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Proposta de treinamento físico no período 

pré-competitivo para uma equipe feminina de voleibol

Una propuesta de entrenamiento físico en el período precompetitivo para un equipo femenino de voleibol

 

*Graduado em Educação Física. Mestrando em Ciências da Nutrição Metabolismo e Esporte

Docente na Faculdade Mogiana do Estado de São Paulo

**Graduado em Educação Física. Mestrando em Ciências da Motricidade Humana

Docente da Faculdade Euclides da Cunha

(Brasil)

Marcelo Francisco Rodrigues*

marcelo.edufisica@hotmail.com

Henrique Miguel**

rick_ef@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Com a evolução e espetacularização do voleibol, este se tornou uma modalidade muito praticada e rentável. Todo esse processo vigente a cidade de São João da Boa Vista, após investimentos relevantes a sua equipe de voleibol feminino adulto, aprimorou os treinamentos da mesma, propondo uma periodização especifica onde foram combinados os treinamentos físicos os quais anteriormente não faziam parte da programação, sendo esses trabalhos físicos, os quais foram investigados os treinamentos compostos por treinamento de força na academia e treinamentos em quadra, a fim de observar o processo de elevação dos níveis físicos da equipe, sendo esses treinamentos observados através de testes de controle durante três semanas, trabalhos físicos esses tão exigidos dentro do Voleibol, seguindo uma coerência o qual o esporte em si. Provocando com esse trabalho futuras discussões sobre treinamentos físicos em períodos específicos na programação das equipes de Voleibol.

          Unitermos: Voleibol. Treinamento físico. Periodização.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Segundo Rizzola Neto (2003), o voleibol foi o esporte que mais modificou suas regras sem modificar sua estrutura de jogo. Com o passar do tempo foi se moldando à medida que os interesses comerciais se acharam necessários, fazendo dele hoje, um dos esportes mais praticados e assistidos no mundo. A plasticidade e a constante passagem de situações entre defesa e ataque, despertam um enorme interesse do público, levando a uma grande atividade econômica dentro de nosso país. O voleibol se tornou um dos jogos esportivos mais praticados no mundo com mais de 200 milhões de jogadores. Esse fator se dá pelo esporte requerer uma quantia mínima de implementos e uma variável situação nos níveis de habilidades. (TILMAN et al, 2004) Como relata Marchi Júnior (2001), a passagem do amadorismo para o profissionalismo, e, consequentemente para a espetacularização da modalidade, fez com que houvesse um número grande de novos adeptos a este esporte, aumentando o interesse da mídia em comprar direitos de imagem e uma enorme busca pela audiência televisiva.

    Tais situações fizeram com que a modalidade evoluísse em todos seus âmbitos competitivos. Profissionais e atletas eram cada vez mais postos a prova, e o treinamento passou a ser fundamental para que essa espetacularização fosse observada com bons olhos para torcedores, meros espectadores e até mesmo, os donos dos direitos de transmissão dos jogos. Isso não ocorreu apenas com o voleibol. Quanto mais rendimento um atleta conseguia em determinado esporte, mais ele ajudaria sua equipe, deixando o espetáculo muito mais belo, atraindo cada vez maiores massas para dentro de um estádio ou até mesmo de um ginásio. O atleta precisaria estar sempre em ótimas condições, muito bem preparado para desempenhar o papel que lhe era atribuído dentro da modalidade em que exercera sua profissão. Certamente, com o estalar da modalidade, o profissionalismo dos atletas se tornou uma forma grande de renda para as equipes antes ditas como amadoras, fazendo com que o trabalho propriamente dito com os atletas, até mesmo nas categorias de base, fossem levados a um âmbito totalmente atípico (GUIMARÃES e MATTA, 2004). Com certeza, como citado acima, foi a modalidade coletiva que mais sofreu modificações em suas regras desde sua invenção, passando a dar a cada atleta, uma condição específica dentro das posições em que atuam, distribuindo tarefas para o bom rendimento da equipe. Observando tais situações, os autores deste estudo tomaram por base estas circunstâncias para desenvolver uma abordagem de trabalho para preparação física de levantadores de alto-rendimento, através de uma longa pesquisa bibliográfica dos maiores autores sobre o assunto.

    O treinamento físico se realiza para o aprimoramento das capacidades motoras, melhorando o nível de desempenho em atividades musculares específicas. Barbanti (1996, p. 52) relata que “o treinamento físico é uma repetição sistemática de movimentos que produzem reflexos de adaptação morfológica e funcional, com o objetivo de aumentar o rendimento num determinado espaço de tempo”. Estudos sobre a preparação específica de determinado atleta são muito raros na literatura, principalmente em um esporte que vem desenvolvendo seu interesse maior há poucos anos, fazendo com que isso se torne um ponto fundamental de interesse dos autores deste estudo. Para Borsari (1996), os atletas do voleibol, com a evolução atual do jogo, foram obrigados a se tornarem jogadores mais atléticos, com movimentos que exigem muita velocidade e violência, sempre enfocando a habilidade. Hoje, devem ter uma estatura privilegiada, facilitando seus ataques e bloqueios. Segundo Bizzochi (2004), com as mudanças para as regras atuais, o jogo passou a se tornar mais dinâmico, e as partidas quase nunca passam de uma hora e meia de duração, assim, o metabolismo predominante para a atividade realizada é composta por estímulos anaeróbios, ou seja, de máxima intensidade e curta duração.

    Conseqüentemente essa evolução do esporte, proporcionou a equipe de Voleibol de São João da Boa Vista a investir firmemente, pois os resultados regionais que obtiveram foram muito satisfatórios e a comissão técnica, viu-se obrigada a procurar novos métodos de treinamento, inclusive a parte física, onde recebe uma atenção especial o qual é um dos fatores primordiais para o sucesso da equipe.

2.     Materiais e métodos

2.1.     Amostra

    Os indivíduos participantes desse estudo fazem parte da equipe de Voleibol Feminino Adulto da cidade de São João da Boa Vista, com uma média de idade de 19,5 ± 0,7 anos, com uma média de 66,5 kg e com uma altura média de 1,76 ± 0,7 cm. Onde foram avaliados a partir de testes controles no inicio do período pré competitivo, levando em conta os treinamentos físicos, divididos entre trabalhos de musculação e trabalhos combinados em quadra, de acordo com o período especifico pré competitivo propostos neste trabalho. A partir dessas avaliações observaremos todos os resultados dos treinamentos físicos propostos durante as três semanas conseqüentes ao período pré-competitivo.

2.1.1.     Testes de Força Explosiva

Impulsão vertical

Material

  • Fita métrica fixada verticalmente na parede, de maneira descente, onde a marca zero deve ficar no ponto mais alto da parede.

  • Pó de giz

  • Cadeira

Procedimentos

    O avaliado deve estar em pé, de lado para a parede, com os braços estendidos acima da cabeça. Nessa posição, deve marcar com pó de giz o ponto alto que posso alcançar. Em seguida, deve fazer pequena flexão de pernas e saltar, marcando com a ponta dos dedos o ponto mais alto atingido. Devem ser realizadas três tentativas. Para determinar a impulsão, deve-se subtrair o valor inicial do maior valor alcançado durante as tentativas. Exemplo: o avaliado na posição inicial toca o ponto 100 da fita métrica. Durante a série de saltos atinge 65,66 e 64. Como a fita está no sentido descendente, a melhor marca é 64. Para obter o resultado, deve-se efetuar 100 – 64 = 36. Esse valor corresponde a impulsão vertical em centímetros.

Impulsão horizontal

  • Fita métrica

  • Pó de giz

Procedimentos

    O avaliado deve estar com os pés paralelos, no ponto de partida. Ao sinal do avaliador, deve saltar no sentido horizontal, tentando alcançar o ponto mais distante possível. É permitida a movimentação livre de braços e tronco. São realizadas três tentativas, registrando-se a marca na parte posterior do pé, sendo considerada a maior distancia alcançada.

2.1.2.     Testes de Agilidade

    A agilidade é caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção e deslocamento do centro de gravidade do corpo. Para avaliar a agilidade, podemos utilizar:

Teste de Shuttle Run

    O avaliado coloca-se na linha de partida. Ao ouvir o comando de partida, deve correr o mais rápido possível ate a outra linha, pegar o primeiro bloco, voltar até a linha de partida e depositar o bloco, voltar ate a outra linha e pegar o segundo bloco, voltar ate a linha de partida, depositar o bloco e ultrapassá-la. Nesse momento, o avaliador deve registrar o tempo gasto para a realização do trabalho descrito. Ao pegar e deixar os blocos, o avaliado deve seguir uma regra básica: transpor com pelo menos um dos pés as linhas que demarcam o espaço. Os blocos devem ser jogados, mais colocados no solo

2.2.     Tratamento estatístico

    As médias das variáveis pré e pós-treinamento foram descritas por média aritmética e desvio padrão e foram comparadas pelo teste t de Student para amostras dependentes, com nível de significância de p<0,05.

3.     Resultados e discussão

    Os resultados das variáveis discutidas, neste trabalho, no período pré-competitivo das atletas, no pré-teste de impulsão horizontal obteve o valor médio de 198,0±9,8 cm sendo o pós teste de impulsão horizontal após 3 semanas de treinamento físico foi de 208,0±9,0 cm, mostrando que o treinamento obteve resultado satisfatório e significativo estatisticamente.

    No resultado do pré-teste de impulsão vertical obtivemos a variável de 42,3±13,2 cm, e o pós teste a variável satisfatória e significativa estatisticamente de 42,3±13,2 cm segundo o teste T de Student. Conseqüentemente o único teste que não houve melhora significativa estatisticamente foi o de agilidade (shuttle run).

    Segundo Newton, Kraemer e Hakkinen (1999) demonstraram num programa de 8 semanas de treinamento com sobrecarga que o treinamento com sobrecarga, é importantíssimo para o aumento significativo no nível de saltos verticais em atletas de voleibol de alto nível. Verkhonshanski (1990), em um estudo com atletas de voleibol de alto nível, que adquiriam a maestria técnica, principalmente em relação aos saltos a partir de trabalho de força especial, a medida que o nível dos grupos musculares são mais exigidos.

Tabela 1. Valores de média aritmética (X), desvio padrão (SD) referente á comparação das variáveis antropométricas antes e após um programa de treinamento de força

4.     Conclusão

    Podemos concluir nesse trabalho, que a preparação física se faz cada vez mais importante no Voleibol, esse sendo um diferencial predominante na busca do alto nível de resultados, e que ficou evidente a evolução física da equipe, levando em conta ser a primeira vez que a questão física tem uma relevância, porém isso abre discussões para novos pressupostos e também para novas pesquisas e elaboração dos treinamentos físicos da equipe. Os resultados dos testes mostraram uma diferença significativa na impulsão horizontal e impulsão vertical, levando a crer que os trabalhos físicos foram benéficos para os membros inferiores, já o teste de agilidade mostrou um valor não significativo, nos mostrando assim que os trabalhos de agilidade não surtiram um efeito tão aparente, sendo que agilidade é um dos fatores determinantes no voleibol já que se trata de um esporte dinâmico e ágil. Partindo desse pressuposto, novos treinamentos deverão ser elaborados visando aumentar ainda mais esses resultados, buscando a excelência dos resultados.

Referências

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