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Índice de flexibilidade entre mulheres idosas
praticantes de atividades físicas

Índice de flexibilidad en mujeres mayores que practican actividades físicas

 

*Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira.

** Orientador. Docente do Curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

Mestre e Doutor em Educação Física

(Brasil)

Talitta Diniz Linhares*

Ricardo Venditi*

Ademir Schmidt**

ricardo.venditi@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O processo de envelhecimento é acompanhado por uma serie de alterações fisiológicas ocorridas no organismo. Essas alterações correspondem à diminuição da mobilidade e da amplitude do movimento. A flexibilidade é um elemento importante da aptidão física e esta relacionada com a capacidade funcional e a qualidade de vida o idoso e a sua redução com o envelhecimento pode acarretar problemas de saúde relacionados à postura, dores lombares e a lesões. Dentre as atividades físicas indicadas e praticadas pelos idosos, destaca-se o trabalho de flexibilidade, que apresenta grandes benefícios para um bom desempenho motor, o que aumenta a confiança na realização dos movimentos corporais, e assim a elevação da autoestima. O estudo teve como objetivo analisar o nível de flexibilidade entre mulheres idosas praticantes de atividade física, que fazem parte do grupo Vida Plena do SESC de Goiânia. Foram selecionadas 20 voluntarias que praticam atividades físicas por mais de três meses, que apresentaram media de idade igual a 65,5 ± 5,05. Como indicador dos níveis de flexibilidade, foi utilizado o teste de sentar e alcançar de acordo com o protocolo da ACSM (2006). Os dados foram analisados através da estatística descritiva (media e desvio padrão). Os resultados obtidos tiveram media de 24,45 ± 7,06, onde 70% das avaliadas apresentam o nível bem acima da media. A partir destes resultados, conclui-se que é possível dizer o quanto a atividade física contribui para o desenvolvimento e a manutenção da flexibilidade.

          Unitermos: Envelhecimento. Flexibilidade. Atividade física.

 

Trabalho de Conclusão de Curso de Educação Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O envelhecimento é processo natural da vida, não é simplesmente o “passar do tempo”, mas a manifestação apresentada dos processos biológicos que ocorrem ao longo da vida. O processo de envelhecimento sempre foi um motivo de preocupação do homem, devido às diversas modificações fisiológicas, como também, funcionais, morfológicas e psicológicas que ocorrem no organismo de um individuo.

    Dentre essas alterações fisiológicas que ocorrem com a velhice, a diminuição da flexibilidade, que leva a uma menor capacidade de elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos, deve ser considerada relevante para a execução de movimentos simples ou complexos, para a manutenção da saúde e para a preservação da qualidade de vida.

    A flexibilidade pode ser definida como a amplitude máxima de movimento em uma articulação, portanto, um dos mais importantes componentes da aptidão física relacionada a saúde. Os bons níveis de flexibilidade são importantes principalmente para a melhora da postura e da estabilidade articular na realização de atividades diárias (GASSI, 2009).

    Segundo Leite (2000) a redução dos níveis de flexibilidade, de elasticidade muscular e de mineralização óssea, com o envelhecimento podem desencadear problemas de saúde principalmente relacionados à postura, dores lombares e as lesões articulares, e ainda uma maior incidência de artrose, osteoporose e fraturas, reduzindo assim, a aptidão motora dos idosos.

    A flexibilidade apresenta relação com a idade e com a atividade física. Conforme a pessoa envelhece, a flexibilidade diminui, embora isso ocorra mais devido a inatividade do que o processo de envelhecimento em si.

    Com as limitações físicas no decorrer da idade, ocorrem também mudanças psicológicas como a perda da autonomia, da autoestima e da independência, devido a dificuldade do individuo de desempenhar certas funções, fazendo com que a atividade física diária seja deixada de lado, e assim, provocando a redução dos níveis de amplitude articular.

    O homem é um ser em movimento e a atividade física exerce um papel importante em relação aos idosos nos aspectos da saúde, sociabilidade e vitalidade. Portanto, a atividade física é provavelmente o melhor investimento na saúde no processo de envelhecimento, mas que requer cuidados básicos e específicos.

    Dentre as atividades físicas indicadas e praticadas pelos idosos, destaca-se o trabalho de flexibilidade, que apresenta grandes benefícios para um bom desempenho motor, o que aumenta a confiança na realização dos movimentos corporais e proporciona uma elevação da autoestima (DANTAS, 1999).

    Assim este estudo teve como objetivo analisar o nível de flexibilidade entre as mulheres idosas praticantes de atividades físicas.

2.     Revisão da literatura

2.1.     Envelhecimento

    O envelhecimento é um processo continuo durante o qual ocorre o declínio progressivo de todos os processos fisiológicos (NOBREGA, FREITAS, OLIVEIRA et al., 1999).

    Segundo Silva (2006) o envelhecimento é um processo que apresenta considerável variação individual, e é influenciado tanto pelo estilo de vida quanto por fatores genéticos.

    O processo de envelhecimento imprime alterações naturais em todo organismo, como nos aspectos biológicos e funcionais, como também, nos aspectos psicológicos. As alterações biológicas se explicam por um declínio harmônico de todo o conjunto orgânico, tornando-se mais acelerado a partir dos 70 anos de idade, e as alterações psicológicas ocorrem, pois as circunstancias do dia a dia se modificam, surgindo novos papeis e novos problemas a enfrentar (MAZO, LOPES, BENEDETTI, 2004).

    O envelhecimento biológico se caracteriza pelo declínio e das perdas morfofuncionais do homem e, o envelhecimento psicológico, tem foco de atenção não nas perdas, mas nas mudanças de podem ser descritas em termos de ganhos e perdas. Essa fase da vida é, sem duvida, um processo biológico cujas alterações determinam mudanças estruturais no corpo e, em decorrência, modificam suas funções (OKUMA, 2002).

    Nóbrega, Freitas e Oliveira et al. (2001) comentam que dentre as alterações que influenciam a qualidade de vida dos idosos, é do sistema neuromuscular, onde aos 60 nos de idade é observada uma redução da força máxima muscular e também a redução da massa óssea, sendo freqüente nas mulheres, caracterizando a osteoporose, que pode predispor a ocorrência de fraturas.

    O osso, com o envelhecimento perde massa óssea, com isso ele vai ficando cada vez menos capaz de suportar carga, ou seja, mais exposto a fraturas (SILVA, 2006).

    A perda da massa muscular e conseqüentemente da força muscular é a principal responsável pela deterioração da mobilidade e capacidade funcional do individuo que esta envelhecendo (MATSUDO, 2001).

    Com o envelhecer ocorre uma diminuição substancial da massa magra ou massa livre de gordura de 10 a 16%, por conta das perdas na massa óssea, no músculo esquelético e na água corporal total, portanto, os principais responsáveis dessa perda, são a diminuição nos níveis do hormônio de crescimento e a diminuição no nível de atividade física que acontecem com o envelhecimento (MATSUDO, MATSUDO, NETO, 2000).

2.2.     Flexibilidade

    A flexibilidade é uma qualidade motora responsável pela execução angular máxima, por uma articulação ou conjunto, dentro dos limites fisiológicos, sem o risco de provocar lesões (DANTAS, 1999).

    Segundo Guedes e Guedes (2005) a flexibilidade pode ser definida como a capacidade das articulações realizarem movimentos de uma posição em extensão para flexão, ou vice e versa.

    Uma boa flexibilidade permite a realização de movimentos de grade amplitude, próximo ao seu limite máximo, com maior eficiência e segurança (SILVA, 2006).

    Mazo, Lopes e Benedetti (2004) comentam que a flexibilidade é um elemento importante da aptidão física e esta relacionada com a capacidade funcional.

    Dentre os benefícios da flexibilidade pode-se citar o aperfeiçoamento motor, a eficiência mecânica, a expressividade e consciência corporal e a diminuição do risco de lesões (apesar de não confirmado experimentalmente) como também, apresenta grande relação com a qualidade de vida e o bem-estar do ser humano (DANTAS, 1999).

    A flexibilidade é influenciada por fatores endógenos. Dentre esses fatores influenciadores, pode-se citar a idade, sexo, individualidade biológica, somatotipo, o estado do condicionamento físico, tonicidade muscular, respiração e concentração (DANTAS, 1999).

    A mulher por possuir tecidos menos densos, é normalmente mais flexível que o homem. A elasticidade do tecido muscular e do tecido conjuntivo é reduzida pela inatividade. Uma pessoa bem condicionada fisicamente tem, portanto, mantida sua flexibilidade (DANTAS).

    De acordo com Araujo (2005) as razões biológicas para as diferenças de mobilidade articular entre o homem e a mulher estão nos aspectos hormonais, culturais (p. ex. expectativa de maior graciosidade feminina) e morfológicos (p. ex. menos tônus muscular e ligamentos mais frouxos).

    Achour Junior (2009) comenta que essas diferenças talvez se resultem das atividades que exigem mais o uso da flexibilidade entre as meninas, enquanto os meninos são tanto propensos, quanto incluídos predominantemente em atividade de força.

    Dantas (1999) cita que a flexibilidade também é influenciada por agentes exógenos. Pode-se observar essa influencia devido a hora do dia, temperatura, ambiente e exercícios. Uma elevação da temperatura favorece a flexibilidade, enquanto que o frio reduz a elasticidade muscular com óbvios reflexos sobre a flexibilidade. Essa qualidade motora é influenciada pelos exercícios, que tanto podem provocar seu aumento quanto sua redução. Exercícios leves visando aquecimento provocam seu aumento e exercícios intensos causando fadiga provocam sua diminuição.

    Segundo Gassi (2009) pela manhã, o limiar de sensibilidade dos fusos musculares esta acentuado. Devido a este fator, qualquer alongamento da musculatura exercerá uma maior influencia sobre o reflexo miotático, restringindo a mobilidade articular.

    A flexibilidade articular pode ser classificada em diferentes enfoques de acordo com Dantas (1999). Quanto o agente, em que o movimento pode ser induzido quando realizado por outra pessoa ou outro grupo muscular da mesma pessoa; como autônomo, quando realizado pelos grupos musculares agonistas; quanto à velocidade de execução, onde o movimento pode ser rápido ou lento e; quanto ao tipo, podendo ser estática ou dinâmica.

    O componente estático refere-se a amplitude máxima dos movimentos articulares de uma articulação que deve ser alongada lentamente e de maneira progressiva, até o alcance de seus limites máximos e permanecer por algum tempo, na posição assumida. A dinâmica refere-se a oposição ou a rigidez oferecida ao movimentos realizados em determinada amplitude articular de uma articulação, onde deve ser alongada com movimentos de natureza balística, alternando fases de estiramento e encurtamento envolvidos em movimentos (GUEDES e GUEDES, 2005).

    A flexibilidade de acordo com Achour Júnior (2009) pode ser desenvolvida em todas as idades, mas que a sua redução está associada à diminuição de movimentos com grande amplitudes e ao aumento da idade.

2.3.     Envelhecimento e flexibilidade

    A flexibilidade se desenvolve durante a infância até o principio da adolescência, e depois diminui ao longo da vida. É possível que ela diminua em razão das alterações morfofuncionais decorrentes do aumento da idade, mas a diminuição pode ocorrer simplesmente por falta de exercícios de alongamento a medida que envelhecemos. Contudo, pode ser conservado na terceira idade (ACHOUR JÚNIOR, 2009).

    A flexibilidade é a capacidade de uma articulação de realizar um movimento com uma maior amplitude possível, e que declina de 20% a 30%, dos 20 aos 70 anos, com o aumento nesse percentual depois dos 80 anos. A falta dessa elasticidade, em especial nas articulações da coluna, do quadril e dos joelhos, está associada a dificuldades na realização de vários componentes das atividades da vida diária (AVDs) e das atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), podendo ser a principal causa de desconforto e incapacidade do idoso (OKUMA, 2002).

    Para Matsudo (2001) a flexibilidade está associada à qualidade de vida do idoso, e a perda desta com o envelhecimento está associada à dificuldade em andar, subir escadas, levantar-se de uma cadeira ou cama.

    A redução dos níveis de flexibilidade, de elasticidade muscular e de mineralização óssea com o envelhecimento, podem desencadear problemas de saúde relacionados principalmente à postura, dores lombares e as lesões articulares, e ainda uma maior incidência de artrose, osteoporose e fraturas, reduzindo assim a aptidão motora dos idosos (LEITE, 2000).

    Nóbrega, Freitas, Oliveira et al. (2001) comentam que após os 35 anos há uma alteração natural da cartiloagem articular que, associada às alterações biomecânicas adquiridas ou não, provoca ao longo da vida degenerações diversas que podem levar à diminuição da função locomotora e da flexibilidade, acarretando maior risco de lesões.

    A redução da flexibilidade pode ser caracterizada por um envelhecimento e, mais fortemente, pela falta de exercícios de alongamento. Uma vez instalado, um encurtamento muscular limita a habilidade da fibra muscular em transmitir a energia mecânica com eficiência (ACHOUR JÚNIOR, 2009).

    A flexibilidade tem sido muito menos estudada do que a força muscular, porém estudos realizados encontraram efeitos positivos do treinamento na amplitude de movimento do idoso, seja através de programas específicos de alongamentos, seja através de outro tipo de programa (OKUMA, 2002).

    Silva (2006) realizou um estudo comparativo dos níveis de flexibilidade entre mulheres idosas praticantes de atividades físicas e não praticantes e comprovou que as mulheres idosas ativas apresentam 32 pontos percentuais de flexibilidade acima das mulheres não ativas.

    Guadagnine (2004) também comparou a flexibilidade entre idosas praticantes e não praticantes de atividades físicas e verificou que a maioria dos idosos ativos apresentaram níveis de flexibilidade excelentes.

2.4.     Atividade física e os idosos

    A medida que aumenta a idade cronológica, as pessoas se tornam menos ativas, suas capacidades físicas diminuem e, com as alterações psicológicas que acompanham a idade (sentimento de velhice, estresse, depressão), existe ainda uma maior diminuição da atividade física que conseqüentemente, facilita a aparição de doenças crônicas que contribuem para deteriorar o processo de envelhecimento (MATSUDO; MATSUDO; NETO, 2000).

    De acordo com Nóbrega, Freitas, Oliveira et al. (2001) o envelhecimento ocorre devido a um ciclo vicioso, pois com a velhice vem a inatividade física, provocando uma diminuição no condicionamento, causando assim, uma fragilidade musculoesquelética, fazendo com que o idoso mude o seu estilo de vida, devido a menos motivação e autoestima, desencadeando ansiedade e depressão, fazendo com que não tenha disposição e vontade de realizar atividades físicas e conseqüentemente acelerando o envelhecimento.

    Estudo vem evidenciando a atividade física como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma qualidade de vida ativa (OKUMA, 2002).

    Segundo Leite (2002) o homem é um ser em movimento e atividade física exerce um papel importante em relação aos idosos nos aspectos de saúde, sociabilidade e vitalidade.

    Os benefícios das atividades físicas estão presentes nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, pois ao envelhecer os idosos enfrentam problemas como: solidão, ausência de objetivos de vida e de atividades ocupacionais, sociais, de lazer, artístico-culturais e físico. A atividade física auxilia na reintegração destes na sociedade e melhora o seu bem estar geral (MAZO, LOPES, BENDETTI, 2004).

    A atividade física é provavelmente o melhor investimento na saúde para as pessoas em processo de envelhecimento. Porém, a prática de atividade física pelos idosos requer cuidados básicos e específicos.

    De acordo com Leite (2000), Benedetti, Petroski e Gonçalves (2003) a atividade física bem estruturada e elaborada para os idosos pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo, agilizar os reflexos e adequar os gestos a diferentes situações, sendo assim uma forma de envelhecer ativo, para que possam ter autonomia e independência por mais tempo com melhor autoestima. Com isso, os exercícios físicos são fatores de restauração da saúde que proporcionam um maior equilíbrio nesta etapa da vida.

    Dentre as atividades físicas indicadas e praticadas pelos idosos, destacam-se o trabalho de flexibilidade, que apresentam grandes benefícios para um bom desempenho motor, o que aumenta a confiança na realização dos movimentos corporais e, conseqüentemente proporciona uma elevação da autoestima (DANTAS, 1999).

3.     Metodologia

3.1.     Caracterização da pesquisa

    Este estudo foi realizado através de uma pesquisa quantitativa, de acordo com Andrade (1996) a partir de uma análise descritiva, com finalidade de verificar o nível de flexibilidade em mulheres idosas que praticam atividades físicas através do teste de sentar e alcançar.

3.2.     Amostra

    Foram envolvidas 20 mulheres com idade entre 60 e 80 anos que fazem parte do grupo Vida Plena de Terceira Idade do SESC de Goiânia que praticam atividades físicas por mais de três meses. As atividades físicas do grupo envolvem: hidroginástica, exercícios aeróbicos e localizados, alongamentos, relaxamento e atividades lúdicas, com freqüência de três vezes por semana.

3.3.     Procedimentos e instrumentos

    Inicialmente foi solicitada uma autorização para a realização da pesquisa mediante um oficio direcionado ao diretor do SESC de Goiânia, posteriormente, para o coordenador do grupo Vida Plena. Após essas autorizações serem concedidas, direcionamos um termo de consentimento livre e esclarecido para as voluntárias, onde foram informadas dos objetivos e dos procedimentos do teste. Todos os cuidados foram tomados para garantir a integridade física e mental e o anonimato das voluntárias.

    O nível de flexibilidade das mulheres foi avaliada através do teste de sentar e alcançar de acordo com o protocolo da ACSM (2006).

    Foi utilizado o banco de “Wells”, uma caixa de madeira especialmente construída apresentando dimensões de 30X30 centímetros, tendo a parte superior plana com 56 centímetros de comprimento, na qual é fixada a escala de medida com amplitude de até 50 centímetros, sendo que o valor 23 coincide com a linha onde o avaliado acomodou os pés.

3.4.     Análise estatística

    Os dados foram analisados através da estatística descritiva (média e desvio padrão), com a utilização do Microsoft Excel.

4.     Resultados e discussão

    Com o objetivo de uma maior compreensão deste estudo, os resultados serão discutidos e apresentados. No quadro 1 são apresentadas as idades das voluntárias e os valores médios e o desvio padrão dos níveis de flexibilidade, seguindo de sua respectiva classificação.

Quadro 1. Resultado e classificação do teste de sentar e alcançar

    O grupo das 20 voluntárias caracterizou-se heterogêneo, apresentando idade entre 60 a 80 anos (média de 65,5 ± 5,05), e os níveis de flexibilidade mensurados através do teste de sentar e alcançar (média de 24,4 ± 7,06).

    Os valores apresentados no Quadro 1 mostram que a maioria das voluntárias obteve resultados bem acima da média. Assim, é possível mencionar o quanto a atividade física contribui para o aumento da flexibilidade.

Gráfico 1. Nível de flexibilidade entre mulheres idosas

    Os resultados apresentados no gráfico acima envolvendo as voluntarias que praticam atividades sistematizadas, indicam que 70% encontram-se em nível bem acima da média, 15% em nível acima da média, 10% estão em nível abaixo da média e 5% bem abaixo da média.

    As avaliadas que apresentaram um nível de flexibilidade bem acima (70%) e acima da média (15%), segundo Dantas (1999), terão um bom aperfeiçoamento motor, boa eficiência mecânica, apresentando mais expressividade e consciência corporal e uma diminuição dos riscos de lesões e dores lombares.

    O grupo dos 15% que apresentou um nível de flexibilidade acima da média não atingiu a classificação bem acima da média, possivelmente devido as faltas freqüências das aulas e problemas de saúde.

    O grupo das avaliadas que apresentou o nível de flexibilidade baixo (10%) e bem abaixo da média (5%), podem apresentar risco e complicações segundo Matsudo (2001) e Leite (2000), relacionados a redução da qualidade de vida, da elasticidade muscular e da mineralização óssea, provocando assim problemas de saúde relacionados a postura, dores lombares e lesões articulares e ainda maior incidência de artrose, osteoporose e fraturas.

    Guadagnine (2004) em seu estudo, comparou a flexibilidade entre idosos praticantes e não praticantes da atividade física e verificou que a maioria dos idosos que pratica atividade física apresentou níveis de flexibilidade excelente.

    Puggard et al. (1994) apud Okuma (2002) acompanharam a evolução dos efeitos de cinco meses de programas de ginástica, dança e natação sobre a força máxima, a coordenação, o equilíbrio, o tempo de reação e a flexibilidade de 59 homens e mulheres entre 60 e 82 anos. Os autores observaram efeitos fisiológicos importantes em todas as variáveis estudadas.

    Alves, Mota e Costa et al. (2004) realizaram uma bateria de testes para avaliar a aptidão física (força, resistência, flexibilidade) de 74 mulheres idosas, sem atividade física regular. Um grupo de 37 mulheres recebeu duas aulas semanais de hidroginástica durante três meses e outras 37 mulheres serviram como controle. Os autores concluíram que a prática de hidroginástica para mulheres idosas sem exercícios físicos regulares contribui para a melhoria da aptidão física relacionada à saúde.

    Silva (2006) também realizou um estudo, no qual comparou os níveis de flexibilidade entre mulheres idosas praticantes de atividades físicas e não praticantes, e comprovou que as mulheres idosas ativas apresentaram 32 pontos percentuais de flexibilidade acima das mulheres não ativas.

    O resultado desse estudo comprova que em todas as idades é possível desenvolver e manter a flexibilidade, e um dos aspectos de redução precoce da flexibilidade é a diminuição da atividade física com o aumento da idade (ACHOUR JUNIOR, 2009).

5.     Conclusão

    Após a realização do teste de sentar e alcançar, os resultados obtidos permitem concluir que 70% das avaliadas apresentaram o nível de flexibilidade bem acima da média, enquanto 15% das avaliadas apresentaram o nível acima da média, e não atingiram uma classificação melhor devido às faltas freqüentes e problemas de saúde. Dentre as avaliadas, somente 10% apresentaram nível de flexibilidade abaixo da média, enquanto 5% apresentaram bem abaixo da média, assim podendo apresentar uma redução na qualidade de vida.

    A partir desse estudo, conclui-se que a atividade física é provavelmente o melhor investimento na saúde para as pessoas em processo de envelhecimento. Além de contribuir para a melhoria da flexibilidade, aumenta as perspectivas de vida, minimiza os efeitos degenerativos provocados pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma melhor qualidade de vida ativa.

Referências

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  • OKUMA, S. S. O Idoso e a Atividade Física. 2 ed. Campina: Papirus, 2002.

  • SILVA, M. Estudo comparativo dos níveis de flexibilidade entre mulheres idosas praticantes de atividades físicas e não praticantes. Revista Digital de Educação Física. Ipatinga, v.1 – Ago/Dez, 2006.

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