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Relação intraequipe e produção de vínculos
em uma Unidade de Saúde da Família

Relación intraequipo y producción de vínculos en una Unidad de Salud de Familia

Intra team relationship and production of bonds in a Unit of Family Health

 

*Graduada em Fisioterapia

pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

**Fisioterapeuta, Especialista em Saúde pública

pela Faculdade Nobre de Feira de Santana

***Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia

(Brasil)

Adriana De Jesus França*

Flavia Alves de Andrade*

Thamires Menezes de Araújo*

Jairrose Nascimento Souza**

Márcio Costa de Souza***

mcsouza@uesb.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Este artigo teve como objetivo analisar a relação intraequipe e produção de vínculos em uma Unidade de Saúde da Família. Método: Apresenta uma abordagem qualitativa de natureza descritiva exploratória. Foram entrevistadas 12 pessoas que compõem a equipe de uma Estratégia de Saúde da Família através de uma entrevista semiestruturada. Os entrevistados foram divididos em dois grupos: grupo I composto por profissionais de nível médio e o grupo II profissionais de nível superior. Os dados foram analisados, através da Técnica de Análise de Conteúdo. Resultados : O vínculo dentro da Estratégia de Saúde da Família representa uma ferramenta indispensável, pois aproxima o usuário do serviço de saúde, garante laços de confiança e corresponsabilidade nos trabalhos dos profissionais, ampliando a eficácia das ações de saúde além de contribuir para construção de sujeitos autônomos, tanto profissionais quanto pacientes. Conclusão: Pode-se constatar que, não há construção de vínculo sem que o usuário seja reconhecido na condição de sujeito, que fala e julga e é co-responsável pela sua saúde.

          Unitermos: Vínculo. Estratégia de Saúde da Família. Serviços de assistência ao usuário. Equipe de saúde.

 

Abstract

          Objective: This study aimed to analyze the relationship intra team and production links in a Family Health Unit. Method: Displays a qualitative descriptive exploratory in nature. We interviewed 12 people who make up the team of a Family Health Strategy through a semistructured interview. Respondents were divided into two groups: group I composed of mid-level and group II professional level. Data were analyzed by content analysis technique. Results: The bond within the Family Health Strategy is an essential tool as it nears the service user's health, guarantees bonds of trust and responsibility in the work of professionals, increasing the effectiveness of health and contribute to construction of subjects autonomous, both professionals and patients. Conclusion: It can be seen that, there is no link building without the user is recognized as a subject who speaks and thinks, and is co-responsible for their health.
          Keywords: Bonding. Family Health Strategy services. User assistance. Health team.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988, foi uma medida de reestruturação do sistema de saúde vigente, tendo como princípios básicos a universalidade, equidade, integralidade, além de regionalização e rede de participação social1. A descentralização dos processos decisórios em saúde tem possibilitado uma melhor visualização dos problemas a serem enfrentados, assim como, das possibilidades e limites das intervenções. No qual a busca por um novo modelo de atenção ganha sentido prático no esforço de dar respostas a necessidades concretas2.

    Com o intuito de atingir os objetivos desse novo modelo de assistência a saúde, após vários projetos, surge em 1994 a Estratégia de Saúde da Família (ESF), implantado pelo Ministério da Saúde, reafirmando os princípios básicos do SUS, sendo adotada em nível nacional como estratégia de reorganização da atenção à saúde, partindo da mudança do modelo da atenção básica3.

    Desta forma, a ESF traz de novidade em suas diretrizes, o trabalho em uma equipe multiprofissional de agentes de saúde, composta inicialmente por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitário de saúde, tendo como foco a participação social/ controle social. Pretendem-se com isso relações mais próximas entre a comunidade e a equipe de saúde2.

    O Trabalho em equipe atua sobre os fatores que interferem no processo saúde/doença, permitindo desta forma uma ação interdisciplinar onde a possibilidade da prática de um profissional possa se reconstruir na prática do outro, ambos sendo transformados para a intervenção da realidade em que estão inseridos4. Este trabalho só será possível se houver vínculo entre os profissionais e com os usuários. Assim, poderá ter como resultado a disposição da equipe em acolher e para os usuários a de buscar apoio. Vínculo, portanto nesse sentido e definido como a troca de afeto entre pessoas. O vínculo é um dispositivo utilizado para estimular os grupos e as organizações a participarem da resolução de seus problemas. Na verdade, o que se quer é ajudar o usuário a adquirir autonomia5.

    Este estudo terá como objetivo analisar a relação intraequipe e produção de Vínculos em uma Unidade de saúde da família em um município no interior da Bahia.

Metodologia

    Trata-se de um estudo na perspectiva qualitativa de natureza descritiva exploratória, que se preocupa com a compreensão dos dados, cujo foco foram as equipes de uma Unidade de Saúde da Família em uma cidade de médio porte no interior da Bahia.

    Os dados foram colhidos através de entrevistas do tipo semiestruturadas, com três Equipes de Saúde da Família de uma Unidade de saúde do interior da Bahia, composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, agentes comunitários de saúde, dentista. Os sujeitos do estudo foram selecionados por amostragem intencional, totalizando 12 participantes, divididos em dois grupos – grupo I composto por profissionais de saúde de nível médio e Grupo II, por profissionais de saúde de nível superior.

    Como exigido, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, conforme a Resolução n. 196/96, protocolo n. 047/2011. Após aprovação no CEP, as entrevistas foram realizados com a devida assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecidos, no qual os mesmos informados sobre as propostas do estudo, objetivos, justificativas, riscos e benefícios, bem como a permissão para usar parcialmente ou integralmente e divulgar as informações gravadas, assegurando-lhes o direito ao sigilo.

    Em seguida, as entrevistas foram ouvidas e transcritas na íntegra, depois foi feita leituras exaustivas para organização dos dados, a análise foi feita através da Técnica de Análise de Conteúdo, onde foi feito o mapeamento dos dados colhidos em campo. Os dados foram organizados dividindo em categorias de acordo com os núcleos de sentido. Deste modo, formaram-se duas categorias: relação intraequipe e vínculos entre as equipes.

    A primeira categoria, intitulado relação intraequipe tem como núcleo de sentido: trabalho em equipe, dificuldades de relacionamento, trabalho isolado e ausência de responsabilidade coletiva, a categoria vínculo entre as equipes vem acompanhada dos núcleos de sentido: fragmentação, comunicação e ausência de vínculo, por fim, a última categoria que é o vínculo profissional/usuário tem como núcleo de sentido acolhimento e vínculo.

    Logo após, os dados colhidos e organizados foram articulados com o referencial teórico da pesquisa, relacionando e comparando as semelhanças com as divergências, associando a teoria com a prática.

Resultados e discussão

Relações intraequipe

    Para que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) desencadeie um processo de construção de novas práticas, considera-se imprescindível que os trabalhadores, envolvidos nessa estratégia, articulem uma nova dimensão no desenvolvimento do trabalho em equipe. Faz-se necessária a incorporação não apenas de novos conhecimentos, mas mudança na cultura e no compromisso com a gestão pública, que garanta uma prática pautada nos princípios da promoção da saúde4.

    Destarte, o processo de trabalho no ESF baseia-se na interdisciplinaridade, não mais na multidisciplinaridade ou na atividade isolada, requer uma nova abordagem, questionadora das certezas profissionais, estimulante na comunicação horizontal e permanente, entre os componentes da equipe6.

    Nós conversamos, nós debatemos, nós procuramos resolver os problemas e as questões entre a gente, e sempre que é possível a gente consegue resolver. (Ent 6 Grupo1)

    Na fala do entrevistado acima, pode-se contatar que em relação aos problemas existentes da unidade, o relato descreve sobre uma disponibilidade de resolvê-las em equipe, com conversas e debates. Este profissional busca por transpor as práticas assistenciais e construir o cuidado por meio de ações coletivas, em conjunto com os demais profissionais da ESF, com foco nas atividades de promoção e prevenção.

    O processo de trabalho da ESF é determinado, entre outras características, além do trabalho interdisciplinar, pela valorização dos diversos saberes e pelas práticas na perspectiva de abordagem integral e resolutiva, pelo acompanhamento e pela análise sistemática das atividades implementadas, almejando a readequação do processo de trabalho7.

    Nos discursos dos entrevistados foi possível observar como ocorrem os vínculos entre os profissionais da mesma equipe na ESF:

    [...] A relação que agente tem aqui com a equipe, graças a Deus é uma relação super harmoniosa e todos aqui na unidade, eu posso dizer é não só pela minha equipe, mas todas as três equipes aqui, é uma relação, é de complementação, eu acho que, [...] é lógico que cada um tem um até um limite, nenhum técnico de enfermagem ultrapassa os limites dele, cada um sabe até onde pode ir (Ent 1; grupo l).

    [...] olha só, a minha equipe o entendimento é o melhor possível, nos somos parceiros, nós conversamos sobre nossos problemas, nós procuramos resolver as coisas que acontecem, nem sempre da melhor forma possível, mas porque foge da nossa ossada [...]. (Ent 6; grupo 2).

    Todavia, complementando as falas acima, os discursos seguintes, abordam sobre as relações entre profissionais que compõem a equipe no ESF como harmoniosas, porém observa-se que existem dificuldades de relacionamentos entre alguns profissionais, sendo mais nítido entre os de níveis superior e níveis médio, no caso enfermeiro e técnico de enfermagem, apesar de trabalharem diariamente juntos, resolvendo problemas da mesma comunidade, acabam desenvolvendo seus trabalhos de forma isolada.

    [...] e o que não deveria ser assim, o que deveria ser uma equipe né, bem unida pra tá resolvendo tudo mas... (Ent 11 grupo 1).

    Olha a enfermeira e o auxiliar tem (conflitos). Alguns médicos tem, não são todos os médicos que tem, as vezes eles são muito distantes, lá na unidade já teve (Ent 2 grupo 1).

    Então, assim, graças a Deus aqui a equipe é muito unida, como toda equipe há desentendimentos, mas nada assim que atrapalhe o serviço nem venha prejudicar o serviço (Ent 1 grupo 2).

    Pode-se perceber, portanto, que apesar de alguns falarem de harmonia entre os membros na unidade de saúde estudada, há momentos de tensão evidentes entre as equipes e também entre as diversas profissões que compõe a atenção básica.

    Nos relacionamentos entre as diferentes pessoas envolvidos na construção da saúde, podem surgir conflitos, porque, em virtude de interesses pessoais, às vezes, deixamos de ouvir as necessidades do outro8. Além disso, o trabalho dos profissionais envolvidos nas ESF mantém as características de compartimentalização, sem um planejamento coletivo que adapte as atividades às necessidades da população na área de abrangência9, perdendo assim a visão de atividades em equipe.

    Do enfermeiro pra ACS tem muita comunicação, de enfermeiro pra médico tem muita comunicação, mas de enfermeiro para técnico as vezes agente sente um pouco de dificuldade, mas a gente vai levando, o que falta a gente procura saber, pergunta, liga pra secretaria. Agora a relação aqui é ótima (Ent 4, Grupo 1).

    Fica evidenciado nessas falas, embora com alguns conflitos, que a comunicação de todos os profissionais acontece apenas com mesmo profissional, o enfermeiro, este desenvolve as ações de gerência e torna-se um tipo de preceptor na equipe, sendo ele quem dialoga com os ACS, passa as informações para o médico, não existindo assim, uma relação direta entre os demais. Segundo Pedrosa10, os relacionamentos dentro da mesma equipe de saúde mostraram a ausência de responsabilidade coletiva pelos resultados do trabalho, o que acarreta descontinuidade entre as ações espe­cíficas de cada profissional. A ausência de integração gerencial de habilidades e talentos individuais em uma competência coletiva produz serviços menos eficientes e de menor efetividade.

    Podemos então afirmar que, isto ocorre porque os profissionais que atuam na atenção básica vieram de uma formação onde privilegiava a abordagem individual, curativa e centrada nos hospitais, formados no paradigma Flexneriano, Portanto, torna-se um desafio trabalhar em equipe, sendo difícil ultrapassar a esfera da consulta médica e em propor diagnósticos e intervenções em âmbito11.

    Em relação ao vínculo entre o médico e os demais profissionais, os entrevistados 2 e 11 relatam:

    Olhe bem a gente não tem essa integração com o médico, como eu te falei, porque eles atendem e vão embora, então a gente não tem, eles não participam de reuniões aqui, então as reuniões de equipe acabam sendo só entre eu e os agentes comunitários de saúde porque minha equipe não tem também auxiliar de enfermagem (ent 11, grupo 2)

    [...] às vezes eles (médicos) são muito distantes... (ent 2 grupo 1).

    As falas revelam ausência de vínculo do profissional médico com os demais profissionais, este desenvolve um trabalho de forma isolada, desconhecendo as ações promovidas pelos demais trabalhadores, desta forma a equipe da ESF deixa evidenciado uma característica multidisciplinar contrariando sua proposta de ação interdisciplinar.

    Portanto, o desafio da ESF é romper com esse paradigma calcado no corporativismo, na estrutura verticalizada de poder e na fragmentação do conhecimento. O trabalho compartilhado na ESF pode ser formador, devido ao processo de relações interpessoais, cujos profissionais podem compartilhar e construir conhecimento contínuo sobre o fazer de forma solidária e democrática11.

Vínculo entra as equipes

    A ESF que foi estudada possui três equipes de Saúde, cada uma com um médico, um enfermeiro, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), técnico em enfermagem e apenas um dentista para atender as três. Contudo, observa-se que embora trabalhem no mesmo ambiente, há uma desarticulação nas ações de cuidado em saúde e baixo grau de interação entre os profissionais das demais equipes. Os profissionais relataram que somente as coordenadoras reúnem-se duas vezes ao mês para discutirem e planejarem algumas ações que envolvam toda a comunidade.

    [...] mas os três coordenadores sempre sentam, nós três sempre sentamos, geralmente de quinze em quinze dias ou uma vez por mês nós reunimos todas as três equipes para tenta ver, para tentar mobilizar, pra solucionar algum problema que é comum a todos [...]. (ent 1; grupo 2).

    Percebe-se que os diálogos acontecem entre profissionais de uma mesma área, acarretando o distanciamento dos princípios da atenção básica, gerando dessa forma uma deficiência na comunicação da equipe. Madeira12 corrobora com o exposto quando afirma que, para haver interação todos devem participar das discussões, independente do nível de escolaridade.

    Muitas vezes o trabalho é realizado de forma parcelar, tendo cada profissional desenvolvendo atividades de maneira isolada, gerando afastamento das demais equipes, causando ausência de comprometimento e responsabilização dos agentes no resultado das suas ações13. Assim, observa-se a partir dessa fragmentação na realização das atividades a ausência de vínculo entre os profissionais, sendo relatado nas falas de alguns entrevistados:

    Então a gente tenta se integrar nas nossas equipes, nas 3 equipes, a gente tenta ser amigas...(Ent 3 grupo1).

    [...] mas em relação as outras equipes que estão no mesmo ambiente não tem nenhuma.(Ent; 5 grupo 2).

    Embora, em uma das afirmações perceba-se que há tentativa de um relacionamento amigável com as outras equipes, subentende-se que não existe integração. Sobre isso, Crevelim e Peduzzi3, afirma que esta fragmentação nos serviços de saúde constitui-se o maior desafio a ser vencido entre dos agentes de saúde, na perspectiva de criar ações onde tanto a população, quanto a equipe desfrute do trabalho em equipe, envolvendo-se em projeto de estabelecimento desse vínculo com possibilidades efetivas de uma prática na qual usuário e a população vivam no processo de construção de um projeto assistencial. Partindo desse pressuposto a equipe pode deixar-se juntar a comunidade, se reconhecendo como integrante desse ambiente, como usuário, cidadão, buscando melhores condições de vida e de convivência, havendo assim integração.

    Com isso, o diálogo torna-se um elemento fundamental para um bom desenvolvimento do trabalho em equipe, pois permite chegar a um consenso, tornando-se possível uma prática comunicativa. Esta prática instiga a escuta do outro, estabelecendo assim, um canal de comunicação4, quando há ausência desta comunicação, surgem então os conflitos, pois a equipe só consegue visualizar o trabalho de forma vertical e compartimentada, tendo um comportamento individualista.

    [...] a gente vê constantemente conflitos, lá na unidade principalmente porque são 3 áreas, que atende ali naquela unidade, então o que acontece, como são 3 áreas são 3 médicos, então se chegar um usuário da minha área de abrangência pra outro médico, tem certo médico que atende, mas o outro não quer atender porque não é da área de abrangência dele, entendeu? Isso aí eu acho muito difícil, porque o médico da minha equipe ele atende os outros pacientes, só que quando ele percebeu que outro não atende os pacientes dele aí ele já pára de atender, quer dizer que sempre o usuário sai perdendo. (Ent 2 grupo 1).

    não, inter equipe não. Interdisciplinar não tem, nenhuma pelo menos que eu participe não. (Ent 5 grupo 2).

    Essas falas demonstram a ausência de vínculo entre as três equipes da ESF estudado, com isso, os conflitos tornam-se constantes, pois cada equipe pensa apenas em seu trabalho de forma isolada, não agregando os valores da transdisciplinaridade o que possibilitaria um atendimento de qualidade ao usuário. Concorda-se com Campos14 quando ele diz que o vínculo é o resultado da disposição de acolher de uma parte e da outra parte interessada a de buscar apoio. Sendo assim, vínculo é definido por ele como a “circulação de afetos entre as pessoas”.

    Desta forma, os resultados deste estudo coadunam com os achados por Cotta15, onde foi encontrada a existência de problemas na relação interna e entre equipes de saú­de da família. Embora não seja em grandes proporções, consegue perceber que a ausência de vínculo entre as equipes tem gerado alguns conflitos nos relacionamentos.

Considerações finais

    Os resultados encontrados nesse estudo demonstram que o vínculo, enquanto dispositivo, ainda é um processo em construção, o qual precisa ser bem trabalhado dentro da equipe, pois os discursos dos profissionais que compõe a equipe revelam que estes conhecem a importância e necessidade do trabalho em equipe, porém esta não faz parte das rotinas da ESF, embora, aleguem que buscam oferecer aos usuários um atendimento integral.

    Sabemos que, este dispositivo é uma ferramenta fundamental e que seu estabelecimento proporcionará melhores resoluções de problemas da comunidade que surgem na ESF, pois permitem, trocas de informações, discussões de casos, divisão de responsabilidades, podendo chegar a um senso comum na busca de soluções.

    Portanto, é de fundamental importância que, permitam a mudança na formação acadêmica com essa visão de trabalho em equipe, permitindo-os experiências que o aproxime da realidade na comunidade, conhecendo e efetuando ações dentro da ESF, de maneira interdisciplinar, através de disciplinas, estágios e projetos acadêmicos capazes de formar vínculos e afetos para a produção do cuidado humanizado e integral.

Referências

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  3. Crevelim MA, Peduzzi M A participação da comunidade na equipe de saúde da família. Como estabelecer um projeto comum entre trabalhadores e usuários? Ciência & Saúde Coletiva, 2005; 10(2):000-000.

  4. Araujo MBS, Rocha PM. Trabalho em equipe: um desafio para a consolidação da estratégia de saúde da família. Cienc. Saude Colet., v.12, n.2, p. 455-64, 2007.

  5. Nascimento MAA, Santos SCMC, Assis MMA, Moreira RCR, Leal JAL, Gonçalves CCT,Andrade LMM, Martins Junior DF. Vínculo e responsabilização na construção da produção do cuidado no programa saúde da família in: Assis, MMA., et al. orgs. Produção do cuidado no Programa Saúde da Família: olhares em diferentes cenários. Salvador: EDUFBA, 2010; 113-126.

  6. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. A Implantação da Unidade Básica de Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde; 2000.

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  8. Cecílio LCO. É possível trabalhar o conflito como matéria-prima da gestão em saúde? Cad Saude Publica 2005; 21(2):508-516.

  9. Fertomani HP. O Desafio de construir um novo modelo assistencial em saúde: reflexões de trabalhadores do PSF de uma unidade de saúde de Maringá-PR [dissertação de Mestrado]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

  10. Pedrosa JIS, Teles JBM. Consenso e diferenças em equipes do Programa de Saúde da Família. Revista de Saúde Pública 2001;3:303-311.

  11. Leite RFB, Veloso TMG. Trabalho em equipe: representações sociais de profissionais do PSF. Psicol cienc prof. 2008;28: 374-89.

  12. Madeira KH. Praticas do trabalho interdisciplinar na saúde da família: um estudo de caso. [Dissertação]. Itajaí, Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Vale do Itajaí, 2009.

  13. Colomé ICS, Lima MADS, Davis R. Visão de enfermeiras sobre as articulações das ações de saúde entre profissionais de equipes de saúde da família. Rev Esc Enferm USP, 2008;42(2).

  14. Campos GWS. Considerações sobre a arte e a ciência da mudança: revolução das coisas e reforma das pessoas. O caso da saúde. In: Cecilio LCO, organizador. Inventando a mudança na saúde. 2ª Ed. São Paulo: Editora Hucitec; 1997; 29-87.

  15. Cotta RMM, Schott M, Azeredo CM, Ranceschini SCC, Priore SE, Dias G, Organização do trabalho e perfil dos profissionais do Programa Saúde da Família: um desafio na reestruturação da atenção básica em saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2006; 15(3): 7 – 18.

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