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Perfil nutricional de atletas de Mixed Martial Arts (MMA)

Perfil nutricional de luchadores de Mixed Martial Arts (MMA)

 

*Nutricionista, Mestre em Nutrição Humana

Doutoranda em Ensino na Saúde. Universidade de Brasília

**Nutricionista, graduado pelo Uniceub

(Brasil)

Andréia Araujo Lima Torres*

Fábio Brandão de Oliveira**

andreiat@me.com

 

 

 

 

Resumo

          O Mixed Martial Arts (MMA) é uma modalidade esportiva relativamente nova, mas que vem angariando um número cada vez maior de praticantes em todo o mundo. O MMA possui diversas técnicas de combate e cada atleta desenvolve estratégias próprias na tentativa de vencer uma luta. Por ser um esporte imprevisível, todos os atletas desta modalidade tem que estar sempre muito bem preparados não só fisicamente, mas também tecnicamente, taticamente, nutricionalmente e psicologicamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado nutricional de lutadores de MMA em Brasília, Brazil, em fase de treinamento. Para a obtenção dos dados antropométricos foram utilizadas as medidas de peso, estatura e dobras cutâneas. Para a avaliação do hábito alimentar, os atletas responderam a um recordatório alimentar 24h. A partir dos dados coletados no recordatório foram analisados os padrões alimentares dos atletas para ser comparado com as recomendações mais recentes. Os resultados demonstraram que houve diferença significativa no valor energético total (VET), comparado com o gasto energético total (GET) de acordo com o teste t = 2,872. Em geral, os atletas analisados consomem menos calorias do que o indicado para seu nível de atividade física. Quanto à distribuição dos macronutrientes da dieta dos atletas de MMA verificou-se uma inadequação comparando-se com as recomendações para os mesmos. O percentual de gordura média dos atletas encontrou-se em 8,69%, com um desvio padrão de 3,70%.

          Unitermos: MMA. Atleta. Modalidade. Praticante. Lutas.

 

Abstract

          Although Mixed Martial Arts (MMA) is a relatively new sport it is gaining a growing number of practitioners all over the world. Because it is an unpredictable modality of fight, every athlete has to be well prepared not only physically, but also technically, tactically, mentally and nutritionally. The aim of this study was to evaluate the nutritional status of MMA fighters in Brasília, Brazil, during their training period. Anthropometric data included weight, height and skinfold thickness measurements. For the evaluation of eating habits, athletes answered a 24h food recall. The results showed a significant difference in the total energy intake, compared with total energy expenditure (TEE) in accordance with the test t = 2.872. In general, athletes analyzed consumed fewer calories than indicated for their level of physical activity. Regarding the distribution of macronutrients in the diet of athletes of MMA there was a mismatch between intake and recommendations. The average fat percentage of athletes was 8.69%, with a standard deviation of 3.70%.

          Keywords: MMA. Athlete. Modality. Practitioner. Fights.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O Mixed Martial Arts (MMA) ou Artes Marciais Mistas é uma modalidade esportiva relativamente nova, que se tornou mais popular a partir da década de 90 e que atualmente é um dos esportes que mais crescem em todo o mundo. O MMA pode ser definido como um esporte que permite utilizar várias técnicas de combate, contendo assim uma mistura de diversas artes marciais ou modalidades de luta, dentre elas: boxe, judô, muay thai, karate e jiu-jitsu, permitindo desta forma que o atleta aumente sua diversidade de golpes, tornando-se um atleta mais completo (FERREIRA, 2009).

    O atleta de MMA se confronta com variadas situações no momento da luta, pois cada adversário possui uma especialidade ou adota uma estratégia de luta diferente, portanto um bom profissional tem que estar sempre muito bem preparado fisicamente, tecnicamente, taticamente e psicologicamente, para suprir qualquer tipo de necessidade.

    As diversidades de praticantes de diversas modalidades de luta, as características físicas diferentes, deixam o combate ainda mais emocionante, pois nem sempre o maior fisicamente sagra-se vencedor, surpreendendo principalmente o público leigo, que se impressiona com o aspecto físico, considerado prioritário para se chegar à vitória.

    Para que educadores físicos e nutricionistas possam acompanhar e orientar adequadamente os atletas desta modalidade esportiva, estudos que avaliem a composição corporal e estado nutricional dos mesmos tornam-se fundamentais.

    O objetivo desta pesquisa foi avaliar o estado nutricional de lutadores de MMA no Distrito Federal em fase de treinamento para competição.

2.     Materiais e métodos

    Trata-se de um estudo descritivo, comparativo e transversal, envolvendo 10 atletas lutadores de MMA, selecionados por amostra de conveniência, em fase de treinamento para competições e que não estivessem realizando acompanhamento nutricional.

    O projeto foi enviado ao comitê de ética em pesquisa do Uniceub no mês de julho de 2012 e aprovado no mês de agosto do mesmo ano. No momento da avaliação dos atletas foi estimado um tempo de uma hora para obtenção de todos os dados de cada um deles. O local da avaliação ocorreu na própria academia onde é realizado o treinamento de cada atleta.

    Para a obtenção das medidas necessárias ao cálculo do Índice de Massa Corporal e do percentual de gordura, foram utilizadas as medidas de peso, estatura e as dobras cutâneas. As dobras foram aferidas com adipômetro da marca Sanny, com capacidade de medição de 0 a 78 mm. A estatura foi aferida com estadiômetro da marca Sanny com campo de medição de 80 centímetros até 220 centímetros e para a obtenção do peso foi utilizado uma balança digital Glass 200 com capacidade de 2 kg a 200 kg. O protocolo de 7 dobras cutâneas de Jackson & Pollock foi utilizado para o cálculo do percentual de gordura. Para tanto foram aferidas as dobras tricipital, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, axilar média, peitoral e da coxa.

    Para a avaliação do hábito alimentar os 10 atletas responderam a um recordatório alimentar de 24 horas. A partir dos dados coletados no recordatório alimentar, o cálculo da dieta foi realizada utilizando-se o software Dietwin, o qual forneceu a análise do padrão alimentar e comparação com as recomendações mais recentes para gênero e idade. O valor calculado do VET foi posteriormente relacionado ao gasto energético total (GET) calculado pelo método de equivalentes metabólicos (MET).

3.     Referencial teórico

    As características antropométricas, neuromusculares e fisiológicas de atletas de elite de diversas modalidades são, na maioria das vezes, muito diferentes, tendo em vista as exigências específicas de cada esporte. Muitas dessas características são moduladas pela hereditariedade, pelo treinamento físico, por aspectos nutricionais, dentre outros fatores que podem contribuir acentuadamente para o sucesso, sobretudo no esporte de alto rendimento (MARINHO, 2011).

    Portanto, quantificar a gordura corporal e analisar o perfil corporal com o menor erro possível torna-se fundamental, fato que tem levado pesquisadores a desenvolverem e validarem diferentes técnicas para estimá-la, tais como: pesagem hidrostática, antropometria, impedância bioelétrica, entre outras (GLANER, 2005).

    A técnica antropométrica é a que tem sido mais usada em todo mundo, por ser a mais barata e apresentar excelente fidedignidade. Esta técnica faz uso de medidas lineares, de massa, de diâmetros, de perímetros e de dobras cutâneas. Estas medidas, sozinhas ou combinadas, são usadas para se obter índices, tais como o índice de massa corporal (IMC) ou o percentual de gordura corporal (%G), corrigidas, ou não, para a idade (GLANER, 2005).

    Além das características físicas, uma alimentação adequada é fundamental para que os objetivos do atleta sejam atingidos. A nutrição do lutador pode melhorar consideravelmente o seu desempenho e reduzir o cansaço, permitindo que o atleta treine por um maior período, além de auxiliar numa recuperação rápida e eficiente após o treinamento (BARSOTTINI, 2006).

    O consumo adequado de carboidrato, por exemplo, é fundamental para a otimização dos estoques iniciais de glicogênio muscular, a manutenção dos níveis de glicose sanguínea durante o exercício e a adequada reposição das reservas de glicogênio na fase de recuperação. As recomendações de carboidrato para atletas são de 6-10g/kg de peso corporal por dia ou 60-70% da ingestão energética diária apesar de que a necessidade individual dependerá do gasto energético, da modalidade esportiva, do sexo e das condições ambientais. As recomendações da ingestão diária de proteínas para atletas consistem em 1,2-1,7g/kg de peso corporal ou 12%-15% do consumo energético total. As recomendações de lipídeos para atletas são de 20%-25% da ingestão energética diária. A utilização de gordura como fonte de energia adicional à dieta pode ser adotada, devendo, porém, alcançar, no máximo, 30% do valor energético total (VET) (PANZA et al., 2007).

    Contudo, apesar de alguns atletas reconhecerem a importância de uma alimentação adequada as suas necessidades nutricionais estudos já mostram que a quantidade de carboidratos de suas dietas é inadequada, correspondendo a menos de 40% da ingestão total de calorias (TOBAJA et al., 2012).

4.     Resultados e discussão

    Foram avaliados 10 atletas, do sexo masculino com idade média de 26,7 anos e DP de ± 3,47 anos, no período de 15 de setembro á 29 de setembro, praticantes da modalidade MMA, que não faziam acompanhamento nutricional.

    Foram coletados dados referentes ao consumo alimentar de 1 dia, utilizando- se o Recordatório 24horas. O teor de macronutrientes e o valor calórico consumido foi calculado no programa DietWin.

    A principal preocupação referente a atletas em atividade física intensa, diz respeito à sua ingestão calórica. Tanto o excesso como deficiência energética pode causar efeito negativo no rendimento. As necessidades nutricionais de energia são determinadas principalmente pela intensidade, freqüência e duração do exercício, isto é, pela carga de treinamento. No caso deste estudo com os atletas de MMA, a ingestão energética ficou abaixo do recomendado. A Tabela 1 abaixo ilustra a quantidade de calorias necessárias e consumidas por cada um dos 10 atletas. A média das duas variáveis sugere uma diferença, sendo a quantidade de calorias necessárias superior em 1.387,61 calorias maior, em média, às calorias consumidas. Ou seja, os atletas analisados consomem menos calorias do que o necessário ao seu bom rendimento esportivo.

Tabela 1. Quantidade de calorias necessitadas e consumidas por cada atleta

    A estatística do teste foi t = 2,872 (com 9 graus de liberdade). O p-valor foi 0,009. Como esse valor é menor do que 0,05 há evidências estatísticas de que as quantidades de calorias não sejam iguais com 95% de confiança (ou seja, há evidências de que a quantidade de calorias necessárias seja maior do que a quantidade de calorias consumidas).

    Em esportes competitivos que exigem a classificação por categorias de peso, a preocupação com redução ponderal, para otimização da relação peso/potência muscular frente aos oponentes é constante (ROSSI, 2005).

    Ultimamente um número considerável de atletas de MMA adota condutas questionáveis para perda de peso antes de suas lutas. As estratégias geralmente consistem em restrição energética severa ou ainda em tentativas de redução da água corporal com base na ingestão de diuréticos, na longa exposição a ambientes quentes, no uso de roupas plásticas, na indução de vômitos, ou no uso de supressores de apetite. Estudos demonstram que essas práticas podem prejudicar o rendimento durante as lutas e também trazer sérios prejuízos à saúde (ANDRADE, 2012).

    A análise descritiva para as demais variáveis estão resumidas na Tabela 2. As variáveis “% de carboidrato” e “% de lipídios” possuem um intervalo de recomendação, sendo 55% a 65% de carboidratos e de 25% a 30% de lipídios. A análise do Gráfico 2 sugere que as duas variáveis estão, em geral, abaixo do intervalo recomendado (sendo o “% de carboidrato” mais aparente).

Tabela 2 . Medidad – resumo paras as variáveis em questiao

    A distribuição inadequada dos macronutrientes na dieta dos atletas foi similar a outros estudos anteriores descritos na literatura (STENN et al, 1986) As diferentes modalidades de luta utilizam como fonte de energia predominantemente os sistemas anaeróbios: ATP- CP e glicogênio muscular, o que justifica a necessidade de se manter elevada a ingestão de carboidratos. Cabe destacar também, que os campeonatos dessas modalidades geralmente consistem em lutas sucessivas, o que torna mais intensa a utilização do glicogênio muscular, além da contribuição significativa do metabolismo aeróbio. O baixo consumo de carboidratos pode então aumentar o risco de acidose metabólica pelo desvio dos ácidos graxos para a formação de corpos cetônicos e pela perda de massa muscular (ANDRADE, 2012).

    A recomendação de proteínas para atletas em atividade de resistência é de 1,2 - 1,4 g/kg/dia e aqueles em atividade de força 1,4 - 1,8 g/kg/dia. Para os atletas de MMA, a ingestão entre os atletas foi de 2,014 g de ptn/kg peso/dia), estando acima do valor preconizado. Em atletas de musculação, onde historicamente há alta prevalência no consumo de proteínas e suplementos à base de proteínas e aminoácidos, a ingestão varia de 4,0 a 6,2 g/kg peso/dia (LEMON, 1995). TARNOPOLSKY e colaboradores (1992) mostraram que com consumo por atletas de força de 2,4 g proteína/kg peso/dia, houve um aumento da oxidação de aminoácidos, sem aumento na síntese protéica, evidenciando que ingestões acima de 2,4 g/kg/dia não apresentam adicionais benefícios para o atleta.

    O índice de Massa Corporal (IMC) é definido como a razão entre a massa corporal (kg) e o quadrado da estatura (m2), sendo utilizado como indicador de subnutrição, desnutrição e obesidade, tanto em estudos epidemiológicos, quanto na área clínica, devido principalmente, à sua fácil aplicação e baixo custo. Embora o IMC seja amplamente utilizado na área clínica, existem restrições em seu uso. O IMC apresenta algumas limitações, como não distinguir massa gordurosa de massa magra, nem hipertrofia muscular, sendo de baixa aplicabilidade em atletas como fisiculturistas, levantadores olímpicos e atletas de luta que possui um percentual (%) de gordura baixa e com um percentual de massa magra alta, desta forma, originando resultados falso-positivos (NASCIMENTO, 2007). A análise do comportamento desta variável nos atletas de MMA evidenciou uma média de 24,67 kg/m2 do IMC (perfil nutricional do atleta adulto).

    A distribuição inadequada dos macronutrientes na dieta dos atletas foi similar a outros estudos anteriores descritos na literatura (STENN et al, 1986) As diferentes modalidades de luta utilizam como fonte de energia predominantemente os sistemas anaeróbios: ATP- CP e glicogênio muscular, o que justifica a necessidade de se manter elevada a ingestão de carboidratos. Cabe destacar também, que os campeonatos dessas modalidades geralmente consistem em lutas sucessivas, o que torna mais intensa a utilização do glicogênio muscular, além da contribuição significativa do metabolismo aeróbio. O baixo consumo de carboidratos pode então aumentar o risco de acidose metabólica pelo desvio dos ácidos graxos para a formação de corpos cetônicos e pela perda de massa muscular (ANDRADE, 2012).

    A recomendação de proteínas para atletas em atividade de resistência é de 1,2 - 1,4 g/kg/dia e aqueles em atividade de força 1,4 - 1,8 g/kg/dia. Para os atletas de MMA, a ingestão entre os atletas foi de 2,014 g de ptn/kg peso/dia), estando acima do valor preconizado. Em atletas de musculação, onde historicamente há alta prevalência no consumo de proteínas e suplementos à base de proteínas e aminoácidos, a ingestão varia de 4,0 a 6,2 g/kg peso/dia (LEMON, 1995). TARNOPOLSKY e colaboradores (1992) mostraram que com consumo por atletas de força de 2,4 g proteína/kg peso/dia, houve um aumento da oxidação de aminoácidos, sem aumento na síntese protéica, evidenciando que ingestões acima de 2,4 g/kg/dia não apresentam adicionais benefícios para o atleta.

    Quanto à avaliação antropométrica observa-se que os atletas estão eutróficos de acordo com o IMC (Tabela 3).

Tabla 3. Medidas – resumo para as variáveis em questão

    O índice de Massa Corporal (IMC) é definido como a razão entre a massa corporal (kg) e o quadrado da estatura (m2), sendo utilizado como indicador de subnutrição, desnutrição e obesidade, tanto em estudos epidemiológicos, quanto na área clínica, devido principalmente, à sua fácil aplicação e baixo custo. Embora o IMC seja amplamente utilizado na área clínica, existem restrições em seu uso. O IMC apresenta algumas limitações, como não distinguir massa gordurosa de massa magra, nem hipertrofia muscular, sendo de baixa aplicabilidade em atletas como fisiculturistas, levantadores olímpicos e atletas de luta que possui um percentual (%) de gordura baixa e com um percentual de massa magra alta, desta forma, originando resultados falso-positivos (NASCIMENTO, 2007). A análise do comportamento desta variável nos atletas de MMA evidenciou uma média de 24,67 kg/m2 do IMC (perfil nutricional do atleta adulto).

    O percentual de gordura média dos atletas de MMA neste estudo encontra-se em 8,69%, com um desvio padrão de 3,70%. 40 % destes atletas tinham um percentual de gordura corporal menor do que 7%. Segundo o ACSM (1996), lutadores, em geral, apresentam em média de 6 a 7% de gordura. Indivíduos nessa faixa não apresentam possibilidade de redução da massa, pois estão próximos do limite recomendado para judocas (Franchini, 2001). Caso um lutador, nessas condições, adote alguma estratégia de perda de massa corporal, esta será obtida pela redução da massa magra e perda de líquidos corporais. Conforme as regras do National College Athletic Association (NCAA), lutadores não podem competir com percentual de gordura inferior a 5%, medido por pesagem hidrostática ou por equações de dobras cutâneas (NCAA, 2005). Este fato se mostra perigoso, pois desportistas que mantêm o percentual de gordura abaixo do recomendado correm risco de desenvolver desordens alimentares e outros problemas de saúde relacionados à deficiência energética e ingestão de nutrientes (CABRAL, 2006)

    Recomenda-se que os atletas avaliem sua composição corporal, incluindo o equilíbrio entre gordura e massa magra, antes de iniciar a perda de massa corporal. Caso o atleta apresente massa de gordura reduzida (até 5%), ele deve ser desencorajado a reduzir a massa corporal. A perda de massa corporal deve ser gradual, fora dos períodos de competição, utilizando atividade física e dieta bem planejada (FABRINI, 2010).

    O consumo de substâncias como os anabolizantes e hormônios neste estudo foi de apenas 10% (n=1). O abuso de anabolizantes pode causar variação de humor, incluindo agressividade e raiva incontroláveis, levando a episódios violentos como suicídios e homicídios, principalmente conforme a freqüência e o volume usados. Usuários apresentam sintomas depressivos ao interromperem o uso e sintomas de síndrome de abstinência, o que pode contribuir para a dependência. Ainda podem experimentar um ciúme patológico, quadros maníacos, extrema irritabilidade, ilusões, (podendo ter uma distorção de julgamento em relação a sentimentos de invencibilidade), distração, confusão mental e esquecimentos, além de alterações da libido e suas conseqüências (RIBEIRO, 2001).

    No presente estudo 80% dos atletas de MMA, relataram o uso de suplementos alimentares, sem o acompanhamento de um nutricionista. Na maior parte das vezes a eficácia das substancias ergogênicas/nutricionais não está devidamente demonstrada cientificamente e os atletas ingerem-nas porque são influenciados por campanhas de publicidade muito bem organizadas, com base de depoimentos de atletas e treinadores de renome ou de personalidades muito conhecidas do panorama científico internacional (LOPES, 2010).

5.     Conclusão

    Neste trabalho realizado com atletas de MMA observou-se que os métodos dietéticos utilizados para perda de peso no período de pré-competição são inadequados.

    Outros estudos são necessários para avaliar se tais restrições estão prejudicando a saúde e o rendimento nos treinos e nas próprias lutas. Esta modalidade de luta (MMA) vem crescendo em uma velocidade rápida, sendo um esporte cada vez mais praticado. Assim, um acompanhamento nutricional é essencial para esses atletas no intuito de minimizar os riscos à saúde e melhorar o rendimento dos mesmos nos treinos e competições.

    O papel do nutricionista esportivo é fundamental e, na área de lutas objetiva- se auxiliar os atletas a alcançarem o seu melhor rendimento por meio de uma alimentação balanceada. O trabalho também mostrou o uso indiscriminado de suplementos. Neste sentido, infere-se que o nutricionista precisa trabalhar unido ao treinador para que as condutas sejam ajustadas em benefício do competidor.

    Orientações quanto aos prejuízos envolvidos nas práticas de desidratação, restrições alimentares severas, alimentação inadequada e uso indiscriminado de suplementos e hormônios devem fazer, então, parte da prática deste nutricionista.

Referências bibliográficas

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