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Comparativo dos níveis de aptidão física relacionada à saúde
de idosos praticantes e não praticantes de atividade física
do município de Concórdia, SC

Comparación entre los niveles de aptitud física relacionada con la salud de personas 

mayores que practica o no practican actividad física en el municipio de Concordia, SC

 

Licenciado em Educação Física

Bacharel em Educação Física

(Brasil)

Marcos Rodrigo Sartori

sartori110@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O processo de envelhecimento é responsável pela diminuição dos níveis da aptidão física relacionada à saúde. O objetivo do estudo foi verificar e comparar os níveis de aptidão física relacionada à saúde de idosos praticantes e não praticantes de atividade física do município de Concórdia - SC. A aptidão física relacionada à saúde abrange componentes referentes à condição de saúde do indivíduo prevenindo e reduzindo o risco de doenças e desempenhando com vigor as atividades do dia-a-dia. A amostra foi constituída por 30 pessoas que já realizam atividades físicas e 30 pessoas que não realizam atividades físicas e se mostraram interessadas a participar do estudo. Sendo 50% homens e 50% mulheres em cada grupo, todos de forma voluntária e com idade igual ou acima de 60 anos, da cidade de Concórdia - SC. As avaliações foram individuais e foi aferido o Índice de Massa Corporal (IMC), flexibilidade e força. Foram observados os seguintes resultados: o grupo masculino praticante de atividade física apresentou índices de IMC, força de preensão manual e flexibilidade melhores que o grupo dos indivíduos não praticantes. O grupo feminino praticante de atividade física também apresentou índices de IMC, força de preensão manual e flexibilidade melhores que o grupo não praticante. É evidente a importância da prática regular da atividade física para idosos, principalmente trabalhos que atuam sobre os componentes da aptidão física relacionados à saúde, retardando assim os efeitos nocivos que atuam sobre o corpo humano durante o processo do envelhecimento.

          Unitermos: Idosos. Atividade física. Aptidão física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    "O envelhecimento é um processo gradual, universal e irreversível, que acelera na maturidade e que provoca uma perda funcional progressiva no organismo" (NAHAS, 2003, p.161).

    Alguns componentes da aptidão física relacionada à saúde como a flexibilidade, força e o índice de massa corporal, estão intimamente ligados a tarefas diárias dos seres humanos. As reduções dos níveis desses componentes podem acarretar algumas debilidades e conseqüentemente uma diminuição na qualidade de vida dos idosos (BARBANTI, 1990).

    O processo de envelhecimento é responsável por inúmeros malefícios inerentes desta faixa etária, dentre os quais podemos citar a diminuição dos níveis da aptidão física relacionada à saúde. Para que estes níveis sejam mantidos ou até mesmo melhorados, em patamares aceitáveis para a boa saúde, é imprescindível a prática regular de atividade física.

    "Idosos que mantêm um estilo de vida ativo, aderindo à prática do exercício físico regular poderão retardar o processo de envelhecimento" (BUENO apud PORTO, 2008). p.23).

    Debilitações fisiológicas, principalmente no que se refere aos componentes da aptidão física relacionada à saúde (flexibilidade, força, índice de massa corporal), são mais comuns em idosos menos fisicamente ativos e sedentários. Algumas debilitações como perda da flexibilidade e força, podem ser combatidas por meio da prática regular de atividade física.

    Um dos grandes desafios para as pessoas é, não somente chegar a uma idade mais avançada, mas, chegar com saúde e qualidade de vida.

    A atividade física além de aumentar a perspectiva de vida das pessoas, melhora a qualidade de vida dos idosos. No entanto, alguns fatores intrínsecos e extrínsecos como alimentação, clima, cultura, hereditariedade, etnia, poder aquisitivo, etc. fazem com que sejam necessários estudos regionalizados para que possamos mensurar dados fidedignos e específicos daquela população.

Envelhecimento

    O envelhecimento faz parte de nossas vidas desde o nascimento, e sofre várias influências como genéticas e estilo de vida. Com o avanço da idade o corpo perde funcionalidade e estrutura, tornando o organismo mais frágil e susceptível a transformações decorrentes deste processo de envelhecimento.

    "O envelhecimento é, sem dúvida, um processo biológico cujas alterações determinam mudanças estruturais no corpo, e em decorrência, modificam suas funções" (OKUMA, 2002, p.13).

    Pessoas em processo de envelhecimento perdem mobilidade articular e com isso lentidão dos movimentos, diminuição do equilíbrio e força muscular, audição e visão também diminuídas, estas dentre outros são sinais físicos evidentes dessa faixa etária. A maioria dos sinais ou efeitos do envelhecimento é decorrente da inatividade física, ou seja, do não uso das funções fisiológicas.

    As capacidades funcionais declinam inevitavelmente com o envelhecimento, esses maléficos podem ser retardados com a prática regular e ordenada de atividade física aliada a uma boa alimentação (PORTO, 2008).

Atividade física para idosos

    Acredita-se que idosos que praticam atividade física regular e orientada podem retardar o aparecimento de algumas doenças, e conseqüentemente proporciona grandes benefícios para a saúde, com ganhos consideráveis na qualidade de vida.

    Nahas (2003) relata alguns benefícios que a atividade física pode proporcionar aos idosos:

  • Fisiológicos: controle de glicose, sono melhorado, maior capacidade aeróbica, menor perda de massa muscular, melhora na flexibilidade, equilíbrio, coordenação motora e agilidade.

  • Psicológicos: relaxamento, redução da ansiedade e stress, bem estar melhorado e melhoras cognitivas.

  • Sociais: melhor integração social e cultura, funções sociais preservadas e rede social ampliada.

    Mesmo que limitados pelos processos do envelhecimento, os idosos podem agregar em qualidade de vida através da prática de atividade física, que é fundamental para a manutenção da saúde destes.

    Indivíduos mais velhos, com aptidão física aprimorada, retardam o processo de envelhecimento aumentam a longevidade (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008).

    A atividade física é de suma importância e age positivamente no organismo do ser humano no decorrer de sua vida. Além de tornar o indivíduo mais saudável, a atividade física, melhora os níveis de qualidade de vida, contudo, é importante estarem adaptadas conforme as necessidades e limitações de cada praticante, conforme sua faixa etária.

Aptidão física relacionada à saúde

    A aptidão física relacionada à saúde abrange componentes referentes à condição de saúde do indivíduo prevenindo e reduzindo o risco de doenças e desempenhando com vigor as atividades do dia-a-dia.

    McArdle, Katch, Katch (2008, p.889), definem aptidão física relacionada a saúde como "componentes da aptidão física associados a algum aspecto da boa saúde ou à prevenção das doenças".

    A busca pela independência física, saúde, disposição e eficácia no desempenhar das atividades diárias podem ser alcançadas por meio de uma boa aptidão física, tornando-se fundamental para melhora na qualidade de vida.

    "Uma aptidão física aprimorada e um estilo de vida vigoroso retardam o envelhecimento biológico e conferem benefícios de saúde nas fases subseqüentes da vida" (McARDLE; KATCH; KATCH, 2002, p.577).

    Nahas (2003) e Nieman (1999) corroboram que os componentes da aptidão física relacionada à saúde são: a força e resistência muscular, flexibilidade, resistência aeróbica e composição corporal.

Índice de Massa Corporal

    O Índice de Massa Corporal (IMC) é relação do peso com a altura e é importante método para verificar o estado de saúde do indivíduo.

    Para Nahas (2003, p.94), “[...] uma maneira simples de determinar se a massa corporal (peso) de uma pessoa está dentro do recomendável para a saúde é através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC)”.

    O cálculo do IMC se obtém dividindo o peso corporal pela altura ao quadrado: IMC = peso (Kg)÷ estatura (m2) (McARDLE; KATCH; KATCH, 2002).

    É importante ressaltar que o Índice de Massa Corporal (IMC) representa uma perspectiva provável da composição corporal. Pois, pode confundir o resultado quando analisados indivíduos com massa muscular mais desenvolvida, nem sempre o excesso de peso significa excesso de gordura, ou que estaria fora dos padrões estabelecidos.

Força

    A força muscular é um componente da aptidão física relacionada à saúde muito importante, pois nos permite realizar várias tarefas cotidianas como suspender um objeto, empurrar e puxar coisas, sustentar pesos e até mesmo mover o próprio corpo.

    A prática regular de exercícios físicos torna os músculos mais fortes, flexíveis e tonificados, nos permitindo maior eficiência no trabalho e lazer (NAHAS, 2003).

    Indivíduos que desenvolvem força obtêm ganhos em saúde, apresentam aumento da densidade óssea, volume muscular, força e auto-estima (NIEMAN, 1999).

    Manter-se ativo se torna crucial para que não ocorra perda tão significativa de força muscular com o envelhecimento, podendo acarretar em doenças crônicas comumente encontradas na terceira idade.

    Bons níveis de força muscular preservam a independência dos indivíduos durante o processo de envelhecimento (NAHAS, 2003).

Flexibilidade

    A flexibilidade é uma capacidade física que nos permite executar movimentos, de forma voluntária, em amplitude angular máxima sem a incidência de lesões.

    Flexibilidade é a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações (TUBINO, 1984).

    A flexibilidade articular é crucial para que possamos realizar os movimentos, desempenhando assim uma capacidade de movimentar as diferenças partes do corpo. As pessoas com uma boa flexibilidade se movimentam mais facilmente e tendem a sofrer bem menos com problemas de dores e lesões musculares.

    Para desenvolver a flexibilidade são recomendáveis exercícios estáticos, no mínimo, três sessões por semana com posições de alongamento mantidas por 10 a 30 segundos, três a cinco vezes, para cada articulação (NIEMAN, 1999).

    Todas as pessoas devem manter um nível bom de flexibilidade para poderem desenvolver as atividades da vida diária com independência e êxito.

Materiais e métodos

    Esta pesquisa é do cunho quantitativo e descritivo.

    “A pesquisa quantitativa envolve a coleta sistemática de informação, normalmente mediante condições de muito controle, além de análise dessa informação, mediante procedimentos estatísticos” (TOMASI; YAMAMOTO, 1999, p.22).

    “A pesquisa descritiva observa, analisa, e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los” (CERVO, 2002, p.66).

    A amostra foi constituída por 60 pessoas de ambos os sexos, com idade igual ou acima de 60 anos, da cidade de Concórdia - SC, de forma voluntária, onde foram convidadas 30 pessoas que já realizam atividades físicas e 30 pessoas que não realizam atividades físicas. Sendo 50% homens e 50% mulheres em cada grupo.

    As avaliações foram realizadas individualmente da seguinte forma:

Composição Corporal

    Para avaliar a composição corporal foi avaliado o Índice de Massa Corporal (IMC). É a proporção da massa corporal (MC em Kg) para a estatura (em metros) ao quadrado.

IMC = Peso (Kg) ÷ Estatura (m²)

Massa corporal

Material: uma balança com precisão de 100g.

Protocolo: O avaliado deve se posicionar em pé na balança, com afastamento lateral dos pés, estando a plataforma entre os mesmos. Em seguida coloca-se sobre e no centro da plataforma, ereto com o olhar num ponto fixo á sua frente. Deve-se usar o mínimo de roupas possível. É realizada apenas uma medida.

Estatura

Material: um antropômetro ou estadiômetro, graduado em centímetros e décimos de centímetro.

Protocolo: o avaliado ficará na posição ortostática: em pé, posição ereta, braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos, procurando pôr em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A cabeça estará orientada paralela ao solo. O cursor (toesa) em ângulo de 90º em relação à escala toca o ponto mais alto da cabeça no final de uma inspiração. Devem ser realizadas três medidas, considerando-se a média das mesmas com o valor real da estatura total. A cada medida, pede-se para o avaliado sair e retornar à posição. O avaliador deverá se posicionado ao lado direito do avaliado e se necessário subir num banco para realizar a medida. (PETROSKI, 2003, p.88).

Flexibilidade

    Este teste verifica o grau de amplitude nos movimentos das diversas partes do corpo. Está diretamente associado à estrutura das articulações e da elasticidade de músculos e tendões. Esses valores são alcançados através do teste, popularmente conhecido como sentar e alcançar, utilizando um aparato chamado de “Banco de Wells”.

Material: “Banco de Wells”.

Protocolo: o avaliado(a) deverá estar com os pés embaixo do “Banco de Wells”, com os joelhos completamente estendidos (o avaliador poderá segurá-los). O avaliado(a) deverá estender os braços á frente, com as palmas das mãos para baixo, procurar alcançar o máximo de distância ao longo da escala de medição. Este procedimento será repetido de 3 a 4 vezes, considerando-se a maior distância (NAHAS, 2001).

Força

    Este teste baseia-se no princípio da compressão. Uma força externa é aplicada ao dinamômetro comprime uma mola de aço e movimenta um ponteiro. A força necessária para movimentar o ponteiro por uma determinada distância determina a força externa aplicada ao dinamômetro (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008).

Material: um dinamômetro.

Protocolo: o avaliado deve ficar sentado com a cabeça na horizontal. O tamanho da pegada ajustada de tal maneira que a falange mediana do dedo médio se encontre em ângulo reto. O antebraço deve ser posicionado em qualquer ângulo entre 90 graus e 180 graus em relação ao braço, que será colocado em posição vertical. O pulso e o antebraço em leve pronação. O avaliado executará por três vezes, com a mão direita e a mão esquerda alternadamente uma força máxima e breve, com intervalos de trinta segundos. Os melhores resultados de cada mão serão somados.

Resultados e discussão

    O estudo foi realizado com 60 voluntários, entre eles 30 homens e 30 mulheres, para obterem-se os aspectos da aptidão física relacionado à saúde, sendo observados os seguintes resultados:

Tabela 1. Demonstrativo da média da idade, Índice de Massa Corporal (IMC), Força de Preensão Manual

e Flexibilidade dos indivíduos do sexo masculino praticantes e não praticantes de atividade física

    Conforme dados da tabela um (01) observamos que os indivíduos do sexo masculino praticantes de atividade física apresentaram a média do Índice de Massa Corporal (IMC) de 26,67 kg/m2, classificada como peso ideal, conforme tabela apresentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os indivíduos do sexo masculino não praticantes de atividade física apresentaram a média do IMC de 28,35 kg/m2, classificada como levemente acima do peso, conforme mesma tabela. Portanto os indivíduos praticantes de atividade física apresentaram índices melhores que os não praticantes no valor do IMC, o que pode ser atribuído a prática regular de exercícios físicos. Praticando exercícios físicos os idosos aumentam o gasto calórico e este aliado a uma alimentação saudável tendem a diminuir o peso corporal e conseqüentemente melhorar o IMC.

    Conforme Nieman (1999) o exercício pode afetar o peso corpóreo em fatores distintos como: prevenção do ganho de peso, tratamento da obesidade e a manutenção do peso corpóreo após atingir seus níveis desejáveis.

    Ao analisarmos a força de preensão manual do grupo masculino podemos constatar que os indivíduos praticantes de atividade física apresentaram a média de 89,63kg, classificada como Média, pela tabela da Canadian Standardized Test of Fitness (1987). Os indivíduos não praticantes de atividade física apresentaram a média da força de preensão manual de 83,27kg, classificada como Abaixo da Média pela mesma tabela. Percebemos assim que os indivíduos praticantes de atividade física possuem maior força de preensão manual que os não praticantes de atividade física. Uma forma de evitar essas perdas e manter os níveis adequados de força são os exercícios neuromusculares (musculação).

    A prática regular de exercícios físicos torna os músculos mais fortes, flexíveis e tonificados, nos permitindo maior eficiência no trabalho e lazer (NAHAS, 2003).

    Com relação à flexibilidade do grupo masculino, observamos que os indivíduos praticantes de atividade física apresentaram flexibilidade média de 26,60 classificada como Acima da Média, pela tabela da Canadian Standardized Test of Fitness. Os indivíduos não praticantes de atividade física apresentaram flexibilidade média de 19,47 classificada como Abaixo da Média, pela mesma tabela.

    A flexibilidade articular é crucial para que possamos realizar os movimentos, desempenhando assim uma capacidade de movimentar as diferenças partes do corpo. Muitas vezes os níveis de flexibilidade estão relacionados com a idade e com a quantidade de atividade física realizada.

    Para Nahas (2003, p.76), "pessoas poucos ativas e com idade avançada são, em geral, menos flexíveis; quer dizer, tem menor mobilidade articular e elasticidade muscular".

    Idosos com boa flexibilidade se movimentam mais facilmente e tendem a realizar tarefas diárias com maior eficácia. Contudo, com o passar do tempo a pessoa vai envelhecendo e conseqüentemente diminuindo o nível de flexibilidade, embora isso ocorra devido mais à inatividade do que ao processo de envelhecimento.

    Para a manutenção e melhora da flexibilidade são recomendáveis exercícios estáticos, no mínimo, três sessões por semana com posições de alongamento mantidas por 10 a 30 segundos, três a cinco vezes, para cada articulação (NIEMAN, 1999).

Tabela 2. Demonstrativo da média da idade, Índice de Massa Corporal (IMC), Força de Preensão Manual

e Flexibilidade dos indivíduos do sexo feminino praticantes e não praticantes de atividade física

    Conforme dados da tabela dois (02), do grupo feminino, observamos que as praticantes de atividade física apresentaram a média do Índice de Massa (IM) Corporal de 27,00 kg/m2, classificada como peso ideal, conforme tabela apresentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os indivíduos do sexo feminino não praticantes de atividade física apresentaram a média do IMC de 29,28 kg/m2, classificada como levemente acima do peso pela mesma tabela, no entanto apresentaram diferença no valor do IMC em favor das praticantes de atividade física. Praticando exercícios físicos os idosos aumentam o gasto calórico e este aliado a uma alimentação saudável tendem a diminuir o peso corporal e conseqüentemente melhorar o IMC.

    Ao analisarmos a força de preensão manual deste mesmo grupo, podemos constatar que os indivíduos femininos praticantes de atividade física apresentaram média de 63,07kg, classificada como Excelente pela tabela da Canadian Standardized Test of Fitness (1987). As não praticantes de atividade física apresentaram a média da força de preensão manual de 51,54kg, classificada como Média pela mesma tabela. Percebemos assim que os indivíduos do sexo feminino praticantes de atividade física possuem maior força de preensão manual que os não praticantes de atividade física. Manter-se ativo se torna crucial para que não ocorram perdas tão significativas de força muscular com o envelhecimento. Uma forma de evitar essas perdas e manter os níveis adequados de força são os exercícios neuromusculares (musculação).

    Indivíduos que desenvolvem força obtêm ganhos em saúde, apresentam aumento da densidade óssea, volume muscular, força e autoestima (NIEMAN, 1999).

    Com relação à flexibilidade do grupo feminino, observamos que os indivíduos praticantes de atividade física apresentaram flexibilidade média de 29,80 classificada como Média, pela tabela da Canadian Standardized Test of Fitness. Os indivíduos não praticantes de atividade física apresentaram flexibilidade média de 23,27 classificada como Abaixo da Média, pela mesma tabela. Podemos associar essa diferença à prática regular de exercícios físicos.

    A flexibilidade articular é crucial para que possamos realizar os movimentos, desempenhando assim uma capacidade de movimentar as diferenças partes do corpo. Muitas vezes os níveis de flexibilidade estão relacionados com a idade e com a quantidade de atividade física realizada.

    Para Nahas (2003, p.76), "pessoas poucos ativas e com idade avançada são, em geral, menos flexíveis; quer dizer, tem menor mobilidade articular e elasticidade muscular".

Conclusão

    Através dos dados obtidos nesta pesquisa, podemos concluir que os resultados foram positivos para os indivíduos praticantes de atividade física, tanto para homens como para mulheres. No entanto alguns componentes ainda não estão em seus níveis ideais para as faixas etárias.

    No tocante a média do Índice de Massa Corporal (IMC), os indivíduos masculinos e femininos, praticantes de atividade física apresentaram melhores resultados (peso ideal) comparados aos indivíduos não praticantes (levemente acima do peso). Segundo Nieman (1999), o exercício pode influenciar o peso corporal sob três ângulos diferentes: a prevenção do ganho de peso, o tratamento da obesidade e a manutenção do peso corporal desejável, após a perda de peso. Porém, cabe lembrar que para uma análise mais fidedigna recomendamos avaliar a composição corporal através do percentual de gordura pois teria uma relação mais próxima da real quantidade de tecido adiposo. Ficando a sugestão para trabalhos futuros.

    Com relação a média da força de preensão manual, podemos concluir que os indivíduos do sexo masculino e feminino praticantes de atividade física apresentaram resultados acima do grupo dos não praticantes. Tais resultados podem ser atribuídos a prática de atividade física regular a qual o grupo dos praticantes foi submetido, principalmente aos trabalhos neuromusculares (musculação). A prática regular de exercícios físicos torna os músculos mais fortes, flexíveis e tonificados, nos permitindo maior eficiência no trabalho e lazer (NAHAS, 2003).

    Analisando a média da flexibilidade de ambos os grupos podemos verificar que os indivíduos praticantes de atividade física (masculino e feminino), como nas demais valências, mostraram-se superiores aos não praticantes. A flexibilidade é um componente da aptidão física relacionada à saúde que pode ser mantida e até melhorada com treinamentos regulares. Uma maior elasticidade, mobilidade, alongamento dos músculos ligamentos e tendões são obtidos com o bom treinamento da flexibilidade (DANTAS, 1999).

    Diante dos resultados apresentados evidenciamos a importância da prática regular da atividade física para idosos, principalmente trabalhos que atuam sobre os componentes da aptidão física relacionados à saúde, retardando assim os efeitos nocivos que atuam sobre o corpo humano durante o processo do envelhecimento.

    Nieman (1999, p.290) afirma que, "o risco de muitas doenças e problemas de saúde comuns na velhice [...] diminui com atividade física regular".

Referências

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