Nível de flexibilidade de alunos do ensino médio da escola de educação básica ‘Almirante Barroso’ Nivel de flexibilidad de los alumnos de escuela media de la escuela de educación primaria “Almirante Barroso” |
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*Universidade do Contestado, UnC **Universidade Federal do Paraná, UFPR ***Universidade do Vale do Itajaí, Univali (Brasil) |
Marcos Aurélio Borges Muniz* Camila Pedrassani** William Cordeiro de Souza* Wallace Bruno de Souza*** |
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Resumo O presente estudo teve como finalidade verificar o nível de flexibilidade de alunos do Ensino Médio da Escola de Educação Básica “Almirante Barroso”, situada em Canoinhas, SC. A amostra intencional foi composta por 76 escolares, 29 do sexo masculino e 47 do sexo feminino com idade entre 15 e 17 anos. Foi aplicado o Teste de Sentar e Alcançar utilizando o Banco de Well’s, para flexibilidade de tronco sobre o quadril. Os dados foram apresentados através da média e freqüência percentual (%). Através dos dados obtidos foi possível verificar que a flexibilidade dos estudantes de Ensino Médio da Escola de Educação Básica “Almirante Barroso” está baixa. Os resultados das mulheres foram pior que dos homens, sendo que a maioria apresentou flexibilidade classificada como muito fraca, enquanto no caso dos homens a maioria foi fraca. Unitermos: Flexibilidade. Banco de Well’s. Estudantes.
Abstract The present study aimed to verify the level of flexibility of high school students from the School of Basic Education “Almirante Barroso”, located in Canoinhas - SC. The sample was composed of 76 students, 29 males and 47 females aged between 15 and 17 years. We used the Sit and Reach test using the Bank's Well, for trunk flexibility on the hip. The data were presented as mean and percentage frequency (%). Through the data we found that the flexibility of high school students from the School of Basic Education “Almirante Barroso” is low. The results for women were worse than men, and the majority showed flexibility classified as very weak, while for men the most was weak. Keywords: Flexibility. Bank's Well. Students.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Dantas (1998, p. 33) define flexibilidade como “Qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”.
De forma mais ampla, a flexibilidade é uma:
[...] qualidade motriz que depende da elasticidade muscular e da mobilidade articular, expressa pela máxima amplitude de movimentos necessária para a perfeita execução de qualquer atividade física eletiva, sem que ocorram lesões anatomopatológicas (PAVEL e ARAÚJO, 1980 apud FARINATTI, 2000).
Cada vez mais a flexibilidade vem sendo inserida nas discussões sobre atividade física, de maneira geral. Sejam quais forem os objetivos, é difícil encontrar alguma proposta de prescrição de atividade física que não a envolva (CLARKE, 1975).
Foi apenas a partir da segunda metade do século XX passou-se a estudar a flexibilidade de forma sistemática, como um componente importante da aptidão física referenciada à saúde e ao desempenho (FARINATTI, 2000).
A flexibilidade é tão importante para atletas como para pessoas sedentárias. Uma vez que a amplitude articular de determinada articulação esteja comprometida, alguma limitação se manifestará e poderá comprometer o desempenho esportivo, laboral ou de atividades diárias (ALMEIDA e JABUR, 2007).
Os hábitos posturais estão intimamente ligados à limitação da amplitude articular, da extensibilidade dos músculos e da plasticidade dos ligamentos e tendões. A correção postural e o aumento da amplitude articular, além de ter efeito relaxante, colaboram na tomada de atitudes corporais mais confortáveis tanto na prática de exercícios quanto nos movimentos diários naturais além de promover o alívio de tensões musculares (ALMEIDA, JABUR, 2007, p.338).
Pollock e Wilmore (1993) afirmam que em algumas articulações a flexibilidade é limitada tanto pela estrutura óssea como pela massa de músculos circunjacentes. A limitação da amplitude dos movimentos, para a maioria das articulações, é imposta pelos tecidos moles, pela musculatura e seus envoltórios, pelo tecido conjuntivo (tendões, ligamentos e cápsula articulares) e pela pele.
Conforme Dantas e Soares (2001) acrescentam que a flexibilidade, ao contrário de todas as outras qualidades físicas, não é melhor quanto maior for. Existe um nível ótimo de flexibilidade para cada pessoa, em função das exigências que a prática exercerá sobre o aparelho locomotor e a estrutura dos seus componentes (ligamentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas).
No que diz respeito ao esporte, não precisamos de evidências estatísticas e científicas para imaginarmos que certos tipos de atividades físicas demandam graus adequados de flexibilidade para uma boa execução (FARINATTI, 2000).
Para aumento da flexibilidade muscular, é importante a realização de exercícios de alongamento, para reduzir as lesões e aumentar o desempenho nos esportes (MILAZZOTTO et al, 2009).
Cada atividade física necessita de certo grau de flexibilidade, e é pressuposto que atletas têm maior flexibilidade que não-atletas. Fica muito difícil o desempenho de alto rendimento sem um bom nível de flexibilidade dos segmentos musculares empenhados, visto que a pratica desportiva exige a utilização completa dos arcos articulares. De forma geral, indivíduos considerados atletas de alto nível possuem maior grau de flexibilidade do que indivíduos que não são atletas profissionais, mas em alguns estudos demonstrou-se que isso não ocorre em todas as modalidades esportivas (DANTAS, 1998).
A flexibilidade é uma das principais capacidades motoras, pois apresenta relação direta com a realização tanto das tarefas mais simples do dia-a-dia quanto dos gestos desportivos mais complexos (EUCLYDES, et al, 2005).
De acordo com Barbanti (citado por AMORIM 2004, p.18):
A flexibilidade pode ser treinada a partir de duas maneiras: alongamentos ativos e passivos. Os primeiros são realizados na maior amplitude em que o indivíduo alcance sem ajuda. Já o método passivo é aquele no qual se desenvolve a flexibilidade com auxílio externo.
Segundo Kubo (2001) existe a possibilidade de que os exercícios de alongamento tenham a capacidade de alterar as propriedades visco elásticas da unidade músculo tendão reduzindo a tensão passiva e a rigidez da unidade.
O American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda a inclusão dos exercícios de alongamento nos programas de exercícios físicos para o desenvolvimento da flexibilidade em adultos saudáveis (CARDOZO et al, 2006).
Dantas (1998) afirma que se deve utilizar o método estático (10 a 30 segundos de duração) para exercícios de alongamento em grandes grupamentos musculares.
Portanto, o presente estudo teve como finalidade verificar o nível de flexibilidade de alunos do Ensino Médio da Escola de Educação Básica “Almirante Barroso”.
Materiais e métodos
A amostra intencional foi composta por 76 escolares, 29 do sexo masculino (n=29) e 47 do sexo feminino (n=47) com idade entre 15 e 17 anos, todos pertencentes do Ensino Médio da Escola de Educação Básica “Almirante Barroso”, situada em Canoinhas – SC.
Os pais e responsáveis pelos os alunos receberam um termo de consentimento para ser preenchido, no qual continha uma breve explicação dos objetivos e dos procedimentos metodológicos do estudo. Foram excluídos do estudo os adolescentes que apresentaram doenças crônicas, que não compareceram na escola nos dias marcados para coleta de dados, e os alunos cujos pais não autorizaram a participação. Poderiam participar da pesquisa alunos sedentários e alunos fisicamente ativos.
Esta pesquisa seguiu os princípios éticos de respeito à autonomia das pessoas, apontada pela Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde.
Para a avaliação da flexibilidade foi aplicado o Teste de Sentar e Alcançar utilizando o Banco de Well’s, para flexibilidade de tronco sobre o quadril realizado sob o protocolo e os procedimentos propostos por de Rocha (2004).
Onde indivíduo senta-se no chão, de frente para o banco, com os pés encostados contra o banco. Os joelhos devem estar estendidos. O individuo eleva os braços, e sobrepõe uma mão à outra e tenta alcançar a maior distancia possível, passando da linha dos pés. A distância alcançada é medida com fita métrica. Cada participante fez três tentativas, sem prévio aquecimento. A melhor das marcas alcançada foi anotada.
Os resultados foram classificados de acordo com o quadro abaixo.
Para a análise dos dados foram utilizados à estatística descritiva: média e freqüência percentual (%). Os dados foram analisados através do pacote estatístico BioEstat 5.0.
Resultados e discussões
Os resultados obtidos no presente estudo estão dispostos na Tabela 1 (abaixo).
Tabela 1. Resultados de flexibilidade obtida com os alunos de Ensino Médio
De acordo com os resultados acima, podemos perceber que a maioria dos alunos avaliados apresenta grau de flexibilidade fraco ou muito fraco. No caso das mulheres, 31,91% obtiveram resultado muito fraco, enquanto nos homens a porcentagem foi de 13,79%.
A maioria das mulheres apresentou desempenho muito fraco (29,78%), enquanto a maioria dos homens apresentou desempenho fraco (48,27%).
Enquanto 25,53% das mulheres avaliadas encontram-se na classificação regular e os homens apresentaram 27,48% dos avaliados.
Aproximadamente 13% das mulheres conseguiram desempenho alto, à medida que 10% dos homens tiverem essa classificação. Relatou-se, entre as mulheres, que a maioria que conseguiu alto desempenho eram praticantes de esportes com alguma relação com dança.
Como demonstrado no quadro, o que chama muito a atenção é que nenhum dos alunos, tanto do sexo masculino como do feminino, obteve resultado excelente no teste, demonstrando que há uma falta de treino de flexibilidade em geral nos estudantes do Ensino Médio.
Conforme Heineck e Souza (2013) a flexibilidade é de fundamental importância para a realização de varias tarefas, e nos auxilia na execução de movimentos que exigem maiores mobilidades.
É nítido no presente estudo que as mulheres apresentaram uma flexibilidade muito baixo assim Medeiros (2010) destaca que os exercícios de alongamento são eficientes para melhorar o nível de flexibilidade de mulheres, são exercícios capazes de melhorar a aptidão física relacionada à saúde, os quais podem ser realizados todos os dias da semana, sem nenhuma contraindicação, os bons níveis de flexibilidade estão relacionados com melhor desempenho nas atividades esportivas, diminuição da tensão e do estresse, melhoria na postura, aparência pessoal e autoestima.
Conclusão
Pode ser concluído, a partir do estudo realizado, que a flexibilidade dos estudantes de Ensino Médio da Escola de Educação Básica “Almirante Barroso” está baixa. O resultado das mulheres foi pior que dos homens, sendo que a maioria apresentou flexibilidade classificada como muito fraca, enquanto no caso dos homens a maioria foi fraca.
Acredita-se que este resultado negativo tem a ver com a falta de interesse por parte dos alunos em treinar flexibilidade ou em praticar algum esporte. Nenhum dos alunos avaliados obteve resultado excelente, sejam homens ou mulheres.
Referências
ALMEIDA, T.T; JABUR, M.N. Mitos e verdades sobre flexibilidade: reflexões sobre o treinamento de flexibilidade na saúde dos seres humanos. Motri. [online]. 2007, vol.3, n.1, pp. 337-344.
AMORIM, BM. Caracterização do mesatenista catarinense. Universidade do Estado de Santa Catarina, 2004.
CARDOZO, G; TORRES, J.B; DANTAS E.H.M; SIMÃO R. Comportamento da Força Muscular após o Alongamento Estático. Revista Treinamento Desportivo, vol 7, núm 1, pág. 73-76, 2006.
CLARKE, H.H. Join and body range of movement. Physical Fitness Research. v.5, n.4, p.1-21, 1975.
DANTAS, E.H.M. Flexibilidade, alongamento e flexionamento. 4a ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998.
DANTAS, E.H.M, SOARES, J.S. Flexibilidade aplicada ao personal training. Fitness & Performance Journal, 2001.
EUCLYDES, P.T; DANTAS, E.H.M; MARINS, J.C.B; PINTO, J.Á.R. Qualidades físicas intervenientes e seu grau de importância no tênis de campo. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 13, n. 1, p. 7-27, 2005.
FARINATTI, P.T.V. Flexibilidade e esporte: Uma revisão da literatura. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(1):85-96, jan./jun. 2000.
HEINECK, F.C.; SOUZA, W.C. Estudo comparativo da influência do alongamento sob o índice de massa corporal (IMC) e a flexibilidade em professoras sedentárias de Santa Cruz do Timbó, Porto União, SC e Três Barras, SC. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/efd178/influencia-do-alongamento-sob-o-imc.htm
KUBO, K.; KANEHISA, H.; KAWAAKAMI, Y.; FUKUNAKA, T. Influence of estatic stretching on viscoelastic properties of human tendon structures in vivo. J. Appl Phys 2001;90:520-7.
MEDEIROS, J.F. Níveis de flexibilidade de mulheres jovens sedentárias iniciantes em atividades físicas. Revista Digital. Buenos Aires, Nº 150, Novembro de 2010.
MILAZZOTTO, M.V; CORAZZINA, L.G; LIEBANO, R.E. Influencia do numero de series e tempo de alongamento estático sobre a flexibilidade dos músculos isquiotibiais em mulheres sedentárias. Ver Bras Med Esporte – vol.15, nº6, 2009.
POLLOCK, M.; WILMORE, J.H. Exercícios na saúde e na doença. Avaliação e Prescrição para Prevenção e Reabilitação. 2 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993.
ROCHA, P.E.C.P. Medidas e Avaliações em Ciências do esporte – Rio de Janeiro: 6ª edição: Sprint, 2004.
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