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A relação entre o trabalhador, atividade física e a ginástica laboral

La relación entre el trabajador, la actividad física y la gimnasia laboral

 

Professor de Educação Física e qualidade de vida
Formação em Licenciatura e Bacharelado e Gestão esportiva

(Brasil)

Diego da Silva Fernandes

dfernandesz@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo analisa a relação entre o trabalhador e à atividade física, quais os contextos sociais que fazem com que esse trabalhador possa ou não possa praticar atividade física e estuda também sobre a ginástica laboral que é uma atividade física realizada no ambiente de trabalho e quais as possibilidades que existem dentro dela.

          Unitermos: Trabalhador. Atividade física. Ginástica laboral.

 

Abstract
          This study examines the relationship between the worker and physical activity, which social contexts that make the worker may or may not practice physical activity and also studies on the gymnastics which is a physical activity performed in the workplace and what the possibilities that exist within it.
          Keywords: Worker. Physical activity. Labor gymnastics.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Em virtude de vários diálogos a favor da atividade física para a saúde e qualidade de vida, serão discutidos os benefícios em relação aos trabalhadores onde muitos se encontram a margem de um bem estar por condições de vida e trabalho.

    Atualmente a sociedade industrializada está sendo dominada pelo sedentarismo e pelo estilo de vida inativo e isso vem agregando na falta de saúde e doença das pessoas, em função disso acredita-se que a atividade física e o exercício são as armas para amenizar essa situação. Segundo Devid (1998, p. 110): "Para abordar tal questão, é inevitável enfocar o aspecto fisiológico do exercício na melhoria do status de saúde individual, o que contrapõe o conceito adotado pela Promoção da Saúde em primeira vista. Porém, isso não significa que estamos negando a influência de outros fatores no status de saúde individual e coletivo ou tomando o exercício como panacéia dos problemas de saúde da comunidade. Contudo, embasados em pesquisas, não há como ignorar os benefícios da prática regular de exercícios e da aptidão física para a prevenção e reabilitação de muitas doenças causadas pelo estilo de vida sedentário, comum na atual sociedade industrializada."

    Analisando o estilo de vida do trabalhador, nota-se que a partir do avanço tecnológico ocorrem modificações onde os trabalhos de manuais e passam a serem operados por máquinas e começam a exigir menos movimentos, gerando assim novos hábitos e estilo de vida paras as pessoas alterando na qualidade de vida e bem estar da sociedade trabalhadora.

    Pensando que os trabalhadores passam a maioria de seu tempo dentro do trabalho exercendo suas funções, muitos desses acabam adquirindo hábitos de inatividade física e sedentarismo por falta de tempo, cansaço, stress entre outros fatores. Sabendo dos benefícios da atividade física para a saúde é de grande importância inseri-la na vida do trabalhador e uma das ferramentas criadas para isso é a ginástica de pausa mais conhecida como Ginástica Laboral.

    “O primeiro registro de ginástica de pausa foi registrado na Polônia em 1925 e, depois, no Japão em 1928. Outros países como a Bélgica e França também apresentam um histórico no pioneirismo da adoção da Ginástica Laboral.” (SAMPAIO; OLIVEIRA 2008, p. 75)

    Dado um relato histórico sobre a GL que é uma atividade física realizada no expediente de trabalho, é de grande importância sabemos o que ela é e qual sua função. Então segundo Lima:

    “A ginástica laboral, que será citada como GL, pode ser conceituada como um conjunto de práticas físicas, elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente, que visa compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho e ativar as que não são requeridas, relaxando-as e tonificando-as”. (2005, p. 7)

    Citado sobre uma definição da Ginástica Laboral que é uma atividade física realizada no ambiente de trabalho com o intuito de diminuir o sedentarismo, lesões por movimentos repetidos, má postura e outros problemas, é interessante argumento citar que dentro da ginástica laboral existe um planejamento onde ela é dividida em três partes, sendo essas, ginástica de aquecimento ou preparatória realizado no inicio do expediente de trabalho, ginástica compensatória ou de pausa realizada no meio da jornada do trabalho, ginástica de relaxamento que é realizada no final do trabalho com objetivo de relaxar e oxigenar as estruturas musculares envolvida na tarefa diária.

    Através de todo esse pensamento serão discutidos no desenrolar do tema, sobre o trabalho, trabalhador, atividade física e todos determinantes que circundam esses em torno de uma qualidade de vida.

Discussão

    O produto de uma empresa é de alguma forma, reflexo da saúde de seus trabalhadores, seja naqueles em cargos executivos (colarinho branco), seja nos envolvidos em trabalhos mais braçais (colarinho azul). Dessa forma, o futuro da instituição depende cada vez mais da qualidade de vida de seus profissionais. (MATSUDO, et al. 2007)

    Concordando que o futuro da empresa depende da qualidade de vida dos trabalhadores para que possam exercer com eficiência e vontade a sua função, é evidente que não devemos cair na inocência que todos os patrões e empresas estão preocupados com a qualidade de vida dos funcionários, e que todos trabalhadores terão oportunidade de ter um estilo de vida saudável.

    "Sendo assim, e a par das evidências de que o homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas potencialidades corporais, fruto da eminente tecnologização da sociedade, e que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças degenerativas, também como conhecidas como patologias hipocinéticas, ou seja: oriundas da falta ou da pouca movimentação do corpo. Sustenta-se a hipótese da necessidade de se promoverem mudanças no estilo de vida social, levando o sujeito a incorporar a prática de atividades físicas ao seu cotidiano." (OLIVEIRA, 2012)

    A mecanização de movimentos, a industrialização e a tecnologia geraram modificações em nossa sociedade e nos trabalhadores. À atual sociedade modificou seu trabalho, seu lazer e sua alimentação, onde as pessoas se alimentam mal, trabalham muito, tem poucas opções de lazer e se exercitam pouco.

    Os artesãos foram substituídos por operários, às manufaturas foram substituídas por maquinas, as empresas passaram a produzir mais e os funcionários a trabalharem mais. O excesso de trabalho gerou uma maior dedicação ao trabalho onde o trabalhador passa a grande parte de seu tempo nele. Analisando que desde sempre a humanidade viveu de trabalhar, produzir, descobrir, criar, construir e reconstruir,

    "Podemos afirmar que Raciocínio e Trabalho, ou seja, a capacidade de transformar a natureza com um plano antecipado, vislumbrando o objetivo que se quer atingir, caminham juntos. O raciocínio se desenvolveu com o desenvolvimento do trabalho, influenciando-o ao mesmo tempo. Alguns afirmam mais radicalmente que o Homo sapiens é produto do desenvolvimento do trabalho." (BURKE, 2006, p. 06)

    O homem que é conhecido pela capacidade de racionar, também é conhecido pelo trabalho, e a razão concebida ao homem é o que o faz ter consciência da importância e do significado de seu trabalho. Mas através disso podemos entrar numa longa discussão sobre o trabalho e a razão que são características do ser humano, pensando dentro de todo esse desenvolvimento humano constituído em torno do trabalho da sociedade, podemos dizer que em muitas situações a razão parece não existir, e o capital, a produção parecem dominar a situação e as atitudes das pessoas. Procurando entender a sociedade capitalista BARBIERI & MELLO citam que:

    "A sociedade capitalista é formada por classes intermediárias e duas classes sociais fundamentais e antagônicas que a caracterizam: a classe burguesa, composta pelos donos dos meios de produção, e a classe proletária, composta pelos trabalhadores assalariados. Com o estabelecimento da propriedade privada, temos a divisão social do trabalho e, como conseqüência, o surgimento da sociedade de classes, do Estado, da alienação da atividade social e, ainda, a repartição desigual, tanto quantitativa quanto qualitativa, do trabalho e dos seus produtos." (2012, p. 136)

    Assim de alguma forma ou de outra o sistema e a sociedade acabam sendo refletido no trabalho, podendo ser de forma positiva, quanto negativa. Tendo em vista que o objetivo central da sociedade capitalista é o lucro com vistas à manutenção da propriedade privada e divisão de classes, fica claro que o interesse na promoção de saúde do ser humano na sociedade capitalista não está senão voltado à manutenção da força de trabalho (quanto isto corrobora no aumento da produtividade), e, assim, voltado à manutenção da sociedade de classes. (BARBIERI & MELLO. 2012, p. 137)

    Dentro de toda essa analise sobre o trabalho, foi procurado todo um entendimento que buscasse entender a dimensão do trabalhador. Sabendo de tal importância que esse tem, não podemos esquecer que o principal tema do trabalho que seria discutir sobre a presença da atividade física dentro da vida desse trabalhador, então o projeto que está mais próximo disso é a ginástica laboral que está sendo aderida por muitas empresas atualmente. Segundo Filho, Witt & Firmino (2007), com palavras de seu trabalho, onde esses dizem a respeito das ações das empresas em torno do trabalhador.

    Não cabe a nós aqui julgar as ações das empresas, pois se sabe muito que suas estratégias são essencialmente focadas no lucro. E também não significa que determinadas ações das empresas não proporcionem vantagens para os trabalhadores. Ações que buscam melhorar o ambiente de trabalho, reduzir a fadiga de um trabalho repetitivo, entre outros, acabam por se traduzir em melhorias na condição física dos trabalhadores bem como recompensas psicológicas, por meio da elevação da auto-estima do trabalhador. (2007, p. 08) Dessa forma, a dimensão econômica deixa de ser uma das dimensões da nossa vida (social, biológica e política), passando a ser vista como a única que interessa. Esse sistema unidimensional prega o ser humano também unidimensional, um ser operacional, um ser racional, alienado. Os trabalhadores são vistos apenas como um meio para se alcançar resultados produtivos nas empresas, ou seja, têm sido, na maioria das organizações, reduzidos a uma mera variável produtiva, que precisa ser controlada.

    Um recurso cujo aprimoramento se faz necessário para que seja alcançada uma maior eficiência produtiva (CHANLAT, 1996).

    O ser humano que de alguma forma se torna uma engrenagem importante para a produção de uma empresa, acaba dedicando seu tempo para produzir e trabalhar. Toda essa excelência em torno do trabalho, da construção e da produção fazem do homem um ser grandioso dentro daquilo que ele faz, mas toda essa perfeição que se busca, toda essa competição, acaba exigindo demais do tempo e do corpo do trabalhador. Esse trabalhador que passa horas e horas dentro de um transporte e depois produzindo, muitas vezes acaba não tendo tempo para se exercitar e para se alimentar adequadamente, sendo que esses dois itens são componentes primordial para uma qualidade de vida e bem estar.

    ”Nos últimos anos a QVT tem sido entendida como a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo-se no bem estar do trabalhador e na produtividade da empresa, ora associando-se às características intrínsecas das tecnologias introduzidas nas empresas e ao seu impacto; ora aos elementos econômicos, como salário, incentivos, abonos, ou ainda aos fatores ligados à saúde física, mental e à segurança e, em geral, ao bem estar dos trabalhadores." (LACAZ, 2000)

    Seguindo o pensamento do autor sobre a qualidade de vida em torno do trabalho, é notável que a qualidade de vida do trabalhador dependa de vários determinantes, acreditando que o que determina a produção e crescimento da empresa é qualidade de vida e bem estar do funcionário para que gerem um serviço de qualidade. Segundo Filho et al (2007):

    “Os investimentos que têm sido realizados pelas organizações não devem ser entendidos como simples manifestações de “bondade empresarial”, como se estivessem voltados, sobretudo para a satisfação dos funcionários. O objetivo principal da adoção dessas ações é, muitas vezes, evitar gastos e perdas na produtividade da empresa. Na verdade muitas ações são realizadas, para tornar os empregados mais rentáveis e melhor adaptados às novas características do modelo produtivo vigente.”

    Analisando a citação podemos observar que a ginástica laboral também se inclui em ações visando à produtividade e o lucro empresarial. Mas mesmo assim não devemos deixar de dar valor à ginástica laboral, à atividade física e para investimentos que visem os trabalhadores, pois de alguma forma ou de outra isso poderá beneficiá-los em algum sentido, seja de forma física, cognitiva, afetiva ou produtiva.

    A Ginástica Laboral pode ser uma profissão para profissionais de educação física, uma área de estudo, um auxiliador e ajuda na pausa do trabalhador e uma ferramenta para empresa onde tem em sua característica e essência à atividade física como instrumento de trabalho, e de alguma forma ou de outra, ambas das partes acaba se beneficiando com ela. Então não devemos analisar qualquer tipo de investimento só como lucratividade empresarial e como uma forma de alienar os trabalhadores para que se acomodem, mas também devemos pensar nisso como uma nova possibilidade de qualidade de vida, de empreendedorismo social e até mesmo como um processo educativo. Assim todos profissionais ligado com a Qualidade de Vida dentro de empresa exclusivamente os professores de Educação Física que também tem formação de Licenciatura, não devem esquecer-se do cunho educacional, informador e transformador que se tem dentro da Ginástica Laboral e todo programa que é visado qualidade física e bem estar dentro da empresa, pois só mostrando a sua importância, a importância da sua profissão e da educação, que ele conseguirá mudar a visão sobre sua área e conseguirá contribuir para a mudança social de forma benéfica.

Conclusão

    Todo e qualquer tipo de investimento que se caracteriza em beneficio do funcionário inclusive a ginástica laboral que é uma atividade física realizada no expediente de trabalho, podem ser analisados pelo ângulo benéfico ao trabalhador como podemos observá-los pela ótica de investimento empresarial em busca do lucro.

    A Ginástica Laboral pode ser uma profissão para profissionais de educação física, uma área de estudo, um auxiliador e ajuda na pausa do trabalhador e uma ferramenta para empresa onde tem em sua característica e essência à atividade física como instrumento de trabalho, e de alguma forma ou de outra, ambas das partes acabam beneficiando com ela.

    Mas não devemos cair na inocência que apenas à atividade física e a ginástica laboral irão salvar o trabalhador em busca da qualidade de vida, pois para ele adquirir esse determinante são necessários outros itens, como uma boa alimentação, boas noites de sono, não se estressar, um bom relacionamento com as pessoas, um transporte de qualidade, saneamento básico, moradia de qualidade, bom salário, espaços de lazer entre outros...

    Então para que aconteça uma melhora em prol da qualidade de vida e bem estar dos trabalhadores é necessário que eles e os outros se comovam, se eduquem e se manifestem como cidadãos em busca de seus direitos e sua qualidade de vida, são essenciais que haja atitudes de investimentos do governo e para empresas em torno desses cidadãos para que assim a sociedade trabalhadora se transforme junto com toda cidadania rumo a uma vida digna e de qualidade.

Referencias

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