto para meninos como para meninas.
4. Metodologia
A metodologia define o processo seguido no desenvolvimento da pesquisa. Para Luft (1991, p. 420), “metodologia é o tratado dos métodos, onde método é ordem seguida na investigação, no estudo, na persecução de quaisquer objetivos”.
A pesquisa bibliográfica, para LAKATOS e MARCONI (2001), é o primeiro passo que se dá no desenvolvimento de um trabalho científico, pois compreende procedimentos relacionados à coleta de opinião dos teóricos do tema que se quer estudar, a partir das quais serão elaborados resumos, fichas, seminários e questionários.
Delineamento da pesquisa
A pesquisa proposta é de abordagem quantitativa, transversal-descritivo, fundamentada, teoricamente, em pesquisa bibliográfica em autores diversos e em uma pesquisa de campo, que constará de aplicação de entrevista.
Período em que foi feita a pesquisa: Maio de 2013, em uma Instituição chamada Vila Olímpica do Genibaú, equipamento esportivo do Governo do Estado do Ceará.
Universo do estudo e amostra
A população de referência foi constituída por adolescentes que participam regularmente das atividades esportivas desenvolvidas na Vila Olímpica do Genibaú. Foram escolhidos 30 adolescentes com a faixa etária de 16 a 18 anos, todos alunos da Vila Olímpica do Genibaú.
Para critério de inclusão de formação do grupo foram escolhidos 30 alunos regularmente matriculados na Vila Olímpica e que aceitaram responder o questionário assinando o termo de consentimento livre e esclarecido.
Foram excluídos da pesquisa os alunos que não estão frequentando regularmente as atividades da instituição, ou aqueles que não estavam presentes no ato da referida pesquisa.
Coleta de dados
A pesquisa foi realizada através de uma entrevista direta. A coleta de dados foi feita com um questionário contendo dez perguntas fechadas, onde os adolescentes poderiam escolher uma das alternativas.
Procedimento
A pesquisa respeitará os aspectos éticos da Resolução 196/96 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2000), que define as normas para pesquisa com seres humanos. Os participantes da pesquisa assinarão um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B), pelo qual se procura dirimir as dúvidas sobre a pesquisa, definindo o caráter da participação dos pesquisados, os riscos e os benefícios.
5. Resultados e discussão
1. Você possui estilo próprio ou recebe influência do grupo que você faz parte?
A resposta 1 apresenta 83% dos entrevistados afirmando que possuem estilo próprio, 7% são influenciados pelo grupo que convivem e apenas 10% se influencias apenas as vezes.
Erikson (1987) ao propor sua Teoria do Desenvolvimento Psicossocial apontou a fase da adolescência como sendo a quinta crise vivenciada pelo ser humano em seu desenvolvimento. Neste estágio específico a crise em questão confronta a identidade versus a confusão de papéis.
Para o referido autor a construção da identidade adolescente é um processo que se dá a partir da observação e da releitura de identificações anteriores, ou seja, o adolescente não copia um modelo de conduta de alguém, mas modifica, questiona, descarta, acrescenta e reconstrói para se constituir como sujeito.
2. Você anda mais com sua família ou com seus amigos?
A resposta 2 mostra que 20% dos entrevistados preferem a companhia da família, 70% preferem estar com os amigos e 20% preferem estar com os dois grupos. Podemos afirmar a partir desses resultados que os adolescentes começam um distanciamento natural dos pais, não necessariamente perdendo laços de respeito e de afetividade, porém buscando a aceitação social a partir do grupo dão qual estão inseridos no seu cotidiano.
3. Você acredita que a mídia influencia na escolha da sua aparência?
A resposta 3 apresenta que 53% afirmam que a mídia não influencia sua aparência, 40% afirmar sofrer pouca influencia da mídia e 7% afirmam que sofrem muita influencia da mídia.
Apesar da maioria dos jovens afirmarem não sofrer influencia da mídia, podemos perceber que todos eles são diretamente influenciáveis por aquilo que consomem, seja na televisão, nos jornais, nas propagandas e principalmente dos grupos dos quais eles fazem parte.
4. Em que grupo social você se auto definiria?
A resposta 4 mostra que 33% se definem como desportista, 17% pagodeiro, 6% roqueiro, 3% fanqueiro, 7% forrozeiro, 27% evangélico e 7% outros.
Outro aspecto relevante da adolescência é que a necessidade por “se relacionar com” se torna uma realidade mais elaborada e, assim, o jovem passa a ser um canal aberto à circulação de ideias e interesses.
Nesta fase, o adolescente precisa do outro para construir sua identidade, precisa de uma referência que esteja fora dele para que o mesmo possa se perceber como sujeito diferenciado e, ao mesmo tempo, precisa também se sentir aceito socialmente para construir seu sentimento de pertença a um grupo e aliviar a angústia de estar nesse momento “entre” do desenvolvimento humano.
Em geral, é a incapacidade para decidir uma identidade ocupacional o que mais perturba os jovens (Erikson, 1972). Desenvolver uma identidade madura supõe identificar-se com uma ocupação determinada e com um núcleo de relações interpessoais relativamente estáveis.
5. Você consegue identificar os grupos sociais pela aparência?
A resposta 5 mostra que 93% podem identificar os grupos sócias pela aparência, 7% afirmam que as vezes podem identifica e não houve resposta sobre a não identificação.
Interessante a reposta dessa pergunta, pois os adolescentes foram quase unanimes com relação a identificação dos grupos sociais a partir da aparência. Mesmo afirmando não sofrerem influencia da mídia na construção da sua imagem corporal e da sua personalidade, podemos perceber a aparência desses grupos são completamente construídos pelos apelos da mídias e a necessidades que ela as cria.
6. Cada grupo possui linguagem própria ou não existe diferença?
A resposta 6 mostra que 93% dos entrevistados afirma que os grupos possuem linguagens diferentes e 7% afirmam que os grupos sociais possuem mesma linguagem.
Entender as marcas, bem como as estratégias persuasivas para o consumo é de grande importância. Conforme (CIMATTI 2006), ”A marca quando construída com estrutura sólida e consistente, é capaz de sintetizar aspectos físicos, funcionais, emocionais e estéticos ligados a um universo de produtos ou serviços, influenciando na percepção do público e a um espaço exclusivo na mente dos consumidores.
Quando nos referimos a influencia da mídia na construção desses grupos sociais também podemos aumentar esse raio de alcance também para a linguagem, pois a medida que a aparência vai se transformando, a linguagem também sofre influencia na mesma proporção.
7. Os grupos vivem em completa harmonia ou cada um precisa de espaço próprio?
A resposta 7 mostra que 10% dos entrevistados afirmam que os grupos podem viver em harmonia e 90% afirma que cada grupo precisa do seu espaço para conviver.
A divisão dos grupos é tão latente que a grande maioria dos adolescentes afirma que os grupos não podem conviver nos mesmos espaços. Podemos destacar agora a questão do preconceito que apesar dos grupos se fecharem na sua aparência e linguagem, também procuram desconsiderar os outros grupos não dando oportunidade de uma convivência pacifica entre as diferenças.
8. Você acredita que podemos participar de diversos grupos ao mesmo tempo ou não existe essa possibilidade?
A resposta 8 apresenta 12% dos entrevistados que afirmar que as pessoas podem fazer parte de diversos grupos sociais, 68% afirmam que não há essa possibilidade e 20% afirmam que dependendo da situação, o adolescente pode fazer parte de diversos grupos ao mesmo tempo.
Nessa questão podemos notar a imposição de um grupo social, no qual a participação simultânea entre dois um mais grupos são praticamente impossíveis. A participação passar a se tornar quase uma “religião” onde dogmas de crença e comportamento precisam ser seguidos e disseminados a partir do grupos específicos.
9. Quando alguém age diferente do grupo que pertence, você acredita que existe discriminação dentro do próprio grupo?
A resposta 9 mostra que 87% dos entrevistados afirmam que os grupos discriminam suas participantes e 13% afirmam não haver discriminação.
Um grande fantasma na adolescência é a “pressão dos pares”. Há um grande medo de que os amigos “levem o adolescente para o mau caminho”. Segundo Papalia e Olds (2000), os pares realmente exercem forte influência, mas em geral os adolescentes não “caem” num grupo de amigos, mas tendem a escolher amizades que sejam como eles próprios, influenciando- se mutuamente, tornando-se mais parecidos. Os adolescentes associam-se a grupos que compartilham seus valores, atitudes e comportamentos.
10. Cite em sua opinião seu ídolo no esporte e na música
No esporte tivemos como resposta grande maioria dos jovens escolheram como ídolo: Neymar com 43%, Ronaldinho com 30%, Adriano com 17% e com 10% outros ídolos de nível nacional. Na música tivemos como preferências: Exaltasamba com 37%, Ivete Sangalo com 13%, Luan Santana com 23% e com 27% outros. Ninguém de nível local ou regional foi lembrado na pesquisa.
O gráfico 10 apresenta as preferências dos adolescentes com relação ao esporte e a musica, dois fatores que mais influencia o comportamento do jovem hoje no Brasil. Podemos destacar a ausência de ídolos regionais, confirmando os efeitos da globalização sobre a cultura local
Considerações finais
Diante de tudo o que foi exposto percebe-se que a construção da identidade adolescente é um processo que está diretamente ligado ao contexto sociocultural no qual ele está inserido. Isto não significa que o meio seja o determinante – no sentido rígido da palavra – da configuração de uma identidade, mas ele é sim um forte contingente para que esta identidade se constitua.
A formação dos grupos sociais acaba sendo internalizados pelo jovem de tal forma que os mesmos são manipulados por comportamentos que muitas vezes não condizem com sua natureza mais pela aceitação social acabam refém das escolhas que não são suas.
Com o presente estudo pode-se perceber como a mídia esta cada vez mais articulada e perigosa. A publicidade é um dos principais canais de manipulação, sedução e persuasão. E um dos principais alvos acometidos pela influência da publicidade hoje em dia na sociedade são os adolescentes.
A aparência juntamente com a linguagem acaba tornando-se uma das características mais marcantes dos jovens participantes dos diferentes grupos sócias e a mídia acaba lançando produtos e influenciando comportamentos cada vez mais personalizados e estereotipados pelos grupos que hoje consome sua imagem e sua aceitação.
Em processo de subjetivação e crises existenciais, os adolescentes estão cada vez mais exigentes, curiosos e fascinados, a publicidade desafia-se cada vez mais a elaborar estratégias para atingi-los. É um perigo significativo, pois a fragilidade do adolescente torna-se uma forte arma para a publicidade facilitando o poder de persuasão e sedução das peças publicitárias e marcas.
A família possui uma responsabilidade muito grande em amenizar os efeitos da crise de identidade do adolescente, principalmente pelo distanciamento natural da família, tornando assim ainda mais difícil o acompanhamento da família da inclusão do adolescente nesses grupos, provocando assim uma mudança quase forçada do modo de pensar, agir e se mostrar ao mundo.
Referências
CIMATTI, M. Semiótica da Marca: Análise da Marca Contemporânea Como Fenômeno de Linguagem. Revista Caligrama, pesquisas em linguagem e mídia. Ed. 4. vol. 2, n.1, 2006.
CONTI, M. A.; TORAL, N. & PERES, S. V. “A mídia e o corpo: o que o jovem tem 2008 a dizer?” In: Associação Brasileira em Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 8, Vitória (ES), Ciência e Saúde Coletiva ,Revista...Rio de Janeiro, 2008, p. 1-22.
ERIKSON, E. H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.
ERIKSON, E. H. e ERIKSON, J. O ciclo da vida completo, Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
FISCHER, R. M. B. O dispositivo pedagógico da mídia: modos de educar na (e pela) TV. Educação Pesquisa, v.28, n.1, p. 151-162, 2002.
JACQUES. Maria da Graça Corrêa et al. Psicologia Social Contemporânea: livro texto. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
LEPRE, R. M. Adolescência e construção da identidade. Psicopedagógica, p. 7, 2003.
LUFT, Celso Pedro. Novo manual de português: redação, gramática, literatura, ortografia oficial, textos e testes. 17ª ed. SP: Editora Globo S.A, 1991.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E.M. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas.
PAPALIA, D. OLDS, S e FELDMAN, R. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ZACARÉS, J. J. El desarrollo de la identidad adolescente desde el paradigma de los status de identidad del ego: cuestiones críticas. Comunicação apresentada no VI Congreso de la Infancia y de la Adolescencia, Oviedo, Espanha, 1997, maio.
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