Educação Física inclusiva para
alunos com deficiência auditiva.
La Educación Física inclusiva
para alumnos con discapacidad auditiva. |
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Acadêmicos do 8º Período do curso de Licenciatura em Educação Física Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos, ITPAC Araguaína, TO (Brasil) |
Fabiano Duarte Silva Paulo Henrique Rodrigues Silva Wendel Campos Santos |
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Resumo A Educação Física para alunos surdos aborda uma temática em que processos históricos esclarecem aspectos importantes no modelo educacional de integração social em grande parte nas redes regulares de ensino, as quais professores buscam trabalhar o fator inclusão, mas para isso acontecer obteve restrições em grande maioria, daí por diante com a criação do INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos), referência no ensino brasileiro para surdo pode-se aprender mais sobre os surdos e assim estabelecer métodos eficazes de ensino de atividades que estimulam o desenvolvimento da coordenação motora, da noção espaço-temporal e do ritmo uma vez que alunos surdos ou com pouca audição, tem dificuldades relacionadas a essas capacidades. O presente artigo trata-se de uma revisão de literatura de cunho qualitativo que busca auxiliares profissionais formados ou em formação na área de Educação Física a desenvolver aulas que possam estimular tais capacidades bem como quebrar paradigmas ocasionando uma inserção dos alunos surdos na sociedade. Unitermos: Educação Física. Surdo. Inclusão.
Abstract The Physical Education for deaf students is about a theme in historical processes explaining important aspects in the education model of social integration largely in the regular teaching in which teachers look to improve the inclusion. In order for that to happen it obtained restrictions by a great majority. Thereafter with INES's (National Institute of Education of the Deaf ones) creation, it is a reference in Brazilian education so deaf students can learn more about the deaf and establish effective methods of teaching activities that stimulate the development of motor coordination, the notion of space-time and pace for deaf students and students with little hearing, have difficulties related to these capabilities. This article is about a literature review of qualitative graduates seeking help or training in the area of Physical Education to develop lessons that can stimulate such capabilities as well as causing a break paradigms integration of deaf students into society. Keywords : Physical Education. Deaf. Inclusion.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A Educação para surdos ou alunos com perda auditiva teve inicio no Brasil ainda no século XIX com Eduard Huet, professor francês, que foi apresentado para o imperador D. Pedro II pelo Marquês de Abrantes que o tinha conhecido como hábil educador de surdos. D. Pedro II foi o facilitador para a criação do primeiro educandário brasileiro para surdos, conhecido atualmente como Instituto Nacional de Educação de Surdos (GORGATTI e COSTA, 2008).
Os indivíduos com perdas auditivas ou indivíduos com necessidades educacionais especiais, sentem-se desestruturados em grande maioria por identificarem o preconceito de si próprio á qual em termos clínicos, isto seja, para os demais uma grave doença que não possa ser curada impedindo-o de exercer funções normais para uma boa qualidade de vida, um tipo de preconceito pela qual a terminologia utilizada ao dar significado relativo à sua característica seja nada mais nada menos que um fator desintegrado em exercer papéis relativos no convívio social.
Algo de importante ao redor de todos e que introduza uma identidade participativa, independente de raça, classes sociais, econômicas, culturais e religiosas, em grande parte pessoas ditas “normais” podem contribuir ainda mais e mudar as concepções acerca do grau de necessidade de cada um, podendo também trabalhar o preconceito, mediante graus problemáticos às terminologias utilizadas. Adotamos e contribuímos a partir de pesquisas cientificas e individuais da área da saúde que o importante é dar ênfase as práticas abordadas no ensino apropriado da educação física que garante oportunidades às crianças, jovens e adultos vivenciarem e adquirir o benefício necessário para acelerarem seu processo de recuperação e integração pelo simples fato dessas pessoas se sentirem desintegradas do resto mundo, ou até mesmo, o contato seja bastante inferior em grande parte, uma pequena parcela da população.
Pessoas com perda auditivas ou com dificuldades de audição acreditam que são incapazes de realizar tarefas normais, ou até mesmo, complexas. Alguns surdos afirmam que a surdez é uma deficiência. Outros, porém, negam essa afirmação pelo fato de a surdez nunca ter impedido-os de ser participante ativo no meio social em que estão inseridos.
A partir das considerações apresentadas, o presente artigo é fruto de um trabalho voltado para revisão de literatura qualitativa buscando esclarecimento de como o professor de educação física pode trabalhar com alunos surdos ou com algum grau de surdez na rede regular de ensino público.
Perda auditiva, surdez
Entende-se por Perda Auditiva e surdez a perda parcial ou absoluta da audição, ou seja, da capacidade de ouvir e interpretar os sons produzidos pelo ser humano ou pelo meio ambiente que o cerca, de forma a impedi-lo de se desenvolver e relacionar com o meio social que está inserido.
Gorgatti e Costa (2008, p. 130), a define como a perda total ou parcial da capacidade de ouvir ou perceber sinais sonoros.
No ambiente escolar, ser incapaz de ouvir é uma ausência que afeta significativamente a formação do aluno que além de está impossibilitado de compreender e interpretar o significado dos sons, ainda tem que enfrentar, por muitas vezes, a insatisfação de todos, desde seus colegas até os demais participantes do corpo escolar. Toda essa insatisfação é evidenciada nas aulas de educação física onde a não compreensão de instruções pode afetar o desenvolvimento de uma atividade que para os demais alunos pode ser de simples execução, mas para os surdos e os alunos com perda auditiva a dificuldade de compreensão sonora das instruções impossibilita a execução e continuação da atividade, o que provoca o isolamento social prejudicando o processo de inclusão que é o principal objetivo da escola e das pessoas que nela trabalham.
Gorgatti e Costa (2008, p. 137), em seu livro Atividade Física Adaptada, afirma:
O indivíduo com deficiência auditiva encontra dificuldades para se adaptar ao ambiente que o cerca e muitas vezes, em decorrência disso, se torna um pouco ansioso e impaciente, em especial quando não consegue se fazer entender. Algumas pessoas preferem certo isolamento social, evitando o contato com pessoas estranhas, demonstrando às vezes um grau de imaturidade.
Segundo Graziadei (1998), apud Winnick (2004), o ensino de aspectos conceituais de educação física a alunos surdos pode ser problemático, em uma classe de alunos que escutam e com um professor que não é fluente na língua de sinais.
Partindo dessa concepção, é pertinente que para que haja inclusão é preciso que o professor de educação física se atente para as necessidades dos alunos surdos e com perda auditiva, e desenvolva atividades que permitam aos alunos ouvintes conhecer a realidade do colega e, assim, possibilitar a interação entre todos. Porém, essa interação só será possível se o professor antes de tudo, buscar conhecer a cultura, a realidade vivenciada pelos alunos surdos e com perda auditiva.
É importante frisar que o aluno surdo não pode se tornar o centro das atenções, mais sim, parte integrante da comunidade escolar como todos que nela atuam.
Educação Física inclusiva
Conforme contemplado no Parecer nº17/2001–CNE/CEB, é direito da pessoa surda, como de todos os cidadãos, sentir-se e perceber-se parte integrante da vida social. E, em consonância com os pressupostos filosóficos da inclusão, não é somente o aluno que se adapta à escola, mas é fundamental que a comunidade escolar esteja consciente de sua função, revendo seus conceitos filosóficos e ideológicos, respeitando a diversidade cultural e concomitantemente atendendo as necessidades de forma que, gradativamente, o ensino possa ir se adaptando a nova realidade educacional e social.
Ao Professor de Educação Física cabe, desenvolver atividades que possam envolver todos os alunos no espaço que compreende suas aulas. No entanto, além desse espaço, cabe ao Professor de Educação Física junto com os demais funcionários do ambiente escolar trabalharem em um processo de formação inclusiva para que, não só o aluno surdo e com perda auditiva, mas todos possam usufruir do processo de ensino-aprendizagem.
Orientações, recomendações e peculiaridades durante as aulas
Crianças surdas ou com perda auditiva apresentam problemas relacionados à coordenação motora, a noção espaço-temporal e ritmo. Contudo, essas decorrências podem ser sanadas ou amenizadas com atividades que estimulem o desenvolvimento motor, necessárias desde os primeiros meses de vida, seguidos de atividades físicas orientadas na fase escolar, o que implica na importância do diagnostico precoce dessa deficiência.
Gorgatti e Costa (2008, p. 140), afirma:
[...] As grandes prioridades do professor de educação física devem se ater às maiores defasagens dos alunos, que neste caso são o equilíbrio (estático e dinâmico), a coordenação motora geral, a noção espaço-temporal, a ansiedade, o isolamento social, o ritmo e a propriocepção.
Para alunos surdos e com perda auditiva é importante que o Professor de Educação Física utilize de diversas formas de comunicação para que o diálogo entre aluno e professor ocorra de forma satisfatória, tais como: leitura labial, gestos e sinais, língua de sinais, para que a compreensão por parte de todos seja o fator de destaque em suas aulas.
Antes de se iniciar o programa de ensino o professor de Educação Física tem que conhecer a classificação, condutiva ou sensório-neurais, da deficiência do educando e em qual grau é a surdez do aluno (leve severa ou profunda). Essas informações podem ser adquiridas pelo professor através dos pais ou responsáveis pelo aluno, só depois de ter essas informações é que o professor poderá iniciar suas aulas.
É importante também o professor se atentar para a comunicação, relação e interação do aluno surdo e com perda auditiva e os demais alunos usando como ferramenta pedagógica de interação com atividades em grupos pequenos. Cabe ao professor revelar aos alunos surdos e com perda auditiva o quanto são bem vindos, isso acarretará a motivação de surdos e ouvintes.
A música durante as aulas tem mostrado um ótimo resultado no que diz respeito ao desenvolvimento motor, psicológico e social, essa afirmação fica claro quando Ferreira (2011, p. 31), declara:
A música, por se tratar de uma atividade prazerosa é uma importante ferramenta educativa em todos os momentos na vida dos alunos que possuem Necessidades Educacionais Especiais. É através dela que podemos colocar esses alunos em contato com atividades lúdicas que contribuem para uma melhora significativa na parte motora, psicológica e social.
Contudo, para que o aluno possa aproveitar ao máximo as vantagens da música, cabe ao professor conhecer as características que envolvem uma aula com esse artifício tais como: saber que pessoas surdas ou com perda auditiva compreendem o som, por meio de sequências rápidas de impulsões e repousos, levando o professor a usar em suas aulas, atividades que envolvam duração rítmica usando as mãos e os pés, por exemplo.
As pessoas surdas podem perceber o ritmo, a dinâmica da música, o timbre do cantor, as vibrações, mas tudo isto tem que ser apresentado num contexto significativo, não num contexto mecânico, dificultoso, obrigatório.
Considerações
O Professor de Educação Física contribui de forma satisfatória na educação de surdos e alunos com perda auditiva estimulando a prática de atividades que amplie a comunicação do aluno com o meio externo, possibilitando assim, a interação do discente com a sociedade que o cerca e contribuindo para a inclusão dos alunos que apresentam surdez total ou parcial, promovendo a execução de atividades tanto especificas, como atividades que envolvam surdos e ouvintes levando em conta que o principal papel do professor de Educação Física é quebrar preconceitos e promover a socialização entre as “diferenças”, gerando, inicialmente, transformação na sala de aula, atingindo todo ambiente escolar e, por fim, toda a sociedade.
Referências
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9394/96. Brasília: MEC/SEESP, 1996.
FERREIRA, Paulo Roberto Pereira. A música como fator de inclusão para alunos com deficiência auditiva. [S. N.]. p. 31, 33.
GORGATTI, Márcia Greguol; COSTA, Roberto Fernandes da. Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. Barueri: Manole, 2008.
NONATO, Marlene de Almeida Costa. Música na deficiência auditiva. Revista Eficaz. Maringá/PR, p. 1-6.
PARANÁ. Deliberação nº 06/05. Aprovada em 11 de novembro de 2005. Estabelece Normas para a Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental e Médio do Sistema de Ensino do Paraná. Curitiba, 2005.
PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação especial para construção currículos inclusivos. MATISKEI. Angelina C. R. M. SEED. Curitiba, 2006.
WINNICK, Joseph P. Educação Física e esportes adaptados. 3ª Ed. Barueri: Manole, 2004.
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