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Nível de satisfação de professores de Educação Física 

atuantes em escolas públicas do Vale do Taquari, RS

El nivel de satisfacción de los profesores de Educación Física que intervienen en las escuelas públicas de Vale do Taquarí, RS

 

*Docente do curso de Educação Física

**Graduandos em licenciatura em Educação Física

Univates, Centro Universitário

(Brasil)

Rodrigo Lara Rother*

rodrigorother@univates.br

Antonio Junior**

ajr@universo.univates.br

Bruno De Maman**

brunom@universo.univates.br

Carla Müller**

cmuller@universo.univates.br

Camila Cunha**

camilac@universo.univates.br

 

 

 

 

Resumo

          Nos estudos realizados na disciplina de Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental, do curso de Educação Física da Univates-RS, nos deparamos com dados apresentados por Soriano e Winterstein (1998) sobre a satisfação profissional dos professores atuantes desta área. As inquietações geradas nas discussões sobre estes dados em aula motivaram a realização do presente estudo, que tem como objetivo principal destacar o nível de satisfação dos profissionais atuantes na área da educação física escolar nos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas de diversos municípios do Vale do Taquari. Através de um estudo qualitativo, nossa metodologia contemplou uma entrevista composta por seis questões abertas aplicadas em quatro professores entrevistados em seus locais de trabalho, com duração aproximada de 50 minutos. Os resultados obtidos foram que dois dos entrevistados estão plenamente satisfeitos com sua profissão, um deles mostrou-se satisfeito, porém destacou a falta de interesse dos alunos como um fator que, de alguma forma, causa-lhe um pequeno incomodo. Três entrevistados destacaram o amor pelo que fazem como um fator importante na sua profissão e apenas um dos entrevistados mostrou-se plenamente insatisfeito no que faz no seu dia a dia, particularmente por não estar atuando no segmento da Educação Física em que pretendia quando na sua graduação (equipes esportivas) e não se vê com perfil para atuar na escola. Conscientes da pequena dimensão deste estudo, ainda assim concluímos que grande parte dos professores de educação física tem muito prazer pelo que fazem, realizando o seu trabalho de forma criativa, tornando sua escolha numa profissão capaz de oferecer qualidade de vida a si e aos seus alunos, além de multiplicar aos próprios profissionais da área o entusiasmo em seguir em frente na profissão, ensinar e aprender cada vez mais e melhor.

          Unitermos: Satisfação. Educação Física Escolar. Futuro profissional.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Dentre os diversos temas estudados acerca da Educação Física Escolar no curso de graduação em Educação Física (Licenciatura) da Univates – Centro Universitário (Lajeado-RS) está a satisfação dos professores de Educação Física, que é uma problemática muito atual. Na disciplina de Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental, tivemos a oportunidade de nos depararmos com um artigo escrito por Soriano e Winterstein (1998) intitulado Satisfação no trabalho do professor de Educação Física que trata exatamente desta discussão. Neste texto os autores fizeram um estudo comparativo entre o grau de satisfação e significação do trabalho do professor de Educação Física, com o de professores de Português e Matemática. O estudo foi feito na cidade de São Paulo envolvendo 236 professores de 1º e 2º graus, sendo 113 de Educação Física, 62 de Matemática e 61 de Português. As questões apresentadas neste texto geraram algumas inquietações que motivaram a realização de um novo estudo, adaptado a realidade da rede escolar local do Vale do Taquari, região de abrangência da Univates - Centro Universitário, responsável pela formação acadêmica dos pesquisadores e região onde futuramente ingressarão no mercado de trabalho. Esta nova perspectiva e leitura do texto original de Soriano e Winterstein (1998), bem como os novos resultados encontrados, serão apresentados a seguir.

Referencial teórico

    Segundo Coda (1990) apud Soriano e Winterstein (1998), “a manutenção de certos níveis de satisfação no trabalho podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.” O autor mostra que se você está fazendo o que gosta será mais fácil estar feliz na sua vida pessoal, melhorando sua qualidade de vida. Às vezes as pessoas esquecem-se de pensar em coisas básicas, como ser feliz, pois a única coisa que pensam é no dinheiro que vai pagar suas contas, que vai comprar seus confortos, achando que isso basta para terem uma vida boa. Esquecem-se de que é preciso muito mais para ter uma vida tranqüila. A satisfação no trabalho, ou seja, estar feliz fazendo o que escolheu para trabalhar na sua vida é uma garantia extremamente importante para a pessoa estar bem consigo mesma, e conseqüentemente fazer seu trabalho da melhor forma possível.

    Segundo Mattos (1994) apud Soriano e Winterstein (1998):

    ...a forma como o trabalho dos professores está organizado nas escolas brasileiras, confronta as suas aspirações, motivações e desejos. Isso é percebido, principalmente, quando a precariedade da situação de trabalho é acentuada por ambientes caracterizados por conformismo e desconfiança. Segundo Mattos isso colabora, para uma simplificação da tarefa pedagógica do professor, o que implicaria numa diminuição da significação atribuída ao trabalho por esses profissionais (MATTOS, 1994, p.15).

    Seguindo esta linha de pensamento, os autores Soriano e Winterstein (1998) afirmam que essa simplificação pode acarretar em improvisações que, acabam tornando o trabalho dos professores menos qualificado, apesar destes terem as qualificações profissionais necessárias para oferecer um ato pedagógico condizente com o que aprenderam e buscaram aprender para passar a seus alunos.

    Soriano e Winterstein (1998) fizeram um estudo comparativo, focando na satisfação do professor de Educação Física, o que possibilitou maior liberdade para buscarem fatores que estariam ou não afetando o seu trabalho. Isso permitiu comparar semelhanças e diferenças entre a satisfação do trabalho de professores de Educação Física, Português e Matemática e sua significação, comparando também a disciplina de cada professor e as escolas em que eles trabalhavam, sendo elas particulares ou públicas. Segundo os autores, o que os motivou para fazer este estudo foi que:

    Com relação à Educação Física, tem se tornado um fato comum nos encontros, congressos, simpósios e seminários, manifestações de descontentamento com relação à Educação Física Escolar. Em especial, quando o assunto se refere ao conteúdo, competência profissional dos professores, perspectivas técnicas (atualização e especialização) e profissionais (progressão na carreira), entre outros (SORIANO e WINTERSTEIN, 1998, p. 16).

    Em relação a isso os autores fizeram esta pesquisa na cidade de São Paulo envolvendo mais de 113 professores de Educação Física comparando-os com professores de outras matérias, para constatar esse descontentamento que vem sendo visto. Para Soriano e Winterstein (1998) essas informações seriam muito importantes para ajudar a constituir os cursos de formações de professores, também a entender melhor sua relação profissional no ambiente escolar, e poderia auxiliar para entender a relação dos professores de Educação Física com os outros docentes. A surpresa é que foi constatado que esses professores de Educação Física entrevistados, estão sim satisfeitos com o seu trabalho, até mais que os professores de Português e Matemática que também foram entrevistados, como podemos ver no resultado:

a)     foi rejeitada a primeira hipótese estatística, ou seja, houve diferença estatisticamente significante no grau de satisfação no trabalho entre os professores de educação física e de outros componentes curriculares (matemática e português)...

b)     não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre o significado atribuído ao trabalho de professores de educação física e de outros componentes curriculares (matemática e português). Embora os professores tenham assinalado a percepção de um tratamento diferenciado dentro da escola, estes não atribuíram menor significado a seu trabalho. Isso provavelmente esteve relacionado com os aspectos extracurriculares, tidos como momentos que têm a possibilidade de oferecer um desenvolvimento pessoal mais completo (SORIANO e WINTERSTEIN, 1998, p.18)

    Como vimos nos resultados obtidos, houve uma surpresa em relação aos resultados, sendo que os professores de Educação Física estão mais satisfeitos com seu trabalho que os outros professores comparados. Para comparar essas informações obtidas pelos autores na cidade de São Paulo, realizamos uma entrevista aqui na nossa região, somente com professores de Educação Física, para tentarmos fazer uma pequena ligação entre os professores e comparar os resultados obtidos através das nossas entrevistas com os resultados dos autores Soriano e Winterstein (1998).

Metodologia

    Para esta nova investigação realizada no Vale do Taquari, Utilizou-se a metodologia de investigação qualitativa, pretendendo-se analisar e refletir sobre a satisfação dos professores de Educação Física desta região.

    O presente estudo foi uma investigação que utilizou como instrumento a entrevista, composta por seis questões abertas, sendo que não houve preocupação em usar valores numéricos ou generalizações.

    Conforme Negrine apud Molina Neto e Triviños (1999, p. 61):

    A base analógica deste tipo de investigação se centra na descrição, análise e interpretação das informações recolhidas durante o processo investigatório, procurando entendê-las de forma contextualizada. Isso significa que nas pesquisas de corte qualitativo não há preocupação em generalizar os achados (NEGRINE, 1999, p.12).

    O estudo buscou responder a questões iniciais do projeto, bem como levantou outras questões ao longo de sua trajetória:

    A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 1994, p. 21).

    As escolas escolhidas foram da rede pública de quatro municípios do Vale do Taquari. Participaram do estudo quatro professores de Educação Física dos anos finais do Ensino Fundamental de escolas estaduais, compreendendo de 8 a 15 anos de experiência. Os critérios de inclusão dos participantes deste estudo foram: ser formado em educação física, atuar na educação física escolar nos anos finais do fundamental e atuar em escolas do Rio Grande do Sul, mais precisamente em regiões de abrangência da Univates. Foi apresentado aos participantes, antes da realização da pesquisa, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para que pudesse ler e assinar, estando ciente dos objetivos e procedimentos, bem como da possibilidade de, em qualquer momento da pesquisa, sentir-se livre para abandoná-la.

    Segundo Molina Neto apud Minayo (1994, p. 51):

    Em Ciências Sociais, tendo como referência a pesquisa qualitativa, o trabalho de campo se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo.

    O instrumento utilizado na coleta dos dados no campo foi a entrevista. Conforme a última autora, a entrevista vem sendo utilizada por muitos pesquisadores em seus trabalhos de campo, pois é um dos objetos de fundamental importância para a reflexão e coleta de dados sobre determinado assunto. Segundo Minayo (1994, p. 57), a entrevista “não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada”. Já para Visauta apud Molina Neto e Triviños (1999, p. 73) a entrevista “consiste em uma conversação séria entre duas ou mais pessoas”.

    Duas das entrevistas foram realizadas na hora do intervalo em uma sala disponibilizada pela escola e duraram aproximadamente 30 minutos, a terceira foi enviada por e-mail e recolhida pessoalmente, e a quarta foi realizada na casa do entrevistado e durou aproximadamente 50 minutos. Foram entrevistas semi-estruturadas, com respostas redigidas pelo entrevistador e pelo entrevistado.

    Para análise das informações foi realizada a triangulação dos dados coletados por meio das entrevistas, com o referencial teórico de diferentes pesquisadores e com as interpretações dos pesquisadores. A triangulação das informações, conforme Molina Neto e Triviños (1999, p.138), “tem por objetivo abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do foco em estudo”. Quando as respostas colhidas foram idênticas e possíveis de serem classificadas, as mesmas foram tabuladas e estão apresentadas abaixo.

Resultados e discussão

    Foram entrevistados quatro professores de educação física da rede pública de ensino com idade entre 35 e 48 anos, sendo três do sexo masculino e uma do sexo feminino. O tempo de atuação dos professores fica entre oito e dezessete anos. Três deles se graduaram pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e um pela UNIVATES – Centro Universitário.

    Em relação à satisfação com o seu trabalho, dois dos entrevistados, apresentaram resultados idênticos aos encontrados por Soriano e Winterstein (1998), dizendo estarem plenamente satisfeitos, pois fazem o que gostam e procuram sempre diversificar as suas aulas e possuem condições de espaço físico adequado e valorização do trabalho por parte de suas escolas: “A escola onde trabalho também corresponde às expectativas, valorizando o nosso trabalho, apoiando nossas ações, enfim trabalhamos em conjunto.” (Entrevista 1, 28/08/13). Os outros quatro entrevistados expressaram certa insatisfação relacionada à falta de interesse dos alunos, a falta de materiais adequados para as práticas e o modo como está sendo tratada a educação, em geral, nos dias de hoje. “...Algo que me chateia um pouco é a forma com que a educação em si é tratada hoje” (Entrevista 3, 23/08/13). Gaspari et al. (2006) também encontraram em suas investigações que as principais dificuldades estão relacionadas ás condições de trabalho, falta de infra-estrutura e material didático, baixo status da disciplina, e problemas relacionados aos alunos, sobretudo a questão de falta de limites e indisciplina.

    A busca por uma melhor qualidade de vida e satisfação no trabalho trouxe questões importantes para a reflexão. Uma das questões trazidas foi a alta carga horária e o baixo salário, que faz com que o entrevistado não consiga ter uma boa qualidade de vida: “Tento, mas não consigo, muito trabalho, pouca remuneração pela função.” (Entrevista 2, 27/08/13). A satisfação no trabalho e a qualidade de vida foi diretamente relacionada pelos entrevistados com o amor pela profissão. Manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional foi um fator destacado por eles como de grande importância para estarem plenamente satisfeitos, mas fazer o que gosta é o principal: “Dessa forma sinto-me bem, satisfeita, desenvolvendo um trabalho que gosto e com qualidade de vida também” (Entrevista 1, 28/08/13).

    As sugestões de melhorias no âmbito escolar e na educação física foram: um maior empenho por parte dos alunos nas práticas, não somente no ambiente escolar, mas também a consciência de praticar atividade física fora da escola; a falta de infra-estrutura nas escolas, impossibilitando a realização de muitas práticas; a falta de professores de educação física nos anos iniciais, fazendo que os alunos não tenham nenhum embasamento quando chegam aos anos finais e a falta de aperfeiçoamento/embasamento teórico por parte dos profissionais de educação física para a realização de suas práticas:

    “Talvez uma reforma na parte estrutural, uma ajuda do poder pública com recursos para melhoria da parte física seria ótimo... Também a falta de professores da área nas séries iniciais dificulta, pois os alunos chegam sem saber os fundamentos dos esportes, e com dificuldades em questões fundamentais (como lateralidade, tempo de bola, etc.) aos anos finais” (Entrevista 4, 27/08/13).

    Corroborando aos resultados encontrados aqui, Gaspari et al. (2006) realizou um estudo com professores que, em suas entrevistas, sugeriram que os órgãos públicos estivessem intervindo com mais dedicação em melhorar as condições da Educação Física escolar. Este estudo de Gaspari et al. (2006) já induz a uma idéia de desvalorização do professor desta área.

    Sobre a desvalorização do professor de educação física em relação aos professores de outras disciplinas como matemática e português todos entrevistados falaram sobre as conquistas dos professores de educação física no âmbito escolar. De forma geral, a desvalorização foi associada ao mau trabalho realizado por outros profissionais da área, mas segundo os entrevistados isso tem mudado e os professores de educação física têm conquistado seu espaço e o respeito dos demais professores:

    “Talvez parte disso se deva a própria postura e trabalho dos professores dessa área. Contudo essa visão vem sendo discutida e refletida e gradativamente estamos conseguindo ocupar o nosso espaço, mostrando a importância e relevância da Educação Física na vida do ser humano, mas precisamos que todos os professores e futuros professores estejam engajados nesse desafio” (Entrevista 1, 28/08/13).

    Galvão (2002) alerta que a valorização do professor de educação física também é um responsabilidade dele, e não somente da direção, dos outros professores ou da comunidade. A autora diz que ele deve ter boas práticas e portar-se bem, o que implica numa melhor imagem e auto-valorização.

    A participação dos alunos nas aulas e o confrontamento dos mesmos têm sido driblados pelos entrevistados. Nenhum relatou ter tido grandes problemas relacionados a confrontos com alunos e explicitam que de maneira geral a participação dos alunos em suas aulas é genuína, quando algum aluno não pode realizar a prática é induzido a realizar trabalhos teóricos. “Todos participam, dentro das suas condições é claro, não tem ninguém que não participa.” (Entrevista 4, 27/08/13)

    A este respeito, Bratifische (2003) relata que alguns professores costumam utilizar o critério “participação em aula” para realizar as avaliações dos alunos. Mesmo sendo contra a idéia, a autora afirma que esse tem sido um mecanismo aplicado para enfrentar problemas quando os alunos não querem participar das aulas. Rosário e Darido (2005) relatam que professores mais experientes conseguem “driblar” melhor a ao participação dos alunos em suas aulas, utilizando conteúdos diferenciados e motivadores para sua prática.

    Para finalizar a entrevista, foi solicitado aos professores entrevistados para que dessem uma nota com valor entre zero e dez para sua atuação profissional e a justificativa pela nota dada. As notas variam entre 5 e 8,5, destacando-se a justificativa pela constante busca por aperfeiçoamento. Todos estão na busca por alcançar os objetivos que os levaram a escolher a Educação Física, sendo que alguns deles já foram alcançados, mas ainda faltam outros. “O desafio é continuar com esse mesmo entusiasmo, empenho, dedicação e aperfeiçoamento constante durante toda a minha vida profissional.” (Entrevista 1, 28/08/13)

Considerações finais

    Mesmo conscientes da pequena amostra e da dimensão deste estudo, ainda assim concluímos que grande parte dos professores de educação física tem muito prazer pelo que fazem, realizando o seu trabalho de forma criativa, tornando sua escolha numa profissão capaz de oferecer qualidade de vida a si e aos seus alunos, além de multiplicar aos próprios profissionais da área o entusiasmo em seguir em frente na profissão, ensinar e aprender cada vez mais e melhor.

    Concluímos após analisarmos as entrevistas que, os professores de educação física estão em busca de um espaço maior e mais valorizado dentro das escolas. Não estão mais se acomodados, mas buscando especializações e cursos, e isso faz com que sua satisfação em dar aulas aumente. A satisfação do professor de educação física está constantemente sendo relacionada, pelos mesmos, como uma realização profissional, fazer o que gosta e o que escolheu para fazer são os principais motivos de se sentirem satisfeitos. Salário, más condições de trabalho, falta de reconhecimento e até mesmo desvalorização quanto a outros professores são fatores que ficam pequenos e acabam se tornando desafios a serem alcançados, sendo citados como problemáticas, mas não como coisas que afetam a satisfação pela escolha da profissão. O amor a profissão supera todos os percalços encontrados durante o exercício da profissão. Apenas um de nossos entrevistados estava descontente, pois em particular, o mesmo não conseguiu trabalhar com aquilo que esperava ao iniciar no curso, então expressa estar amargurado e descontente com seu trabalho. Os outros demonstraram estar satisfeitos com as condições de trabalho, com seus colegas, com suas escolas e sua escolha profissional. É claro que sempre têm coisas para melhorar, e isso foi citado por nossos entrevistados, mas utilizando uma frase que o Entrevistado 4 falou ao final da entrevista, gostaríamos de encerrar essa discussão:

    “O professor é como um carro em uma estrada. Não adianta ter um carro bom e ser um bom motorista se a estrada não estiver em boas condições, mas também não adianta ter uma estrada ótima se o motorista não souber usar o seu carro nela. Assim é o professor na escola.” (Entrevista 4)

Referências

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