As diversas formas de tratamento
da diabetes mellitus: Las diversas formas de tratamiento de la diabetes mellitus: una revisión de la literatura |
|||
Universidade Federal do Ceará Instituto de Educação Física e Esportes (Brasil) |
Rafael Rodrigues Lopes |
|
|
Resumo A Diabetes Mellitus vem ganhando cada vez mais espaço no mundo cientifico. Apesar de em outros tempos representar condição fatal a seus acometidos, hoje o Diabetes possui diversas formas de tratamento, buscando além da sobrevivência, a melhora na qualidade de vida dos indivíduos diabéticos. Neste artigo iremos tratar das mais diversas formas de tratamento do Diabetes, sendo a principal delas com a utilização de insulina. Lembramos que apenas essa forma de tratamento não é recomendada, pois além disso é preciso uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas, entre outros. Unitermos: Diabetes Mellitus. Tratamento. Insulina.
Abstract Diabetes Mellitus is gaining more space in the scientific world. Although at other times represent fatal condition affected your today Diabetes has several forms of treatment, looking beyond survival, improved quality of life for diabetics. In this article we will deal with the various forms of treatment of Diabetes, the main one being with the use of insulin. Just remember that this form of treatment is not recommended as it also is necessary to a healthy diet and physical activity, among others. Keywords: Diabetes Mellitus. Treatment. Insulin.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A Diabetes Mellitus vem evoluindo bastante nos últimos, tanto como doença, como na sua forma de tratamento. O Diabetes já representou uma condição fatal para os acometidos com esta doença, mas, em 1921, com a descoberta da insulina, tornou-se possível um controle glicêmico ideal, com aumento da sobrevida e melhoria da qualidade de vida de indivíduos diabéticos. (MAIA e ARAÚJO, 2002, p. 1)
Analisando a necessidade de maiores informações à população das formas de tratamento do Diabetes, visamos aqui realizar uma revisão de literatura a respeito das formas de tratamento do Diabetes, o que está sendo feito para facilitar o controle da doença e proporcionar uma vida melhor às pessoas. É importante ressaltar a evolução das tecnologias e a busca de novas formas de tratamento para que o paciente não se sinta incomodado pelo fato de ser diabético.
Com relação à metodologia utilizada nesta revisão de literatura, utilizamos a base de dados Google Acadêmico, com a seguinte expressão de busca: “tratamento do diabetes mellitus”. A busca resultou em 51 trabalhos, restando apenas 8 artigos após a utilização dos seguintes critérios de seleção: artigo científico; línguas portuguesa, inglesa ou espanhola; artigos de revistas com Qualis A1, A2, B1 e B2; artigos do ano de 2002 a 2012.
Conceitos e características do Diabetes Mellitus
Segundo Fráguas, Soares e Bronstein (2009), o Diabetes Mellitus constitui um grupo heterogêneo de doenças que tem em comum a hiperglicemia decorrente da resistência à ação da insulina, secreção insuficiente deste hormônio, ou ambos. Os mesmo autores classificaram as principais formas do Diabetes, sendo o Diabetes Mellitus tipo 1, quando existe deficiência absoluta de insulina, e o Diabetes tipo 2, caracterizado por resistência à insulina com insuficiente elevação compensatória da secreção deste hormônio. Voltarelli et al (2009) afirmam que fatores ambientais, como obesidade e sedentarismo além de fatores genéticos, são determinantes para o início do Diabetes tipo 2. Cerca de 90% da população com Diabetes desenvolveram o segundo tipo da doença. Mulheres que desenvolvem o Diabetes na gravidez são classificadas como tendo Diabetes Gestacional. Adicionalmente, o distúrbio pode ser ligado a defeitos genéticos específicos ou ser secundário a endocrinopatias, como síndrome de Cushing e acromegalia, drogas, pancreatites e infecções.
Em estudo realizado por Voltarelli et al (2009), o Diabetes Mellitus foi definido como um grupo de desordens metabólicas caracterizado por hiperglicemia crônica resultante de defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Os autores ainda mostram a evolução da doença ao longo dos tempos. Na década de 1980, cerca de 7,6% da população brasileira era afetada com o Diabetes. Já na década de 1990, 12,1% da população da cidade de Ribeirão Preto (SP) era acometida com a doença. A previsão da Organização Mundial de Saúde é a de que, em 2025, cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sejam diabéticas.
Goldberg et al (2009) nos mostra uma definição mais completa do Diabetes tipo 1:
O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é o resultado da destruição autoimune das células-beta pancreáticas, responsáveis pela produção da insulina. Ao longo da história representou uma condição clínica fatal que, com o advento da terapia com insulina exógena, há cerca de 80 anos, se transformou em doença crônica.(GOLDBERG et al, 2009, p. 1)
Vimos que o desenvolvimento do Diabetes depende de vários fatores, mas o seu tratamento também. Não bastam apenas doses de insulina para tentar controlar a glicemia, é necessário também uma alimentação balanceada e a regular prática de atividade física. Dessa forma poderemos tratar a doença, já que não existe cura para tal. É importante a conscientização das pessoas para prevenir a doença, realizando atividades físicas e seguindo recomendações médicas e de nutricionistas, para que a doença não venha a se desenvolver no futuro.
Tratamento nutricional
O tratamento nutricional é bastante relevante para o controle do Diabetes. Até a descoberta da terapia insulínica, pela ausência de outros recursos, apenas o tratamento dietético viabilizava o controle da doença. Acreditava-se que a restrição de diversos alimentos seria a melhor forma de tratamento, pois iria prevenir a elevação glicêmica. Porém, essa conduta provocava desnutrição grave, conduzindo os acometidos com a doença á morte precoce. (LOTTENBERG, 2008, p. 2)
A terapia nutricional é imprescindível no tratamento do Diabetes, mas deve-se ressaltar que, embora com pequenas diferenças, a composição da dieta indicada para portadores da doença é semelhante à da recomendada para a população em geral. No caso de crianças e adolescentes, o total de calorias da dieta deve ser suficiente para, ao lado do tratamento insulínico, normalizar os níveis de glicose, prevenindo a hipoglicemia. Deve-se garantir também o crescimento e o desenvolvimento adequados. Pelo fato de o diabetes ser diretamente relacionado ao metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, a nutrição desempenha importante papel no seu controle. (LOTTENBERG, 2008, p. 2)
É válida a ressalva do balanceamento entre o tratamento dietético e o tratamento insulínico. Este equilíbrio proporcionará o controle glicêmico, dos lipídeos e lipoproteínas plasmáticas, além de mediar os processos inflamatórios.
Além da ingestão inadequada de alimentos, a insulinização excessiva pode contribuir para o ganho de peso, por meio do estabelecimento de um círculo vicioso, no qual o paciente toma cada vez mais insulina, ingere quantidade cada vez maior de alimentos, ganha mais peso, necessita de mais insulina e come mais, tornando-se cada vez mais obeso e mais resistente à insulina. (LOTTENBERG, 2008, p. 3)
Alguns comportamentos são válidos para aumentar a motivação e o compromisso dos diabéticos para que haja um autocontrole. Automonitorização, conhecimento nutricional, registros diários da quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos, bem como do local das refeições, designar e cumprir horários para as refeições, entre outras atitudes fazem toda a diferença para o sucesso do tratamento nutricional.
Tratamento insulínico
O tratamento insulínico é o tipo mais praticado e comprovadamente eficaz no controle do Diabetes. Alfonso e Ariza (2008) reforçam que as ações da insulina superam qualquer outro fármaco e este método tem o poder de resolver vários defeitos encontrados no Diabetes, como o déficit de insulina encontrado no Diabetes tipo 1e insuficiência relativa da secreção de insulina no Diabetes tipo 2.
Existem algumas formas de aplicação da insulina. As chamadas insulinas de ação rápida, combinadas com insulinas de ação intermediária são usada ainda hoje, preferencialmente em 3 doses diárias, como componentes essenciais da maioria dos regimes de reposição de insulina em muitas partes do mundo. A insulina de ação curta tem um pico mais lento de ação do que os novos análogos de ação rápida e necessita, para uma ação ótima, ser administrada ao menos 30 minutos antes das refeições. Sua ação é pouco conveniente e flexível, especialmente nas crianças. Por outro lado, tem uma duração mais prolongada que as outras citadas. (SCHMID, 2007, p. 2)
Alfonso e Ariza (2008) citam alguns sistemas de administração de insulina. São eles os infusores, os injetores, as bombas de infusão contínua subcutânea, as canetas de insulina e as seringas de insulina. Porém, todos estes são métodos invasivos.
O uso da caneta injetora de insulina está cada vez mais disseminado em todo o mundo, trazendo maior conforto e comodidade para os pacientes. Está associado à melhora do controle metabólico, maior aceitação da doença, menor risco de crises hipoglicêmicas, maior segurança de dose, maior facilidade de uso e melhora da qualidade de vida dessa população. (MAIA e ARAÚJO, 2002, p. 1)
O método de tratamento insulínico mostrou-se ser o mais utilizado atualmente. Sendo assim, suas formas de administração estão mais desenvolvidas e os pacientes diabéticos possuem um maior número de formas de tratamento neste sistema.
Outras formas de tratamento
A respeito de novas formas de tratamento do Diabetes, Maia e Araújo (2002) nos mostram uma nova proposta educacional para o Diabetes. Estamos falando do Projeto “Diabetes Weekend”. Este projeto já é desenvolvido em vários países, e o relato dos autores vem de uma experiência realizada no ano de 2002, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Trata-se de uma colônia de fim de semana, onde crianças e adolescentes diabéticos, acompanhados de seus pais, retiram-se para um sítio ou hotel fazenda, passando um fim de semana neste local, com várias outras pessoas que possuem a mesma doença e uma equipe multiprofissional, composta por educadores físicos, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, entre outros. A proposta do projeto é, além de elevar a auto-estima dos afetados com o Diabetes, também proporcionar o máximo de conhecimento possível, para que as pessoas convivam melhor com a doença em seu cotidiano. Os profissionais trabalharam com gincanas de conhecimento, jogos e uma série de atividades que auxiliavam na construção do entendimento da doença. No balanço final da colônia, percebeu-se um maior envolvimento de todos, mostrando uma auto-estima elevada, um conhecimento mais aprofundado da doença e de suas formas de tratamento.
Além do relatado acima, Maia e Araújo ainda afirmam que outras farmacêuticas vêm sendo constantemente estudadas, como a insulina por via inalatória, a barra de insulina e a bomba de infusão contínua. Percebe-se assim o trabalho dos profissionais envolvidos em busca da melhoria da qualidade de vida dos indivíduos diabéticos.
Conclusões
Percebemos que o tratamento insulínico é o mais utilizado atualmente em pacientes diabéticos, mas somente este método poderá não ser suficiente para controlar a doença. É necessária uma alimentação saudável, com qualidade e como horários corretos, além da prática de atividade física, essencial para o auxilio ao tratamento. Outras formas de tratamento para o Diabetes vêm sendo estudadas. Formas essas que poderão estar descritas em pesquisas futuras.
Referências bibliográficas
ALFONSO, J. E. F; ARIZA, I. D. S. Nuevas Terapias en diabetes: más allá de la insulina inyectable y de los antidiabéticos orales. Revista da Associação Médica Brasileira. 2008.
FRÁGUAS, R; SOARES, S. M. S. R; BRONSTEIN, M. D. Depressão e diabetes mellitus. Revista Psiquiatria Clínica. 2009.
GOLDBERG, F. et al. Transplante de ilhotas na prática clínica: estado atual e perspectivas. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. 2009.
LOTTENBERG, A. M. P. Características da dieta nas diferentes fases da evolução do diabetes melito tipo 1. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. 2008.
MAIA, F. F. R; ARAÚJO, L. R. Projeto “Diabetes Weekend” Proposta de educação em diabetes mellitus tipo 1. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. 2002.
MAIA, F. F. R; ARAÚJO, L. R. Uso da caneta injetora de insulina no tratamento do diabetes mellitus tipo 1. Jornal de Pediatria, volume 78. 2002.
SCHMID, H. Novas opções na terapia insulínica. Jornal de Pediatria. 2007, vol. 5.
VOLTARELLI, J. C. et al. Terapia celular no diabetes mellitus. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. 2009.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 18 · N° 190 | Buenos Aires,
Marzo de 2014 |