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Fatores de risco e métodos preventivos para

o câncer de colo uterino: revisão integrativa

Factores de riesgo y métodos preventivos para el cáncer de cuello uterino: una revisión integradora

 

*Enfermeiro. Especialista em Saúde da Família. Universidade

Estadual de Montes Claros/Unimontes. Montes Claros (MG)

**Enfermeira. Mestre. Docente da Unimontes e FIP-Moc. Montes Claros (MG)

***Acadêmico de Enfermagem. Faculdades Integradas Pitágoras

de Montes Claros/FIP-Moc. Montes Claros (MG)

(Brasil)

Patrick Leonardo Nogueira da Silva*

Écila Campos Mota**

Lucas Abraão Ferreira Santos***

Ronilson Fabiano Gonçalves***

patrick_mocesp70@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: O presente estudo objetiva identificar os fatores de risco e métodos preventivos para o câncer do colo uterino. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, descritiva e exploratória. Foram utilizados artigos de periódicos provenientes de um Banco de Dados indexados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), sendo eles: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência e Saúde (Lilacs), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), e Scientific Electronic Library Online (Scielo). O instrumento de coleta de dados baseou-se em um formulário semi-estruturado na qual se obteve 14 artigos publicados no período de 2000-2013 que atendiam aos objetivos da pesquisa. O período da coleta de dados se deu durante 2012-2013. Resultados: Com base no estudo em questão, os bancos de dados apresentam um percentual quantitativo bastante significativo com relação ao câncer de colo uterino. Inicialmente a procura dos artigos foi realizada pesquisando no banco de dados da BVS. Foi obedecida a presença do descritor exato, no idioma Português e consulta por índice permutado. Foram encontrados 10.035 artigos os quais foram cruzados entre si. Individualmente a cada base de dados pesquisada, que apresentou o maior quantitativo de artigos relacionado à temática foi o Lilacs apresentando 28980 trabalhos científicos relacionados. Conclusão: O índice quantitativo de publicação sobre esta temática é bem alta. O câncer de colo uterino é um dos principais cânceres mais prevalentes nas mulheres. A alta incidência do mesmo é um indicador de queda da qualidade de vida destas pacientes. Sendo assim, cabe salientar a importância de dinamização do conhecimento passado a estas pessoas a fim de que se possa evitar o aumento da mortalidade feminina por esta doença incentiva a melhoria de vida da população em questão.

          Unitermos: Saúde da mulher. Neoplasia do colo do útero. Fatores de risco. Prevenção de câncer de colo uterino. Prevalência.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O câncer do colo uterino é a neoplasia maligna mais prevalente do trato genital feminino no território brasileiro. Defini-se como uma doença não contagiosa na qual se intitula como um grupo de mais de 100 doenças que se caracterizam pelo crescimento descontrolado de células anormais. Por vezes essas células anormais podem migrar e invadir tecidos e órgãos em diversas regiões do corpo, originando tumores em outros locais (metástase). Com uma divisão celular muito rápida e incontrolável, as células cancerosas costumam ser agressivas, determinando a formação de tumores malignos e constituindo um risco de vida para o paciente. Por outro lado, o tumor benigno se caracteriza por ser apenas um acúmulo de células que se dividem muito lentamente, sem causar maiores agressões ao indivíduo (INCA, 2010).

    O câncer de colo uterino é um dos tipos de câncer mais comum nas mulheres e uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo com 273.000 mortes estimadas em 2002. 83% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento e o câncer de colo uterino corresponde a 15% das causas de câncer em mulheres, comparado a apenas 3,6% em países desenvolvidos (GAKIDOU et al., 2008).

    O câncer de colo uterino é o segundo câncer mais prevalente na população feminina. É considerada a quarta causa de mortalidade por câncer entre as mulheres do Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e, durante o ano de 2012, há estimativa de 18.430 novos casos. Esse câncer demora muitos anos para se desenvolver. Dessa forma, para se identificar as alterações celulares é necessária à realização periódica do exame preventivo, também conhecido como Papanicolau (GUIMARÃES et al., 2012).

    O Papiloma Vírus Humano (HPV) é a maior causa de câncer de colo uterino onde a morbimortalidade têm sido reduzidas em países desenvolvidos devido a programas de rastreamento da doença. Entretanto ainda ocorrem cerca de 800 novos casos e 300 mortes por ano em média nesses países. Nos países em desenvolvimento, a morbimortalidade é alarmante. Estratificação etária para a prevalência da infecção por HPV mostra maiores taxas em mulheres com menos de 25 anos de idade, um decréscimo em mulheres a partir de 30 anos de idade e um segundo pico menor naquelas acima de 45 anos (SKINNER et al., 2008).

    Os fatores de risco relacionados à oncogênese cervical podem ser divididos em dois grupos: os documentados experimentalmente e os clínicos ou epidemiológicos. Dentre os selecionados no primeiro grupo, podem-se citar os fatores imunológicos (resposta imune local e humoral), a associação com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), os fatores genéticos (como o polimorfismo da proteína P53), o tabagismo e o uso prolongado de contraceptivos orais, historia familiar. No que se refere aos fatores de risco clínicos ou epidemiológicos, destaca-se o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros, a baixa escolaridade e renda, a multiparidade e a história de DST (PINTO et al., 2002).

    Sendo assim, este estudo objetivou identificar os fatores de risco e os métodos preventivos para o câncer de colo uterino através de uma revisão integrativa das bases de dados científicas.

Metodologia

    Para a realização do presente estudo, foi realizada uma revisão integrativa, método este que aceita que o autor avalie de forma crítica os resumos das ênfases disponíveis do tema investigado (MENDES, SILVEIRA & GALVÃO, 2008), o que apresenta como resultado, a aquisição atual do conhecimento do tema investigado, a tomada de intervenções efetivas na assistência à saúde visando à diminuição dos custos destinados à saúde, além de consentir a aproximação de alguns aspectos que caminham para o desenvolvimento de futuras pesquisas.

    Na revisão integrativa ocorre a combinação de dados da literatura teórica e empírica, além de agrupar uma enorme quantidade de finalidades, definições de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular (SOUZA, SILVA & CARVALHO, 2010).

    Para que a método seja utilizado é necessário seguir algumas fases, as quais foram desenvolvidas para a elaboração do presente estudo.

    A base de pesquisa é o banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando como fontes a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), o Banco de Base de Dados da Enfermagem (BDENF) e Scientific Electronic Libray Online (Scielo).

    A amostra do estudo foi constituída de todas as publicações indexadas no banco de dados das citadas fontes. Foram incluídos textos e resumos nos idiomas inglês, espanhol e português, e excluído apenas os estudos publicados em duplicidade em mais de uma base de dados. Inicialmente a busca na BVS a consulta atendeu o critério da presença dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Saúde da Mulher; Neoplasia do Colo do Útero; Fatores de Risco; Prevenção de Câncer de Colo Uterino; Prevalência.

    Na avaliação para a seleção dos artigos foram observadas algumas características dos estudos e para realizar a coleta dos dados foi elaborado um roteiro contendo identificação do artigo (número, título, periódico, base de dados, autores, ano de publicação, metodologia da pesquisa, critérios de inclusão e exclusão e atividade profissional dos autores). A síntese dos dados extraídos dos artigos será apresentada a seguir de forma descritiva em tabelas, reunindo o conhecimento produzido sobre o assunto investigado na presente revisão integrativo.

    As duas categorias temáticas relacionadas aos fatores de risco e métodos preventivos para o câncer de colo uterino foram divididas na presente revisão em: 1) Fatores intrínsecos ao gênero feminino: aspectos biopsicossociais e genéticos favoráveis à aquisição desta doença bem como o seu controle; 2) Fatores extrínsecos: dificuldade de acesso aos serviços assistenciais e a informações sobre a doença.

    Este procedimento favorecerá o desenvolvimento de teorias e recomendações de pesquisas futuras para a proposição de estratégica e medidas que venham a promover uma maior adesão das mulheres aos serviços de atenção primária, a fim de resguardar a prevenção e a promoção como eixos necessários e fundamentais de intervenção, o que transforma essa política de grande importância no contexto da saúde feminina. A análise, discussão e interpretação dos resultados incluem informações suficientes para que o leitor possa examinar criticamente as evidências levantadas e suas implicações para a prática da pesquisa.

    A presente revisão dispõe de informações suficientes que permitirão ao leitor a possibilidade de realizar análise crítica dos procedimentos empregados na elaboração da mesma, dos aspectos relativos ao tema abordado e do detalhamento dos estudos incluídos. A proposta da presente revisão integrativa foi reunir e sintetizar as evidências disponíveis na literatura assim procurou-se articular o resultado da análise dos bancos de dados no intuito de responder à problemática do presente estudo, o que será apresentado e discutido sucessivamente a seguir.

Resultados

    Inicialmente a procura dos artigos foi realizada pesquisando no banco de dados da BVS a presença dos DeCS: Saúde da Mulher, Neoplasia do Colo do Útero, Fatores de Risco, Prevenção de Câncer de Colo Uterino e Prevalência. Foi obedecida a presença do descritor exato, no idioma Português e consulta por índice permutado. Foram encontrados 10.035 artigos os quais foram cruzados entre si, conforme Tabela 1.

Tabela 1. Cruzamento dos Descritores: Saúde da Mulher, Neoplasia do Colo do Útero, Fatores

de Risco, Prevenção de Câncer de Colo Uterino e Prevalência para a busca total BVS

    Os artigos apresentavam as palavras chave: Saúde da Mulher/Neoplasia do Colo do Útero/Fatores de Risco/Prevenção de Câncer de Colo Uterino/Prevalência, separadamente, distribuídos na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), tendo como fontes a Lilacs, BDENF e Scielo, conforme Tabela 2.

Tabela 2. Distribuição das referências obtidas no BVS, de acordo com as palavras chave Saúde da Mulher/Neoplasia

do Colo do Útero/Fatores de Risco/Prevenção de Câncer de Colo Uterino/Prevalência, nos resumos dos artigos

    É interessante salientar que ao cruzar os cinco descritores ao mesmo tempo (Saúde da Mulher, Neoplasia do Colo do Útero, Fatores de Risco, Prevenção de Câncer de Colo Uterino, Prevalência), a busca resultou em apenas um (1) artigo.

    A próxima etapa da pesquisa reservou à identificação de alguns aspectos dos artigos selecionados como: o título, o periódico onde foram publicados, os autores e a área profissional de cada um, como são demonstrados na Tabela 3.

Tabela 3. Distribuição dos artigos selecionados de acordo com a base de dados, título

dos artigos, periódico, autores/Ano e respectivas áreas profissionais

Discussão

    O Câncer do Colo do Útero é um câncer com mortalidade elevada, que, mesmo com as campanhas e programas governamentais de prevenção, ainda continua sendo um problema de Saúde Pública no Brasil, embora já apresente conhecimentos técnicos de prevenção suficientes para fornecer um dos mais altos potenciais de cura (CRUZ & LOUREIRO, 2008).

    O Câncer de Colo do Útero apresenta-se como a segunda neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no mundo, sendo responsável, aproximadamente, por 471 mil novos casos e por cerca de 230 mil óbitos de mulheres por ano. A faixa etária para a incidência do câncer cérvico-uterino evidencia-se de 20 a 29 anos, aumentando o risco e atingindo seu pico na faixa etária de 45 a 49 anos. Os países em desenvolvimento são os que apresentam maiores índices de casos novos, um número aproximado de 80%. Destaca-se ainda que, como nesses países os casos são encontrados em estágios avançados, a sobrevida média estimada em cinco anos apresenta índices menores em relação aos países desenvolvidos, pois enquanto esta média varia de 59 a 60% em países desenvolvidos, nos países em desenvolvimento é estimada em 49% (INCA, 2005).

    Cerca de 80% dos casos de câncer de colo do útero ocorrem em países em desenvolvimento, sendo que em alguns destes países é o câncer mais prevalente, mesmo quando ambos os sexos são analisados conjuntamente. As lesões pré-invasivas apresentam padrão de distribuição etária com aumento da incidência na faixa entre 30 e 35 anos. O diagnóstico das formas in situ está aumentando em muitas populações, paralelamente a um decréscimo no diagnóstico de formas invasoras e na mortalidade do câncer de colo. Parte desta observação é creditada aos métodos atualmente disponíveis para detecção precoce, como a colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolau (MOTTA et al., 2001).

    Determinados comportamentos aumentam o risco de câncer cervical, como tabagismo, consumo de álcool, uso de contraceptivo hormonal e alimentação pobre em betacarotenos e vitaminas C e E. Certas condições clínicas também podem atuar como fatores de risco, tais como uso de drogas imunossupressoras e infecções sexualmente transmitidas por Chlamydia trachomatis, herpes simples e HIV (TROTTIER & FRANCO, 2006). Quanto aos marcadores sexuais, são considerados, entre outros, a idade da primeira relação sexual, o número e as características dos parceiros sexuais e a paridade (SHIELDS et al., 2004).

    Quanto aos fatores de risco relacionados à infecção por HPV, o número de parceiros sexuais durante a vida figura entre os mais importantes, além de: hábitos dos parceiros e a idade do parceiro masculino em relação à da mulher, com elevação do risco quanto maior a idade do parceiro (BASEMAN & KOUTSKY, 2005).

    Cálculos generalistas determinam que a probabilidade de uma mulher venha a desenvolver um câncer cervical invasivo ou in situ durante a sua vida é da ordem de 0,7% a 2,0%. Apesar de a colpocitologia ser método eficiente na redução da mortalidade por câncer de colo uterino, está claro que não eliminará completamente este câncer. O seu sucesso está diretamente ligado à possibilidade de cobertura de toda a população de risco (MOTTA et al., 2001).

    Prevenir o aparecimento do câncer de colo uterino significa minimizar as chances de uma pessoa desenvolver a doença, através de ações que afastem os fatores de riscos e aumente a qualidade da assistência à saúde. E importante destacar que o referido câncer possui características que permitem sua detecção em estágio pré-maligno ou inicial. As ações de cuidado que as mulheres adotam em relação à prevenção do câncer de colo do útero somente têm efeito se realizados de forma periódica e com acompanhamento profissional adequado. É imprescindível ressaltar a importância de que essas mulheres conheçam as formas de prevenção para essa doença, pois, na proporção que entendem sobre as medidas preventivas, de manutenção ou melhora da saúde e reabilitação, se tornam aptas a enfrentar melhor a doença e suas repercussões, permitindo gerenciamento mais efetivo de suas vidas (SANTOS et al., 2011).

Conclusão

    Através deste estudo foi possível identificar os fatores de risco bem como os métodos preventivos para o câncer de colo uterino conforme a literatura científica através de uma revisão sistemática.

    O índice quantitativo de publicação sobre esta temática é bem alta. O câncer de colo uterino é um dos principais canceres mais prevalentes nas mulheres. A alta incidência do mesmo é um indicador de queda da qualidade de vida destas pacientes. As mesmas desenvolvem alguns dos fatores de risco para uma possível aquisição da doença, sendo estes os fatores genéticos (hereditários, familiares), fatores biopsicossociais, fatores extrínsecos ou externos, tal como as infecções por HPV, principal causador.

    As pesquisas abordadas recaem em sua maior parte na população mais carente, geralmente de zona rural, que adquirem muitas das vezes por falta de informação advinda dos profissionais de saúde. Sendo assim, cabe salientar a importância de dinamização do conhecimento passado a estas pessoas a fim de que se possa evitar o aumento da mortalidade feminina por esta doença incentiva a melhoria de vida da população em questão.

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