Medidas antropométricas: a sua importância no alerta aos riscos de saúde Las medidas antropométricas: su importancia para alertar sobre los riesgos de salud |
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Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Guilherme Lopes Josy Kamenach Silva Leandro Borges Pedro Wilson Sandro Martins Junior |
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Resumo O excesso de gordura corporal está associado a diversos problemas de saúde, tais como o aumento do risco de doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, diabetes entre outras e através das medidas antropométricas é possível verificar a incidência desses problemas. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano de visitantes da Feira da Saúde da X Semana Acadêmica da Saúde, realizada pela Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, no segundo semestre de 2011, através das variáveis antropométricas. Participaram desta pesquisa 283 sujeitos (sendo 176 mulheres e 107 homens), com faixa etária entre 16 e 82 anos (média 26,83 ± 11,54. Verificou-se que a obesidade e o risco de doenças do coração foram significantes altos e mais prevalentes no sexo feminino. Conclui-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano observada, evidencia a importância da realização das medidas antropométricas no intuito de alertar as pessoas os riscos que o excesso de gordura pode trazer para o indivíduo. Unitermos: Medidas antropométricas. Obesidade. Diabetes.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
As estatísticas apontam que a obesidade infantil vem crescendo cada vez mais no Brasil, e esse cenário se agrava principalmente pelos maus hábitos alimentares e pelo sedentarismo. Antigamente as crianças brincavam na rua ou nas pracinhas e gastavam energia naturalmente, hoje as brincadeiras são em frente do computador ou no videogame. Segundo Oliveira e Fisberg (2003), a obesidade infantil já se caracteriza como uma epidemia mundial. Esses mesmos autores ressaltam que o sobrepeso e obesidade já atingem 30% ou mais das crianças e adolescentes. O mau hábito alimentar associado com o aumento do consumo de alimentos hipercalóricos como os industrializados, também contribuem para que esse índice venha crescer.
A obesidade, com o passar do tempo, tende a repercutir de forma negativa tanto na qualidade como na expectativa de vida dos indivíduos. Koga (2005) apud Sampaio e Nogueira (2006), explica que o sobrepeso e a obesidade são estados nutricionais que indicam problemas que podem afetar o desenvolvimento e interferir nos processos de saúde de crianças e adolescentes, transformando-se em doença.
A antropometria apresenta informações valiosas para a predição e a estimação dos vários componentes corporais de sedentarismo ou atletas no crescimento, desenvolvimento e envelhecimento (FILHO, 2003). No presente estudo, as medidas antropométricas utilizadas foram: estatura, massa corporal (peso) e perímetros (circunferências). A partir delas foi possível calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Relação Cintura Quadril (RCQ). Deste modo, objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade de visitantes da Feira da Saúde da X Semana Acadêmica da Saúde, realizada pela Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, no segundo semestre de 2011, através dessas medidas antropométricas.
Desenvolvimento
A obesidade, com o passar do tempo, tende a repercutir de forma negativa tanto na qualidade como na expectativa de vida dos indivíduos. Pitanga (2008) alerta que a incidência de diabetes, aterosclerose, gota, cálculo renal e morte cardíaca súbita é bastante freqüentes em pessoas obesas.
Uma das vantagens em se utilizar as medidas antropométricas é que além delas oferecem resultados importantes aos riscos de saúde elas são fáceis de fazer e o custo é baixo. Filho (2003) explica que a antropometria é a ciência que estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessitando equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro.
A RCQ é positivamente associada com resultados metabólicos adversos, como elevada pressão sanguínea, diabetes, infarto do miocárdio (FILHO, 2003). Pitanga (2008) corrobora que a RCQ é associada aos níveis adversos de lipídios, lipoproteínas e insulina, sendo preditor de doença cardíaca coronariana.
Há muito tempo foi analisada a relação entre a estatura, espessura do tecido subcutâneo e densidade corporal e foi determinado que o melhor índice fosse aquele que tivesse menor correlação com a estatua, porque removeria a dependência do peso sobre a estatura, ao mesmo tempo, tivesse a maior correlação positiva com a gordura subcutânea e negativa com densidade corporal, para detectar o nível com que os diversos índices indicavam relativa obesidade ou excesso de gordura e como resultado, encontrou-se que a relação peso dividido pela altura ao quadrado foi o índice que apresentou menor correlação com a estatura e maior correlação com o excesso de gordura (PITANGA, 2008). A partir desses estudos determinou-se o IMC, que é utilizado para diagnosticar tanto o sobrepeso e a obesidade quanto a desnutrição.
Essas medidas antropométricas são muito importantes para o indivíduo fique alerta aos riscos de saúde que o excesso de peso pode gerar, a fim de controlar esses índices para que quando for refazer essas medidas ela possa estar observando se os resultados estão sendo alcançados ou não. É importante ressaltar que os protocolos devem ser exatamente os mesmos nos testes iniciais e nos re-testes.
Metodologia
A pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Cervo e Bervian (2002, p.66) caracteriza-se por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características.
Participaram desta pesquisa 283 sujeitos (sendo 176 mulheres e 107 homens), com faixa etária entre 16 e 82 anos (média 26,83±11,54), visitantes da Feira da Saúde da X Semana Acadêmica da Saúde, realizada pela Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia, no segundo semestre de 2011.
Foram determinados o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação da circunferência da Cintura-para-Quadril (RCQ). Para o cálculo do IMC foram coletadas as medidas antropométricas de Massa Corporal (em kg) utilizando uma balança digital da marca Bioland (capacidade até 200kg) e um antropômetro de marca Cescorf para determinação da Estatura (em metros). As medidas de circunferência da cintura e do quadril (em cm) foram realizadas com uma fita métrica flexível.
Depois de calculados o IMC e a RCQ, os dados foram comparados aos padrões de referência disponíveis na literatura pertinente.
Resultados e discussão
Tabela 1. Idade, estatura e massa corporal (média e desvio padrão)
Gráfico 1. Classificação do índice de massa corporal
Gráfico 2. Classificação do risco coronariano, com base na relação
da circunferência da Cintura-para-Quadril (RCQ)
No total foram avaliados 106 homens (37,8%) e 176 mulheres (62,2%). As prevalências totais de sobrepeso foram de 45,2% e de obesidade grau I e II foram de 7,3% . No sexo masculino, os valores encontrados foram 32,7% para o sobrepeso e nas mulheres esse valor foi de 12,5%. Já a prevalência de obesidade grau I e II foi de 2,8% nos homens e de 4,5% nas mulheres. Na comparação entre o sexo masculino e feminino, os homens tiveram prevalência significante maior de sobrepeso do que as mulheres, porém as mulheres apresentaram um grau de obesidade maior do que os homens.
Em relação aos percentuais de RCQ , observa-se que 52,3% dos homens tem um baixo risco coronariano. Já nas mulheres esse percentual é de apenas 23,3%. No sexo masculino, os valores encontrados foram de 6,5% tanto para o risco alto quanto para o risco muito alto. As mulheres tiveram 15,9% e 10,8% respectivamente. Comparando o sexo feminino com o masculino, os homens possuem um risco significante menor de doenças cardiovasculares do que as mulheres. O risco alto das mulheres é mais do que o dobro comparado com os homens e o risco muito alto também é maior nas mulheres.
Em um estudo realizado no Brasil por Souza (2011) foi avaliado o perfil antropométrico de escolares entre 10 e 13 anos. Assim como no presente trabalho, pode observar que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi mais significante no sexo feminino.
Conclusão
Observou-se que os homens tiveram prevalência significante maior de sobrepeso do que as mulheres, porém as mulheres apresentaram um grau de obesidade maior do que os homens. Assim como outros estudos, pode observar que as mulheres teve mais chances de ter uma doença cardiovascular do que os homens.
Assim, a prevalência de sobrepeso e obesidade e o risco coronariano observada, evidencia a importância da realização das medidas antropométricas no intuito de alertar as pessoas os riscos que o excesso de gordura pode trazer para o indivíduo. Esse alerta se faz necessário em decorrência do aumento da obesidade, sobretudo em crianças, que estão mais sedentárias e tem maus hábitos alimentares.
Referências
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
FILHO, José Fernandes. A Prática da Avaliação Física. Seção: Avaliação. 2ª edição, 2003.
OLIVEIRA CL.; FISBERG M. Obesidade na Infância e Adolescência – Uma Verdadeira Epidemia. Arquivo Brasileiro Endocrinologia Metabólico. V. 47, nº 2 Abril 2003, p. 107.
PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 5ª ed. São Paulo: Phorte, 2008.
SAMPAIO, MHB.; NOGUEIRA, KS. O Processo de Desenvolvimento Físico na Segunda Infância: uma análise de perfil de riscos à obesidade. 2006. 39 f. TCC (Graduação em Educação Física) – Universidade Guarulhos.
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