Psicomotricidade na educação infantil La Psicomotricidad en la Educación Inicial |
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Graduado em Educação Física pela Faculdade Adventista de Hortolândia (Brasil) |
Nielson Rafael Batista |
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Resumo A educação infantil é muito importante para o desenvolvimento da criança e os aspectos que envolvem a Psicomotricidade favorecem o processo ensino-aprendizagem já que compreendem a educação como algo mais amplo do que a simples transmissão de conhecimentos. Sendo assim, através deste artigo pretende-se demonstrar a importância da Psicomotricidade para a educação infantil dentro da Educação Física como uma prática não apenas preparatória da aprendizagem, mas como instrumento do fortalecimento da criança enquanto sujeito, atuando no sentido de facilitar-lhe a construção de sua unidade corporal, a afirmação de sua identidade e a conquista de sua autonomia intelectual e afetiva. Portanto é de grande relevância educar a criança num todo, educar o cognitivo, a afetividade, o social e o motor. Sempre em qualquer situação, em qualquer disciplina, em qualquer conteúdo levar em conta a criança no todo, nunca dissociar uma parte da outra e a aplicação da checagem do desenvolvimento psicomotor global da criança. Unitermos: Psicomotricidade. Educação Infantil. Educação Física.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Psicomotricidade é uma ciência que estuda o indivíduo e suas relações com o corpo, consiste em desenvolver os fatores inerentes ao desenvolvimento, favorecendo e ajudando sua expressividade plena, seu principal objetivo é incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Esta abordagem da psicomotricidade na Educação Infantil irá permitir que a criança tenha consciência do seu corpo, e as possibilidades de expressar por meio deste.
Segundo Barreto (2000, p. 32), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”.
As atividades psicomotores a serem trabalhadas na Educação Psicomotora: tonicidade, equilíbrio, memória corporal, lateralidade, noção do corpo e estruturação espaço. Portanto, para a psicomotricidade interessa o indivíduo como um todo, procurando auxiliar se um problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade.
A educação infantil é a fase da escolaridade que mais tem crescido no Brasil. Isso ocorre pela preocupação com a formação das crianças, antes mesmo que atinjam a idade para freqüentar o ensino fundamental, dentre outros motivos. O que acontece nessa fase é marcante para o desenvolvimento da criança (KRAMER, 1989, p. 64).
O que foi proposto é mostrar a importância da psicomotricidade na e para a Educação Infantil, tendo por base os estudos de alguns autores que nortearam este estudo, a postura do educador deter o domínio de suas experiências, assim como possuir a compreensão teórica das mesmas, tendo em vista o exercício adequado da prática psicomotora na Educação Infantil, seguindo uma metodologia de estudo bibliográfico. Sendo assim, as respostas podem estar mais próximas que se imagina sabendo-se que a educação de uma criança tem que ser integral buscando desenvolver nela o motor, o afetivo, o social e o seu cognitivo.
Portanto o desenvolvimento psicomotor requer o auxílio constante do professor através da estimulação; portanto não é um trabalho exclusivo do professor de Educação Física, e sim de todos profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Na Educação Infantil, a função primordial do professor não é alfabetizar, devendo também estimular as funções psicomotoras necessárias ao aprendizado formal.
Conceito de Psicomotricidade
De acordo com Defontaine apud Oliveira (2001, p. 28) a psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio.
A Psicomotricidade, oportuniza as crianças condições de desenvolver capacidades básicas, aumentando seu potencial motor, utilizando o movimento para atingir aquisições mais elaboradas, como as intelectuais, ajudariam a sanar estas dificuldades.
Segundo Mello (2002, p. 37), existe três formas de utilização destas abordagens entre a Psicomotricidade e a Educação Física que podem apresentar bastantes semelhanças.
Na primeira abordagem há os que dizem que não é possível diminuir o impacto entre o conflito da Psicomotricidade com a Educação Física, porque há uma ligação destas com o modo próprio de ver o mundo, portanto o educador deve utilizar apenas uma delas.
No decorrer de sua história concepções apareceram, e paralelamente seus teóricos vieram a conceituar a psicomotricidade em várias vertentes definindo-a respectivamente do seguinte modo:
A Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. ela visa à representação e à expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (MELLO, 2002).
“Psicomotricidade é a ciência de síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas, que afetam as interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais (MELLO, 2002).
“A Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais neuro, psicocognitivo funcionais, sujeitos as leis de desenvolvimento e maturação, manifestados pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser humano” (MELLO, 2002).
A Psicomotricidade está relacionada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza o seu corpo para mostrar o que sente.
Segundo Barreto (2000, p. 36), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. (FONSECA, 1988, p. 133).
A psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio (LIMA; BARBOSA, 2007).
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil. (LIMA; BARBOSA, 2007)
Psicomotricidade e a Educação Infantil
Conforme Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) foi desenvolvido para servir de guia de reflexão sobre conteúdos, objetivos e orientações didáticas escolares. O documento visa à melhoria da qualidade, do cuidado e educação para as crianças de e ainda contribuir para o aperfeiçoamento e qualificação de seus educadores.
Nos objetivos gerais que o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil estabelece, não há uma referência explícita à educação física, mas sim, referências que dizem respeito ao "corpo" e ao "movimento", tais como:
Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
Brincar, expressando emoções, sentimento, pensamentos, desejos e necessidades;
Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às deferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva (RCNEF, VOLUME 1, p. 63).
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), regulamentado no Artigo 277 da constituição de 1988 e na Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, "[...] traz em si uma concepção da criança cidadã, o que significa entender que todas são sujeitos de direitos, merecem proteção integral, porque se encontram em condições especiais de desenvolvimento".
Atualmente a Psicomotricidade possui crescente importância nos trabalhos que se relaciona com o desenvolvimento infantil, tanto na fase pré-escolar, como depois dela e para entender melhor, Vitor da Fonseca (1988, p. 27) comenta que a "Psicomotricidade" é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio. Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal.
Segundo Barreto (2000, p. 49), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”
A criança ao explorar o ambiente, passar por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. E a educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motoras.
E para com isso as atividades físicas de caráter recreativo, são as que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade.
É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intra-uterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento.
Educação psicomotora na escola
Segundo Le Boulch (1984, p. 36), “a educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, há dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas”.
Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano. Isto é, uma prática pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo ensino aprendizagem buscando estar sempre condizendo com a realidade dos educandos.
A partir deste conceito e através da nossa prática no contexto escolar, considera-se que a psicomotricidade é um instrumento riquíssimo que nos auxilia a promover atividades que proporcionam resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Os movimentos expressam o que sentimos, nossos pensamentos e atitudes que muitas vezes estão arquivadas em nosso inconsciente. Através da ação sobre o meio físico com o meio social e da interação como ambiente social, processa-se o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano. É um processo complexo, em que a combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, produz nele transformações qualitativas. Para tanto desenvolvimento envolve aprendizagem de vários tipos, expandindo e aprofundando a experiência individual.
Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, precisa ter um corpo “organizado”. Dessa forma, o educador precisa auxiliar seus alunos no sentido de fazê-los centrarem sua atenção sobre si mesmos para uma maior interiorização do corpo. A interiorização é um fator muito importante para que a criança possa tomar consciência de seu esquema corporal. Pela interiorização, a criança volta-se para si mesma, possibilitando uma automatização das primeiras aquisições motoras. A criança que não consegue interiorizar seu corpo pode ter problemas tanto no plano do desenvolvimento motor como no desenvolvimento intelectual.
Inserção da Educação Física na Educação Infantil
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 20 de dezembro de 1996 (Lei 9394) art. 29 “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Rabinovich (2007) ressalta que:
A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica que visa o desenvolvimento da criança de zero a seis anos de idade, tanto no seu aspecto físico, psíquico, intelectual e social, estabelecendo as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização.
A Educação Física inserida no contexto da Educação Infantil não deve ser pensada em um padrão “escolarizante”, propondo de forma antecipada a assimilação dos conteúdos com base na preparação das crianças para o ingresso no ensino fundamental, mas sim, permitir que essas crianças de 0 a 6 anos desempenhem um papel de suma importância em seus movimentos, respeitando os seus interesses, capacidades, bem como, as suas necessidades.
Os estudos de Sayão (2002, p. 59) esclarecem que:
Numa perspectiva de Educação Infantil que considera a criança como sujeito social que possui múltiplas dimensões, as quais precisam ser evidenciadas nos espaços educativos voltados para a infância, as atividades ou os objetos de trabalho não deveriam ser compartimentados em funções e/ou especializações profissionais. Entretanto, a questão não está no fato de vários profissionais atuarem no currículo da Educação Infantil. O problema está nas concepções de trabalho pedagógico desses profissionais que, geralmente fragmentam as funções de uns e de outros se isolando em seus próprios campos. “[...] Portanto, não se trata de atribuir funções específicas para um ou outro profissional e designar ‘hora para a brincadeira’, ‘hora para a interação’ e ‘hora para linguagens’”. O professor de Educação Física deve ser mais um adulto com quem as crianças estabelecem interações na escola. No entanto, só se justifica a necessidade de um profissional dessa área na Educação Infantil se as propostas educativas que dizem respeito ao corpo e ao movimento estiverem plenamente integradas ao projeto da instituição, de forma que o trabalho dos adultos envolvidos se complete e se amplie visando possibilitar cada vez mais experiências inovadoras.
Assim, a Educação Física na Educação Infantil pode se configurar como um espaço em que a criança brinque com a linguagem corporal, com o corpo e com o movimento. As atividades aplicadas para a educação básica devem ter em vista, a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância.
Aplicação da Psicomotricidade nas aulas de Educação Física na Educação Infantil
Quando se defende a relação entre Educação Física e Psicomotricidade e considerando os elementos da motricidade humana de forma geral, pensa-se num processo de aprendizagem que possibilite concretamente a relação entre os vários aspectos do desenvolvimento humano, englobando o motor, intelectual, afetivo e o social da criança e os estudos atuais demonstram o quanto à relação entre esses elementos é inevitável quando o ser humano encontra-se em atividade, em movimento e estabelecendo relações sociais.
De acordo com Assunção & Coelho (1997, p 108) a psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo (todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo em que colocam em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal de um indivíduo são eminentemente manifestações de caráter motor.
Sobre o conceito de psicomotricidade, Otoni (2007, p. 1) fala que:
A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade a conceitua como sendo uma ciência que estuda o homem através do seu movimento nas diversas relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua expressão dinâmica. A Psicomotricidade se dá a partir da articulação movimento/ corpo/ relação. Diante do somatório de forças que atuam no corpo - choros, medos, alegrias, tristezas, etc. - a criança estrutura suas marcas, buscando qualificar seus afetos e elaborar as suas idéias. Constituindo-se como pessoa.
Assim sendo, percebe-se que a psicomotricidade é uma ciência fundamental no desenvolvimento da criança, em que a mesma deve ser estimulada sempre para que se possa ter uma formação integral, uma vez que o movimento para a criança significa muito mais que mexer com o corpo: é uma forma de expressão e socialização de idéias, ou até mesmo a oportunidade de desabafar, de soltar as suas emoções, vivenciar sensações e descobrir o mundo.
O desenvolvimento psicomotor requer o auxílio constante do professor através da estimulação; portanto não é um trabalho exclusivo do professor de Educação Física, e sim de todos profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Na Educação Infantil, a função primordial do professor não é alfabetizar, devendo também estimular as funções psicomotoras necessárias ao aprendizado formal. Os principais aspectos a serem destacados são: esquema corporal, lateralidade, organização espacial e estruturação temporal. Além desses aspectos citados, é importante trabalhar as percepções e atividades pré-escritas.
Um esquema corporal mal constituído resultará em uma criança que não coordena bem seus movimentos, veste-se ou despe-se com lentidão, as habilidades manuais lhe são difíceis, a caligrafia é feia, sua leitura é inexpressiva, não harmoniosa (MORAIS, 2002).
Quando a lateralidade de uma criança não está bem estabelecida, a mesma demonstra problemas de ordem espacial, não percebe a diferença entre seu lado dominante e o outro, não aprende a utilizar corretamente os termos direita e esquerda, apresenta dificuldade em seguir a direção gráfica da leitura e da escrita, não consegue reconhecer a ordem em um quadro, entre outros transtornos (MORAIS, 2002).
Uma criança com a estruturação temporal pouco desenvolvida pode não perceber intervalos de tempo, não percebe o antes e o depois, não prevê o tempo que gastará para realizar uma atividade, demorando muito tempo nela e deixando, portanto, de realizar outras. Partindo da concepção que a psicomotricidade na Educação Infantil é importante, devemos valorizá-la e trabalhar com as crianças no sentido de efetivar o seu verdadeiro significado.
Conforme Assis, Jobim (2008), a psicomotricidade é a capacidade psíquica de realizar movimentos, não se tratando da relação do movimento propriamente dito, mas sim da atividade psíquica que transforma a imagem para a ação em estímulos para os procedimentos musculares adequados.
Discussão
Os estudos apontaram que, ao longo da história, as crianças brincaram conforme as condições e objetivos de cada época. Sendo que a brincadeira é uma realidade cotidiana na vida das crianças, fica cada vez mais importante estabelecê-la na escola, desde a Educação Infantil, pois este é um lugar de descobertas e de ampliação das experiências individuais, culturais, sociais e educativas, na qual a criança está inserida, em um ambiente distinto dos da família. Desta forma, a Educação Física tem um papel fundamental na Educação Infantil, seja por proporcionar as crianças uma diversidade de experiências através de situações nas quais elas possam criar, inventar, descobrir brincadeiras novas.
Faz-se necessário salientar que o professor de Educação Física introduzido na Educação Infantil tem um papel de criar oportunidades para que a brincadeira aconteça de uma maneira sempre educativa. E para que isso aconteça, o professor deve participar, intervir e observar juntamente com as crianças nas brincadeiras. Assim, quando a criança brinca nas aulas dessa disciplina, a mesma desenvolve diversas áreas do conhecimento, além de se exercitar fisicamente, aprimora as habilidades motoras, assimila comportamento, bem como, valores.
Todavia, no ato de brincar a mesma viabiliza a construção do conhecimento de maneira prazerosa, garantindo a motivação necessária para uma boa aprendizagem juntamente com a psicomotricidade porque esta favorece à criança, uma relação consigo mesmo, com o outro e com mundo que o cerca, possibilitando um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. Está associada à afetividade porque favorece sua autoimagem positiva, valorizando suas possibilidades de ação e crescimento à medida que desenvolve seu processo de socialização e interage com o grupo independente de classe social, sexo ou etnia. Ao cognitivo porque através das descobertas e resoluções de situações, ele constrói conceitos e noções.
Enfrentando desafios e trocando experiências com os colegas e adultos, ele desenvolve seu pensamento. Ao psicomotor porque através da expansão de seus movimentos, da exploração de seu corpo e do meio a sua volta. Realizando atividades que envolva esquema e imagem corporal, lateralidade, relações temporais e espaciais.
Conclusão
Tendo em vista que a psicomotricidade valoriza no ser a capacidade de experimentar sentimentos e emoções através dos movimentos de seu próprio corpo, a Educação Física associada a ações psicomotoras possibilita um desenvolvimento global através do movimento corporal consciente, que sente, pensa e age em diferentes situações, sendo este um ser humano autônomo em suas realizações.
Sendo assim, pode-se dizer que a Educação Física possui um impacto positivo no pensamento, no conhecimento e ação, nos domínios cognitivos, afetivos e sociais, ou seja, na vida do ser humano como um todo. Entretanto é importante afirmar que o indivíduo plenamente desenvolvido a partir do movimento consegue construir uma vida ativa, saudável e produtiva, criando uma integração segura e adequada e de desenvolvimento harmônico entre corpo, mente e espírito.
É importante ressaltar a importância da Educação Física enquanto componente curricular para educar, socializar e interagir as crianças de forma que eles percebam e valorizem a atividade física como o melhor meio de adquirir e preservar a saúde mental, física e social.
Referências bibliográficas
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____________. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. FONSECA, V. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
KRAMER, Sonia; et al. Com a Pré-escola nas Mãos. Uma alternativa curricular para a educação infantil. Rio de Janeiro: Ática, 1989.
LE BOULCH, Jean. O Desenvolvimento Psicomotor (do nascimento até os 6 anos). Tradução de Ana Guardrola Brizolara. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.
LIMA, A.S.; BARBOSA. S.B. “Psicomotricidade na Educação Infantil – desenvolvendo capacidades”. 2007. Disponível em: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/neurology/1618291-desenvolvimento-infantil-psicomotricidade/ Acesso em: 8 set. 2012.
MELLO, Alexandre Moraes de. Psicomotricidade: Educação Física: Jogos Infantis. 4ª edição. Ibrasa, 2002.
MORAIS, V.L. “Desenvolvimento Psicomotor”. 2002. Disponível em: http://www.uniesc.com.br/esp/etext/psicomotricidade%20e%20educ%20fisica.doc. Acesso em: 13 set. 2012.
OTONI, B.B.V. “A Psicomotricidade na Educação Infantil”. 2007. Disponível em: http://www.psicomotricidade.com.br/artigos-psicomotricidade_educacao.htm> Acesso em: 8 out. 2012.
RABINOVICH, Shelly Blecher. O espaço do movimento na Educação Infantil: formação e experiência profissional. São Paulo: Phorte, 2007.
SAYÃO, D. T. Corpo e Movimento: Notas para problematizar algumas questões relacionadas à Educação Infantil e à Educação Física, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v. 23, n. 2, p. 55-67, jan. 2002.
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