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A carga horária da Educação Física escolar: teoria e prática

La carga horaria de la Educación Física escolar: teoría y práctica

The hours of physical education: theory and practice

 

*Acadêmico da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto

**Professor orientador da PUCRS

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Faculdade de Educação Física e Ciência do Desporto

(Brasil)

Fábio Duarte Almeida*

fabio.almeida.educadorfisico@gmail.com

Roberto Mário Scalon**

roberto.scalon@pucrs.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo analisar e confrontar a carga horária da educação física escolar do ensino fundamental, com algumas referências da literatura. A amostra se constituiu pela proposta educativa lassalista da rede La Salle de ensino, do colégio La Salle Dores, aonde o estágio curricular foi realizado. Foram analisadas, a partir do documento da rede, informações sobre a educação lassalista onde foi possível identificar relações diretas com a teoria e a prática de educação física. A partir das informações, os resultados foram obtidos, pois foram confrontados com algumas referências. Há muito poucos estudos sobre a carga horária da educação física, por isso a sugestão deste artigo é instigar a pesquisar sobre essa justificativa.

          Unitermos: Educação Física. Carga horária. Educação.

 

Abstract

          This study aimed to analyze and confront the hours of physical education in elementary school, with some literature references. The sample was constituted by the educational proposal of the Lasallian educational network La Salle, La Salle College of the Sorrows, where the traineeship was conducted. Were analyzed, from the document network, information on education lasasalistas where it was possible to identify a direct relationship with the theory and practice of physical education. From the information the results were obtained because they were faced with some references. There are very few studies on the hours of physical education, so the suggestion of this paper is to instigate research on this justification.

          Keywords: Physical Education. Hours. Education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O estágio foi realizado no Colégio La Salle Dores, que fica no centro de Porto Alegre, na Rua Riachuelo nº 800. Como era estágio de ensino fundamental, a turma, que foi realizado o trabalho, foi uma, de oitava série do ensino fundamental.

    Tinha 35 alunos na turma, o que facilita um pouco o trabalho, se a maioria dos alunos realizasse a prática. Dos trinta e cinco alunos matriculados na turma, só não realizam a prática três. Esse número pode entrar em conflito com algumas questões políticas da escola, pois o professor atual realiza o trabalho há três anos.

    As aprendizagens no estágio são várias. Muitas vezes os professores de vários locais de estágio nos permitem criar e desenvolver nossas capacidades como professores, outras não. No local onde foi realizado o estágio, possibilidade não faltava, pois o professor sempre estava disposto a discutir sobre aulas e metodologias de ensino. Outra aprendizagem muito significativa é sobre o planejamento de aula. As aulas devem ser planejadas para o professor ter um caminho, e através deste caminho ele poderá mudar a direção.

    Em muitas questões trazidas pelos adolescentes, uma delas trata-se do período a mais de educação física. E geralmente na resposta dos professores, falta argumentação para responder essa questão e até argumentação para justificar a importância da prática de educação física.

    Até muitos anos atrás, as aulas no ambiente escolar eram quase todas de caráter intelectualista. Atualmente o que se observa é que muitas pessoas e instituições de ensino continuam dando grande importância para a parte intelectual que é desenvolvida nos colégios, para os alunos do ensino médio.

    Neste âmbito, sabe-se que os Parâmetros Curriculares Nacionais são uma ferramenta, criada pelo governo federal, para auxílio na elaboração do currículo de muitos colégios, ou seja, é um subsídio que o professor pode usar para planejar suas aulas.

    Porém, apesar desta ferramenta, muitas vezes o que se pode observar nas escolas é que disciplinas como português, matemática e outras, possuem carga horária superior a das aulas de educação física, que é uma disciplina muito importante para o indivíduo e não menos importante do que quaisquer outras disciplinas.

    Com base nos PCNs do ensino médio, podem-se analisar inúmeros conteúdos e idéias excelentes sobre o que aplicar nas aulas de educação física. Por outro lado, o que chama atenção é a carga horária destinada a essa prática, que em diversas instituições de ensino, torna-se diminuta para aplicar conteúdos de importância significativa para os alunos que estão numa fase de grandes mudanças nos desenvolvimentos psicológico, motor e social.

    A educação física brasileira tem diversas influências do militarismo. Segundo Cunha Júnior (2001) em sua obra, cita que, as práticas em meados do ano de 1841, eram de valor significativo para o homem, pois abrangia as forças do corpo e alma. Desde aquela época a educação física já tinha seu valor na sociedade.

    Segundo Darido e Rangel (2008) na concepção higienista e militarista da educação física na nossa sociedade, a disciplina era considerada totalmente prática, não havendo necessidade de uma fundamentação teórica, bastava ser um ex e bom praticante da atividade que já estava apto a ensinar.

    Conforme Medina (1990) é por causa destas manifestações que, desde o início de nossa história, em evidência a educação física, vem sendo colocada numa escala diminutiva de valores que foi se formando em nossa nação. E o que podemos analisar em muitas escolas de Porto Alegre é que, essa realidade é muito comum, pois a educação física possui uma carga horária inferior às outras disciplinas.

    Para Nascimento (1998, apud LORENZ e TIBEAU, 2003) a educação física tem como objeto de estudo o conhecimento corporal, através dos jogos, atividades lúdicas, danças, lutas e outras práticas de ensino. Muito se discute e se orienta sobre diversos conteúdos e sobre o que aplicar nas aulas de educação física, mas nem sempre o tempo de aula é suficiente para isto.

    A ampliação dessa carga horária e de uma dimensão conceitual dos conteúdos teóricos da educação física favorecerá uma aprendizagem significativa para o adolescente, pois ele poderá obter um conhecimento científico para relacionar com a prática pedagógica (BARROS e DARIDO, 2009). Os autores também afirmam que isso seria um importante instrumento para o desenvolvimento de suas capacidades físicas e sociais, para que possam exercer sua cidadania e consigam atuar de forma autônoma em suas vidas. Percebe-se a necessidade de mudar a metodologia e outros fatores já citados, da educação física.

    A proposta dos PCNs da educação física no ensino fundamental é que o aluno, após completar essa fase, seja capaz de conhecer as várias formas de expressão corporal e manutenção do próprio corpo.

    Atualmente o que ocorre em muitas escolas é o aprofundamento de um determinado esporte, e conseqüentemente os alunos acabam optando pela desistência da aula de educação física. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2000)

    No Ministério da Educação (2000, p. 34), do ensino médio, encontram-se as seguintes idéias:

    “Confrontando, portanto, os objetivos do Ensino Médio com os que se tem no cotidiano da educação física nas escolas, deparamo-nos com uma incongruência. Enquanto as demais áreas de estudo dedicam-se a aprofundar os conhecimentos dos alunos, através de metodologias diversificadas, estudos do meio, exposição de vídeos, apreciação de obras de diversos autores, leituras de textos, solução de problemas, discussão de assuntos atuais e concretos, as aulas do “mais atraente” dos componentes limita-se aos já conhecidos fundamentos do esporte e jogo.”

    Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, do ensino médio, faz-nos refletir a ponto que afirma:

Art. 35º. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

    Já em outro parágrafo o Ministério da Educação (2000), afirma que o regimento escolar é que determina a carga horária das aulas, podendo diminuí-la ou aumentá-la. O que pode se observar, é que em alguns colégios, os responsáveis pelo regimento escolar podem não se atentar para os PCNs da educação física.

    De acordo com a Proposta Educativa Lassalista (2004) a sua educação é o processo contínuo e progressivo de crescimento dos alunos em comunidade. Com isso o respeito a sua dignidade e individualidade diferenciada ocupa lugar central na educação lassalista. O documento também revela que a Sociedade Porvir Científico tem como missão institucional promover o desenvolvimento integral da pessoa, o que nos faz relacionar com a educação física.

    Conforme Medina (1990) a educação física tem sido incapaz de se justificar como disciplina escolar e descreve que este fato é conseqüente da falta de reflexão sobre o real significado da disciplina. Também em seu livro cita algumas opiniões de estudantes do curso de educação física, sobre o significado desta disciplina e analisando as informações destes estudantes analisa que deve melhorar o nível de ensino dos respectivos graduandos.

    Conforme as informações acima, este trabalho tem como objeto de estudo a adequação da carga horária da educação física escolar de acordo com os PCNs do ensino fundamental, e justifica-se na importância de chamar a atenção de professores, dirigentes e políticos sobre uma possível discrepância entre teoria e prática desta disciplina. Foi pesquisado o referencial teórico do colégio, na qual foi realizado o estágio, chamado de Proposta Educativa Lassalista, assim como os PCNs, a LDB e outros autores para analisar e confrontar informações da teoria e prática de educação física.

Metodologia

    Esta pesquisa tem como objetivo analisar e confrontar o documento da Sociedade Porvir Científico com os PCNs do ensino fundamental, a fim de ver se a carga horária da educação física está de acordo com estes dois documentos.

    Esta pesquisa é do tipo indireta, bibliográfica, e será de método descritivo exploratório.

    A coleta do material bibliográfico será o Projeto Pedagógico do Colégio em questão, PCNs e autores de educação física.

    A organização e a análise de dados será feita através de comparações entre o regimento escolar e os PCNs com os diversos autores.

    As limitações da pesquisa se evidenciam no ano que foi feito o projeto pedagógico e quem nem todos os dirigentes possam ter conhecimento.

Resultados e análise de dados

    Lembra-se que na instituição de ensino, onde foi realizado o estágio, a educação física escolar tem carga horária de um período semanal, para a turma de ensino fundamental, de cinqüenta minutos.

    Na Proposta Educativa Lassalista (2004) refletimos sobre o ser humano, na qual é um ser que está em relação constante na sociedade e depende dos outros para crescer, se desenvolver, se formar. Podemos pensar em algumas disciplinas da escola que os alunos sentam em uma cadeira, atrás de sua mesa. A relação com os outros e o processo de formação poderia ficar fragilizado, pois a maioria das disciplinas ocorre como descrito acima.

    O documento ainda afirma-nos que a Sociedade Porvir Científico tem como missão institucional a formação integral da pessoa humana. Conforme Medina (1990) em algumas profissões, talvez mais do que outras, a percepção do todo por meio da interação do sujeito com os outros sujeitos, torna-se fundamental para o professor de educação física. O autor ainda revela que, nessa perspectiva, o corpo humano, muitas vezes, é tratado com uma máquina, na qual não tem o direito de falar, sorrir, chorar, amar, odiar, sentir dor e prazer, brigar e brincar e capaz de ter fé. Medina (1990, p. 81) ainda revela que:

    “A educação física revolucionária pode ser definida como a arte e a ciência do movimento humano que, por meio de atividades específicas, auxiliam no desenvolvimento integral dos seres humanos, renovando-os e transformando-os no sentido de sua auto-realização e em conformidade com a própria realização de uma sociedade justa e livre”.

    Com a afirmação do autor, podemos analisar várias semelhanças do documento da instituição com as declarações do autor.

    Alguns princípios do projeto pedagógico da instituição de ensino dizem-nos que a percepção de pessoa é como um ser que se expressa nos seus níveis de corpo, mente e alma e nas três potencialidades afeto, inteligência e vontade. Também em seus conceitos ético-morais revelam que buscam, através da escola, uma educação de inclusão e integração das pessoas. Segundo Darido e Rangel (2008) a educação física na escola deve ter como base o princípio da inclusão, assim como a inserção e integração de todos os alunos à cultura corporal de movimento, por meio de várias vivências. O autor, em outra fala, diz que muitas escolas costumam associar instituições que preparam os jovens para o mundo. Talvez muitos diretores desconheçam essa preparação para o mundo, pois muitas práticas, ano pós ano, continuam as mesmas.

    Segundo a Proposta Educativa Lassalista (2004) analisa o ser humano, como um ser em relação constante, consigo mesmo, com Deus, com os outros e com o meio em que vive.

    Já o Ministério da educação (2000) nos diz que muitos alunos não freqüentam as aulas de educação física, pois não conseguem obter o desempenho que desejam, fator indesejável para os professores. O documento também cita que na LDB está claro que uma das finalidades da educação física no ensino fundamental é a aprendizagem, conhecimento e desenvolvimento dos conhecimentos.

    Então, a partir destas afirmações podemos refletir a ponto que, se os alunos devem estar crescendo em relação constante e umas das aulas, se não a mais, que favorece este convívio social direto, é a educação física, por que a disciplina tem apenas um período de cinqüenta minutos semanais.

    Buscamos a viabilidade e a sustentabilidade, através de iniciativas e projetos que garantem a excelência educativa. (PROPOSTA EDUCATIVA PEDAGÓGICA, 2004). Por isso o professor de educação física, deve ter seus pensamentos e posições bem definidas sobre a importância de sua disciplina e buscar uma integração com o trabalho desenvolvido na escola, colocando sua disciplina no mesmo patamar de seriedade e compromisso com a formação do educando. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2000).

    Algumas orientações da Proposta educativa pedagógica (2004) diz que o currículo é compreendido como um processo coletivo, agregando toda a comunidade escolar, e se faz entender por ser um conjunto de oportunidades para o indivíduo se desenvolver integralmente.

    Em um estudo, sobre o tempo ativo nas aulas de educação física do ensino fundamental, Carniel (2003) aponta que o tempo de aprendizagem ativa é de 29% do total da aula. O tempo de espera é de 44,9%, de instrução 8,6%, e administrativo 16%. Isso nos faz refletir, pois será que os jovens irão valorizar a prática de exercícios físicos no futuro, com tão pouco tempo de aulas de educação física?

    No documento da Proposta educativa lassalista (2004) sugere que os professores devem desenvolver os seus conteúdos de forma que interesse aos educandos, possibilitando conhecer diversas realidades, vivências e dinâmicas nas suas relações com os outros. Também aborda a questão sócio-histórica que revela que toda e qualquer informação deve estar conectada, a fim de que tenha um sentido na vida do jovem.

    Muitas vezes o que está oficialmente registrado não acontece na prática, e Medina (1990, p. 60) diz que:

    “Se verificarmos a gama de objetivos que são colocados oficialmente nos currículos, nas leis e nos decretos que regulam a Educação e a Educação Física, nos livros didáticos, nos estatutos, nos programas de ensino, veremos que, na prática, muita coisa simplesmente não acontece”.

Considerações finais

    As experiências adquiridas no estágio foram muito úteis a ponto que o conhecimento teórico com o prático, nos ajuda a compreender a realidade. O objetivo da pesquisa era mostrar alguns equívocos encontrados no planejamento da instituição, pois como analisamos no texto acima, a justificativa da disciplina de educação física não está coerente com a sua prática.

    Conforme Medina (1990) as instituições não mudarão se os seus componentes que estiverem compondo-a não mudarem, e um governo não se transforma ou se aperfeiçoa senão por pressões.

    Com base neste estudo, é bastante relevante deixar claro que foram encontrados poucos estudos sobre a carga horária das aulas de educação física, a ponto que deve ser investigado e questionado algumas questões. O profissional de educação física não pode se acomodar com apenas um período semanal ou dois, pois pelo que consta os documentos citados anteriormente, mostrando seriedade em seu trabalho, para que venha a conseguir espaço em sua realidade.

Referências

  • BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

  • BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Brasília, 2000.

  • BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 2000.

  • CARNIEL, M. Z. O tempo de aprendizagem ativa nas aulas de educação física escolar em cinco escolas particulares da cidade de Porto Alegre, RS. 2003. 39 f. Monografia (Trabalho de conclusão de curso). Faculdade de Educação Física, UNILASALLE, Centro Universitário, Canoas, 2003.

  • CUNHA JUNIOR, C. F. F. A escolarização da Educação Física no Imperial Collégio de Pedro Segundo. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/a-escolarizacao-da-educacao-fisica-imperial-collegio-de-pedro-segundo. Acesso em: 12 out. 2010.

  • DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

  • LORENZ, C. F.; TIBEAU C. Educação física no ensino médio: estudo exploratório sobre os conteúdos teóricos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 66, 2003. http://www.efdeportes.com/efd66/medio.htm

  • MEDINA, J. P. A educação física cuida do corpo e mente. 9. ed. Campinas: Papirus, 1990.

  • MARTINELLI, C. R. et al. Educação física no ensino médio: motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. São Paulo, v. 5, n. 2, p. 13-19, 2006.

  • MATTOS, M. G.; ROSSETO JR. A. J.; BLECHER S. Metodologia da Pesquisa em Educação física: Construindo sua monografia, artigos e projetos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2008.

  • PROPOSTA EDUCATIVA LASALLISTA. Projeto Pedagógico. Porto Alegre. 2004.

  • REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE. São Paulo: Escola de Educação Física e Esportes da Universidade de São Paulo, jan./mar.2009.

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