Efeito do tempo de intervalo sobre o efeito hipotensor pós-exercício de uma sessão de treinamento com pesos regulada pelo afeto em idosos Efecto del tiempo de intervalo sobre el efecto hipotensor post ejercicio de una sesión de entrenamiento con pesos regulada por el afecto en personas mayores Effect of rest interval between sets of a session of weight training with affect-regulated intensity on post-exercise blood pressure in the elderly |
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*Universidade Potiguar (UnP), Natal/RN **Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró/RN (Brasil) |
Victor Hugo de Oliveira Segundo* Thiago Renee Felipe* ** Maria Irany Knackfuss** |
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Resumo O objetivo deste estudo foi verificar o efeito de dois diferentes intervalos de recuperação entre as séries de uma sessão de treinamento com pesos (TP) com intensidade regulada pelo afeto sobre a pressão arterial pós-exercício em idosos. A autosseleção da carga através do prazer tem o intuito de diminuir a desistência em programas de exercício físico, uma vez que um dos maiores motivos de tal abandono é a alta intensidade imposta pelos profissionais e, sabendo que para indivíduos hipertensos o exercício é indispensável, seria uma ótima estratégia para mantê-los pelo maior tempo possível engajados em programas de atividade física. Portanto, participaram dos testes 14 indivíduos idosos (69,0 ± 6,3 anos) de ambos os sexos com pelo menos quatro meses de experiência no TP. Foram realizadas duas sessões de familiarização com os aparelhos: supino reto, cadeira extensora, puxador frontal e cadeira flexora, assim como uma ancoragem prática com a escala de valência afetiva. Posteriormente, em ordem contrabalanceada, foram realizadas duas sessões de treino, sendo uma situação utilizando um intervalo curto (IC) de um minuto e outra utilizando um intervalo longo (IL) de cinco minutos, com carga autosselecionada regulada pelo afeto onde se mantivesse no valor +3 (BOM) da escala. Foi observada a pressão arterial pré-exercício e pós-exercício nos tempos 05, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos através de método auscultatório. A análise estatística ocorreu de forma descritiva (média e desvio padrão) e inferencial, a partir do teste T de Student, adotando um nível de significância p < 0,05. Observou-se redução da pressão arterial sistólica nos dois protocolos, porém no protocolo IC essa redução só foi observada nos momentos 15, 20 e 25 min, já no protocolo IL a redução ocorreu em todos os momentos, porém com pouca magnitude. A pressão arterial diastólica também mostrou leve redução após os dois protocolos. Conclui-se então que independente do intervalo, o treinamento com pesos pode gerar hipotensão pós-exercício (HPE), no entanto, a atividade com intensidade sendo selecionada pelo praticante de uma forma em que ele sinta prazer e conforto, tem muito mais chances de ser repetida, contribuindo com uma maior aderência em programas de exercício físico. Unitermos: Treinamento com pesos. Efeito hipotensor. Afeto.
Abstract The aim of this study was to investigate the effect of two different rest intervals (RI) between sets of a session of weight training with self-selected intensity on post-exercise blood pressure. The self-selection of the load through pleasure aims to decrease the dropout in physical exercise programs once one of the major reasons for such abandonment is the high intensity imposed by professionals and knowing that for hypertensive patients exercise is essential, it would be a great strategy to keep them as long as possible engaged in physical activity programs. 14 elderly (69 ± 6.26 years) of both sexes with at least four months of experience in WT participated in the tests. There were two familiarization sessions with the exercises bench press (BP), leg extension (LE), front handle (FH) and leg curl (LC), as well as a practice anchorage with the affective scale. Subsequently in counterbalanced order, two training sessions were conducted, a condition using a short interval (CI) of one minute and another using a long interval (IL) of five minutes with self-selected load regulated by affect which remained in value +3 (GOOD) of the scale. Blood pressure was observed pre-exercise and post-exercise in the times of 05 (T5), 10 (T10), 15 (T15), 20 (T20), 25 (T25) and 30 (T30) minutes through auscultatory method. The statistical analysis occurred in a descriptive way (mean and standard deviation) and inferential, from the Student t test, adopting a significance level of p <0.05. We observed reduction in SBP in both protocols, but this reduction in the SI protocol was observed at T15, T20 and T25, while in LI protocol the reduction occurred at all times, but the magnitude was not so significant. The DBP also showed a slight decrease after the two protocols. It was concluded that independent of the intensity, weight training can lead to post-exercise hypotension (PEH), however, the intensity being selected by the practitioner in a way that he feels pleasure and comfort, has much more chances to be repeated, contributing over adherence to exercise programs. Keywords: Weight training. Hypotensive effect. Affect.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A hipertensão arterial sistêmica, uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA), é um dos principais fatores de risco para a doença cardiovascular, sendo o sedentarismo um dos grandes fatores contribuintes para seu desenvolvimento, assim também como o aumento da idade, como mostram os números do ministério da saúde onde pelo menos 30% da população brasileira é hipertensa e mais da metade são pessoas idosas (SBH, 2010; FORJAZ, 2010; FERREIRA FILHO, et al. 2007).
A prática regular de exercício físico é tida como uma parte do tratamento não medicamentoso desse problema, que requer mudanças no estilo de vida. O exercício aeróbico realizado de forma regular em intensidade leve a moderada mostra bons resultados sobre o efeito hipotensor (CUNHA, 2006), porém os resultados dos estudos sobre o efeito hipotensor no treinamento com pesos (TP) ainda são controversos (QUEIROZ, 2010; MAIOR, 2007; FORJAZ, 2003).
No treinamento com pesos, várias variáveis podem ser controladas e uma delas é o intervalo de recuperação entre as séries, tido como uma das principais variáveis desse tipo de treinamento, já que é no descanso onde ocorre a remoção dos metabólitos da contração muscular, diminuindo assim a fadiga, podendo influenciar nas respostas cardiovasculares (VELOSO, 2009; RATAMESS, 2007).
De uma forma geral, os achados sobre o efeito hipotensor no treinamento com pesos mostram redução, manutenção ou ainda aumento na pressão arterial sistólica de repouso e também manutenção ou redução na pressão arterial diastólica de repouso (FORJAZ, 2003), evidenciando assim a falta de estudos suficientes para se chegar a um protocolo ideal de prescrição, considerando essa população (POLITO, 2009; VELOSO, 2009). Porém o ganho de força promovido por esse treinamento pode claramente influenciar nas atividades diárias dessas pessoas, diminuindo sua sensação de esforço e também evitando o grande aumento da pressão arterial durante a sua execução.
Assim, buscando contribuir com os conhecimentos científicos sobre o efeito hipotensor no treinamento com pesos, levando em consideração o tempo de descanso entre as séries, viu-se necessário analisar o efeito hemodinâmico de dois diferentes intervalos de recuperação no treinamento com pesos, porém dessa vez com uma nova abordagem, relacionando a intensidade dos exercícios com a escala de afeto proposta por Hardy e Rejeski (1989), tentando não só observar as respostas cardiovasculares, mas também, proporcionar prazer à prática de exercícios. Dessa forma, estima-se que resultados positivos possam contribuir com uma maior adesão a prática regular de exercício físico por hipertensos, uma vez que uma intensidade em que sintam prazer e conforto e sendo proposta por eles mesmos possa gerar hipotensão pós-exercício. Esse aspecto motivacional vem ao encontro dos conceitos da teoria da autodeterminação e da teoria hedônica, que de forma resumida mostram que a escolha do exercício por parte do praticante, nesse caso da intensidade, podem gerar um prazer e assim essa atividade tem muito mais chances de ser repetida, podendo contribuir com uma maior aderência a prática (ELSANGEDY, 2010). Apesar dos resultados desse estudo, novas pesquisas com outros protocolos devem ser realizadas para se entender mais essa relação entre treinamento com pesos, efeito hipotensor e afetividade.
Métodos
Participantes
O presente estudo foi composto por 14 indivíduos idosos, de ambos os sexos e suas devidas características físicas estão expostas na tabela 1.
Tabela 1. Características físicas dos sujeitos
Todos os sujeitos receberam individualmente esclarecimentos a respeito dos objetivos, procedimentos utilizados, possíveis benefícios e riscos atrelados à execução do presente estudo, e posteriormente condicionaram a sua participação de modo voluntário, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O protocolo de pesquisa do presente estudo foi fundamentado em conformidade com as diretrizes propostas na Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, sobre as pesquisas envolvendo seres humanos (CNS, 1996).
Critérios de inclusão
Os seguintes critérios de inclusão foram estabelecidos: (a) condição de fisicamente ativo, definida como a participação em exercício físico resistido regular por pelo menos 30 minutos em três ou mais dias da semana nos últimos quatro meses; (b) autorrelato de nenhuma contra indicação ao exercício físico de alta intensidade, baseado em exames médicos realizados dentro dos 12 meses antecedentes ao início das avaliações; (c) autorrelato de nenhum histórico de distúrbios cardiovascular, respiratório, músculo esquelético e/ou metabólico; (d) presença de respostas negativas em um dos itens do Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q).
Delineamento experimental
Os participantes foram submetidos a cinco sessões laboratoriais, marcadas em dias distintos de acordo com a disponibilidade temporal do avaliado, porém sendo realizadas com um intervalo mínimo de 48 horas e máximo de 96 horas entre si. Buscando evitar quaisquer variações circadianas intra individuais, todas as avaliações foram realizadas em um mesmo horário (entre 07h 00min e 12h 00min).
Os participantes foram instruídos a não realizar atividade física vigorosa nas 24 horas anteriores aos testes, bem como não ingerirem alimentos contendo alto teor energético e/ou bebidas cafeinadas por um período anterior a três horas de seu início. Além disso, os avaliados também foram instruídos a comparecer às sessões experimentais trajando roupas confortáveis e adequadas para a prática de exercício físico (camiseta, calção/shorts, meia e tênis). Na primeira visita foi respondida uma anamnese, também foi realizada uma ancoragem cognitiva sobre a escala de valência afetiva e coletados os parâmetros antropométricos. Na segunda visita foi realizada uma familiarização com os exercícios, assim também como uma ancoragem prática com as escalas. Posteriormente na terceira sessão os sujeitos realizaram um teste de uma repetição máxima (1RM) nos exercícios Supino Reto, Puxador Frontal, Cadeira Extensora e Flexora Sentada, e na quarta e quinta sessão foram aplicados os protocolos de treinamento com as devidas características.
Parâmetros afetivos
O afeto, descritor de respostas negativas (desprazer) e positivas (prazer), foi determinado através da escala de sensação de Hardy e Rejeski (5). Tal instrumento é composto basicamente de uma escala de 11 pontos, com itens únicos, bipolar, variando entre +5 (muito bom) e -5 (muito ruim).
Teste de Repetição Máxima
O teste de uma repetição máxima (1RM) foi realizado para posteriormente identificar o percentual de carga escolhido pelos avaliados. Os voluntários foram submetidos a um aquecimento específico antes do teste, realizando uma série de 12 repetições com carga de 40-60% de acordo com a experiência individual. Ao término do aquecimento, foi iniciado o teste para descobrir a carga de 1RM nos exercícios pré-estabelecidos. Todos tiveram até três tentativas para descobrir a carga de 1RM e o intervalo entre cada tentativa foi de cinco minutos.
Medidas de PA
As aferições de PA seguiram os procedimentos de medidas de consultório descritos na VI Diretriz Brasileira de Hipertensão. Foram realizadas três medidas com um minuto de intervalo entre elas, considerando a média das duas últimas medidas como a PA real. Na medida pré-exercício, os sujeitos permaneceram sentados em repouso durante 10 (dez) minutos, antes da aferição das medidas. Após o exercício, permaneceram em repouso durante 30 minutos, e foram aferidas as medidas de PA nos minutos 5 (T5), 10 (T10), 15 (T15), 20 (T20), 25 (T25) e 30 (T30) após cada sessão de treino. Todas as medidas de PA foram aferidas através de um esfigmomanômetro aneróide (marca Premium) e de estetoscópio Rappaport (marca Premium).
Análise estatística
A análise estatística dos valores de PA pré e pós-exercício com diferentes intervalos de recuperação entre as séries ocorreu de forma descritiva (média e desvio padrão) e inferencial, a partir do teste T de Student, adotando um nível de significância p < 0,05.
Resultados
Os resultados da comparação dos valores da PAS e PAD pré e pós-sessão de treinamento com pesos regulado pelo afeto (+3), com intervalo curto (1 min) e intervalo longo (5 min), respectivamente, podem ser observados nas figuras 1 e 2.
Figura 1. Resposta da pressão arterial pós-sessão de treinamento com pesos com intervalo curto de um minuto entre as séries
Figura 2. Resposta da pressão arterial pós-sessão de treinamento com pesos com intervalo largo de 5 minutos entre as séries
A monitoração da pressão arterial durante 30 minutos após a sessão de treinamento mostrou redução da PAS e PAD em todos os momentos na sessão com intervalo longo. Já na sessão com intervalo curto, a PAS só mostrou redução em relação aos níveis pré-exercício nos momentos T15, T20 e T25. Já a PAD mostrou redução nos momentos T5, T15, T20 E T25 na sessão com intervalo curto.
Os valores médios dos testes de 1RM e o percentual de carga utilizada nas sessões estão expostos na tabela 2.
Tabela 2
Discussão
Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram que independente da intensidade, uma única sessão de treinamento com pesos (TP) é capaz de reduzir a PA em comparação aos níveis de repouso, e na sessão com IL (menor intensidade) essa diminuição foi mais perceptível, porém a magnitude dessa diminuição não foi significativa. A afetividade não foi comparada a outros estudos devido a não existência de publicações envolvendo o treinamento com pesos, se concentrando apenas no exercício aeróbico (PARFITT, 2012; PARFITT et al. 2011; ELSANGEDY et al. 2010; ROSE, 2008).
Portanto, os resultados desse estudo corroboram com os achados por POLITO (2003), que não encontrou diferença significativa dos valores de PAS e PAD após sessões de TP com mesmo volume e diferentes intensidades, 6RM e 50% da carga de 6RM com 12 repetições, porém a hipotensão pós-exercício (HPE) ocorreu principalmente na PAS e sua redução parece não sofrer influência da intensidade, assim como no presente estudo.
Em outros estudos (SIMÃO et al. 2005; MACDONALD, 2002; POLITO, SIMÃO, et al. 2003; FISHER et al. 2001; KELLEY & KELLEY, 2000), foi observada HPE após sessões de TP, mas os autores concluíram que tal fato ocorre independente da intensidade de esforço.
Já SAEED (2009), também num estudo com sessões de mesmo volume e diferentes intensidades de TP (carga menor, dobro de repetições) 42,5% e 85% de 1RM, encontrou HPE principalmente na PAS na sessão de maior intensidade durante 60 minutos após a sessão, já a PAD se mostrou menor durante os primeiros 30 minutos.
Em estudos que verificaram o comportamento da pressão arterial após sessões de TP com diferentes tempos de intervalos entre as séries, VELOSO et al. (2010), verificou que apesar de ocorrer HPE, não houve diferença significativa em sessões com mesmo volume e intervalos de 1, 2 e 3 minutos entre as séries, corroborando com os resultados do presente estudo. POLITO (2004), analisou as respostas pressóricas de sessões de extensão de joelhos (4x8) com dois diferentes intervalos (1 e 2 minutos) e não verificou HPE, porém ele analisou a PA entre cada série e verificou um aumento nas três últimas séries da sessão com 1 minuto de intervalo, comprovando a importância do intervalo de descanso entre as séries na montagem de um programa de treinamento com pesos. Em outro estudo, LEE e KEITH (2008), analisaram o efeito de três diferentes intervalos (30 segundos, 2 minutos e 5 minutos) e não houve diferença significativa na PA pós-esforço, e também não foi verificado efeito cumulativo sobre a PA, indo contra o estudo anterior.
Os estudos supracitados utilizaram como amostra sujeitos adultos jovens, o que pode ter respostas hemodinâmicas diferentes quando comparado a sujeitos idosos que foi a característica da amostra do presente estudo. Assim sendo, numa meta-análise realizada por Queiroz et al. (2010), que reuniu estudos com idosos que realizaram sessões de TP foi concluído que, embora escassos e controversos, o TP pode gerar efeito hipotensor em indivíduos idosos de forma crônica, entretanto esse efeito ocorre principalmente em idosos normotensos e com o treinamento de baixa intensidade.
Vale ressaltar que em nenhum desses estudos houve aumento da PA após as sessões e que os resultados com indivíduos hipertensos precisam ser mais elucidados.
Os mecanismos fisiológicos responsáveis por causar essa diminuição ou manutenção da PA após o esforço físico ainda não estão bem esclarecidos. Porém uma das hipóteses estudadas é a diminuição da atividade nervosa simpática (ANS). Um estudo de Floras et al. (1989), demonstrou que hipertensos apresentaram, concomitantemente com a HPE, redução da ANS durante 1 hora após a realização de 45 minutos de exercício aeróbio moderado. Kulics et al. (1999), também verificaram diminuição da ANS em ratos geneticamente hipertensos após uma sessão de exercício aeróbico moderado. Outro mecanismo que deve ser observado é o débito cardíaco (DC). Em estudo envolvendo idosos hipertensos, por exemplo, foi descrita uma associação entre HPE e redução no DC, primeiramente pela redução no volume de ejeção e, posteriormente, por diminuição na frequência cardíaca. Por outro lado, estudos envolvendo também indivíduos hipertensos identificaram redução na PA após o esforço, porém com aumento ou sem alteração no DC. Além da ANS e do DC, outras alterações fisiológicas foram observadas para tentar explicar o fenômeno da hipotensão como a diminuição da resistência vascular periférica, liberação de óxido nítrico, fatores neuro-humorais, entre outros. Portanto fica bem claro o quanto é escasso o entendimento desse fenômeno, necessitando de uma maior intervenção científica, vista a necessidade de conhecimento das respostas cardiovasculares e de sua aplicabilidade para pessoas com características especiais, como cardiopatas e hipertensos. Além disso, futuros estudos relacionando o treinamento com pesos com a escala de afetividade, que está mostrando ser um ponto bastante relevante a ser pesquisado, podem contribuir para uma diminuição do sedentarismo e dos casos de doenças cardiovasculares, já que a intensidade regulada pelo prazer, que sustenta ideias onde a escolha de uma ação pela própria pessoa tem muito mais chances de ser repetida e tudo que é imposta a ela tem menos chances de ser realizada novamente, está mostrando gerar benefícios na saúde física e assim a aderência em programas de exercício físico sofrerão menos com a desistência precoce, uma vez que um dos grandes motivos de abandono é a alta intensidade proposta pelos profissionais de educação física.
Considerações finais
O treinamento com pesos com carga regulada pelo afeto pode gerar hipotensão pós-exercício independente do intervalo de recuperação. Porém, este deve ser levado em consideração na hora da montagem de uma prescrição. Observou-se ainda que a autosseleção da carga através do prazer pode proporcionar um estímulo fisiológico adequado para gerar modificações orgânicas benéficas a saúde, o que pode contribuir para uma menor probabilidade de abandono em programas de atividade física.
Referências
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