A influência da mídia na mercadorização do MMA La influencia de los medios de comunicación en la comercialización de las Artes Marciales Mixtas The influence of media in the MMA commodification |
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*Mestre em Educação (UFBA). Professor Assistente do DCH / campus IV, da UNEB. Grupo GEPEFES **Licenciado em educação física (UNEB). Estudante do curso de especialização (UESC). Grupo GEPEFES (Brasil) |
Vamberto Ferreira Miranda Filho* Igor Sampaio Pinho dos Santos** |
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Resumo O objetivo deste estudo foi analisar a relação da mídia com as Artes Marciais Mistas (MMA), destacando que o seu produto final é a mercadorização esportiva. A pesquisa partiu de um “estudo de caso” no município de Jacobina-BA, onde ocorreu um evento do MMA, em dezembro de 2012. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário semiestruturado. Os dados obtidos foram analisados através da “análise de conteúdo”. Verificou-se que a maioria das pessoas consome produtos alusivos ao MMA e que o seu envolvimento com o referido esporte deve-se à mercadorização esportiva pela mídia, mediante a venda de produtos e serviços. Unitermos: Mídia. MMA. Mercadorização esportiva.
Abstract The aim of this study was to analyze the relationship of the media with the Mixed Martial Arts (MMA), highlighting that the final product is the sports commodification. The research started with a "case study" in the city of Jacobina, Bahia, where a MMA event, occurred in December 2012. As an instrument of data collection, we used a semi-structured questionnaire. The data obtained were analyzed using the "content analysis". It was found that most people consume the MMA products and their involvement with said sport is due to sports commodification by the media, by selling products and services. Keywords: Media. MMA. Sports commodification.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Segundo Pires (2000), assim como a sociedade industrial contemporânea registra a importância crescente dos meios de comunicação de massa na atribuição de sentidos aos discursos que influenciam na constituição de saberes / fazeres do cotidiano social, ocorre processo semelhante na cultura esportiva e de movimento, de onde são recolhidos e didaticamente transformados os conteúdos do processo ensino e aprendizagem da Educação Física.
Nesse sentido, para atrair a atenção do seu público, a mídia vai propagar o esporte de modo espetacular para produzir uma identidade entre o “espectador” e os eventos esportivos. De modo que o mais novo objeto dessa espetacularização esportiva são as Mixed Martial Arts (MMA), um esporte de combate que tem adquirido crescente destaque, principalmente na televisão, e atraído um relevante número de admiradores no Brasil.
O desenvolvimento de estudos sobre o MMA começa a adquirir espaço no meio acadêmico, com destaque para abordagens fundamentadas nas ciências humanas e sociais. Na Educação Física, por exemplo, Pellanda e Pastre (2008) trazem uma importante discussão sobre o processo de “esportivização” do MMA, em que a elaboração de regras tornou-se um ponto de equilíbrio entre a emoção e a repugnância por parte do espectador; as regras são também uma necessidade para que práticas corporais, como o MMA, sejam aceitas pela sociedade. Na área da Comunicação Social, Alvarez e Marques (2012) consideram o MMA um fenômeno midiático que é fruto do processo de globalização dos meios de comunicação de massa na sociedade contemporânea e, para a sua efetivação e aceitação social, foi necessário passar pelo “crivo” dos parâmetros normativos estabelecidos pela sociedade capitalista. Também da área da Comunicação Social, Torezani (2012) atribui o vertiginoso crescimento do MMA às transmissões das lutas pelas emissoras da TV aberta, à programação especializada que faz apologia ao referido esporte, à linguagem utilizada por esses meios e à sua associação com outras modalidades esportivas.
Entretanto, parece haver uma lacuna na literatura especializada no que dia respeito ao desenvolvimento de estudos que contribuam para uma melhor compreensão de aspectos relacionados à mercadorização de produtos relacionados ao MMA e da participação da mídia nesse processo.
Assim, o objetivo deste estudo foi analisar, mediante pesquisa empírica e à luz da literatura, de que maneira a mídia tem contribuído com o movimento de popularização do MMA, destacando a mercadorização do esporte como uma das possibilidades nesse processo.
O texto está organizado em três momentos, a saber: inicialmente são apresentados alguns aspectos metodológicos que orientaram a organização da pesquisa empírica. Na sequência são destacados os principais resultados da investigação realizada e discutem-se os dados encontrados à luz de literatura especializada. Por fim, são tecidas algumas considerações a partir da investigação realizada.
1. Aspectos metodológicos
A investigação ocorreu no Ginásio Municipal de Esportes Roberto Santos Gomes, da cidade de Jacobina-BA, campo empírico delimitado para esta pesquisa, onde aconteceu, no dia 22 de dezembro de 2012, às 17h:00min, o Jacobina Fight, primeiro evento de MMA da referida cidade. O estudo envolveu cerca de 10% dos sujeitos presentes no local (espectadores, praticantes de artes marciais e os organizadores do evento), de ambos os sexos, com faixas etárias entre 15 e 50 anos de idade, com diferentes graus de formação, do Ensino Fundamental até Pós-Graduados, e das mais diversificadas profissões: estudantes, profissionais liberais, autônomos e servidores públicos. Um dos procedimentos utilizados foi a técnica de aplicação de questionário semiestruturado no local mencionado. Depois de entender os objetivos da pesquisa, especificados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), os participantes autorizaram o pesquisador a utilizar os depoimentos para fins científicos, obedecendo ao que está previsto nas Leis que resguardam os direitos de personalidade (Código Civil, Lei N.º 10.406/2002). Os dados coletados nos questionários foram organizados e analisados, através da técnica de análise de conteúdo. Os entrevistados foram bem receptivos e solícitos, se dispondo a contribuir com a pesquisa, respondendo a cada uma das perguntas propostas no questionário.
2. Resultados e discussão
Durante a pesquisa, uma questão colocada para os entrevistados foi como estes souberam do evento “Jacobina Fight”. As respostas obtidas nesta questão foram organizadas em cinco categorias (contato direto/formal, através de terceiros, através de mídias, outros e não se aplica). A maioria dos entrevistados, que corresponde a 40%, afirmou que soube do evento através de informações transmitidas pelos seguintes veículos de comunicação: rádio, Internet, carro de som, cartazes e panfletagens. Provavelmente, essas respostas sejam decorrentes de uma das grandes vantagens da mídia, que é a maneira como ela alcança um número elevado de receptores num curto período de tempo. Segundo Pires, a sociedade contemporânea, também denominada de Sociedade da Informação, tem como principal característica, a instantaneidade de informações, em que a indústria midiática, segundo o autor, “despeja diariamente milhares de notícias, fatos, curiosidades, propagandas, projeções, entretenimento, etc., em todas as esferas do globo” (PIRES, 2000, p. 20). Nesse caso, de acordo o Gráfico 01, é possível inferir que a mídia tem contribuído significativamente na disseminação de mensagens sobre o MMA, alcançando um grande número de pessoas instantaneamente.
Gráfico 01. Como soube do evento
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2012
As informações evidenciadas não se resumem somente à TV e internet, a mídia impressa é outro importante meio de comunicação de massa com incrível capacidade informativa, a exemplo disso, são os artigos e manchetes de jornais e revistas. Alvarez e Marques (2012) legitimam esta informação ao afirmarem que durante um período correspondente a três anos, o Jornal Folha de São Paulo fez inúmeras referências ao MMA, citando-o em 153 trechos de artigos e notícias. Talvez por isso que, segundo esses autores, o MMA é um “esporte/espetáculo de alta inserção midiática e social” (ALVAREZ e MARQUES, 2012, p. 01). Vale acrescentar também, que os referidos autores sinalizam que as lutas de MMA conquistam uma legião de fãs e chegam a ser transmitidas em milhões de lares em todo o mundo1.
Outra questão colocada aos entrevistados foi como eles conheceram o MMA. O Gráfico 02 demonstra que a TV e a Internet são os principais meios de comunicação de massa, responsáveis pela disseminação do MMA. Soberana, a televisão foi considerada por 51% dos entrevistados como um recurso determinante para que se conhecesse o MMA. A Internet, com toda a sua inserção e ampla difusão, é considerada a segunda mídia mais influente nesse contexto, representando quase 30%.
Gráfico 02. Como conheceu o MMA
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2012
Provavelmente, o destaque da TV se deva, não somente por ser uma das mídias mais presentes no cotidiano das pessoas, mas, sobretudo, pelo seu poder de persuasão garantido pelos recursos de imagem e áudio produzidos (com opções do replay e da repetição dos lances em câmera lenta, etc.). Isso explica como o poder imagético da mídia televisiva e sua interferência têm determinado os rumos do esporte. Betti (1998) fala da relação entre o esporte e a televisão e afirma que isso “vem alterando, progressiva e rapidamente, a maneira como praticamos e percebemos o esporte” (p. 33). Para Alvarez e Marques (2011), tanto a tela da TV, quanto do computador, têm a capacidade de provocar estímulos sensoriais e psíquicos nos seus receptores.
Ao vermos uma luta de MMA pela TV (essa é a maneira como o esporte chega à maioria de seus fãs), é como se a pudéssemos senti-la em toda a sua intensidade, como se os lutadores dentro do octógono fossem nossos avatares, extensões de nós mesmos (ALVAREZ e MARQUES, 2011, p. 11).
Por ser considerado um fenômeno social de grande relevância, o esporte é capaz de conceber diversos fatos e acontecimentos que repercutem na mídia e isso se transforma em notícias que são cotidianamente veiculadas pelos meios de comunicação. A mídia televisiva, por exemplo, nem precisa de programação especializada em publicar notícias esportivas, segundo Betti (1998), elas estão presentes nos programas de auditório, nos programas humorísticos e aparecem nos telejornais, em meio ao noticiário político, econômico e policial. “O esporte pode aparecer como pano de fundo ou como tema principal; como simulação de prática ou como falação” (BETTI, 1998, p. 150). Além disso, há campanhas publicitárias que utilizam a imagem dos atletas, os filmes e as telenovelas que fazem apologia ao esporte, contribuindo com a veiculação diária de uma infinidade de informações para o telespectador (TOREZANI, 2012). Diante disso, fica comprovada a relevância da TV na disseminação do MMA e da sua contribuição na popularização do esporte.
A questão a seguir, diz respeito aos principais recursos utilizados para acompanharem as lutas de MMA. De acordo a pesquisa, a aproximadamente 50% dos entrevistados preferem a TV como o veículo mais utilizado, não somente para que se conheça o MMA, mas como um efetivo meio de comunicação para acompanhar as lutas e para obter informações sobre o referido esporte. Vejamos o gráfico a seguir:
Gráfico 03. Recurso utilizado para acompanhar o MMA
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2012
As lutas do MMA eram exibidas nos canais por assinatura pelo pay-per-view. Apesar de sua divulgação pela TV aberta atualmente, para ter acesso às programações especializadas sobre esse esporte de combate, é necessário tornar-se uma assinante e financiar a sua programação. Devido ao sucesso que este esporte alcançou internacionalmente, pressupõe-se que as emissoras da TV aberta tenham se interessado em sua veiculação, tanto que, no Brasil, a Rede TV! foi a pioneira, entre os canais abertos, a transmitir as lutas. Hoje, a Rede Globo detém a exclusividade na transmissão do UFC no Brasil. Além da Rede Globo, o Esporte Interativo, canal da Rede Bandeirantes de Televisão, transmite outro grande evento promotor de lutas de MMA: o Bellator, realizado nos Estados Unidos e considerado, atualmente, o maior concorrente do UFC.
Novamente, a Internet tornou-se a segunda opção entre os recursos midiáticos, representando 33% na preferência dos participantes dessa pesquisa. Algumas pessoas declaram utilizar os portais e as comunidades virtuais da Internet para acompanharem diariamente informações sobre o MMA e sobre os seus eventos. Segundo Torezani (2012), a internet tornou-se o principal espaço na grande mídia, destinado para informações e discussões sobre os combates de MMA, através dos portais e das redes sociais que publicam e atualizam diariamente informações aos interessados.
Se por um lado a televisão desperta um grande encantamento pelos inúmeros recursos de áudio e imagens disponíveis, por outro, justifica-se a versatilidade e interatividade da Internet. Pires (2000) afirma que o referido meio de comunicação torna-se uma importante ferramenta de busca e atualização do conhecimento, bem como pode ser um recurso viável, devido ao seu baixo custo e por ser um espaço com capacidade de interação em tempo real.
Nas questões anteriores, foi possível perceber a contribuição da TV e da Internet na disseminação do MMA, para que ele se tornasse um dos esportes mais populares na atualidade. As informações presentes no Gráfico 04 nos asseguram da importância da mídia e como ela exerce considerável influência para que o MMA alcance constante destaque na sociedade. Das pessoas presentes no evento e que participaram da entrevista, 52% atribuíram à mídia a responsabilidade pelo crescente sucesso do MMA.
Gráfico 04. Motivo do sucesso do MMA
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2012
É inegável, o reconhecimento do MMA como um fenômeno mundial. Alvarez e Marques (2011) afirmam que vivemos numa sociedade cada vez mais globalizada, ou seja, é marcada por uma espécie de hibridização2 cultural (ALVAREZ e MARQUES, 2011). É o denominado “encolhimento do espaço físico pelo fenômeno da informação instantânea” (PIRES, 2000, p. 20). Ainda, de acordo com o citado autor, essa é uma das principais características da sociedade contemporânea, através da mídia, une uma infinidade de pessoas de culturas diversificadas, por meio da instantaneidade dos meios de transmissão de dados, graças à TV, Internet e os canais por telefonia, que alcançam as diversas esferas do planeta, possibilitando o fenômeno da “mundialização cultural”. O MMA é fruto desse processo. Representa uma mesclagem de técnicas e fundamentos de várias artes marciais que, consequentemente, tornou-se uma prática corporal universalizada.
Nesse sentido, Álvares e Marques (2011) acreditam que a sua “hibridização” é consequência de ideais liberais e iluministas. E é nessa lógica de que se baseia a sociedade capitalista. “Não é por acaso que o sistema da indústria cultural provém dos países industriais mais liberais e é neles que triunfaram todos os seus meios característicos, sobretudo o cinema, o rádio, o jazz e as revistas” (ADORNO e HORKHEIMER, 1985, p. 124).
Diante dessa discussão, é possível afirmar que a espetacularização do MMA e a sua veiculação pelos meios de comunicação de massa, tornam-se uma estratégia da indústria cultural para transformá-lo num fenômeno esportivo com ampla divulgação mundial, adquirindo maior número de adeptos que queiram consumi-lo. Para Bracht (2005), a espetacularização do esporte acontece, principalmente, pela TV, em que ela constrói a imagem dos “grandes heróis esportivos”, despertando o fascínio e a admiração do espectador. Esse contexto é estabelecido mediante uma linguagem de mundo ao mesmo tempo real e irreal: “A realidade é organizada de uma nova forma; elementos do real são combinados com produtos não reais como a fantasia, o sonho e ficções.” (BRACHT, 2005, p. 118).
Tudo que é vinculado ao esporte é construído através de uma fantasia, mediante uma linguagem racionalmente torpe, criando-se falsas necessidades ao consumidor, ou seja, uma racionalidade da própria dominação com caráter repressivo da sociedade que se aliena na sua função contemporânea (ADORNO, 2002). A partir disso, o esporte, que movimenta milhões de dólares em todo o mundo, funciona como uma espécie de mercadoria e a sua espetacularização é uma estratégia para potencializar os lucros e estabelecer a ideologia do sistema capitalista. Este é o denominado processo de mercadorização esportiva.
A partir desses pressupostos, a intenção da questão a seguir foi saber se os entrevistados já consumiram algum produto do MMA, considerando o imediato crescimento deste esporte na mídia e o processo de mercadorização esportiva na sociedade, como veremos no Gráfico 05.
Gráfico 05. Consumidor de produtos do MMA
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2012
Os dados constantes no gráfico acima comprovam que a maioria dos entrevistados (70%) consome produtos que fazem alusão ao MMA. Diante deste resultado, é possível concluir que o referido esporte tornou-se uma janela de oportunidades para se comercializar qualquer coisa e, numa economia globalizada, frente à universalização da cultura esportiva, o MMA se transformou numa espécie de negócio muito lucrativo em todo o mundo. A partir do Gráfico 06, é possível identificar os tipos de produtos que são mais consumidos pelos espectadores do MMA.
Gráfico 06. Produtos do MMA
Fonte: Pesquisa de Campo, dezembro, 2012
Nota-se que a maioria desses produtos é roupas e acessórios (48%), artigos de lutas (kimonos, shorts, etc.), representando 29%, além de pacotes das transmissões dos eventos nos canais por assinatura (14%), entre outros produtos, como: suplementos alimentares, brinquedos e jogos de vídeo game (9%).
Acredita-se que o consumo desses produtos seja incentivado pela “padronização da produção cultural” que é destinada à mercadorização em larga escala e se constitui na garantia de que também o seu consumo se daria de forma universal (ADORNO e HORKHEIMER, 1986, apud PIRES, 2000). Acredita-se também que a televisão contribua na propagação desse processo social consumista.
A televisão, além de estimular o consumo de produtos esportivos (vestuário, equipamentos, etc.), utilizando o esporte enquanto conteúdo, ou associando-o a outros produtos por meio do anúncio publicitário, tornou o próprio telespetáculo esportivo um produto de consumo comparável às telenovelas e programas de auditório (BETTI, 1998, p. 40).
Portanto, as questões levantadas ao longo do presente estudo, mostram-nos a maneira como se configura o esporte na sociedade contemporânea e como a mídia tem exercido grande influência na disseminação de mensagens sobre o discurso esportivo, destacando o MMA como um dos grandes protagonistas nesse processo, uma espécie de “pão e circo moderno”, cuja finalidade é ser mais uma necessidade das massas e ser consumido como entretenimento nos momentos de lazer de seus espectadores.
3. Considerações finais
Em síntese, o objetivo deste estudo foi analisar o envolvimento da mídia com as Artes Marciais Mistas (MMA) e como essa relação tem contribuído para o seu vertiginoso crescimento na sociedade. Tendo em vista as informações da literatura e os dados obtidos no campo empírico, verificou-se que a maioria das pessoas entrevistadas consome produtos alusivos ao MMA e que o seu envolvimento com o referido esporte deve-se ao processo de mercadorização esportiva veiculado pela mídia, em que esta atua de forma contundente na venda de produtos e serviços, contribuindo com a sua popularização.
Contudo, por se tratar de um estudo preliminar, recomenda-se ainda a realização de outras pesquisas, destacando algumas questões como o interesse da mídia em vender a ideia de ascensão socioeconômica e a espetacularização esportiva a partir da construção da imagem dos heróis esportivos, visando ampliar os estudos sobre esses processos.
Notas
Alvarez e Marques afirmam que o UFC é responsável pela transmissão das lutas em 354 milhões de lares e em mais de 145 países.
Hibridização é o termo utilizado para definir a combinação de elementos diversificados. Os autores Alvarez e Marquez, em seu artigo destacam a combinação existente entre culturas distintas. Nesse caso, eles se referem também ao MMA, por ser uma mesclagem de várias artes marciais.
Referências
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PIRES, Giovani De Lorenzi. A Educação Física e o Discurso Midiático: abordagem crítico-emancipatória em pesquisa-ação no ensino de graduação. Campinas, SP, 2000.
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