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A inclusão escolar e a pratica pedagógica da Educação Física

La inclusión escolar y la práctica pedagógica de la Educación Física

 

*Graduadas em Educação Física pela Faculdade Adventista de Hortolândia

**Professora Titular na Faculdade Adventista de Hortolândia

(Brasil)

Barbara Alves Martins*

Rafaella Eloisa da Silva*

Josiane Filus de Freitas**

barbara.martins.alves@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Elaborar planos de aulas de Educação Física a fim de apontar adaptações e possibilidades para uma aula onde todos participem. Metodologia: Para isso realizamos uma revisão de literatura buscando refletir sobre as abordagens didático-pedagógicas da Educação Física; apresentamos o histórico da Educação Física na inclusão escolar, relacionando as abordagens da Educação Física com a didática necessária na inclusão escolar e apresentamos exemplos de aula para o trabalho com turmas inclusivas. Resultados: Muitas vezes os profissionais de educação física não estão preparados para dar aula para um aluno deficiente, os deixando de fora das atividades e pior excluindo-o. Foi abordado nesse texto também sobre as abordagens que podem ser trabalhadas com alunos deficientes, proporcionando uma interação da turma, fazendo com que todos respeitem seus limites e o limite dos outros, ensinando o respeito pelo diferente. Relatamos aos professores, que é possível dar aula de educação física para alunos com deficiência e para isso apresenta-se aqui planos de aulas com adaptações para alunos cadeirantes e deficientes visuais. Conclusão: A inclusão vem buscando melhores formas para acontecer. Antigamente, as pessoas com deficiência era excluídas da sociedade, não tinham direito a escola e atualmente, este direito está garantido. No entanto, cabe ao professor de Educação Física fazer a sua parte, buscando conhecer seus alunos, suas limitações e suas potencialidades, para planejar e aplicar aulas onde todos os alunos participem e aprendam mais sobre a cultura corporal de movimento.

          Unitermos: Inclusão. Didática. Educação Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Visualizando a situação em que os alunos com necessidades especiais vivenciam no seu dia a dia nas escolas publicas e particulares, queremos com esse projeto ajudar os professores a ter uma didática diferenciada com esses alunos, pois nem sempre os professores estão preparados para aplicar as aulas de Educação Física para alunos com deficiência.

    Almejamos oferecer uma formação de ideias que ajudem os professores a aplicar suas aulas. Refletindo sobre as abordagens didático-pedagógicas da Educação Física, apresentando o histórico da Educação Física na inclusão escolar, relacionando as abordagens da Educação Física com a didática necessária na inclusão escolar e apresentando exemplos de aula para o trabalho com turmas inclusivas.

    Por isso “Aos professores de modo geral, o ensino para os alunos com NEE exige conhecimentos e experiências que eles ainda não adquiriram na formação inicial e isso representa uma condição imprescindível para existir à inclusão” (ALMEIDA, 2003, p.134).

    Desenvolvemos algumas sugestões, como quais abordagens podem ser trabalhadas com alunos deficientes, proporcionando uma interação da turma, fazendo com que todos respeitem seus limites e o limite dos outros, ensinando o respeito pelo diferente.

    Os alunos deficientes só começaram a ser incluídos nas aulas nas abordagens seguintes comentadas nos capítulos seguintes, mais mesmo assim os professores não sabiam como adaptar as aulas para os alunos com deficiência e este problema veio se alastrando ate os tempos de hoje e por esse motivo desenvolvemos planos de aulas diversificados, pois todas as crianças tem á necessidade de experimentar varias formas de movimentos ligados ou não ao esporte e com isso escolhemos a abordagem mais utilizada nos dias de hoje e fizemos planos de aulas como forma de mostra que é possível trabalhar com um aluno deficiente com esporte, dança, ginastica, lutas.

    Atualmente, frente ao discurso da diversidade, torna-se necessário pensar em múltiplas formas de trabalhar a Educação Física, é preciso atentar para as diferenças no sentido de identificá-las, reconhecê-las e, principalmente atendê-las (Rechineli, Porto, Moreira, 2008).

Didática da Educação Física inclusiva

    “Aos professores de modo geral, o ensino para os alunos com NEE exige conhecimentos e experiências que eles ainda não adquiriram na formação inicial e isso representa uma condição imprescindível para existir à inclusão” (ALMEIDA, 2003, p. 134).

    [...] inicialmente se faz necessário desconstruir algumas concepções, tais como a ideia de que a escola inclusiva requer muito treinamento e só é possível concretizá-la com experts ou com especialistas em educação especial [...] É preciso entender que, apesar de importantes, não há cursos suficientes que deem conta da diversidade humana, e que, em se tratando de inclusão escolar, o aluno deve sempre causar impacto, pois, assim, somos estimulados a refletir sobre a nossa prática, questionando-a, a repensar os nossos valores e as nossas atitudes e a trocar experiências com os nossos colegas compartilhando frustrações e esperanças. (ALMEIDA, p. 65-66)

Abordagem desenvolvimentista

    Segundo Manoel (2008), a abordagem desenvolvimentista é ter oportunidade para desenvolver o máximo do aluno, considerando suas diferenças e competências individuais e preparar o aluno para a sociedade. Essa abordagem busca acompanhar o desenvolvimento dos alunos seja ele qual for no decorrer das aulas analisando seu desenvolvimento motor. (MARQUES 2002).

    Tani (2008, p. 315) enfatiza essa ideia ao afirmar que “a Abordagem Desenvolvimentista reconhece e enfatiza o valor do movimento nas suas diferentes dimensões e manifestações: biológica, social, cultural e evolutiva e é por meio de movimentos que o ser humano interage com os meios físico, social e cultural em que vive”.

    Para essa abordagem Darido (2003) também destaca que através desta o aluno consegue desenvolver capacidade relacionada à matemática, alfabetização por meio da pratica motora, podendo explorar mais de si adquirindo habilidades de maneira que possa conhecer e controlar seus movimentos.

    Habilidade motora é um dos conceitos mais importantes dentro desta abordagem, pois através dela que os seres humanos, se adaptam aos problemas do cotidiano, resolvendo problemas motores (DARIDO, 2003, p. 4).

    Trabalhando com essa abordagem o professor de educação física deve tomar cuidado para não enfatizar os padrões de desenvolvimento motor, pois uma vez que se exige uma habilidade motora a ser corretamente executada, ou seja, padrão de movimento a ser alcançado, o aluno com deficiência provavelmente terá dificuldades em alcançá-lo. Considerando que os alunos com deficiência, seja ela física, auditiva, visual ou intelectual, tem menos vivências motoras durante o inicio da infância, e ainda que a deficiência dificulta estas vivências, a aula pode ser tornar uma meta inatingível. Portanto, ao se trabalhar com a abordagem desenvolvimentista, o professor deve considerar as possibilidades de movimentos de cada aluno individualmente, verificando a execução das habilidades motoras de acordo com as limitações de cada um.

Abordagem construtiva

    Para Salerno (2009), a abordagem construtivista é uma unificação do ser humano em corpo e mente.

    “Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (a mente) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar” (FREIRE, 1989, p. 13-14).

    Para Darido (2003) nessa abordagem deve trabalhar muito a questão de jogos e brincadeiras, pois estes são considerados fundamentais para se ensinar porque através destes o aluno consegue aprender de forma lúdica e prazerosa.

    Diante destas atividades, o objetivo da aula deve ser, não a entrega de um produto pronto aos alunos, mas sim a elaboração de uma atividade que estimule a resolução de problemas como forma de se adaptar, se transformar e se relacionar com o mundo (FREIRE, 1989 apud SALERNO 2009, p. 45).

    Essa abordagem ao ser aplicada pelo professor em suas aulas estará proporcionando ao aluno com deficiência a oportunidade de desenvolver-se com os colegas de sala, em atividades lúdicas que visam a resolução de problemas sem se preocupar com competições que podem enfatizar sua dificuldade motora. As atividades propostas e a concepção de aprender pelo movimento podem auxiliar bastante o desenvolvimento de todos os alunos.

Abordagem crítico-superadora

    A abordagem crítico-superadora foi desenvolvida por Soares, Taffarel, Varjal, Castellani Filho, Escobar e Bracht, ao publicarem juntos a obra: Metodologia do Ensino da Educação Física em 1992 (SALERNO, 2009).

    Segundo Bracht (1999, p 79-80) “entendesse por essa proposta que o objeto da área de conhecimento EF é a cultura corporal que se concretiza nos seus diferentes temas, quais sejam, o esporte, a ginástica, o jogo, as lutas, a dança e a mímica”.

    Abordagem que é dividida por quatro ciclos sendo eles mostrar a realidade, por em ordem os conhecimentos, ampliar e aprofundar esses conhecimentos adquiridos. (BRACHT, 1999).

    Para Soares et al. (1992) apud Salerno (2009), essa abordagem passa a dar ênfase na função social da educação física escolar tirando o foco no alto rendimento e passa a ampliar sua ideia, ao que leva além da pura e simples atividade física.

    Essa abordagem pode favorecer o aluno com deficiência, pois não dá ênfase as atividades de alto rendimento nas aulas de educação física, Além de promover discussões e reflexões sobre assuntos importantes do cotidiano do aluno, buscando aprofundamento em questões sociais, onde o professor pode explorar assuntos como a diferenças e o respeito a diversidade. Nesta temática o professor pode trazer curiosidades sobre os esportes adaptados, as Paralimpíadas, a gestão do esporte no Brasil, a mídia, os conceitos de beleza no mundo, etc. Nesta abordagem, a Educação Física não lida apenas com o movimento pelo movimento, mas explora toda a cultura corporal que envolve o ser humano no mundo.

Abordagem sistêmica

    Na abordagem sistêmica o profissional de educação física escolar deve [...] integrar e introduzir o aluno de 1º e 2º graus no mundo da cultura física, formando o cidadão que vai usufruir partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais de atividade física (BETTI, 1992, p.285).

    O principal conceito desta abordagem na educação física foi exposto por Betti (1991) apud Darido (2003) que é a não exclusão, realizaram aulas onde todos os alunos devem participar não podendo excluir nenhum.

    Abordagem que trabalha com a não exclusão do aluno seja ele qual for a sua dificuldade, Assim o aluno com deficiência poderá desenvolver-se plenamente, uma vez que o professor deve promover um ambiente onde todos participem. Nesta abordagem, a cultura corporal de movimento é explorada no sentido de relacioná-la ao cotidiano do aluno, buscando que as aulas de Educação Física tenham utilidade prática fora da escola. Pensando na inclusão escolar, se o aluno com deficiência participar ativamente da aula, ganhando possibilidades de se desenvolver como todos os demais, esta prática de não exclusão proposta pela abordagem pode ser extrapolada para fora da escola, e os alunos poderão crescer menos preconceituosos, vendo as pessoas com deficiências com suas limitações, mas principalmente conhecendo-as pelo que conseguem fazer.

Abordagem psicomotora

    Abordagem psicomotora trabalha com questões que envolvem o processo cognitivo e psicomotor, tendo Le Boulch como seu principal representante, ao escrever o livro Educação pelo movimento em 1986 (SALERNO, 2009).

    A educação psicomotora concerne uma formação de base indispensável a toda criança que seja normal ou com problemas. Responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta a possibilidade da criança e ajudar sua afetividade a expandir-se e equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano (LE BOULCH, 1982, p. 13).

    Para Guimarães et al. (2001) a EFE nessa abordagem fica responsável pelo desenvolvimento do aluno, onde o objetivo principal é fazer com que os processos cognitivo, afetivo e psicomotores façam parte da sua formação.

    Para Le Boulch (1982, p. 24) “tal modelo leva a criança a tomar a consciência de seu corpo, da alteridade e situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir a coordenação de seus movimentos”.

    Por compreender os ritmos diferenciados dos alunos e propor atividades para o desenvolvimento psicomotor, no início, a psicomotricidade foi estigmatizada como a abordagem que ofereceria aulas de educação física para pessoas com deficiência que precisavam de um olhar diferenciado (SALERNO, 2009, p. 48).

    Essa abordagem é muito utilizada na Educação Infantil, pois trabalha aspectos de consciência corporal básicos para a aquisição das habilidades motoras. Pensando em educação especial, é uma boa alternativas para estimulação de crianças com deficiência pequenas, no entanto, se pensamos em inclusão escolar, a psicomotricidade pode ser trabalhada no ensino infantil, porém já no ciclo I do Ensino Fundamental o professor não deve enfatizá-la apenas para o aluno com deficiência que tem dificuldades motoras, pois este tratamento diferenciado pode caracterizar uma exclusão e mesmo uma forma de diferenciá-lo dos demais. Porém, se o professor optar por desenvolver atividades psicomotoras com todos os alunos, não há problemas.

Abordagem critico-emancipatória

    “A teoria crítico-emancipatória na pratica, esta acompanhada de uma didática comunicativa, pois ela devera fundamentar a função de esclarecimento e da prevalência racional de todo agir educacional” (KUNZ 2000, p. 29).

    De acordo com Darido (2003, p. 16) essa abordagem tem como concepção a transparência em ensinar, de modo com que o aluno descobrem através de suas experiências seus limites e expor, perguntar e questionar o professor sobre suas descoberta e aprendizagem durante a aula.

    Salerno (2009) deixa bem claro esse conceito de abordagem ao relatar que ela busca que todos os alunos participem deixando do lado aquela ideia de que o principal das aulas deve ser formar alunos talentosos para o esporte, e sim buscar a integração professor e aluno e de aluno entre aluno.

    Esta abordagem se aproxima bastante da abordagem sistêmica, e como naquela o professor necessita ter didática, pois através desta conseguira desenvolver com seus alunos habilidades que eles próprios desenvolveram ou descobriram através de atividades simples que não almeja buscar capacidades avançadas, aulas que oferecem ao aluno integração com o próximo. Pensando em aulas inclusivas, o professor pode oferecer a turma um ambiente agradável de aprendizagem, onde eles testam seus conhecimentos e habilidades, interagindo entre si, discutindo diferentes formas de movimentos, sem se preocupar com um padrão correto de movimento.

Abordagem cultural

    Essa abordagem busca trazer para as aulas a ideia de que o corpo é uma edificação cultural (SALERNO, 2009).

    Salerno (2009, p.49) destaca a abordagem cultural ao afirmar que, “a contextualização cultural do local de exercício das aulas propiciará melhor contato com os alunos respeitando os fatores culturais para, após percebê-los e compreendê-los, poder apresentar outras formas de expressão de outras culturas”.

    Esta abordagem tem aspectos comuns à abordagem sistêmica e crítico-emancipatória, visto que enfatiza a apropriação da cultura corporal pelos alunos. Neste sentido, os alunos com deficiência ou não, criam e recriam seus movimentos a partir da experimentação e a utilidade destes no seu cotidiano. A busca é pela superação da exclusão que ocorre, principalmente nas atividades com jogos coletivos. Para se trabalhar com aluno deficiente com jogos coletivos o profissional deve ter consciência de que devera desenvolver jogos onde todos deverão participar sem deixar o aluno deficiente de fora, terá que desenvolver jogos onde os outros alunos aceitem jogar com o mesmo sem discriminá-lo.

Abordagem Jogos Cooperativos

    Segundo Brotto (2001, p. 45) Os Jogos Cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada, na sociedade moderna, mais especificamente, na cultura ocidental.

    Brotto (1999) apud Salerno (2009, p. 50) escreveu “se o Importante é Competir o Fundamental é Cooperar, baseando suas ideias nas formas de jogos cooperativos, formulando uma nova abordagem para a educação física”.

    As publicações voltadas para o esclarecimento sobre os jogos cooperativos ocorrem apresentando fatores que são inerentes à competição como a presença de ganhadores e perdedores, o jogar contra (SALERNO, 2009, p. 50).

    Segundo Brotto (2001, p. 45) muitas vezes temos uma concepção equivocada sobre esse conceito:

    Considerada como um valor natural e normal da sociedade humana, a competição tem sido adotada como uma regra em praticamente todos os setores da vida social. Temos competido em lugares, com pessoas e em momentos que não precisaríamos, e muito menos, deveríamos. Temos agido assim como se essa fosse a única opção.

    Abordagem que desenvolve com o estudante uma maneira de conquistar seus objetivos trabalhando em conjunto, em união, dando ênfase na cooperação (SALERNO, 2009).

    E uma abordagem simples onde da ênfase na saúde do aluno, conscientizando-os da importância de ter uma vida saudável, onde a atividade física e fundamental. Considerando o aluno com deficiência, esta abordagem auxilia na inclusão escolar, visto que não enfatiza um vencedor nas atividades, mas sim a cooperação entre os alunos.

Abordagem Saúde Renovada

    Na abordagem saúde renovada (Salerno, 2009) menciona que seu objetivo e trazer para o aluno uma vida saudável, desenvolvendo atividades física, tendo hábitos alimentares saudáveis e o principal o conscientiza-lo da necessidade de possuir uma boa saúde.

    No caso com alunos deficientes com a atividade física vivenciadas na infância e na adolescência favorece as atitudes e hábitos, podendo até ajudar na deficiência do aluno, podendo amenizar o problema ou fazendo viver melhor do que vivia.

Abordagem dos PCNs

    Os Parâmetros Curriculares Nacionais segundo Azenha (2001, p.1), “apresentam-se como uma nova reforma do ensino fundamental brasileiro com todas as suas amplas consequências na formação e no aperfeiçoamento dos professores, na revisão de livros didáticos etc.”.

    Segundo Salerno (2009, p. 51) Os objetivos gerais dos PCN focam a atenção no aluno, para que o mesmo possa, entre outros:

    [...] compreender a cidadania como participação social e política [...]. Posicionar-se de maneira crítica... Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais... Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro... Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente... Desenvolver conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança... Conhecer e cuidar do próprio corpo... Utilizar as diferentes linguagens – verbais, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar, e comunicar suas ideias... Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos... Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los (BRASIL, 1997, p. 7-8).

    Essas abordagens servem para ajudar o professor a refletir e elaborar seu plano de aulas/ensino, de modo que possa eleger a que mais se encaixa na sua aula, sendo que todas elas têm a sua importância, trabalham para a melhora do ser humano (SALERNO, 2009).

    Abordagem que auxilia o professor a dar aula tendo um bom plano de aula pra trabalhar com todos os alunos de forma que aprendam a conhecer seus limites e viver em sociedade.

    Esta abordagem trata as dimensões psicológicas, sociais, cognitivas, afetivas e políticas para enfatizar o aluno como um ser humano integrado, proporcionando objetivos mais amplos e pressupostos pedagógicos mais humanos.

    Rechineli, Porto e Moreira (2008) vem confirmar as abordagens que poder ser trabalhado com alunos deficientes no quadra a seguir.

Planos de aulas

    Desenvolvendo alguns planos de aula com o intuito de demonstrar aos professores de Educação Física que é possível dar aula para alunos com deficiência sem modificar a metodologia da aula, porém pensando em pequenas adaptações. São planos de aula baseados na abordagem critico-emancipatória que através de sua teoria traz espaço para a participação de todos, independente de suas características. O objetivo deste capitulo é apresentar aulas simples que ao serem bem aplicadas com as pequenas adaptações e sugestões se tornarão aulas adequadas para todos sem que ocorra a exclusão.

Plano de aula 1

  • Conteúdo: Jogo

  • Objetivo: Trabalhar o controle do corpo

Pegar a calda

  • Formação: Colunas de seis a oito alunos, um atrás do outro, segurando o companheiro da frente pelos quadris.

  • Desenvolvimento: Um aluno, de frente para o principio da coluna, tentara pegar o ultimo; para evitar que isso aconteça, todos os alunos da coluna se movimentarão como lhes parecer melhor, mais sem soltar o quadril do companheiro da frente. Conseguindo o seu intento o aluno que estava fora da coluna será substituído pelo ultimo da coluna.

  • Adaptações:

    • Cadeirante: pode utilizar uma corda ou pano para se segurar ao quadril do colega da frente, o colega de trás, segurará na cadeira de rodas, auxiliando sua condução. Quando for pegador não é preciso adaptação.

    • Visual: será guiado pelos colegas da frente e de trás. Quando for pegador, o primeiro aluno da coluna deve estar quicando uma bola ou segurando um chocalho para que o barulho guie o aluno com deficiência visual que estará como pegador.

Plano de aula 2

  • Conteúdo: Esporte Basquete

Jogo dos passes

  • Formação: em duas equipes, entregue a elas uma bola murcha, para que o passe seja uma alternativa mais eficiente.

  • Desenvolvimento: a bola deve ser passada entre os companheiros de equipe para tentar uma cesta, como num jogo. Após o arremesso ou em caso de perda da posse, as equipes trocam de lugar.

  • Adaptação: Cadeirante; com a ajuda do companheiro de sala o auxiliara guiando pela quadra para o mesmo realizar o passe.

  • Visual; Com ajuda de um companheiro dando orientação e o guiando, lembrando sempre que quando passar para ele devera avisá-lo e realizar o passe de perto e mais devagar.

Plano de aula 3

  • Conteúdo: Dança

Boneco de Olinda

  • Formação: Em duplas

  • Desenvolvimento: Um aluno emite sons enquanto que o outro responde imediatamente com o corpo/movimento ao som proposto. Como se fosse um “boneco movido ao som” 

  • Adaptações:

    • Cadeirante: Realiza os movimentos na cadeira mesmo do jeito que achar melhor.

    • Visual: não precisa de adaptações.

    • Surdo: Um aluno do lado do aluno surdo para dar um toque quando começa e quando termina a musica e também dançara a musica com o mesmo, podendo assim estimular a criatividade do aluno deficiente.

Dançando no jornal

  • Formação: participantes organizados em linha, isto é, lado a lado.

  • Desenvolvimento: perto de cada criança, será colocada uma folha de jornal. Dado um sinal, todas as crianças dançarão sobre a folha de jornal, até destruí-la. Os movimentos com os pés deverão ser variados; ora crianças pularão, ora dançarão, de acordo com a criatividade de cada um.

  • Adaptações:

    • Cadeirante: coloca-la em cima do jornal para a mesma se movimentar do jeito que achar melhor.

    • Visual: Mostrar onde esta o jornal para realizar ele poder realizar a atividade.

    • Surdo: apenas mostrar como fazer o que realizar na atividade.

Plano de aula 4

  • Conteúdo: Ginastica

Alongando

  • Formação: Em pé, espalhados pela quadra.

  • Desenvolvimento: os alunos deveram encher os balões em um tamanho médio.
    braços alongados acima da cabeça, peça que eles pressionem o balão com a palma das mãos. Inclinando o tronco para o lado direito e depois para o esquerdo, pressionar o balão agora com as pontas dos dedos
    Em pé, coluna reta, braços alongados atrás, continuar pressionando o balão com a ponta dos dedos. Apenas segurando o balão atrás, descer o tronco à frente com a coluna reta e mantendo as pernas alongadas.

  • Adaptações:

    • Cadeirante: dar um balão para o aluno e deixa-lo realizar de acordo com seus limites, os respeitando sempre.

    • Visual: não precisa de adaptações.

    • Surdo: não haverá necessidade de adaptação.

Conclusão

    Deparamos com uma realidade onde muita das vezes os profissionais de educação física não estão preparados para dar aula para um aluno deficiente, os deixando de fora das atividades e o pior excluindo do aprendizado que desenvolveria ao realizar as aulas, pois as aulas de Educação física e muito importante para o desenvolvimento do aluno.

    Transmitimos para os professores, que é possível dar aula de educação física para deficientes por isso desenvolvemos planos de aulas com adaptações para alunos cadeirante e deficiente visual, que auxiliara em suas aulas, um aluno com deficiência auditiva não precisa de muitas adaptações em aula Agora cabe ao professor de Educação Física fazer a sua parte não o rejeitando, mais sim dando uma aula digna sem preconceito e o ajudando no que for preciso para a sua formação escolar.

Referencia

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  • BETTI, Mauro. Educação física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991; Ensino de primeiro e segundo graus: educação física para quê? Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 2, p.282-287, jan. 1992.

  • BRACHT, Valter. Educação Física e Ciência: cenas de um casamento (in) feliz. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 1999.

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  • _______ Pedagogia da esperança. Um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo, Paz e Terra. 1997.

  • GUTIERRES FILHO, Paulo José Barbosa; MONTEIRO, Maria Dolores Ferreira; SILVA, Rudney da; VARGAS, Carla Regiane. Concepções, opiniões e atitudes docentes associadas à inclusão da pessoa com deficiência na educação física: Uma revisão da produção cientifica Brasileira. Revista Liberabit. Lima, Peru 2011.

  • GUIMARÃES, Ana Archangelo; PELLINI Fernanda da Costa; ARAUJO, Jifferson Sobral Romualdo; MAZZINI, Juliano Meneghetti. Educação Física Escolar: Atitudes e Valores. Motriz Jan-Jun 2001, Vol. 7, n.1, pp. 17-22.

  • KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. 2ª ed. Ijuí: Unijuí, 2000.

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  • MANOEL, Edson de Jesus. Atividade motora e qualidade de vida: uma abordagem desenvolvimentista. 1ª Ed. Acqua, 2002

  • RECHINELI, Andréa; PORTO, Eline Tereza; MOREIRA, Wagner Wey. Corpos deficientes, eficientes e diferentes: uma visão a partir da educação física. vol.14 no.2 Marília Maio/Aug. 2008

  • SALERNO, Marina Brasiliano. Integração entre alunos com e sem deficiência na educação física escolar: validação de instrumento. Dissertação mestrado, Universidade Estadual de Campinas: Campinas SP, 2009.

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