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Concepções pedagógicas dos professores de 

Educação Física do ensino médio de Santa Rosa do Sul

Las concepciones pedagógicas de los profesores de Educación Física de escuela media de Santa Rosa do Sul

 

Graduando em Licenciatura Em Educação Física, UNESC

Santa Catarina

(Brasil)

Germano Velhos Ferreira

germanovelho@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo procurou analisar os aspectos referentes as concepções pedagógicas dos professores do ensino médio do município de Santa Rosa do Sul. O objetivo geral é identificar e pesquisar quais as concepções pedagógicas que os professores de Educação Física do Ensino Médio, da Rede Pública Estadual de Santa Rosa do Sul utilizam. Para isso foi realizada uma fundamentação teórica e em seguida, desenvolvida uma pesquisa de campo com dois professores de uma única escola. Percebeu-se através da pesquisa que ambos professores tiveram dificuldades em relacionar e identificar as concepções que utilizavam para produzir seus planejamentos e práticas pedagógicas. Desta forma, esta pesquisa forneceu conhecimento para que eu possa entender mais sobre a importância das concepções pedagógicas da educação física no ensino médio de Santa Rosa do Sul, pois cada educador tem que ter sua concepção formada, para que este possa desenvolver uma prática pedagógica fundamentada, relacionada com bibliografias coerentes com sua concepção.

          Unitermos: Concepções pedagógicas. Professores de Educação Física. Ensino Médio.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A escola deve oferecer a oportunidade de uma reflexão sobre a cultura corporal, pois ela é essencial e determinante no processo de posicionamento dos alunos em uma sociedade cada vez mais complexa.

    Toda concepção pedagógica deve ser planejada e possuir objetivos claros. A Educação Física no Ensino Médio é um conhecimento de grande importância para o aluno e, portanto, sua atuação do professor de Educação Física no Ensino Médio deverá ser planejada e coerente. O professor deve conhecer claramente os objetivos, conteúdos, processos avaliativos, projeto político pedagógico. O conjunto dessas questões pode ser definido como “concepções pedagógicas”.

    Por isso o tema escolhido foi concepções pedagógicas de educação física do ensino médio no município de Santa Rosa do Sul.

    Temos como base que na maioria das escolas, os professores não têm uma concepção pedagógica claramente definida. Este trabalho pretende, então, investigar como os professores de educação física estão desenvolvendo as questões relacionadas as concepções pedagógicas nas suas aulas de Educação Física no Ensino Médio.

    Como problema pretendo investigar quais as concepções pedagógicas adotadas pelos professores de educação física do Ensino Médio no Município de Santa Rosa do Sul.

    Articulamos com base as seguintes questões norteadoras:

  1. Qual é o método avaliativos desses professores?

  2. Como a Educação Física é tratada no PPP da escola?

  3. Que conteúdos são trabalhados nas aulas?

  4. Quais os objetivos apresentados nas disciplinas de Educação Física?

  5. Como os professores organizam o seu planejamento de aulas?

    A pesquisa realizada tem como objetivo geral: Identificar quais as concepções pedagógicas que os professores de Educação Física do Ensino Médio, do Município de Santa Rosa do Sul utilizam.

    Sendo assim, tenho como objetivos específicos: Identificar quais as concepções pedagógicas utilizadas pelos professores de Educação Física no Ensino Médio, seu método avaliativo, como é tratado o PPP na escola perante os educadores de educação física, que conteúdos trabalham durante suas aulas, quais objetivos apresentados perante a disciplina e como os professores organizam seu planejamento de aula.

A Educação Física como componente curricular no Ensino Médio

    A Educação Física hoje, em especial a do Ensino Médio vem sendo um componente que na grande maioria das vezes é discriminado, marginalizado e desconsiderado, chegando até em muitas vezes a ser excluído do projeto político pedagógico de algumas escolas.

    Barni e Scheneider (2002, p. 2) levantam questionamentos a respeito do desafio da educação física:

    Para podermos entender melhor a questão da Educação Física que encontramos nos dias de hoje é necessário nos perguntarmos: será que sempre foi assim? Será que no decorrer dos tempos esse componente curricular foi alvo de exclusão/preconceito? Será que existe hierarquia dos saberes escolares? E o que pensa da Educação Física, dentro da instituição escola, nos dias de hoje?

    É necessário então, para tentarmos responder estes questionamentos, analisarmos a evolução da Educação Física no Brasil, enquanto componente curricular ou disciplina pedagógica. Gonçalves (apud Barni e Scheneider, 2002) coloca que:

    Ao longo da história, e Educação Física como instituição, do mesmo modo que a Educação, representou diferentes papeis, adquiriu diferentes significados, conforme o momento histórico, e tem sido, utilizada, muitas vezes, como instrumento do poder, para veiculação ideologias dominantes e preservação do status quo.

    Para Barni e Schneider (2002, p. 2) “...a Educação Física foi implantada no currículo em 1882 com o parecer de Rui Barbosa e, nas décadas finais do século XIX e nas primeiras do século XX, este componente curricular esteve sob forte influência militar”.

    Diante da influência militar estava a influência médica onde deixou suas marcas através dos princípios higienistas da Educação Física, os hábitos saudáveis e higiênicos estavam em alta, onde principalmente na década de 30 a Educação Física começou a ter uma concepção com perspectiva biológica, onde o objetivo era formar um indivíduo perfeito, o homem forte e saudável.

    Após o período das Grandes Guerras, começou a aparecer uma nova concepção, chamada de “desmilitarização” da Educação Física, dentro dessa perspectiva o professor assumiu o papel de treinador, enquanto o aluno representava o de atleta. Barni e Schneider (2002, p. 3) citam que “o esporte passou a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física, enaltecendo assim, as marcas de rendimentos, os recorde, a competitividade, a performance e os índices físicos.”

    A partir dos anos ‘80 a Educação Física começou a sofrer com um processo de falta de identidade. Muitos profissionais começaram a trabalhar de forma espontânea, onde os conteúdos, objetivos, critérios de avaliação, ficaram indefinidos, tornando assim as aulas de Educação Física com uma falta de identidade.

    Diante disso, a Educação Física escolar que temos hoje no Ensino Médio, é o resultado das várias influências recebidas na sua trajetória enquanto componente curricular.

    Atualmente a Educação Física está lutando por sua legitimidade, querendo assim, conquistar um lugar de respeito junto aos demais componentes curriculares. Desta forma a Educação Física está lutando para ser compreendida como parte integrante da cultura escolar, enquanto um componente que desenvolve atividades expressivas dos alunos tais como, jogos, brincadeiras, ginástica, esporte, danças, lutas, como um componente que trabalhe com a cultura corporal.

As leis e a Educação Física no Ensino Médio

    A Educação Física através das leis de ordem Federal e Estadual, vem sendo incluída junto as disciplinas que fazem parte do currículo das escolas responsáveis pela Educação regular, leis estás que foram criadas conforme as necessidades que surgem em função das realidades vividas pelo país e mundo.

    Até o ano de 1996, a Educação Física do Ensino Médio era regida pela Lei nº 5.692 de 11 de agosto de 1971, que em seu artigo 7 descrevia: “Será obrigatória a inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programas de saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º grau ...”

    Atualmente, a Educação Física no Ensino Médio, contemplada na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu artigo 26, no parágrafo 3º, estabelece: “A Educação Física integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação, ajustando-se às faixas etárias e as condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos” BRASIL, Lei Federal 5692/71 (Apud PAZ, 2010, p. 14).

    Em 2001, através da Lei nº 10.328, foi acrescentado a esta lei anteriormente citada, a palavra “obrigatória” após componente curricular. Sendo assim, a Educação Física no Ensino Médio é obrigatória, salvo para os cursos no período noturno, onde a mesma fica sendo facultativa.

    Em função destas mudanças ocorridas através do texto da nova LDB, referente a Educação Física no Ensino Médio, alguns questionamentos surgem: É facultativa pra quem? Escola ou aluno? Que aspectos foram observados pelos legisladores para estabelecer que as aulas de Educação Física devam ser facultativas aos alunos do Ensino Médio que o cursam no período noturno? (BARNI E SCHNEIDER APUD PAZ, 2010, p.14).

    Temos então o parecer, o parecer nº 5/97 do Conselho Nacional de Educação que esclarece:

    Certamente à escola caberá decidir se deseja oferecer a Educação Física em cursos que funcionam no horário noturno. E ainda que o faça, ao aluno será facultado optar por não freqüentar tais atividades, se está for sua vontade. (http://cev.org.br apud, DA PAZ, 2010, p.15)

    Este texto completa a instrução normativa nº 002/99 da Secretaria de Estado da Educação e Desporto de Santa Catarina.

Educação Física no Ensino Médio

    Segundo Darido é possível compreender que a Educação Física hoje, principalmente no ensino médio (antigo 2º grau) está sofrendo problemas que se não refletirmos e tomarmos algumas providencias estará quase extintas as aulas para esse grau de escolarização. Isso porque segunda a LDB 9394//96 a educação física para alunos do ensino médio se tornou facultativa, ou seja, alunos são dispensados das aulas por motivos externos à escola. No período noturno, alunos tem total liberdade para não freqüentarem as aulas, que muitas vezes são baseadas nos esportes e atividades físicas de rendimento, pois já estão inseridos no mercado de trabalho.

    No período noturno a educação física passou a ser uma atividade extracurricular, as instituições oferecem, mas não contam como horas obrigatórias na carga horária da escola. Outros motivos como: a educação física sendo em contra turno das demais disciplinas, dificultando o acesso às aulas pelo fato de que os alunos morarem longe da escola e terem que ir só para realizar essas atividades ou aqueles ainda que estejam em horário de trabalho, e mesmo que se interessem pela prática da educação física não podem freqüentá-las. O ensino médio é caracterizado pela função de preparar o aluno para o mercado de trabalho, até porque as exigências do mercado estão cada vez mais rígidas, é muito difícil hoje em dia o aluno que não tem esse grau de escolarização se integrar no mercado de trabalho. Franco (apud DARIDO, 1999) sugere que a escola esteja relacionada ao mundo de trabalho, mas não numa relação linear.

    Algumas propostas para o ensino médio foram pensadas por pesquisadores da educação a fim de proporcionar aulas que façam com que os alunos se motivem a vivenciar diferentes práticas da cultura corporal que não restringem apenas aos esportes hegemônicos. A idéia não é eliminá-los dos planos de ensino, mas sim, além dos esportes, experimentarem outras manifestações da cultura corporal.

    Daólio (apud DARIDO, 1999) propõe uma educação física que estivesse em contra partida com as exigências e as repressões que o aluno trabalhador sobre com seu corpo em horários de trabalho. Aulas relaxantes, de forma coletiva, atividades prazerosas que lhe faça reconhecer-se enquanto indivíduo social.

    Outro autor propõe aulas onde os próprios alunos tenham autonomia e liberdade de planejá-las juntamente com o professor, se trata de elaborar um planejamento participativo que com o ensino médio é uma ótima maneira de mostrá-los que as aulas de educação física não se resumem somente aos esportes e ainda de maneira bem empobrecida, mas abrangendo outras manifestações como os jogos, as danças, a ginástica e etc. É possível dessa forma, conseguir maior motivação e valorização por parte dos alunos nas aulas de educação física, entre muitas outras vantagens. Isso por si só já se torna um grande avanço se pensarmos na forma com que as aulas de educação física estão configuradas atualmente.

    Segundo Darido (1999), a aulas para esses alunos devem ir além da simples reprodução dessas manifestações, devem além de tudo “proporcionar ao aluno conhecimento sobre a cultura corporal de movimentos, que implicam compreensão, reflexão, análise crítica, etc. A aquisição de tal corpo de conhecimentos deverá ocorrer em relação às vivências das atividades corporais com objetivos vinculados ao lazer, saúde/bem estar e expressão de sentimentos. Este objetivo precisa ser garantido a todos os alunos, pois permitirá uma plena autonomia no usufruto das formas culturais do movimento” e reforça a afirmação que a Educação Física como disciplina implica na promoção da reflexão através do conhecimento sistematizado, há um corpo de conhecimento, um conjunto de práticas corporais e uma série de conceitos desenvolvidos pela Educação Física que devem ser assegurados. No segundo grau, promovendo discussões sobre as manifestações dessas práticas corporais como reflexos da sociedade em que vive, pensando criticamente seus valores, o que levará os alunos a compreenderem as possibilidades e necessidades de transformar ou não esses valores”. (DARIDO,1999)

    Nahas (apud DARIDO, 1999), propõe aulas de educação física que fizessem os alunos aderir um estilo de vida que ele chama de “mais ativo”, voltado mais para a sua aptidão física e qualidade de vida, ou seja, proporcionar vivências nas aulas mostrando-os formas de atividades que promovam a aptidão física e qualidade de vida, principalmente a aqueles que mais necessitam. O interessante dessa proposta é não transformar as aulas em treinamentos que promovam a aptidão física, até porque pelo número de aulas, atingir certa qualidade de vida, através das aulas de educação física é praticamente impossível. O interessante é mostrar práticas que façam os alunos tomarem gosto para praticá-las depois da sua formação escolar adotando como um estilo de vida e antes de tudo, elaborar aulas que dê sentido para essas práticas para que assim os alunos obtenham um conhecimento mais elaborado sobre as mesmas. É necessária ainda, e talvez a parte mais importante desse tipo de aula fazer as reflexões dessas práticas em suas vidas sociais, expor-lhes as contradições que estão colocadas e que, nos debates desenvolvidos, os façam perceber que esse estilo de vida, dada as condições que eles estão submetidos, muitas vezes não estão nos seus alcances, devido a lógica da organização social que historicamente foram impostas.

    Para Mattos e Neira (apud PAZ, 2010, p. 19) há escolas em que o aprofundamento tático das modalidades é o único conteúdo das aulas de Educação Física. Essa especialização, não se mostra eficaz, pois só quem domina os fundamentos do jogo pode "jogar taticamente", perdendo o significado esse conhecimento de alto nível. Vemos que a prática pedagógica pouco tem contribuído para a compreensão dos fundamentos, para o desenvolvimento da habilidade de aprender ou para a formação ética.

Processos metodológicos

    Este projeto foi feito através de questionários, com perguntas abertas e fechadas com os profissionais que atuam no Ensino Médio da Rede Pública Estadual do Município de Santa Rosa do Sul, na busca de compreender quais as concepções pedagógicas utilizadas pelos mesmos. A pesquisa concretizou-se como sendo uma pesquisa de campo.

    [...] O trabalho de campo se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo (MINAYO, APUD AMBONI, 2009, p. 25).

    Coletei os dados através de questionários, distribuídos para os professores de Educação Física de uma única escola Estadual de Santa Rosa do Sul, contendo um total de dois professores, sendo que a escolha dos professores foram com os únicos professores do ensino médio que atuam em Santa Rosa do Sul.

Apresentação e análise dos dados obtidos na pesquisa

    Conforme os dados obtidos na pesquisa, foi aplicado questionário com dois professores do sexo feminino, professor 1 com idade de 33 anos, sua graduação e seu inicio na docência escolar foram em 2008, professor 2 com idade de 45 anos, com sua graduação em 1991, e seu inicio na docência escolar em 1990.

Tabela 1. Você conhece o PPP da escola?

Sim

2

Não

0

 

Tabela 2. Você utiliza ou vivencia o PPP da escola?

Sim

1

Não

1

    Analisando as respostas das tabelas 1 e 2, podemos observar que os professores entrevistados conhecem sim o PPP da escola, um entrevistado cita vivenciá-lo utilizando o PPP “como um norte para o professor desenvolver seus objetivos da disciplina e avaliação” (P1) um deles relatou que não vivencia o PPP.

Tabela 3. Você planeja suas aulas?

Sim

2

Não

0

    Em análise as respostas dadas pelos professores, observamos que todos os professores planejam suas aulas. Fazendo uma visão geral das respostas podemos concluir que as respostas são meio distintas, um dos professores faz seu planejamento semanal de acordo com o conteúdo que está sendo desenvolvido, já o outro cita que “1º observo as turmas e a partir disto procuro planejar as aulas de acordo com as características da turma” (P1).

Tabela 4. Você faz a reelaborações de seu planejamento durante a sua execução?

Sim

2

Não

0

    De acordo com os entrevistados ambos fazem a reelaboração do seu planejamento. Fazendo um apanhado geral das respostas obtidas, podemos observar que o planejamento é flexível é pode ocorrer mudanças para chegar ao objetivo central da aula, ou então ocorre quando “a aula não funciona” (P1) como foi citado por uma professora.

Tabela 5. Suas aulas de Educação Física possuem objetivos?

Sim

2

Não

0

    Os professores entrevistados afirmaram possuir objetivos em suas aulas. As respostas foram um pouco distintas, um professor afirma direcioná-la “visando sempre a integração, habilidades motoras e a socialização dos alunos” (P1), já o outro cita como objetivo “vivenciar diferentes experiências, para sua formação como ser humano e cidadão” (P2).

Tabela 6. Quais são os conteúdos que você trabalha nas suas aulas de Educação Física?

    Conforme as respostas dos entrevistados podemos observar que existe uma forte pratica dos esportes hegemônicos na escola, principalmente do Futebol e Voleibol, os entrevistados também afirmaram utilizar outras práticas como atividade física e qualidade de vida, espiribol, tênis de campo e mesa, e ginástica de acâdemia.

Tabela 7. Quais são os critérios utilizados para selecionar estes conteúdos?

    De acordo com os entrevistados, a forma de seleção dos conteúdos foi bem mesclada, um dos professores entrevistados afirma que os critérios para selecionar seus conteúdos é apenas o interesses dos alunos e a sua afinidade com o conteúdo, excluindo a oportunidade dos alunos conhecer um esporte alternativo e diferente, dando assim mais ênfase aos esportes hegemônicos como o Futebol que é o esporte preferido pelos alunos.

    Segundo SANTIN (apud PAZ, 2010, p.30), a Educação Física nem sempre foi considerada de capital importância, nem mesmo por alguns de seus profissionais, porque não é posta como uma real educação humana, mas apenas como suporte para atividades esportivas, acabou sendo uma disciplina dispensável.

Tabela 8. Como você organiza os conteúdos?

    Os entrevistados afirmaram que organizam seus conteúdos por bimestre, um deles organiza também por turma, sendo assim afirmando o seu interesse em saber o diagnóstico de cada turma para organizar os objetivos e os conteúdos.

    Na análise feita a partir das respostas, um dos professores afirma que faz suas avaliações através de observações, avaliação escrita, trabalhos. Já o outro professor afirma em uma resposta curiosa que “nunca avalio como um ser que tem que ser preenchido, mas que já possui conhecimento” (P1).

Tabela 10. Para você qual a função da avaliação?

    Conforme mostra a tabela 10 de respostas, os entrevistados tem como principal função da avaliação o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, que é de extrema importância . Em segundo lugar aparece a verificação da aprendizagem do aluno e o cumprimento da legislação.

Tabela 11. Qual(is) os instrumentos utilizados para realizar a avaliação na disciplina de Educação Física?

    Analisando a tabela 11 podemos observar que os entrevistados utilizam como instrumento avaliativo a observação diária, agregam também as provas teóricas, assiduidade do aluno e trabalhos, o professor 1 cita uma forma diferente de avaliar os seus alunos “Participação nas aulas sem performance”, o que mostra que o professor 1 visa a participação dos alunos sem uma forma de competição e resultados, e sim a interação de todos durante a aula, dando importância a participação.

Tabela 12. Qual a sua Concepção pedagógica de Educação Física?

 

Tabela 13. Quais são os livros e autores que você utiliza em sua prática pedagógica?

    Analisando as respostas dos entrevistados nas tabelas 13 e 14 podemos relatar que:

    P1: Afirma “Preparar os alunos para sociedade, sendo um ser biológico que age e recebe agentes na sociedade tendo o corpo como meio de interação”. Diante disso não consegui decifrar corretamente qual sua concepção pedagógica, nos seus autores ela cita livro oferecidos pelo MEC, e livros específicos de educação física.

    P2: Afirma “Busco a formação integral do aluno no aspecto cognitivo, físico, social e intelectual”, conforme a resposta do entrevistado não foi possível compreender sua concepção pedagógica, nos seus autores ela citou buscar conteúdos pela internet pois é onde sempre está atualizada.

Considerações finais

    Neste trabalho procurei me focar em um dos temas que me chamou bastante a atenção durante meu percurso nos Estágios obrigatórios, que são os professores do Município de Santa Rosa do Sul, curiosidade em saber quais as respostas referente ao PPP, objetivo das aulas, planejamento e principalmente suas concepções pedagógicas.

    Dentro do tema educação física procurei focar nas concepções pedagógicas dos professores de educação física, pois gostaria de saber como os profissionais trabalham esta disciplina em turmas as quais estão preocupadas com o que vão escolher para seu futuro. Minha pesquisa buscou ainda identificar a participação e vivencia dos docentes no processo de construção do PPP da escola.

    Com minha pesquisa pude concluir que os profissionais de educação física não seguem uma concepção pedagógica clara, notei que eles citam vários assuntos e objetivos distintos, o que impossibilitou de identificar qual concepções elas seguem.

    Também pude observar que os mesmos conhecem sim o Projeto Político Pedagógico, mas não atuam ativamente na sua construção, e se dispõem a fazer um curso de formação continuada somente quando a escola oferece, não levando em consideração o quanto é importante na vida docente ir em busca de novos conhecimentos para então levar ao seus alunos aulas diferentes e novas, buscando assim o interesse dos alunos nas aulas, e fazendo com que se efetive a troca aluno/professor e que o ensino aprendizagem aconteça.

    Desta forma esta pesquisa me deu conhecimento para que eu enquanto pesquisador, pudesse identificar a importância das concepções pedagógicas dos professores de educação física no ensino médio das escolas do município de Santa Rosa do Sul. Assim percebi o valor das concepções pedagógicas quando os professores tem as definidas, transformando os seus saberes em um rumo nas suas aulas e no seu planejamento, sabendo sempre buscar bibliografias para dar suporte nos fatos novos ocorridos, em sua realidade e na do aluno.

Referências

  • AMBONI, Gabriela Costa. Concepções Pedagógicas da Educação Física no Ensino Médio nas Escolas Públicas de Araranguá. Criciúma: Unesc, 2009.

  • BARNI, Mara Juttel e SCHNEIDER, Ernani José. A Educação Física no Ensino Médio: Relevante ou Irrelevante? Paginas 01-11. http://www.icpg.com.br/artigos/rev03-02.pdf

  • DARIDO, Suraya Cristina; GALVÃO, Zenaide; FRREIRA, Lilian Aparecida; FIORIN, Giovanna. Educação Física no Ensino Médio: Reflexões e Ações. Motriz Volume 5, Número 2, Dezembro/1999

  • FREY, Mariana Camargo. Educação Física no Ensino Médio. A opinião dos alunos. 2007.

  • PAZ, Felipe Teixeira. Concepções Pedagógicas da Educação Física dos Professores do Ensino Médio de Sombrio. Criciúma: Unesc, 2010

  • TOGNI, Ana Cecília e CARVALHO, Marie Ane Soares. A escola noturna de ensino médio no Brasil. Revista Iberoamericana de educación, Nº 44, pp. 61-76. 2007.

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