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A dificuldade de aprendizagem do estudante com deficiência visual

La dificultad en el aprendizaje del estudiante con discapacidad visual

 

*Licenciada em Normal Superior pela UNOPAR. Psicopedagoga pela FASIP

Pós Graduada do Curso de Educação Especial Inclusiva pela Faculdade Uninter

Professora da Escola Estadual Renee Menezes em Sinop, MT

**Licenciada em Pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede pública

de ensino da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop, MT

***Licenciado em Educação Física pela FASIPE – Faculdade de Sinop, MT

Professor de Educação Física e Artes da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop, MT

***Licenciada em pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede

de ensino fundamental da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop, MT

(Brasil)

Nelcileide Orgina Mota*

nelcileide@hotmail.com

Aparecida Peghin Leão**

appeghin@hotmail.com

Marcelo de Assis***

marcelo_enfermeiro@hotmail.com

Patrícia Oliveira da Silva****

patriciapeghin@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo tem como objetivo geral analisar e evidenciar o quanto anda a educação inclusiva em especifico as dificuldades de aprendizagem de alunos com deficiência visual. Para a discussão e compreensão da realidade estudada, foram realizadas pesquisas bibliográficas considerando as contribuições de importantes autores. Trata-se de um estudo qualitativo do tipo e técnica de pesquisa bibliográfica com método indutivo. Considera-se que existe uma necessidade de mudança desta realidade, melhorando o atendimento que esses estudantes recebem. As limitações devem ser compreendidas e respeitadas para que a inclusão desse aluno na escola seja bem sucedida e que sua convivência com os demais no contexto escolar aconteça de forma amigável e que propicie segurança e independência para o mesmo. E que nós, professores, tenhamos a consciência de que somos responsáveis por uma importante tarefa educativa.

          Unitermos: Deficiente visual. Professores. Inclusão. Aprendizagem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O tema proposto tem uma grande relevância na inclusão de um portador de necessidade especial na escola. Atualmente as pessoas com deficiência ainda encontram dificuldades no convívio em sociedade devido à exclusão social. Essa temática é muito recente na história da educação do Brasil, mesmo porque a inclusão escolar é uma prática relativamente nova e quando posta em discussão, provoca o surgimento de várias questões.

    No entanto a escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular é um campo de pesquisa em expansão devido às leis existentes sobre a educação inclusiva. A preocupação com este tema se deu através da curiosidade dos professores da escola de entender um pouco mais dessa área, iniciando estudos sobre educação especial com o intuito de auxiliar na educação onde todos trabalham com alunos especiais.

    Esse estudo procurou-se enfatizar quais ações podem ser desenvolvidas com esses estudantes pelo professor no ambiente e as possíveis dificuldades encontradas pelo professor e pelo aluno no procedimento de ensino e aprendizagem. Seguindo a ideia de Laplane (2008, p. 10 e 11) “O sucesso escolar de alunos com deficiência visual é um dos desafios da inclusão”.

    Ainda, sobre os recursos existentes que auxiliam neste aspecto, favorecendo a interação desse aluno no ambiente escolar a inclusão é descrita e fundamentada durante todo trabalho conforme o objetivo. Para discussão e compreensão da realidade estudada que abrange a deficiência visual e finalização do texto foram consultados autores como Santos (2007), Ochaíta e Espinosa (2004), além da legislação existente e políticas educacionais do MEC-BRASIL.

2.     Deficiência Visual: alguns pressupostos

    A visão detecta vários estímulos nervosos através da sinapse que busca interpretar as cores do cotidiano. Na escola o professor deve ter conhecimento para definir esta deficiência, organizando seu trabalho pedagógico.

    No caso de um estudante/pessoa com deficiência visual, as palavras ou os sons por si só podem ter pouco sentido e/ou um sentido deturpado devido às sutilezas das cenas mudas, da comunicação não verbal que acompanha ou complementa a fala dos interlocutores em um diálogo ou em qualquer outra interlocução. Em outras palavras, ela ouve o que é dito, mas, não necessariamente, compreende do que se trata porque o gesto e o olhar devem ser mediados pela fala e pelo contato físico.

    O caderno TV escola do MEC (2000) nomeia as Causas dos defeitos de visão: Retinopatia da prematuridade, causada pela imaturidade da retina, isso ocorre num parto imaturo ou excesso de O2 na incubadora. Catarata congênita; consequência de rubéola ou outras infecções durante a gestação. Glaucoma congênito pode ser hereditário. Atrofia óptica. Alterações visuais corticais. A cegueira e a visão subnormal podem também resultar de doenças como diabetes.

    Segundo as concepções educacionais e médicas, são duas as classificações da deficiência visual, sendo elas: cegueira e baixa visão. Porém essas definições não são uma regra geral, o que realmente interessa é a utilização da visão da melhor forma possível por cada pessoa que apresente deficiência.

    A partir do sistema que será utilizado na leitura e na escrita, é que se dá o diagnóstico diferencial. Dessa forma obteve-se uma visão educacional mais ampla considerando os alunos cegos como àqueles que “[...] não tem visão suficiente para aprender a ler em tinta, necessitam, portanto utilizar de outros sentidos (tátil, auditivo, olfativo, gustativo e sinestésico) no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem [...] dar-se-á pelo sistema Braille” (BRASIL, MEC, 2001, p.13).

    Apesar de apresentarem diferenças no que diz respeito aos aspectos visuais esses estudantes precisam sim utilizar a visão e da melhor maneira possível. Ao contrário do que ocorria antigamente onde se acreditava que essas pessoas não poderiam utilizar da visão para não gastá-la e correrem o risco de ficarem cegas, resguardando o pouco da visão que possuíam. Devido à deficiência que possuíam essas pessoas eram reprimidas sendo limitadas e impedidas de utilizarem sua capacidade visual para realizar suas atividades diárias (PIÑERO QUERO e DIAZ, 2003 apud SANTOS, 2007).

    Em muitas situações a falta de informações prejudica o relacionamento de videntes e cegos, gerando indiferença, rejeição e superproteção, sentimentos que apesar de terem existido no passado, infelizmente ainda persistem. E, mesmo com a mudança de paradigmas ainda notam-se as lutas por igualdade e melhores condições de vida, seja na escola, trabalho e sociedade por parte dessas pessoas para sua interação com o mundo.

3.     A escolarização do estudante com deficiência visual

    Pessoas com limitação visual tende a sofrer com a inclusão escolar e também bullying, pois desde a antiguidade o indivíduo com qualquer tipo de deficiência era discriminado pela sociedade.

    O MEC no seu caderno TV escola (2000, p. 16) diz que “escola é uma das grandes aliadas na luta pela integração. Nesse espaço, as questões relacionadas a preconceitos, mitos e estigmas podem ser debatidas e analisadas por todos: professores, alunos e funcionários”. Enfatiza ainda que, “ao abrir suas portas igualmente para os que enxergam e os que não enxergam, a escola deixa de reproduzir a separação entre deficientes e não deficientes que há na sociedade”, e “ao se tornar um espaço de inclusão, a escola promove trocas enriquecedoras para toda a equipe escolar, incluindo os alunos e suas famílias”.

    E, para Orientações Curriculares e Pedagógicas para a Educação Especial no estado de Mato Grosso (versão preliminar, 2007, p.5), “A Constituição Brasileira demarca como fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político (CF/88, art.1º)”.

    Conforme as OCs (Organizações Curriculares) da Educação Especial, (2011), resume respectivas formulações citadas nos artigos 5º e 6º (Redação dada pela EC n. 64/10) onde homens e mulheres têm direitos iguais, direito a vida, saúde, educação e assistências conforme a constituição.

    Para tanto, impõem-se políticas públicas conectadas com os objetivos da educação, nos termos do art. 205 da Constituição Federal e do artigo 2º, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e ao mesmo tempo explicitados nos parâmetros de organização e funcionamento escolar, implantados no princípio fundante de inclusão social. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, citados por OCs (Organizações Curriculares) da Educação Especial (2011, p.176, 177), nos diz que a educação é um direito de todos e dever do Estado conforme o art. 208, citado no iten “I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria”.

    E para a Educação especial nos itens III, IV e V juntamente com Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006, discorre: I- atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.

    Já no artigo Art. 227 é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010).

    Assim, trata-se de ampliar as oportunidades de acesso, garantindo a autonomia para cada um exercer o direito à diferença e, também, à integração de saberes, conhecimentos e formas de fazer, produzir e construir mecanismos alternativos de sobrevivência. Partindo do sistema estabelecido de ensino, uma vez que a escola pública é praticamente a safra exclusiva de aquisição e desenvolvimento do conhecimento sistematizado, posta à disposição das classes populares.

    Porém, muitos acreditam que a deficiência se reflete no desempenho cognitivo das pessoas que a apresentam, impedindo-as de realizarem tarefas a qual utilizem desse potencial, e são idéias preconcebidas e pré-julgamentos como esse acabam retraindo os deficientes visuais e até mesmo dificultando para que possam exercer seus direitos e deveres de cidadão.

    A compreensão da deficiência visual, bem como os aspectos que a envolvem e que implicam de modo diferenciado no desempenho visual dos estudantes é importante para os educadores responderem aos questionamentos que surgem quando os mesmos se deparam com esses estudantes, sejam eles relacionados à aprendizagem, ensino, recursos pedagógicos e o próprio convívio em sala de aula. Segundo o material do MEC, publicado pela Secretaria de Educação a Distância, no Caderno complementar da série de vídeos da TV escola sobre a Deficiência Visual (2000, p. 17), “partindo dos próprios caminhos perceptuais dos deficientes visuais, o educador pode oferecer-lhes oportunidades para entrarem em contato com novos objetos, pessoas e situações e, assim, saber (ou aprender)”.

    É sabido, que o convívio e a comunicação com pessoas portadoras de deficiência (de qualquer tipo) cooperam para promover a quebra de tabus e de estigmas, beneficiando a total inclusão do portador de deficiência na sociedade e ajudando a família a lidar com essa deficiência.

    Faz-se necessário, para que o aluno com baixa visão desenvolva a capacidade de enxergar, que o professor desperte o seu interesse em utilizar a visão potencial, desenvolver a eficiência visual, estabelecer o conceito de permanência do objeto, e facilitar a exploração dirigida e organizada.

    As atividades realizadas devem proporcionar prazer e motivação, o que leva à intencionalidade e esta desenvolve a iniciativa e a autonomia, que são os objetivos primordiais da estimulação visual. A baixa visão pode ocasionar conflitos emocionais, psicológicos e sociais, que influenciam o desempenho visual, a conduta do aluno, e refletem na aprendizagem. Um ambiente de calma, encorajamento e confiança contribuirá positivamente para a eficiência na melhor utilização da visão potencial que deve ser explorada e estimulada no ambiente educacional, pois o desempenho visual está relacionado com a aprendizagem. É recomendável, portanto, provocar a conduta de utilizar a visão para executar todo tipo de tarefas, pois a visão não se gasta com o uso. Conhecer o desenvolvimento global do aluno, o diagnóstico, a avaliação funcional da visão, o contexto familiar e social, bem como as alternativas e os recursos disponíveis, facilitam o planejamento de atividades e a organização do trabalho pedagógico.

    Uma verdadeira escolarização/inclusão que vise realmente atender as necessidades de um estudante com limitação visual precisa de conteúdos que o preparem para apresentar um desempenho satisfatório em tarefas básicas como ler e escrever. Devido a essa limitação na visão o estudante precisa ser estimulado, pois seu aprendizado e suas construções mentais e descobertas do meio em que vive dependerá de como esses requisitos são trabalhados com ele. A esse respeito Ochaíta e Espinosa (2004, p. 152) afirmam que:

    [...] As características do desenvolvimento de uma determinada criança deficiente visual e as indicações de intervenção educacional dependerão também das peculiaridades dos contextos em que a criança se desenvolve, seu ambiente familiar, sua escola, o trabalho e o nível de instrução de seus pais. [...] Assim o planejamento das intervenções educacionais concretas dependerão das transações complexas entre as características da criança e dos contextos distintos em que produz seu desenvolvimento e sua aprendizagem.

    Quando o ambiente em que esse estudante está inserido não propicia condições adequadas para uma boa interação podem ocorrer atrasos em seu desenvolvimento, podendo se estender também à família no caso de superproteção com relação ao convívio. No ambiente escolar muitas vezes a interação desse aluno com os demais colegas é prejudicada pelo professor devido a sua exclusão em atividades que utilizem a visão. A falta de informação de educador ou o medo de expô-lo a esse tipo de atividade acaba por diminuir o contato e as descobertas desse estudante com o meio que o cerca. O tratamento educativo que devem receber é necessário levar em conta alguns pontos como o tipo e o grau de deficiência que o estudante possui, sem esquecer-se da história familiar educativa.

    O conhecimento desses aspectos é importante, visto que auxilia o educador a direcionar seu trabalho em sala de aula, pois o mesmo terá de ampliar seus conhecimentos e sua ação educacional às características particulares dessa criança. Nesse sentido, é importante destacar que sempre se deve aproveitar ao máximo a visão funcional que esse estudante possui e para isso deve-se contar com um bom informe oftalmológico com dados precisos e a partir disso fazer uma avaliação correta das possibilidades do estudante de aproveitar a visão para realizar as diferentes atividades educativas.

    Apesar de algumas estratégias de ensino não necessitarem de recursos diferenciados, é sempre fundamental que o professor tenha atenção, informação e dinamicidade para que sejam capazes de identificar os mais diversos momentos, as necessidades dos seus estudantes, podendo auxiliá-los da melhor maneira possível tendo um resultado satisfatório no que diz respeito à aprendizagem e participação dos mesmos nas atividades propostas.

    As adversidades existentes no espaço escolar, seja a falta de adequações didáticas específicas para a deficiência ou formações continuadas que auxiliem na prática desses professores, é necessária existência da preocupação do professor no atendimento desses estudantes, procurando meios possíveis para incluí-los nas atividades refletindo, dessa forma, no interesse dos mesmos.

4.     Adaptações curriculares e as TICS como aliadas no processo ensino-aprendizagem

    Avaliando o papel das TICs na aprendizagem dos alunos em geral, podem ser utilizadas para apoiar práxis pedagógica específica, inclusive na inclusão do PNE.

    Vários são os autores que, em relação a pessoas com NEE, reconhecem no uso das TICs probabilidades positivas, contribuindo para uma apropriada normalização das suas vidas, promovendo, “o acesso ao conhecimento, à aprendizagem, à ocupação dos tempos livres, ao lazer, ao desenvolvimento de capacidades intelectuais, ao contato com grupos de interesse comuns; evitarão a exclusão e contribuirão para uma integração plena.” (SANTOS, 2006 p.119, apud XAVIER, 2011, p.27-28).

    Existe uma dificuldade por parte dos professores no que diz respeito a adaptações curriculares, persiste a dúvida da necessidade de adoção de dois currículos devido à presença de alunos especiais em sala. Por isso a importância das reflexões sobre como melhorar o desempenho dos alunos; dessa forma o professor percebe que não necessita adotar um novo currículo e sim modificá-lo de maneira progressiva, adaptando-o individualmente conforme as peculiaridades do aluno, assim o professor deve esquecer o pensamento de que existem duas realidades educativas diferentes em sala.

    “O atendimento dos alunos com necessidades especiais nas escolas do ensino regular de ensino aumenta em termos de desafio como resultado da formação docente. A maioria dos professores estão despreparadas para lidar com tal heterogeneidade escolar” (BEYER, 2005, p.73 apud SANTOS, 2007, p. 52).

    Por outro lado, as discussões sobre adaptações curriculares fazem referência a questões relacionadas à necessidade de formação inicial e continuada de qualidade para os professores que, em sua maioria, construíram sua prática pedagógica alicerçada em propostas curriculares fechadas, inflexíveis e obsoletas. Como destaca Beyer (2005, p. 73, apud SANTOS, 2007, p. 52), “o atendimento dos alunos com necessidades especiais nas escolas do sistema regular de ensino aumenta em termos de desafio como resultado da formação docente lacunar. A maioria dos professores formados [...] está mal preparada para lidar com tal heterogeneidade”.

    No entanto, a própria escola pode ser esse ambiente de formação de qualidade através de discussões entre os próprios professores sobre o que pode ser melhoradas, através de relatos de experiências, reflexões, propostas de mudanças e adaptações de currículo, para que a partir disso surjam métodos novos e dinâmicos para serem somadas as práticas pedagógicas existentes, onde Santos, (2007, p. 52), enfatiza que, “[...] dessa forma, a aula deixará de ser um local para exposição de conteúdo e se transformará em objeto de estudo da prática docente, onde novos métodos de ensino serão criados e os alunos serão se beneficiarão de currículos compatíveis com suas necessidades e realidades”.

    O MEC (2000) classifica as adaptações curriculares em adaptações de grande e pequeno porte. No caso específico da deficiência visual algumas adaptações de grande porte são comuns a todos, sendo elas: as adaptações de acesso ao currículo, que se refere à oferta de equipamentos e recursos específicos de acesso ao currículo (acessibilidade digital, máquina Braille, sorobã e materiais didáticos adaptados).

    Atualmente as TICS promovem as atividades de professore e alunos por possibilitarem a pesquisa, o conhecimento e a comunicação. Existem programas leitores de tela com súmula de voz, arquitetados para indivíduos cegos, que permitem a navegação na internet, a comunicação por meio do correio eletrônico, o processamento de textos e planilhas e uma grandeza de aplicativos que podem ser operados por comandos de teclado, não necessitando assim o uso do mouse. Entre os mais conhecidos, temos o Dos Vox, Virtual Vision E O Jaws.

    Existem ainda, ferramentas que permitem a produção de livros digitais, em áudio e em Braille dentre outros programas disponíveis para indivíduos com deficiência visual. No entanto, ainda, faz-se necessário que essas ferramentas estejam disponíveis no recinto escolar para de fato promover a inclusão escolar e social.

5.     Considerações finais

    Este trabalho foi desenvolvido na perspectiva de estudar, aprimorar e compreender o processo de escolarização e as dificuldades de aprendizagem de alunos com deficiência visual. É evidente, que a ação do professor é de grande importância para o sucesso da inclusão desse aluno no ensino regular. A prática educacional deve ser intencional e não pode limitar-se as tarefas escolares, principalmente com aqueles alunos que precisam de um atendimento específico ou o uso de recursos e técnicas especiais. A organização e sistematização de atividades pedagógicas específicas são necessárias ao desenvolvimento integral do aluno, como também propor e adaptar atividades lúdicas, prazerosas e situação de interação, socialização e participação coletiva com os demais alunos.

    A legislação, de certa forma, procura oferecer condições necessárias estabelecendo possibilidade de flexibilização e diversificação. No entanto no cotidiano da escola, no interior das salas de aula, os procedimentos pedagógicos parecem ainda tender para uma homogeneização e linearidade, desconsiderando-se as diferenças importantes.

    Outro ponto importante é o envolvimento que deve existir entre o professor especializado e o professor da sala regular, para que juntos possam discutir e buscar melhorias no atendimento desses alunos para que possa favorecer seu desenvolvimento e dessa forma a inclusão desse aluno seja realmente efetivada.

    De fato, não se pode negar que a inclusão ainda é considerada um desafio, com dificuldades, porém não é desafio impossível. São questões como esta que nos fazem refletir a respeito de como será nossa prática para que possamos garantir que esses estudantes recebam uma educação de qualidade. Somente quando houver um real comprometimento da sociedade em geral, envolvendo desde o contexto familiar até as ações do poder público, a educação inclusiva de fato acontecerá e com êxito, pois se tornam inviáveis leis existentes, mas impossíveis de serem executadas.

    Sem dúvida, ainda precisamos de investimentos em toda ordem para que a educação em nosso país, realmente faça a diferença na vida de cada um dos estudantes brasileiros, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sensoriais, religiosas, culturais, mas que a escola possa fazer a diferença.

    É importante que nós como educadores, encontremos uma forma de ensino/aprendizagem adequada a cada estudante e que procuremos todas as formas que lhes facilitem a aprendizagem. E que nós, tenhamos a consciência de que somos responsáveis por uma importante tarefa educativa, pois cabe a cada um de nós a possibilidade de desvendar e revelar um mundo mais humano, mais justo, mais próximo de cada uma de nossas crianças.

Referências Bibliográficas

  • BRASIL-MEC, Secretaria de Educação a Distância. Deficiência visual / Marta Gil (org.). Brasília: 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf. Acessado em 20/04/2013.

  • _____, Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf. Acessado em 10/04/13.

  • _____, Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual. Secretaria de Educação Especial. Brasília-DF, 2001.

  • _____, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Saberes e Práticas da Inclusão - Educação Infantil: Adaptações Curriculares para a educação de zero a seis anos com necessidades educacionais especiais. Brasília-DF, 2003.

  • MATO GROSSO, Secretaria de Estado de Educação. Orientações curriculares e pedagógicas para a educação especial. Cuiabá: SEDUC, 2011.

  • OCHAÍTA, Esperanza; ESPINOSA, Maria Ángeles. Desenvolvimento e intervenção educativa nas crianças cegas ou deficientes visuais. In: Coll, C.; Marchesi, A.; Palacios, J. (Orgs.) Desenvolvimento psicológico e educação: Transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2ª. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

  • SANTOS, Miralva de Jesus dos. A escolarização do aluno com deficiência visual e sua experiência educacional. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, 2007. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufba.br/tde_busca/arquivo. php?codArquivo=2304. Acessado em: 05/04/2013.

  • XAVIER, Lídia Maria Ferreira da Silva. O uso das tic em salas de aula inclusivas: atitudes e práticas de professores do 1º ciclo. Dissertação (mestrado) – Escola Superior de Educação de Lisboa, 2011.

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