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Resgate dos jogos populares nas aulas de Educação 

Física a partir da pedagogia crítico-emancipatória

El rescate de los juegos populares en las clases de Educación Física a partir de la pedagogía crítico-emancipatoria

 

Acadêmicos CEDF/UEPA

(Brasil)

Edgar Henrique Silva de Cruz

Luiz Fernando Santos

edgarhenrique2009@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Tendo em vista a escassez de literaturas cientificas referentes ao conteúdo dos jogos populares (ou jogos tradicionais) que façam uma relação com a Pedagogia Crítico-emancipatória e o fato destas mesmas práticas lúdicas vivenciadas pelas gerações anteriores estarem sendo de certa forma “esquecidos” pelas gerações atuais, elaborou- se este estudo de cunho bibliográfico tendo como objetivo fazer um resgate de jogos populares nas aulas de Educação Física através de uma proposta de unidade didática de acordo com a teoria Crítico-emancipatória idealizado por Elenor Kunz. Apesar de o Jogo fazer parte da nossa cultura, os jogos populares vêm sendo um aspecto da cultura negado às crianças, isso acontece por uma series de fatores como a perda de espaço para equipamentos de alta tecnologia, a falta de segurança, falta de espaços adequados e também a idéia que muitos têm de que o jogo seja algo descartável e supérfluo. Os jogos populares vêm cada vez mais perdendo seu lugar no espaço escolar e fora dele, a aula Educação Física entra como uma das poucas oportunidades que as crianças têm de desfrutar desta cultura lúdica e conhecer mais a cultura através dos jogos populares. A possibilidade de ocorrer uma problematização sobre um determinado conteúdo em diferentes momentos da realização do jogo pelos alunos contribui para o processo de emancipação proposto por Kunz que tem como objetivo libertar os alunos das condições que limitam as suas capacidades racionais, criticas e também de todo seu agir no contexto sociocultural. Por isso selecionamos alguns jogos populares como exemplos para que depois que tenham uma melhor compreensão de como os jogos são jogados, fossem feitas reflexões sobre as características inerentes a cada um deles e depois possam pôr em prática novas possibilidades para a realização e superação dos limites presentes nos jogos populares.

          Unitermos: Jogos populares. Cultura popular. Pedagogia Crítico-emancipatória, Educação Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As pesquisas sobre o jogo começaram a ganhar mais destaque a partir de Huizinga com a sua celebre obra “Homo Ludens”. Nessa obra, este caracteriza o jogo com elemento da cultura humana, sendo de fato mais antigo que a própria cultura e que os homens, já que é possível observar que através de suas praticas os animais também brincam. De acordo com Huizinga (2000, p.33):

    [...] o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”.

    Depois de Huizinga, várias outras obras importante de jogo foram desenvolvidas, com grande destaque para a “Os jogos e os homens” de Caillois (1990). Sobre isso, alguns autores brasileiros são respeitados pelas suas obras referentes ao assunto, tais como: Freire e Kishimoto, pois suas obras tem grande referência para os professores que utilizam o jogo como ferramenta pedagógica. Não pretendemos debater ou expor as características do jogo, já que este é o assunto amplamente debatido e exposto em diversos outros trabalhos, por isso, para a apropriação desse conteúdo sugerimos a própria obra de Huizinga (1980), posteriormente, Caillois (1990) e para outra dimensão da compreensão de jogo o livro de Freire (2005) intitulado “O jogo, entre o riso e o choro”.

    Nesse sentindo, essa é uma proposta de trabalho pedagógico com o jogo, utilizando de jogos populares. Nossa proposta é colaborar com as aulas de Educação Física a partir dos jogos populares, tomando como exemplo a inserção desse jogo e aplicando a partir da metodologia proposta pela teoria pedagógica crítico-emancipatória de Elenor Kunz (1994).

    A partir disso, colocaremos nossa idéia apoiada na pedagogia crítico-emancipatória para expor como os jogos populares podem contribuir com ações pedagógicas nas aulas de Educação Física. Para isso, coloremos a real situação dos jogos populares atualmente nos seus aspectos gerais, em seguida o que a teoria pedagógica critico-emancipatória propõe como ação pedagógica e, finalmente, o exemplo de possível intervenção com os jogos “Chicotinho queimado” e “Queimada”.

Jogos populares aspectos negados

    Atualmente percebe-se que os jogos populares vêm sendo um aspecto da cultura negado para as crianças, isso acontece por uma series de fatores, entre os quais, prevalece a perda de espaço para equipamentos de alta tecnologia como vídeo games, televisores e computadores (FADELI et al. 2003). Outro fator registrado é a falta de segurança e de espaço adequado nas ruas, praças e bosques, espaços estes que eram bastante comuns em épocas passadas (ANDRADE, 2010).

    Considerando que os jogos populares são de suma importância para o desenvolvimento das crianças e para manutenção da cultura popular, como indica Faria Junior (1996, p. 56)

    Através dos jogos populares as crianças captam um saber popular, transmissor de cultura, que lhes possibilita descobrir os códigos básicos da sociedade em que vivem. Desta forma, os jogos populares infantis apresentam enorme potencial educativo no quadro de uma educação física sob o enfoque multicultural.

    Por conta desses motivos apontados no texto à aula educação física segundo Andrade (2010) é um dos poucos momentos onde as crianças tem para brincar e conhecer mais a cultura através dos jogos populares, mas o que acontece na maioria das vezes o conteúdo das aulas são exclusivamente o esporte, e de acordo com Faria Junior (1996), podemos perceber que os jogos populares vêm cada vez mais perdendo seu lugar nas aulas de Educação Física no espaço escolar e fora dele. Segundo Silva (2009, p. 2)

    A prática dos jogos populares tem sido esquecida pelas gerações de crianças e adolescentes, que muitas vezes desconhecem ou conhecem superficialmente tais jogos, e cada vez mais usam seu tempo livre nos jogos de computador, videogames, dentre outros entretenimentos midiáticos que apelam constantemente para a adesão desse público.

    De acordo com Silva (2009), percebe-se uma substituição dos nossos jogos populares por atividades que ultimamente vem sendo praticadas mundialmente (como por exemplo, os jogos eletrônicos e digitais), atividades estas que não conseguem trazer características próprias de nossa cultura regional, implicando em um “esquecimento” destas práticas lúdicas que são os jogos populares vivenciados pelas gerações anteriores, pois estes são transmitidos de geração sendo desenvolvidos especialmente de modo oral são considerados como parte da cultura popular e que enquanto manifestação da cultura espontânea, tem a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social (KISHIMOTO, 2003).

    Nas aulas de Educação Física, o tempo que deveria ser direcionado às vivências destas práticas lúdicas acaba sendo voltado, na maioria das vezes, à iniciação ou à própria prática esportiva (SILVA, 2009). Sabemos que ao longo dos séculos, a prática dos jogos caminhou para um nível crescente de seriedade, tendendo à regulamentação e à competitividade. O jogo foi, ao longo dos séculos, se transformando em esporte: um esporte institucionalizado, regrado, mundialmente conhecido e voltado para o espetáculo. Ribeiro (2005) afirma que a nossa sociedade desenvolveu condições para que os jogos caminhassem rumo à desportivização. Segundo Ribeiro (2005, p. 1)

    O jogo, elemento criativo e lúdico de nossa civilização, tem, na escola, e principalmente nessa disciplina, uma das formas para a sua assimilação e divulgação. Ele demarca elementos de convívio entre grupos, que interagem no cotidiano da escola. Cria laços de amizade, estabelece "rixas" entre turmas, motiva olimpíadas escolares e contribui na formação da personalidade daqueles que mergulham na atividade.

    Segundo Huizinga (2000), espontaneamente as crianças realizam atividades lúdicas que, de caráter competitivo ou não, acontecem no ato de jogar, sendo assim, parece natural o fato de que a competição, manifestada na ação do jogo, revele a necessidade do homem perpetuar sua cultura. Apesar de a competição estar inserida na cultura humana, deve-se tentar evitar que este seja o único objetivo nas aulas de Educação Física, jogo é parte da cultura e a competição é um dos elementos que o constituem, desde as civilizações mais antigas às mais modernas (BRITO, 2006).

    Soares et al. (1992) adverte que o ensino das práticas corporais na Educação Física não deve restringir-se aos esportes, pois existe uma gama de conteúdos que devem ser desenvolvidos no decorrer de sua prática e várias manifestações da cultura corporal humana que precisam ser vivenciadas nas aulas de Educação Física, dentre estes, o jogo, mais especificamente os jogos populares, que é foco deste artigo. Daolio (2004 apud Silva, 2009, p. 3) afirma que

    [...] A cultura é uma ferramenta primordial na prática da Educação Física, pois ela gera manifestações corporais diversificadas e carregadas de significados peculiares a cada contexto a qual foi gerada. E continua afirmando que o profissional dessa área não trabalha com o corpo em si, mas com o ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo, gerando os jogos, esporte, dança, luta, dentre outros.

    A questão da cultura popular dentro das aulas de educação física vem sendo interpretada por alguns professores como algo sem muita função, acaba sendo relegada, sendo apenas lembrada quando se aproximam as datas festivo-comemorativas festas juninas, danças folclóricas, etc. (SIQUEIRA, 2004).

    Sobre a questão da preservação da cultura popular nas aulas de Educação Física, Siqueira (2004) defende que só será possível quando os professores de Educação Física se conscientizarem da importância e dos benefícios adquiridos através da preservação da cultura popular por meio dos nossos jogos e brincadeiras tradicionais; quando a Educação Física na busca de sua identidade se redefina como educação assumindo compromisso com uma prática democrática, que respeite os limites, interesses e anseios dos cidadãos brasileiros; e quando acontecer de no contexto da educação, a cultura for considerada como base sobre a qual a Educação Física deva traçar seus objetivos e conteúdos, levando em consideração que o destino do homem deve ser criar e transformar o mundo, sendo sujeito de sua ação.

    Huizinga (2000, p. 4) afirma que “O jogo constitui uma preparação do jovem para as tarefas sérias que mais tarde a vida dele exigirá”. Ao incentivarmos a pratica de atividades lúdicas (como os jogos populares aqui propostos) para os alunos nas aulas de Educação Física e fora delas, nós estaremos estimulando-as a despertarem atitudes e conceitos de autonomia, participação, democracia, cooperação, solidariedade, fraternidade, entre outros... E também contribuindo para a formação da cidadania.

O movimento renovador e a Pedagogia Critico-Emancipatória

    A Educação Física desde os seus primórdios no Brasil tinha o objetivo de contribuir com o sistema que era imposto para a sociedade brasileira, suas praticas pedagógicas durante esse processo eram predominantemente em uma visão mecanicista. As instituições militar, médica e esportiva influenciavam a Educação Física dentro desse processo de reprodução do modelo social hegemônico (CAPARROZ, 2007).

    Na década de 1980 a sociedade brasileira vive um momento de quebra de padrões, e de luta pela redemocratização do país, o pensamento critico adotado pela sociedade brasileira influencia a Educação Física, e através desse vários debates e movimentos organizados passam a tencionar as relações existentes e dentro da Educação Física, e começam a criticar o que vinha sendo imposto na área (CAPARROZ, 2007; OLIVEIRA, 1994).

    Como resultado desse movimento uma gama de propostas foram elaboradas para educação física brasileira, estas que atualmente se colocam como alternativa para pratica pedagógica dos professores de Educação Física no país (BRACHT, 1998). Uma dessas propostas de pratica pedagógica é a pedagogia critico-emancipatória, esta pedagogia tem como idealizador Elenor Kunz, no seu livro Transformação Didático Pedagógica do Esporte (1994) , onde Kunz faz uma serie de criticas ao esporte, em uma dessas criticas ele diz que dentro do esporte de rendimento o homem torna-se uma maquina de rendimentos, segundo Kunz (1994, p. 24)

    O motivo deste fenômeno não está no desenvolvimento do esporte em si, mas no próprio desenvolvimento das sociedades atuais, onde o rendimento configura-se no principio máximo de todas as ações. Por isto impõem exigências cada vez mais altas, sem jamais retroceder. Se, por exemplo, um atleta para ultrapassar um record mundial precisa se submeter a um tratamento inumano, isto pouco importa desde que o resultado seja alcançado.

    Segundo Assunção e Neto (2005) A metodologia criada por Elenor Kunz é uma proposta para a Educação Física escolar "centrada no ensino dos esportes”, visando fornecer aos professores, que atuam nessa área, elementos para que eles possam superar os modelos atuais de ensino dos esportes na escola, para fazer com que, segundo Kunz (1994) o interesse técnico do esporte seja superado para que seja assumido um ensino critico-emancipatório, pois o principal modelo de esporte desenvolvido atualmente é nos moldes do rendimento, que só pode fomentar vivencia de sucesso para minoria e fracasso pra grande maioria.

    De acordo com Kunz (1994) enfoque metodológico da teoria critica-emancipatória, é fazer com que a educação física não seja vista como uma disciplina que divirta os alunos, mais que a educação física seja estudada pelos mesmos. Kunz (1994) afirma que:

    É necessário que cada disciplina se torne um verdadeiro campo de estudos e de pesquisa. Também para a Educação Física. Afinal de contas os alunos visitam a escola para estudar e não para se divertir (embora o estudo possa se tornar algo divertido) ou para praticar esportes e jogos (embora esta prática, também tenha a sua importância).

    Para tornar a educação física um campo de conhecimento de estudos Kunz (1994), optou como estratégia didática, as categorias de ação, trabalho, interação e linguagem. Essas estratégias de ensino pretendem preparar o aluno para a competência do agir, competência essa que se resume a competência objetiva, pratica ou instrumental, competência social e competência comunicativa.

    A categoria de ação trabalho, segundo Kunz (1994), é a categoria que desenvolve a competência objetiva, essa categoria se divide em duas fases, a primeira fase é onde foi desenvolvida uma experimentação individual e coletiva pelos alunos, é uma fase muito importante, pois é uma fase de descoberta dos professores e dos alunos para saber quis os movimentos que os alunos já sabem, e já conseguem ou não realizar. A segunda fase da categoria trabalho acontece quando algum movimento precisa ser aprendido e para isso é preciso o treino, o objetivo desse treino e fazer com que a técnica seja executada melhor para fazer atingir com mais satisfação a solução dos problemas apresentados, e também corrigir fragilidades no condicionamento físico. Segundo Kunz (1994):

    A solução de problemas seja de Matemática, Historia e Educação Física, quando colocada nesta relação ao aluno, traz alegria e satisfação ao mesmo. Deve ser esta alegria que a escola precisa proporcionar aos alunos, enquanto ainda é tempo, enquanto a indústria e o mercado de trabalho não transformarem a escola, priorizando a “qualidade total” para o rendimento.

    A categoria de ação interação, segundo Kunz (1994), é a que desenvolve a competência social, nessa categoria Vale que os alunos não descobrem e nem desenvolvem experiências sozinhos, mais sempre em grupos, para os alunos se auxiliarem e para superar as barreiras do medo, insegurança e falta de habilidades para algumas atividades.

    A categoria de ação linguagem, segundo Kunz (1994), é a categoria que desenvolve a competência comunicativa do aluno, e que ensina os alunos falar sobre as suas experiências, frustrações e sucessos, e fazer que o aluno descreva situações e problemas, expressar e encenar movimentos de forma comunicativa e criativa é extremamente fundamental para o ensino da teoria critico emancipatória.

    Dentro desse processo, uma aula da teoria critico emancipatória deve ter os seguintes passos segundo Oliveira (1997, p 11).

    Uma aula deve ter como caminho a ser percorrido em seu desenvolvimento: 1) Arranjo material; 2) Transcendência de limites pela experimentação; 3) Transcendência de limites pela aprendizagem; 4) Transcendência de limites criando.

    Segundo Kunz (1994) a emancipação é um processo interminável e que tem como objetivo libertar os alunos das condições que limitam as suas capacidades racionais e criticas, e também de todo seu agir no contexto sociocultural e esportivo.

Unidade pedagógica, uma proposta de unidade de ensino ou situação de ensino

    Nesse tópico será produzida a unidade didática de transformação dos jogos populares, e teve como base o livro Didática I, mas especificamente a unidade didática da transformação da capoeira escrito por José Luiz Cirqueira Falcão, os jogos que serão transformados aqui foram escolhidos pelo fato de serem jogos violentos, e que excluem os alunos menos habilidosos, esses jogos são a queimada, chicote queimado e Pira maromba.

Queimada

Encenação: consiste em ter uma vivencia do jogo, ou seja, fazer com que as crianças tenham noção de como ele funciona, de modo que a partir disso os alunos tenham uma melhor compreensão do jogo.

    Para jogar a queimada você precisa dividir duas equipes com mesmo número de pessoas. Traçam-se dois campos, ficando cada equipe com em lado do campo. A linha de fundo de cada lado é chamado de cemitério ou poço. O objetivo é jogar a bola nos adversário para queimá-los (acertar um arremesso no adversário sem que ele segure a bola), até todos os integrantes do time adversário estarem no cemitério. A equipe que conseguir isso primeiro vence. É importante saber que a pessoa que for queimada e estiver no cemitério pode pegar a bola quando ela passar para a área do cemitério, e queimar uma pessoa do outro time, com isso, ela retorna ao seu campo.

    De acordo com Cunha Correia e Pires (2007), a queimada é um jogo popular que na sua concepção traz uma idéia de guerra ou caçada, além desses problemas a queimada é um jogo que exclui as crianças menos habilidosas.

Problematização: É o momento onde os alunos ingressarão em uma discussão por intermédio do professor sobre as situações vividas no momento da encenação do jogo.

  • Vocês já tiveram contato com o jogo queimada?

  • Onde vocês aprenderam a queimada?

  • Existe um padrão de jogo para a queimada?

  • Existem outras variações da queimada?

  • A queimada é jogo um violento?

  • O que é mais interessante, se esquiva da bola ou queimar o adversário?

  • Onde vocês queriam acertar a bola nos adversários? E por quê?

  • Você prefere queimar o adversário ou prefere que seus companheiros de equipe façam isso?

  • O que você não gosta no jogo?

  • Qual é o esporte que se relaciona com a queimada?

  • Existe outro jogo similar, com a queimada?

  • È possível relacionar o jogo com algum aspecto do comportamento humano, integração, cooperação, descontração e competição?

A reconstrução: A partir a problematização apresentar a maneira mais adequada de jogar a queimada, para fazer com que a agressão que é vivida no jogo diminua, e que os alunos apresentem uma integração e cooperação maior durante o jogo.

Chicotinho Queimado

Encenação: consiste em ter uma vivencia do jogo, ou seja, fazer com que as crianças tenham noção de como ele funciona, de modo que a partir disso os alunos tenham uma melhor compreensão do jogo.

    O jogo acontece da seguinte forma, uma criança esconde o chicotinho queimado, que pode ser qualquer objeto fino e comprido, enquanto as demais olham para trás. Depois de esconder, o jogador diz: "Chicotinho queimou". Aí, todos vão procurar o chicotinho. Se tiver mais distante, quem escondeu o chicotinho dirá que ela está fria. Se mais perto, dirá que está quente. Dirá também que está esquentando ou esfriando conforme a que estiver mais próxima se distancia ou se aproxima do chicotinho queimado. "Estar pelando" é estar muito perto do chicotinho. Quem achar o chicotinho queimado sairá correndo batendo com ele nos demais até estes chegarem em uma roda. Quem achou é quem irá escondê-lo da próxima vez.

    Fica claro no Jogo a violência que é vivida pelos participantes pois, os jogador que achar o chicotinho queimado tem o direito de agredir os outros jogadores batendo neles.

Problematização: É o momento onde os alunos ingressarão em uma discussão por intermédio do professor sobre as situações vividas no momento da encenação do jogo.

  • Vocês já haviam jogado o chicotinho queimado?

  • Onde vocês aprenderam o chicotinho queimado?

  • Existem variações desse jogo? Quais?

  • Existe violência no jogo? Por quê?

  • Vocês acham que bom bater nos colegas durante o jogo? Por quê?

  • Qual o local que vocês preferem bater nos colegas? Por quê?

  • Vocês acham que é melhor corre ou bater nos colegas? Por quê?

  • O que vocês gostam no jogo? Por quê?

  • O que vocês não gostam no jogo? Por quê?

  • Quais os aspectos do comportamento humano são vividos durante o jogo? A integração, cooperação, descontração ou competição?

A reconstrução: A partir de a problematização transformar de forma mais adequada o chicotinho queimado, para que o jogo perca o aspecto de violência que é vivido pelos participantes durante a sua pratica, e haja mais cooperação entre os participantes durante o jogo.

Considerações finais

    Levando em consideração que os jogos populares são um aspecto da cultura que vem se perdendo durante o tempo, o presente texto teve como objetivo resgatar esses jogos e transformá-los a partir da pedagogia critico emancipatória, que tem como objetivo estudar e transforma os conteúdos da educação física. Esta é uma visão que esta sendo construída sobre o jogo na educação física, esperamos que essa visão não sirva de receita como “receita de bolo” para os professores mais que ela possa ser estudada, aplicada e ampliada, para que abranja um numero maior de jogos populares possíveis, levando assim a cultura popular para dentro das aulas de educação física, não deixando que essa cultura desapareça durante o tempo.

Referências

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