Vida esportiva de adolescentes e a importância da participação familiar Vida deportiva de los adolescentes y la importancia de la participación familiar Sporting life of teenagers and the importance of family participation |
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Licenciatura Plena e Bacharelado Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná Pós Graduado em Futebol Universidade Federal de Viçosa |
Rafael Lupes (Brasil) |
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Resumo O processo de iniciação esportiva com crianças cada vez mais novas vem crescendo significativamente no meio esportivo. Os pais têm um papel fundamental nessa fase podendo proporcionar experiências positivas ou negativas para os jovens atletas/praticantes de determinada modalidade esportiva. O objetivo do presente estudo foi investigar qual o nível de participação dos pais na vida esportiva dos filhos. O questionário utilizado para a pesquisa foi o inventário de Simões, Bohme e Lucato (2002) composto por 8 (oito) questões divididas em participação do pai e participação da mãe. Unitermos: Iniciação esportiva. Pais e filhos.
Abstract The process of initiation sports with increasingly younger children has increased significantly in sports. The parents has a basic paper in this phase being able to provide positive or negative experiences for the young athletes. The objective of the present study was to investigate which the level of participation of the parents in the sportive life of the children. The questionnaire used for the research inventories was it of Simões, Bohme and Lucato (2002) composed for 8 questions divided in participation of the father and participation of the mother. Keywords: Sports started. Parents and children.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
É inevitável no meio infantil a interferência dos adultos sejam eles pais ou técnicos que acabam exercendo muitas vezes pressões sobre a criança que ela ainda não e capaz de suportar. Assim pode-se dizer que as lideranças adultas poderiam influir decisivamente na formação esportiva.
Porém, na área da Psicologia do Esporte sobre o desenvolvimento de jovens atletas ainda e uma área que possuiu muitas controversas a muitos autores que falam pontos negativos e positivos sobre esse assunto.
O lado positivo apresentado por Hellstedt (1995) apresenta a família como o ambiente social primário, onde o jovem pode desenvolver sua identidade, auto-estima, e motivação para o sucesso. A carreira bem sucedida do atleta muitas vezes pode ser creditada aos familiares pelo encorajamento, aquisição de valores, além de todo amor e suporte necessários durante a carreira.
Infelizmente, a família também pode apresentar aspectos negativos no desenvolvimento do desportista. A alta exigência e cobrança dos pais podem promover um ambiente desagradável não só dentro de quadra mais também dentro de casa. O lado negativo apresentado por Hellstedt (2002), e sobre um ambiente familiar desorganizado que causa relações interpessoais inadequadas, problemas de aceitação ao treinador e a deficiência de controle interno e autodisciplina do atleta. Outra questão que pode ter um efeito altamente negativo ressaltada por este autor, é a influência excessiva ou ineficaz da família no esporte em questão.
Há uma serie de relações onde à criança esta envolvida. Conforme Korsakas (2002, p. 41) “toda prática esportiva oferecida às crianças e aos adolescentes é permeada por ações adultas – dos pais, dos dirigentes, dos professores, dos técnicos, dos árbitros; todos interferem de alguma forma nas experiências esportivas de seus praticantes”.
As ligas esportivas para jovens são organizadas por adultos, assim como a direção dos treinamentos e a própria competição, que por uma série de razões, passam a atender muito mais aos interesses destes, do que das próprias crianças e adolescentes, sendo os pais, os principais atores neste meio.
Várias pesquisas apresentadas por Weinberg e Gould (2001) abordam um contexto onde a influência do comportamento dos pais diante da prática esportiva de seus filhos e do incentivo a esta, podem afetar tanto de forma positiva, quanto negativamente no rendimento e na própria carreira dos jovens atletas. De acordo com Weinberg e Gould (2001, p. 487) "o desafio para pessoas envolvidas com esportes juvenis é identificar as formas precisas com que os pais podem afetar positivamente a experiência das crianças e encorajá-los a empregarem essas práticas”.
Metodologia
População e amostra
A população do seguinte estudo foi composta por 30 crianças do sexo masculino, de 12 a 14 anos freqüentadores de uma escolinha esportiva particular na modalidade de futebol da cidade de Irati-Paraná. A amostra foi escolhida através da freqüência nos treinos apontada pelos professores responsáveis, considerando também a participação a mais de um ano na escolinha.
Coleta de dados
Primeiramente foi repassado aos pais ou responsáveis o termo de consentimento livre e esclarecido. Após a assinatura do mesmo, as crianças integrantes da amostra responderam ao questionário de Simões, Bohme e Lucato (2002) composto por 8 (oito) questões objetivas.
Instrumento
Para verificar a participação dos pais na vida esportiva dos filhos foi utilizado o questionário proposto por Simões, Bohme e Lucato (2002). Ele é composto por 8 (oito) questões subdivididas em assistência direta no esporte, nível de incentivo, nível de exigência da prática esportiva e exigência para que se tornem bons atletas. A aplicação do questionário ocorreu de forma individual para se evitar a influencia de outros participantes da pesquisa nas respostas dos colegas.
Análise de dados
A pesquisa foi quantitativa de caráter transversal, comparativa e descritiva se caracterizando como estudo procurando determinar status opiniões ou projeções futuras de acordo com as respostas obtidas.
Resultados e discussões
Para facilitar o entendimento da participação doas pais na vida esportiva dos filhos, optou-se por apresentá-los em forma de gráficos.
Componente: assistência direta do pai e da mãe no esporte
Esse gráfico mostra a assistência de pais e mães na questão referente à assistência direta no esporte os resultados obtidos foram negativos sendo que a grande maioria assiste apenas algumas vezes aos jogos de seus filhos, BARBANTI (1992) explica que o prazer dos filhos na pratica esportiva tem alta relação com o envolvimento dos pais. Um estudo apresentado por SIMOES (2002) pesquisou a participação de pais na vida esportiva de escolares os resultados obtidos com sua pesquisa foi o contrário do que foram achados neste estudo, os resultados que SIMOES (2002) obteve foram que a maioria dos pais assistia todas às vezes os jogos de seus filhos, e a maioria das mães assistia apenas algumas vezes aos jogos.
Gráfico 1. Diferença entre assistência direta do pai e da mãe no esporte. Fonte: LUPES (2012)
Componente: nível de incentivo dos pais e das mães
O gráfico 2 mostra um comparativo entre pais e mães na questão referente ao nível de incentivo no esporte os resultados aqui obtidos foram positivos sendo que a maioria dos pais encorajou bastante seus filhos, Weinberg e Gould (2001) abordam um contexto onde a influência do comportamento dos pais diante da prática esportiva de seus filhos e do incentivo, podem afetar tanto de forma positiva, quanto negativamente no rendimento e na própria carreira dos jovens atletas. Os resultados sobre os pais aqui obtidos foram iguais aos que SIMOES (2002) encontrou onde que a maioria deles encorajou bastante seus filhos, já em relação às mães houve um controvérsia, no estudo aqui apresentado as mães pouco encorajaram os filhos, já no estudo de SIMOES (2002) a maioria das mães reforçou o comportamento participativo de seus filhos nas atividades esportivas.
Gráfico 2. Diferença entre o nível de assistência dos pais e das mães. Fonte: LUPES (2012)
Componente: diferença entre nível de exigência da prática esportiva imposta pelo pai ou pela mãe
Esse gráfico mostra os resultados de pais e mães na questão referente ao nível de exigência da prática esportiva os resultados obtidos foram positivos já que os pais não exigem que seus filhos pratiquem esse esporte FILIN (1996) justifica que durante as primeiras etapas do aprendizado desportivo devem-se estabelecer as bases para o rendimento elevado evitando exigências de apenas uma modalidade e de resultados imediatos. Dessa forma a prática desportiva infantil, mesmo orientada para a consecução de bons resultados, não pode deixar de privilegiar as contribuições dessa mesma prática na formação do ser humano, comparando esse estudo com o de SIMOES (2002) os resultados aqui encontrados foram exatamente os mesmos que ele encontrou sendo que a maioria dos pais e mães nunca exigiu que seus filhos seguissem um esporte escolhido por eles.
Gráfico 3. Diferença entre nível de exigência da prática esportiva imposta pelo pai ou pela mãe. Fonte: LUPES (2012)
Componente: referente a pais e mães sobre exigência para que seus filhos se tornem bons atletas
O gráfico 4 mostra o resultado entre pais e mães na questão referente à exigência para que os filhos se tornem bons atletas o resultado foi positivo sendo que a maioria dos pais nunca exigiu que seus filhos se tornassem bons atletas BARBANTI (1992) explicou que a competitividade infantil pressiona demais as crianças sob o ponto de vista físico e psicologicamente, colocam o comportamento dos adultos como maléficos quando enfatizam demasiadamente as vitórias. Os resultados aqui obtidos foram os mesmo encontrados por SIMOES (2002) quando ele pesquisou a participação dos pais na vida esportiva dos filhos no meio escolar, tanto nesse estudo quanto no de SIMOES (2002) a maioria de pais e mães nunca exigiu que seus filhos se tornassem atletas.
Gráfico 4. Diferença de pais e mães sobre a exigência para que seus filhos se tornem bons atletas. Fonte: LUPES (2012)
Considerações finais
Apesar de ser importante a participação dos pais no começo da carreira esportiva dos filhos, parece não haver grande preocupação deles em acompanhá-la. Apesar disso, um ponto positivo e que a maioria dos alunos/atletas escolheram a modalidade esportiva futebol por si próprios e não por escolha dos pais, a grande maioria também não recebe pressões para que se tornem bons atletas.
Em comparação entre pais e mães pesquisados no estudo, as mães acabaram ficando com médias negativas, sendo que são elas as que menos assistem aos jogos e pouco encorajaram seus filhos a prática esportiva.
Isso pode ser explicado pelo fato da maioria das mães terem pouco contato com o esporte aqui pesquisado e haver poucos torneios realizados para o sexo feminino sendo cobertos pela mídia tornando a participação para elas nas atividades esportivas de seus filhos pouco interessantes.
Espera-se que os resultados expostos possam contribuir na reflexão dos pais sobre a importância destes na iniciação esportiva, e também tentar adaptar uma forma adequada para suas intervenções.
Referências
BARBANTI, E. J. A criança e o esporte competitivo. In: I Simpósio de psicologia do esporte. 1992, p. 41-42.
FILIN V. Desporto Juvenil: teoria e metodologia. Londrina: CID, 1996.
SIMÕES, A. C.; BÖHME, M. T. S.; LUCATO, S. A participação dos pais na vida esportiva dos filhos. In: Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.13, n.1, 2002, pp. 35-45.
WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
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