Utilização de suplementos alimentares por praticantes de exercícios físicos em academias da cidade de Santa Maria, RS El uso de suplementos alimenticios por parte de practicantes de ejercicios físicos en gimnasios de la ciudad de Santa María, RS |
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*Orientadora. Doutora em Ciência do Movimento Humano com ênfase em Medidas e Avaliação/Cineantropometria (UFSM) **Autor. Especialista em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde, com ênfase em Medidas e Avaliação (UFSM) ***Autor. Graduação em Educação Física - Bacharelado (UFSM) (Brasil) |
Luciane Sanchotene Etchepare Daronco* Leonardo Fernandes de Souza** Leandro Lima Borges** Tiago de Souza Bohrer** Anderson Saydelles de Amarante*** |
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Resumo
Visto o aumento da procura por um estilo de vida mais saudável,
cada vez mais o uso de suplementação alimentar vem crescendo. Buscou-se
através deste estudo contextualizar a suplementação alimentar na cidade de
Santa Maria, RS, através de variáveis relacionadas ao uso de suplementos
alimentares, treinamento e dieta dos usuários. Coletaram-se dados de 84
indivíduos (62 homens com média de idade 23,5 e 22 mulheres com média de
idade 24,6 anos) que realizam exercícios físicos nas academias da cidade, por
meio de um questionário constituído de 8 questões objetivas. Dentro da
amostra estudada, 77,38% relataram já ter utilizado algum tipo de
suplementação alimentar. A maioria dos usuários são homens que treinam e
suplementam visando hipertrofia muscular e, para isso, utilizam de compostos
protéicos, em especial a Whey protein, aliado ao treinamento de
musculação. Grande parte dos indivíduos avaliou sua dieta como não sendo
totalmente adequada aos seus objetivos, assim como a maioria relatou ter obtido
resultados através da suplementação. Em relação às orientações recebidas
pelos usuários a respeito da suplementação alimentar a maior parte foi
oriunda de educadores físicos. Unitermos: Suplementação alimentar. Exercícios físicos. Dieta.
Abstract Keywords: Supplementary feeding. Physical exercise. Diet.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Atualmente a busca por um corpo mais saudável, belo e forte vem sendo umas das principais causas da procura por exercícios físicos. Foi-se o tempo em que tais atividades eram praticadas apenas por atletas que visavam performance, tornando normal a presença de pessoas de todas as faixas etárias em locais específicos para tais práticas (academias, quadras poliesportivas etc.) ou até mesmo em ambientes alternativos (ruas, parques, etc.).
Além de procurarem realizar mais atividades e/ou exercícios físicos, freqüentemente os indivíduos tentam potencializar os efeitos destes utilizando de outros meios, como uma alimentação equilibrada e o uso de suplementos alimentares. Dentre os locais onde estas práticas são mais difundidas sem dúvida estão as academias de ginástica/musculação. Segundo Saba (1999) o ambiente das academias favorece a disseminação de padrões estereotipados, como o corpo magro, com baixa quantidade de gordura ou com elevado volume e tônus muscular. Estes padrões são incentivados pelos meios de comunicação, através de propagandas e programas em que corpos “belos” são exaltados. Para Stricker (2002) ha pressão da sociedade e da mídia em relação ao corpo padrão, contribuindo para o aumento no uso de suplementos e anabolizantes.
A prática de atendimento nutricional em academias revela um consumo indiscriminado (embora pouco documentado) de suplementos por praticantes de exercício de todas as idades. Além disso, percebe-se uma certa resistência dos mais jovens às orientações nutricionais dos profissionais habilitados, estando mais propensos a ceder ao apelo do marketing e à pressão da mídia por um corpo esteticamente inatingível a curto prazo, ficando, portanto, vulneráveis à orientação de colegas e treinadores, quase sempre despreparados (HIRSCHBRUCH, 2003, p. 1).
Os jovens tendem a crer nas orientações de profissionais não especializados e são mais propensos a ceder aos apelos do marketing assim como da mídia por um corpo esteticamente inatingível a curto prazo, tornando-os facilmente influenciáveis ás recomendações de colegas e treinadores, quase sempre despreparados. Entretanto quando utilizados de maneira coerente os suplementos nutricionais parecem trazer benefícios.
Visto a grande procura desta população por suplementos alimentares, este trabalho objetiva contextualizar a suplementação alimentar na cidade de Santa Maria/RS, através de variáveis relacionadas ao uso de suplementos alimentares, treinamento e dieta dos usuários.
Procedimentos metodológicos
Participaram desse estudo 84 sujeitos sendo 62 homens e 22 mulheres na faixa etária entre 15 e 57 anos que praticavam exercícios físicos em academias de diferentes regiões de Santa Maria/RS. Utilizou-se como critério de inclusão nesse estudo pessoas que praticam ou já praticaram exercícios físicos por pelo menos 3 meses ininterruptos e que não tenham utilizado nenhum tipo de anabolizante sintético ou medicamento de uso continuo concomitantemente ao uso de suplementos alimentares. Como critério de exclusão nesse estudo pessoas que praticam ou praticaram exercícios físicos por menos de 3 meses contínuos, que utilizam ou já utilizaram anabolizantes sintéticos ou medicamento de uso continuo concomitantemente ao o uso de suplementos alimentares.
Os sujeitos responderam ao questionário na presença do avaliador no horário de funcionamento da academia. Antes de responderem as questões foram convidados a assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participar do estudo. Aplicou-se um questionário com dados de identificação (idade e sexo) com oito (8) questões objetivas referentes a o uso de suplementação alimentar (tipo, objetivo, satisfação e local de compra da mesma) e dieta assim como referentes aos exercícios físicos praticados pelos sujeitos dentro da academia e seus objetivos com os mesmos.
Realizou-se analises descritivas e de proporções para com as respostas obtidas através do questionário. Os resultados foram processados e armazenados eletronicamente através de um banco de dados (Microsoft Excel® 2010).
Resultados
Participaram deste estudo 84 indivíduos de ambos os sexos, o usuário de suplementos foi caracterizado como aquele indivíduo que relatou o uso de algum suplemento alimentar ao menos uma vez na vida. Foram encontrados 65 usuários de suplementos alimentares, o que corresponde a 77,38% da amostra total. A tabela 1 apresenta a freqüência do uso, através do percentual e números atribuídos a cada sexo.
Tabela 1. Freqüência do uso de suplementação alimentar por sexo (número e percentual)
Entre os 65 indivíduos que relataram já ter consumido algum tipo de suplemento alimentar, a grande maioria 87,69% (n=57) citou a Whey Protein como um dos suplementos já utilizados, a freqüência de citações referente a cada tipo de suplemento perante o total de usuários é demonstrada pela figura 1 (em número e porcentagem).
Figura 1. Suplementos alimentares utilizados pelos usuários
Os suplementos em ordem de maior incidêcia perante o total de 65 usuários são: Whey Protein 87,69% (n=57), Creatina 56,92% (n=37), Albumina 41,54% (n=27), Hipercalóricos 36,92% (n=24), Carboidratos 33,85% (n=22), Bcaas 30,77% (n=20), Pré-treinos 23,08% (n=15), Polivitamínicos 21,54% (n=14) e Termogênicos 20,00% (n=13).
A figura 2 mostra a frequêcia de indivíduos de acordo com cada objetivo (por percentual).
Figura 2. Objetivos com a suplementação alimentar
Como pode ser observado a hipertrofia muscular foi o fator mais citado por ambos os grupos quando questionados sobre o objetivo da utilização dos suplementos alimentares, aparecendo com 91% (n=49) dentre os homens e 73% (n=8) dentre as mulheres. Tambem pode ser visualizada a maior procura das mulheres por suplementar com objetivo de melhorar variaveis relacionadas a saúde 18% (n=2) enquanto apenas 2 homens (4%) procuram suplementos com este intuito.
A tabela 2 mostra os tipos de exercicios praticados pelos usuários de suplementação alimentar.
Tabela 2. Exercícios praticados pelos usuários de suplementação alimentar
No caso dos homens usuários de suplementação alimentar, 79,64% (n=43) afirmaram praticar apenas exercicios de cunho predominantemente anaeróbio (musculação). Enquanto no caso das mulheres essa porcentagem ficou apenas em 45,45% (n=5).
Essa proporção é contrária no caso dos individuos usuários de suplementação alimentar que praticam ambos tipos de exercicios, tanto predominantemente anaeróbios (musculação), quanto predominantemente aeróbios (caminhadas, corridas, jump, etc..), onde 54,55% (n=6) das mulheres relataram encaixar-se nesta situação enquanto apenas 16,66% (n=9) dos homens.
Já os indivíduos usuários de suplementos alimentares que relataram realizar apenas exercícios de cunho predominantemente aeróbios (caminhadas, corridas, jump, etc..) somaram apenas 2 indivíduos ou 3,7% do total de usuários.
A figura 3 apresenta os objetivos do treinamento dos usuários de suplementação alimentar (em porcentagem e sexo).
Figura 3. Objetivo do treinamento dos usuários de suplementação alimentar
Entre os objetivos dos treinamentos realizados pelos usuários de suplementação o mais citado foi a hipertrofia muscular, tanto no caso dos homens com 91% (n=49), quanto entre as mulheres com 73% (n=8), em relação a todos os outros objetivos as mulheres aparecem com percentual superior ao dos homens.
Em relação a suas dietas, pequena parte dos indivíduos relatou acreditar que esta seja adequada a seus objetivos de treino e suplementação, como demonstra a Tabela 3.
Tabela 3. Dieta adequada aos objetivos
Pode-se perceber que apesar de usarem (SA), grande parte dos indivíduos 61,54% (n= 40) considera “às vezes” sua dieta adequada seus objetivos. Porém a minoria considera sua dieta totalmente inadequada 12,31% (n=8).
Quando questionados sobre se haviam obtido resultados através da (SA) a maioria dos indivíduos independentemente do sexo afirmaram que sim, como mostra a Tabela 4.
Tabela 4. Resultados através da suplementação
A resposta “Talvez” foi considerada quando o indivíduo obteve resultados durante o uso da (SA), porém não estava certo de que tais haviam sido totalmente influenciados pelo(s) produtos em si. Das usuárias de (SA) nenhuma relatou não ter obtido resultados com a utilização dos produtos.
A figura a seguir representa a distribuição das orientações recebidas pelos indivíduos usuários a respeito da (SA) (em percentual).
Figura 4. Orientacao em relacao a suplementação alimentar
A figura 4 mostra claramente que 41,54% (n= 27) dos usuários declarou já ter tido orientações a respeito da (SA) oriundas de um Educador Físico, o segundo profissional foi o Nutricionista, citado por 29,23% (n= 19) dos usuários.
Figura 5. Local de compra da suplementação alimentar
A figura 5 demonsra onde os usuários adquirem sua (SA). A imensa maioria afirmou já ter utilizado as lojas físicas, esse percentual representa 90,77% (n= 59) do total de usuários, lojas virtuais aparecem logo após representadas por 29,23% (n=19), e em seguida, sendo o local menos citado, aparecem as farmácias com 4,62% (n = 3).
Discussão
Com o aumento do número de praticantes de exercícios físicos também aumentou a procura por padrões dietéticos mais adequados, tanto em busca de uma melhor estética quanto de uma otimização e/ou manutenção da saúde, uma das formas que vem sendo cada vez mais usada para atingir de maneira mais fácil tais padrões dietéticos é o uso de suplementação alimentar.
O uso de suplementos na amostra estudada 77,38% (n=65) é superior ao consumo de suplementos descrito na literatura para freqüentadores de academias que é de 32% (Rocha, Pereira, 1998); 27% (Araújo, Soares, 1999); 30 a 40% (Hirschbruch, Carvalho, 2002); 23,9% (Pereira et al, 2003).
Um fator que pode explicar esse fato é que a amostra do estudo foi constituída por maioria de homens, 78,8% (n=62), visto que pessoas do sexo masculino tendem a consumir mais suplementos que as do sexo feminino, em consonância com Stephens, Olsen (2001). Não se pode deixar de considerar também que, no presente estudo, para um indivíduo ser incluído no grupo de usuários de suplementos, bastava o relato do consumo de qualquer suplemento uma vez na vida, ou seja, este dado não retrata apenas o consumo atual.
Dentre esses suplementos foi encontrado maior número de utentes de Whey Protein, 87,69% (n=57), o segundo suplemento mais citado foi a creatina, mencionada por 56,92% (n=37) dos usuários e em terceiro lugar apareceu a albumina com 41,54% (n=27) dos usuários. Essa preferência por compostos protéicos pode ser explicada pelo fato da grande maioria dos indivíduos 87,69% (n=57) terem como um dos objetivos a hipertrofia muscular.
Normalmente os suplementos são tidos como necessários, principalmente os de proteína, quando o objetivo é a hipertrofia muscular, visto que as proteínas são consideradas a fonte de energia para o músculo. (Pereira, 1999).
Para tal objetivo, hipertrofia muscular, a maioria dos usuários de suplementação realiza com exclusividade exercícios de cunho predominantemente anaeróbio como, por exemplo, a musculação. Sendo que esse percentual equivale a 73,85% (n=48) do total de usuários de (SA). Quando os usuários são divididos por sexo, esse percentual fica em 79,64% (n=43) para os homens e 45,45% (n=5) para as mulheres.
Esse menor percentual de mulheres que praticam apenas exercícios anaeróbios é relacionado ao maior índice de mulheres que realizam tanto exercícios anaeróbios quanto exercícios aeróbios, esse grupo equivale a 54,55% (n=6) das mulheres usuárias de (SA).
Como afirma Alvarenga (2004) atualmente a maioria das pessoas, em especial as mulheres, tem como objetivo principal o controle do peso, deixando em segundo plano a preocupação com as capacidades físicas. Entretanto esse não foi o motivo mais citado pelas mulheres participantes deste estudo, como já visto anteriormente, o objetivo mais citado foi a hipertrofia muscular.
Vale a ressalva que este estudo não se deteve em identificar os principais objetivos com sua suplementação e treinos de cada indivíduo usuário de (SA), mas sim em identificar tais objetivos sem estabelecer prioridades dentre eles.
Os indivíduos usuários de (SA) participantes deste estudo, em geral, tem consciência de que suas dietas não estão totalmente adequadas ao seu objetivo, o percentual de pessoas que se enquadra nesta situação é de 61,54% (n=40), os que afirmaram ter uma dieta totalmente fora dos padrões que consideram ideais somaram 12,31% (n=8), apenas 26,15% (n=17) dos usuários relatou acreditar que sua dieta na grande maioria das vezes é adequada ao seu objetivo.
Tais dados vêm ao encontro do que relata Silva (2010) Quando o gasto energético oriundo dos exercícios físicos não é demasiado, grande parte das vezes torna-se desnecessária a utilização de suplementos alimentares. Entretanto, muitos indivíduos esquecem-se de manter uma dieta equilibrada e usam suplementos indiscriminadamente. A afirmação de Silva (2010) segue o pensamento de Guimarães Neto (2003), o qual diz não haver nada que um suplemento faça que uma alimentação balanceada não possa fazer.
Quando questionados sobre se haviam obtido ou não resultados através da (SA), a maioria 61,53% (n=40) dos indivíduos afirmou que sim, mesmo grande parte deles fazendo parte do grupo que relatou acreditar não ter uma dieta adequada ao seu objetivo, o que parece controverso e pouco provável. Tais resultados tornam-se improváveis, pois como afirmam (Thompson, 1998; Cupisti et al, 2002) Uma dieta inadequada inibe a performance, mesmo em atletas bem treinados, e também pode prejudicar a saúde. A ingestão energética inadequada também está associada à ingestão marginal de macro e micronutrientes, principalmente de carboidratos, piridoxina, cálcio, folato, zinco e magnésio. Tal associação tem conseqüências prejudiciais sobre o crescimento, aumenta risco de aparecimento de doenças e diminui a taxa metabólica.
Isso demonstra a mistificação dos (SA), tais são tidos como milagrosos por alguns usuários. Indivíduos usuários afirmaram, por exemplo, terem obtido resultados ótimos em hipertrofia após começarem a consumir Whey Protein, mesmo não mantendo uma dieta adequada. É possível que esses falsos resultados sejam relatados pela grande influência da mídia/marketing que associa o consumo de proteínas de alto valor biológico ao ganho de massa muscular. No entanto o fato de que apenas o consumo elevado de proteínas não gera um ambiente favorável à hipertrofia muscular quase nunca é lembrado. Especialistas apontam que a alimentação é a peça fundamental para o ganho da massa muscular, podendo chegar a 60% em importância (Bacurau, 2000).
Alimentos nutricionalmente ricos devem ser valorizados e entrarão naturalmente na dieta adotada, sem que se precise mistificar uma ou mais de suas características, tendência esta muito explorada pela propaganda e publicidade de alimentos funcionais e complementos nutricionais (Ministério da Saúde, 2008). Dessa forma, seria interessante tais usuários reverem suas dietas de forma ampla, antes de buscarem suplementar.
O percentual de indivíduos mais cautelosos em afirmar que tinham certeza que de a suplementação havia lhe rendido resultados, e, portanto, escolheram a opção que declarava que haviam obtido resultados durante a utilização da (SA) porém não tinham certeza de que tais eram oriundos unicamente da adição do suplemento a suas dietas foi de 27,69 % (n=18), os que afirmaram não terem obtido nenhum resultado através da (SA) somaram 10,78% (n=7). Em relação às orientações recebidas pelos usuários a respeito da (SA) os Educadores Físicos apareceram em primeiro lugar tendo orientado 41,54% (n=27) dos usuários, tais profissionais também aparecem como maiores indicadores em outros estudos (Rocha e Pereira, 1998; Pereira, 1999).
O segundo profissional mais citado foi o Nutricionista por 29,23% (n=19) dos usuários, sendo este um profissional legalmente habilitado a prescrever suplementos alimentares, assim como o Médico, porém este aparece de maneira pouco importante percentualmente, tendo orientado apenas 1,54% (n=1) dos usuários. Esse dado vai ao encontro de Pereira et al (2003) onde os nutricionistas indicavam mais suplementos que os médicos. No entanto em alguns estudos, os médicos indicam mais suplementos que os nutricionistas (Pereira, 1999).
Quase com o mesmo percentual de pessoas orientadas por nutricionistas, apareceram as que não receberam orientação profissional, mas sim de amigos e/ou parentes, essas somaram 27,69% (n=18). Hirschbruch (2003) relata que os amigos são uma importante forma de incentivo ao uso de suplementação alimentar.
Os indivíduos que não receberam orientação alguma totalizaram 20% (n=13), assim o percentual de indivíduos que não recebeu orientação profissional soma 47,69% (n=31). Esse percentual é próximo ao encontrado por Goston (2008) onde 55% dos indivíduos não havia recebido orientação profissional.
A grande maioria dos indivíduos 90,77% (n= 59) afirmou já ter adquirido sua (SA) em lojas físicas, 29,23% (n=19) relataram lojas virtuais e a minoria já utilizou farmácias 4,62% (n=3). Estes locais não costumam apresentar profissionais capacitados a prescrever ou orientar de maneira adequada a utilização dos produtos. Uma maior propagação de orientaçoes referentes a utilização de (SA) tornaria o uso de tais mais vantajoso e seguro.
Não basta que os suplementos alimentares tenham uma legistação específica, também é fundamental que haja uma divulgação sobre o uso de tais produtos, isso implicaria em uma maior conscientização do público em geral (Goston, 2008).
Conclusão
Com base nesse estudo pode-se concluir que a suplementação alimentar utilizada por indivíduos que praticam exercícios físicos nas academias de Santa Maria, RS tem como base a utilização de compostos protéicos, principalmente a Whey Protein. De maneira geral essa estratégia dietética é mais comum dentre os homens. O motivo pelo qual os indivíduos buscam a suplementação alimentar, em sua maioria, é a hipertrofia muscular. Esta mesma razão faz com que os indivíduos realizem mais atividades anaeróbias (musculação), em detrimento do treinamento aeróbio.
Grande parte dos indivíduos relatou usar suplementação apesar de não
considerar sua dieta totalmente adequada aos objetivos, mesmo assim a maioria
afirma ter obtido resultados através do uso dos produtos. A falta de
orientação profissional capacitada também chamou a atenção, visto que tal
basicamente era oriunda de Educadores Físicos e amigos e/ou parentes.
Já o local de compra dos produtos que compuseram a suplementação dos
indivíduos foram em maior número as lojas físicas. Por fim parece
interessante que seja feito outros estudos para determinar mais algumas
características da suplementação alimentar em Santa Maria, RS.
Referencial teórico
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THOMPSON, J.L. Energy balance in young athletes. Int J Sport Nutr, 1998.
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