O uso de esteróides androgênicos anabolizantes por praticantes de treinamento resistido entre 15 á 30 anos de idade em uma academia de Conceição do Araguaia, PA El uso de esteroides anabólicos por parte de practicantes de entrenamiento resistido de 15 a 30 años de edad en un gimnasio de Conceiçao do Araguaia, PA |
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*Professora Especialista da Universidade do Estado do Pará. Conceição do Araguaia, PA **Graduando em Educação Física pela Universidade do Estado do Pará Conceição do Araguaia, PA (Brasil) |
Virvalene Costa de Melo* Douglas da Silva Couto** personalcdacouto@hotmail.comLeandro Duayne Araújo da Silva** |
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Resumo Esse trabalho foi produzido com o intuito de identificar o uso de esteróides androgênicos anabolizantes por praticantes de treinamento resistido. Utilizando o método de revisão bibliográfica e pesquisa de campo adotando o enfoque empírico analítico com uma abordagem quantitativa. O grupo de estudo foi constituído por 47 pessoas sendo 26 do sexo masculino e 21 do sexo feminino que possuem entre 15 e 30 anos de idade. O grupo respondeu questionário validado sobre o consumo de esteróides anabolizantes, tipos mais utilizados, nível educacional, faixa etária, orientação, finalidade de uso e utilização de outros recursos ergogênicos. Os dados foram analisados através de gráficos. As analises indicaram a existência do uso de anabolizantes (25%) e de suplementação (57%) sendo os mais citados dentre os anabolizantes a substancia durateston e dentre os suplementos o produto bcaa. O consumo maior de esteróides anabolizantes ocorreu em indivíduos entre 18 a 28 anos em nível médio de escolaridade. Mais de 90% dos usuários tinham como objetivo a estética corporal. Unitermos: Esteróides anabolizantes. Ergogênico. Treinamento resistido.
Abstract This work was produced with the aim of identifying the use of androgenic anabolic steroids by body resistance training. We used the method of literature review and field survey adopting the empirical analytical approach with a quantitative approach. The study group consisted of 47 people of whom 26 were males and 21 females who are between 15-30 years old. The group responded validated questionnaire on consumption of anabolic steroids; most used types, educational level, age, orientation, intended use and use of other ergogenic resources. Data were analyzed through graphs. The analysis indicated the existence of steroid use (25 %) and supplementation (57 %) being the most cited among anabolic steroids Sustanon is a substance from the BCCA supplements the product. The increased consumption of anabolic steroids occurred in individuals aged 18-28 years secondary education level. Over 90 % of users had as objective the esthetics Keywords: Anabolic steroids. Ergogenic. Resistance training.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
“Esteróides androgênicos anabolizantes são derivados sintéticos da testosterona, como seu nome os sugere tem tantas propriedades androgênicas, como anabólicas” (KINDLUNDH, 1999; ARAUJO, 2003, apud OLIVEIRA, 2005, p. 95). Não confundindo EAA (Esteróides androgênicos anabolizantes) com a testosterona propriamente dita, visto que, “A testosterona é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo nas células de Leydig presentes nos testículos.” (OLIVEIRA 2005, p.55).
Em 1889 o médico francês Brown Sequard buscou desenvolver meios científicos através de experiências realizadas com testículos de animais com o intuito de promover propriedades anabólicas e efeitos benéficos na saúde. (KNOPP, WANG; BACH, 1997; SANTOS, 2007).
“A testosterona foi sintetizada em 1935 por Ruzica e Weltstein”. (KNOPP, WANG et al. 1997, apud SOUSA, FERREIRA et al., 2012, p. 168).
Alguns estudos apontam para a utilização dos EAA em meados do século passado, como meio de aperfeiçoar resultados e alcançar metas.
Durante a segunda guerra mundial as tropas alemãs, utilizavam a testosterona com a finalidade de aumentar a agressividade dos soldados e no uso restringido ao tratamento de pacientes queimados, deprimidos, em recuperação de grandes cirurgias e para restabelecer o peso corporal durante a guerra. (HARTGENS; KUIPERS, 2004, ELLENDER, 2005, apud SOUSA, FERREIRA et al, 2012, p.168).
Deste modo a utilização dessas drogas, é uma prática antiga, que se materializou e se difundiu aos dias atuais.
Na década de 1950 surgiram os primeiros relatos do uso de EAA no esporte. (TAHTAMOUNI et al., 2008 apud, SOUSA, FERREIRA et al., 2012 p.168).
Posteriormente por maior disseminação sobre essas drogas no meio esportivo, começaram a serem divulgados alguns casos que repercutiram por todo o mundo, através dos grandes eventos.
Em 1964 os EAA foram bastante utilizados nas olimpíadas de Tóquio. Destacando que somente nas olimpíadas de Montreal em 1976 o Comitê Olímpico Internacional (COI) vetou a utilização dessas substancias. Existem alguns casos que repercutiram bastante na mídia internacional na utilização dos EAA como foi o caso dos atletas Ben Johnson, medalhista de ouro nas olimpíadas de Seul em 1988 com o uso do anabolizante stanozolol e do ciclista Tyler Hamiltom, medalhista de ouro nas olimpíadas de Atenas, em 2004. (SILVA, DAIELSKI; CZEPIELEWSKI, 2002; ALMEIDAK, 2010).
Estudar o uso dessas substâncias ao decorrer da história é importante para que possamos entender a utilização nos dias atuais, em um âmbito que envolve saúde, e performance física. Para melhor compreensão sobre os EAA, podemos definir três categorias básicas de esteróides.
Estrógenos (hormônio feminino) produzidos no ovário. Andróginos (hormônios masculino) produzidos principalmente nos testículos. O ultimo tipo de esteróide é a cortisona que é produzida por ambos os sexos e tem efeitos analgésicos e antiiflamatorio. (GUIMARÃES, 2007. P.42).
“O imaginário do corpo esbelto, livre de gordura é imediatamente associado á boa saúde e concorre para que se esqueça de outros fatores relacionados á ela”. (PALMA; ASSIS, 2005. p. 76). Muitas vezes a saúde se tornando o fator menos prioritário na utilização dos EAA, e a estética o alvo principal.
A busca por essas drogas por um número de pessoas cada vez maior, desencadeou um problema a ser analisado, visto que a utilização das mesmas possuem efeitos adversos. Desse modo o objetivo do estudo é identificar o uso de esteróides androgênicos anabolizantes, na tentativa de entender e esclarecer sobre os derivados sintéticos da testosterona, já que a educação física sendo integrante da área da saúde é responsável por iniciativas dessa natureza, a fim de promover saúde.
Metodologia
O trabalho foi desenvolvido com obtenção de informações por meio de pesquisa de campo com o enfoque empírico analítico em uma abordagem quantitativa com analise estatística.
A pesquisa foi desenvolvida em uma academia de Conceição do Araguaia por meio de questionário fechado. O questionário foi aplicado para quarenta e sete (47) pessoas entre 15 á 30 anos, vinte e seis (26) do sexo masculino e vinte e um (21) do sexo feminino que praticam treinamento resistido. O critério de escolha dos sujeitos da pesquisa partiu da disponibilidade dos participantes em participar do trabalho voluntariamente, decorrente a exposição do projeto de pesquisa aos mesmos. O questionário foi estruturado de forma clara e objetiva com 12 indagações a respeito do uso de esteróides e outros recursos ergogênicos.
Todos os sujeitos da pesquisa foram informados sobre os procedimentos do estudo em responder os questionários, foram entregues termo de consentimento livre e esclarecido, e instruções sobre os procedimentos do estudo, e do sigilo dos dados pessoais. Posteriormente essas ações todos os dados coletados foram mantidos em sigilo e sobre responsabilidade dos autores desse trabalho.
Questionário para analise do trabalho proposto: O uso de esteróides anabolizantes por praticantes de musculação entre 15 a 30 anos em uma academia de conceição do Araguaia
Resultados e discussões
Os resultados obtidos por meio da pesquisa indicaram que de quarenta e sete (47) pessoas praticantes de treinamento resistido, doze (12) usam esteróides anabolizantes, sendo onze (11) do sexo masculino e uma (01) do sexo feminino. Não fazendo uso dessas substancias trinta e cinco (35) pessoas, quinze (15) do sexo masculino e vinte (20) do sexo feminino.
Gráfico 01. Uso de esteróides androgênicos anabolizantes
Os analises dos dados da pesquisa apontam que o uso de esteróides androgênicos anabolizantes é maior nos praticantes de treinamento resistido do sexo masculino, correspondendo a 23% do total dos usuários, ficando com 2% o sexo feminino. Sendo que do total de entrevistados mais de 25% utilizam e mais de 74% não fazem o uso de EAA.
Tendo como base na literatura alguns autores compreendemos que:
“hoje essas substancias são utilizadas por não atletas para o desempenho físico dentro das academias de ginástica”. (RIBEIRO, 2001 apud, COUTO, ARAUJO 2013.).
As academias de ginástica estão sendo locais de praticas culturistas e alvo da comercialização e uso de EAA. Repercutindo principalmente no publico jovem.
No Brasil além da preocupação com os atletas com o antidoping, estão incluídos também os jovens e adolescentes no seu imediatismo em ganhar massa e músculos rapidamente, entregando-se aos anabolizantes. (ELAINE. S. SOUZA. MAURO FISBERG. 2013 apud, COUTO, ARAUJO 2013).
Usar derivados sintéticos da testosterona é uma realidade em Conceição do Araguaia-PA, abrangendo jovens entre quinze (15) á trinta (30) anos praticantes do culturismo de ambos os sexos. Sendo sua procura maior, por parte do sexo masculino.
Substâncias
Os dados indicam que do uso de EAA a durateston (47%) foi a mais utilizada. Conforme o gráfico a seguir.
Gráfico 02. substâncias utilizadas
Diante da análise da pesquisa, as substâncias propionato de testosterona, fempropionato de testosterona, isocaproato de testosterona e decanoato de testosterona que compõem a durateston, são as mais utilizadas, sendo que seu uso é predominante no sexo masculino, destacando o uso do stanozolol pelo sexo feminino. No gráfico, das doze (12) pessoas que fazem o uso de EAA, 47% utilizam a durateston (Propionato, fenilpropionato, isocaproato e decanoato de testosterona), 11% a deca (Decanoato de nandrolona), 11% o hemogenim (Oximetolona), 11% o stanozolol e 21% produtos veterinários, sendo eles o composto vitamínico ADE e o produto potenay ambos não sendo considerados esteróides, visto não são derivados da testosterona.
Durateston a mais utilizada entre os participantes da pesquisa segundo Guimarães (2007, p. 50) “É um esteróide injetável, é a combinação de quatro compostos de testosterona. A idéia de misturar diferentes ésteres é obter uma ação imediata após a aplicação e mantê-la por um longo período”.
O stanozolol o EAA utilizado pelo sexo feminino na pesquisa, é um esteróide que pode vir na versão oral e injetável em diluente aquoso. “Stanozolol (winstrol) é um esteróide pouco androgênico e moderadamente anabólico, algumas mulheres utilizam esta droga em dosagens baixas e mesmo assim parece ocasionar pequena virilização em algumas”. (GUIMARÃES 2007, p. 51).
A durateston foi a mais utilizada por sujeito do sexo masculino, 100% dos homens da pesquisa utilizam essa droga, sendo que dos onze (11) sujeitos que usam a durateston, 04 administram outras substâncias durante a utilização, fazendo o “ciclo” combinando diferentes anabolizantes e/ou produtos veterinários. As combinações de esteróides e outras substâncias são maiores entre a durateston-deca, durateston-stanozolol e durateston-ADE.
Dos pesquisados um (01) do sexo feminino afirmou fazer o uso de EAA, sendo o stanozolol também conhecido como winstrol a substancia citada por ela.
Finalidade da utilização de esteróides
Este trabalho identificou que a finalidade do uso de EAA é para fins estéticos, visando o aumento de massa muscular rápido, sendo minoria sua utilização voltada especificamente à saúde. Sendo esse o fator determinante para a compreensão do consumo dos “anabolizantes” por jovens que praticam treinamento resistido em uma academia de Conceição do Araguaia-PA. Como podemos observar no gráfico que se segue:
Gráfico 03. Finalidade do uso de EAA
Dos doze (12) indivíduos que fazem o uso de EAA, onze (11) é para fins estéticos, correspondendo a 92% do total e 01 é para tratamento médico percentualmente o equivalente a 8%. Essa busca por resultados estéticos podem ser causados por inúmeras razões como:
Insatisfação com a aparência física e baixa autoestima, pressão social, o culto pelo corpo, a falsa aparência saudável, e a perspectiva de se tornar símbolo sexual. Uma perseguição a estes itens faz com que o jovem caia em situações de risco como anorexia, bulimia e o uso indevido de esteróides anabolizantes. (RIBEIRO, 2001 apud, COUTO, ARAUJO 2013).
Dos onze (11) homens que afirmaram fazer o uso, dez (10) são para fins estéticos, um (01) para o tratamento médico, e uma (01) pessoa do sexo feminino para fins estéticos.
“Os esteróides androgênicos anabolizantes, sempre foram alvo de críticas e procurados por jovens, que buscam optimizar resultados no treinamento resistido e procuram uma boa aparência.” (SOUZA e FISBERG, 2013).
O uso de esteróides anabolizantes é uma prática que visa objetivos e resultados, e essas mudanças são almejadas rapidamente, por pessoas que querem obter transformações em seus corpos, seguindo um padrão de beleza estabelecido pela sociedade.
“A utilização de esteróides androgênicos anabolizantes é comum entre jovens praticantes de musculação, que tem por objetivo o ganho de massa muscular rápido”. (OLIVEIRA, 2005, apud COUTO e ARAUJO, 2013).
Fator principal da não utilização de EAA
O maior fator mencionando na pesquisa, em relação a não utilização de EAA, foram os efeitos colaterais provocados pelos mesmos. Das trinta e cinco (35) pessoas pesquisadas que não usam anabolizantes, todas afirmam que não fazem o uso decorrente aos efeitos colaterais que podem ser provocados.
Algumas literaturas fazem ressalvas sobre os efeitos colaterais dos esteróides androgênicos anabolizantes.
Em homens a ginecomastia, retenção hídrica, acne, alterações da libido, oligospermia e aumento da agressividade. Em mulheres podem ocorrer à amenorréia, e outras irregularidades menstruais, a possibilidade de efeitos masculinizantes como o engrossamento da voz, hirsutismo, calvície, diminuição das mamas, alargamento do clitóris. (BOMPA, 2000)
“Os efeitos colaterais dos esteróides androgênicos anabolizantes atingem o sistema cardiovascular, sistema esquelético, provocam alterações psicológicas, psiquiátricas, hepáticas e alterações no sistema reprodutor masculino e feminino.” (OLIVEIRA, 2005, p. 58).
Esses efeitos indesejáveis dos esteróides fazem com que muitas pessoas que desejam seus efeitos anabólicos, não façam o uso do mesmo, com receio de sofrer efeitos colaterais. Esse fator do estudo aponta que mesmo não existindo o uso dos anabolizantes por uma parte dos sujeitos da pesquisa, é presente o anseio por resultados semelhantes aos dos EAA, podemos afirmar isso ao perceber o receio por efeitos colaterais dos esteróides, porém com a busca de outros recursos ergogênicos que possam proporcionar a seus usuários efeitos anabólicos e com pouco ou nenhum efeito adverso ao desejado. Considerando esse problema, como principal fonte de não utilização dessas drogas comercializadas entre os jovens que almejam mudanças corporais rápida e satisfatória dentro da academia de ginástica.
Indicações do uso de EAA
Acompanhando o gráfico a seguir, observa-se que a indicação dessas substâncias (EAA) em sua maior parte é feita por amigos, que em hipótese usam ou comercializam essas substâncias.
Gráfico 04. Indicação do uso de EAA
Das doze (12) pessoas que fazem o uso dos esteróides anabolizantes seis (06) foram indicações de amigos, três (03) por indicação própria, dois (02) pelo instrutor de musculação da academia e um (01) por indicação médica. Esses números colocam em evidência que a maioria dos usuários dessas drogas, têm o primeiro contato com essas substâncias por amigos. Ressalvando a indicação e comercialização por instrutores que cursam educação física e por não formados que atuam nas academias ilegalmente.
Além da preocupação com os atletas com o antidoping, estão incluídos também os jovens e adolescentes no seu imediatismo em ganhar massa e músculos rapidamente, entregando-se aos anabolizantes muitas vezes receitados por instrutores e professores de educação física, que indicam e vendem essas drogas. (SOUZA e FISBERG, 2013).
Conhecimento sobre os EAA
O trabalho mostra que dos praticantes de treinamento resistido que utilizam esteróides anabolizantes, todos afirmaram ter conhecimento sobre seus efeitos e propriedades, sendo tanto usuários quanto não usuários de ambos os sexos. Partindo desse processo, seu uso não é inconsciente, pois os usuários têm total conhecimento e informações sobre os EAA. Conhecer essas drogas não é dizer que seu uso consciente é “legal”, mas sim utilizá-las para seus fins corretos, de modo a não trazer riscos a sua saúde, citando a mesma como foco principal da realização de exercícios físico, sendo o treinamento resistido o meio de intermédio dessa busca.
Foi identificado a partir do intuito do estudo que a parte do corpo que usuários de EAA desejam modificar são majoritariamente os membros inferiores que envolvem glúteos, quadríceps, e panturrilha.
Gráfico 05. Região do corpo a ser mudada
Os dados apontam que dos 50% que pretendem obter resultados nos membros inferiores equivalendo á seis (06) pessoas, cinco (05) são do sexo masculino e uma (01) do sexo feminino. Somente membros superiores, prevalece pelo sexo masculino (03 pessoas), da mesma forma os que pretende mudar ambas as partes.
A busca por essa mudança corporal no sentido fragmentado é apontado pela pesquisa, onde demonstra que mais da metade dos usuários de EAA pretendem alcançar um objetivo que não contempla o corpo todo. Se comparados aos sujeitos da pesquisa que não usam anabolizantes vamos observar que dos quinze (15) homens dois (02) desejam obter resultados nos membros superiores, dois (02) no corpo todo e onze (11) no abdômen e membros inferiores. Das vinte (20) mulheres da pesquisa duas (02) objetivam mudar o corpo todo e dezoito (18) membros inferiores. Proporcionalmente estão equiparados os dois grupos (sujeitos que usam EAA e que não usam) nesse sentido.
Outros recursos ergogênicos
Das quarenta e sete (47) pessoas pesquisadas, trinta e cinco (35) relataram não utilizar esteróides androgênicos anabolizantes, sendo que quinze (15) são do sexo masculino e vinte (20) do sexo feminino, porém dessas trinta e cinco (35) pessoas, vinte (20) utilizam outros recursos ergogênicos, destacando algumas substancias como mostra o gráfico a seguir.
Gráfico 06. Recursos ergogênicos não derivados da testosterona
Os dados obtidos das pessoas que fazem o uso de outros recursos ergogênicos correspondem a mais de 57%, Sendo que 55% são do sexo masculino e 45% do sexo feminino. Ressaltando que o produto mais utilizado pelos homens foi a proteína (whey protein) e o bcaa pelas mulheres.
“Apesar dos anabolizantes serem utilizados ilegalmente e em excesso por grande numero de atletas, há uma nova tendência em utilizar os suplementos nutricionais como uma alternativa legal para “ativar” os mecanismos anabólicos do organismo”. (MCARDLE, KATCH, KATCH, 1996).
Alguns praticantes de treinamento resistido que não usam EAA, mas que tem os mesmos objetivos estéticos utilizam dos suplementos a fim de alcançar esses resultados sem ter os efeitos colaterais dos esteróides. Não descartando a hipótese de efeitos adversos de recursos ergogênicos que não são derivados da testosterona, mais que possuem suas propriedades anabólicas provocando em alguns casos efeitos indesejáveis. Apesar da disseminação dos suplementos alimentares, a indicação e contra indicações desses produtos não cabe ao profissional de educação física, essa função sendo exercida somente por médicos e nutricionistas.
Escolaridade
O uso de EAA segundo escolaridade foi analisada na pesquisa, que o gráfico a seguir ilustra:
Gráfico 07. Escolaridade dos usuários de EAA
Dividindo os dados do trabalho em dois grupos (educação básica e educação superior) sendo (básica: fundamental e médio) e superior (superior incompleto e superior completo), Verifica se que dentre os sujeitos que usam esteróides anabolizantes a maioria tem acesso ao conhecimento e a fontes de informações. A pesquisa realizada dar a entender que o uso de EAA não está relacionado diretamente a falta de conhecimento ou instrução escolar. Observando grande parte do uso por pessoas de nível escolar superior, e a menor por indivíduos de nível escolar fundamental (ensino básico).
O gráfico a seguir ilustra a escolaridade dos não usuários de EAA.
Gráfico 08. Escolaridade dos não usuários de esteróides
Dos não usuários de derivados sintéticos da testosterona (EAA) a maioria possui um nível superior de instrução escolar, se equiparando aos sujeitos que utilizam essas substâncias, de forma que a falta de instrução escolar ou a presença dela não influencia ao uso e não uso dessas drogas.
Comparações de grupos
Comparando os dois grupos estudados (usuários e não usuários de EAA). Foram relacionada idade, sexo, escolaridade, parte do corpo a ser optimizada, conhecimentos sobre os EAA, a utilização de outros recursos ergogênicos, utilização de substancias derivadas da testosterona, objetivo em usar EAA fatores que levam ao não uso dessas drogas. Podendo assim traçar um perfil dos sujeitos que usam EAA e que não usam.
Dos 47 participantes, 12 utilizam as substâncias derivadas da testosterona, 11 homens que objetivam em sua maioria fins estéticos, consumindo os produtos comercialmente vendidos com os nomes: durateston, hemogenim, deca, stanozolol, ADE e potenay. Com escolaridade media superior, que conhecem os EAA e seus efeitos, e que tiveram a indicação por amigos em sua maior parte. 01 mulher afirmou utilizar essas drogas, para fins estéticos, consumindo o produto stanozolol, com escolaridade superior e tem conhecimento sobre os esteróides e seus efeitos, que se auto indicou.
Tabela 01. Uso de EAA
Não usam EAA: 35 pessoas. (15) mas. (20) fem. |
Usam EAA: 12 pessoas. (11) mas. (01) fem. |
Motivo que não faz uso: efeitos colaterais. (35) pessoas. |
Motivo do uso: (11) estética. (01) saúde |
Utilização de outro recurso ergogênico: (20) sim (15) não Proteínas (whey protein): (08) Aminoácidos (bcaa): (09) Pró-hormonais: (02) Emagrecedores: (02) Dilatadores: (01) Creatina: (04) Energéticos: (02) |
Utilização de EAA e/ou produtos vet.: Durateston: (09) A.D. E: (04) Estanozolol: (02). (01) mas. (01) fem. Hemogenim: (02) Deca: (02)
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Escolaridade: F. (02). M.I. (05). M.C. (11). S.I. (09). S.C. (08) |
Escolaridade: F. (02). M.I. (01) M.C. (04). S.I. (5) |
Parte do corpo que deseja mudar: Membros inf. (25). Membros sup. (04). Abdômen (06). Corpo todo (05). |
Parte do corpo que deseja mudar: Membros inf. (06). Membros sup. (06).
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Conhecimento sobre EAA: sim (35) |
Conhecimento sobre EAA: sim (12) |
Indicação: amigos (06). Conta própria: (05). Medico (01). |
Considerações finais
O uso de esteróides androgênicos anabolizantes é existente em uma academia de Conceição do Araguaia, e esse uso é predominante pelo sexo masculino entre 15 á30 anos, que buscam a estética e a optimização de resultados sendo as substancias mais utilizadas a durateston, deca, hemogenim, Stanozolol e o composto vitamínico ADE, e a substancia potenay não sendo EAA, ambas de uso veterinário. Das mulheres pesquisadas, 01 usa EAA tendo vinte e três (23) anos de idade, que almeja fins estético sendo o produto Stanozolol o único citado por ela.
O consumo dessas drogas por praticantes do culturismo deve ser mais estudado e precisa estar na percepção do educador físico que atua principalmente em academia de ginástica.
Para entender e analisar o consumo de esteróides é necessários estudos precisos e constantemente ter a prática de orientar os clientes/praticantes de treinamento resistido. Essa atitude devendo partir prioritariamente do profissional de educação física.
Pelos estudos realizados em obras que fundamentaram essa pesquisa verifica-se que o uso de EAA é uma prática que já perdura por alguns anos e estar sendo disseminada no público jovem dentro das salas de musculação. O crescimento da pratica de treinamento resistido atraiu várias pessoas que vendem esses produtos, e visam lucros, visto que a academia de ginástica exige taxas de mensalidade para sua utilização, dando a entender que seus praticantes possuem alto poder aquisitivo, o que torna dos mesmos um alvo para pessoas que vendem ilegalmente essas substâncias.
A prescrição dessas drogas é de responsabilidade única da medicina, não podendo o educador físico, indicar, vender e prescrever receitas dessa natureza, todavia cabe ao profissional de Educação Física promover discussões sobre o assunto, como forma de esclarecer, orientar, e fornecer informações que proporcione a compreensão sobre os derivados sintéticos da testosterona, suas funções e efeitos.
Referências
BOMPA, GLAPHERY, N.A. Performance-enhancing drugs. Orthopaedic Clinics of Tudor. O Treinamento de força levado a sério. Manole, 2004. North América, 1995.
COUTO, D. ARAUJO, L. A utilização de esteróides androgênicos anabolizantes: A otimização de resultados, estética ou saúde? EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 18 - Nº 180 - Maio de 2013. http://www.efdeportes.com/efd180/a-utilizacao-de-esteroides-anabolizantes.htm
ELAINE S. SOUZA, MAURO FISBERG. O uso de esteróides anabolizantes na adolescência. Disponível em: http:b//www.mundoanabolico.net/ http://www.mundoanabolico.net/arquivo-20/ester%F3ides-anabolizantes-na-adolesc%EAncia-7295/.2005. Acesso em 01set.2013
FERREIRA, SOUSA. Analise sobre o conhecimento de esteróides anabolizantes por professores de educação física que atuam em academias de Belém-PA. Coleção pós-graduação. Editora Conhecimento e Ciência. 2012.
GUIMARÃES, W. M. N. Musculação: Anabolismo Total. 7 ed. Phorte Editora. 2007.
KNOPP, W. D; WANG, T. W; BACH, B. R. Ergogenic drugs in in sport. Clinics in sports medicine, v. 16, n. 3, p 375-392, 1997.
MCARDLE, W. D., KATCH, F. I., KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 4. ed., Rio de Janeiro-RJ, Guanabara Koogan S.A., 1996.
OLIVEIRA, Ricardo Jacó de. Saúde e atividade física: algumas abordagens sobre atividade física relacionada á saúde. Rio de Janeiro- RJ, Shape, 2005.
PALMA, ASSIS. Uso de esteróides anabólico-androgênicos e aceleradores metabólicos entre professores de educação física que atuam em acadêmicas de ginástica. Ver. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 27, n. 1, p. 75-92, set. 2005.
SANTOS, A. M. O mundo anabólico: analise do uso de esteróides anabólicos nos esportes. 2 ed. Rev. E ampl. Barueri, SP: Manole, 2007.
SILVA, P. R. P. da; DANIELSKI, R; CZEPIELEWSKI, M. A. Esteróides anabolizantes no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 8, n. 6, 2002.
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