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O comportamento dos atletas de futebol

do setor de formação em competição

El comportamiento de los jugadores de fútbol del sector de la formación en la competencia

The behavior of soccer athletes of the training sector in competition

 

*Doutorando em Ciências do Desporto na Universidade da Madeira, Mestre Treino Desportivo

pela Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Licenciado em Ciências do Desporto pela Faculdade

de Motricidade Humana. Professor de Educação Física, Treinador de Futebol

**Doutoramento em Ciências do Desporto. Professor Auxiliar na Universidade da Madeira. Membro

do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD)

***Doutoramento em Ciências do Desporto. Professor Coordenador Principal na Escola Superior

de Desporto de Rio Maior. Investigador no Centro de Estudos em Educação, Tecnologias e Saúde (CI&DETS)

Fernando Jorge Lourenço dos Santos*

fjlsantos@gmail.com

Hélder Manuel Arsénio Lopes**

hlopes@uma.pt

José Jesus Fernandes Rodrigues***

jrodrigues@esdrm.ipsantarem.pt

(Portugal)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo analisa o comportamento dos atletas jovens de futebol em resultado da instrução emitida pelos treinadores na direção da equipa em competição. Para cumprir esse objetivo observámos 8 jogos de futebol das competições nacionais de Portugal de juvenis e juniores. O instrumento utilizado para codificar os comportamentos dos atletas observados em competição foi o sistema de categorias SOCAC. Verificamos que os atletas demonstram estar atentos relativamente ao jogo e ao treinador e modificam o comportamento de acordo com a instrução fornecida pelo treinador.

          Unitermos: Atenção. Comportamento. Futebol. Atletas.

 

Abstract

          This study analyzed the behavior of young football athletes as a result of the instruction issued by the coaches in the direction of the team in competition. To accomplish this goal we observed 8 football matches of the national competitions in Portugal juveniles and juniors. The instrument used to encode the observed behavior of athletes in competition was the system of categories SOCAC. We found that athletes demonstrate to attentive out for the game and the coach and modify the behavior according to the instruction provided by the coach.

          Keywords: Attention. Behavior. Soccer. Athletes.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A direção da equipa em competição só é efetiva se no processo de comunicação os jogadores conseguirem rececionar as informações emitidas pelo treinador. É neste sentido que é de todo pertinente estudar a capacidade de receção da informação por parte dos jogadores e que impacto tem no seu comportamento. Diversos estudos têm sido desenvolvidos no contexto das aulas de educação física, do treino e da competição para estudar esta problemática. O estudo desenvolvido analisou o comportamento dos atletas de futebol do setor de formação em competição.

    Os problemas no processo de comunicação entre treinador e atleta podem ser resultantes de vários fatores: da perturbação da concentração e atenção, da elevada exigência de processamento de informação proveniente do jogo (Cunha, 1998), da capacidade dos atletas reterem e perceberem a informação, do nervosismo e ansiedade própria da competição, da quantidade e natureza da instrução transmitida (Mesquita, Sobrinho, Rosado, Pereira & Milistetd, 2008).

    Mesquita et al. (2008) num estudo na modalidade de judo analisaram a instrução antes da competição e verificaram que uma parte substancial da informação não é retida por parte dos atletas.

    Rosado, Mesquita, Breia e Januário (2008) num estudo efetuado em sessões de treino de ginástica acrobática verificaram que cerca de 40% da informação emitida não é retida. Os atletas revelaram maior dificuldade na retenção da informação quando é mais longa, pouco contextualizada e não é especifica relativamente a uma tarefa motora.

    De acordo com os estudos referidos anteriormente, quer antes da competição, quer no contexto de treino, podemos verificar que no processo de comunicação muita da informação emitida não é retida por parte dos atletas. No âmbito da competição, utilizando uma metodologia diferente, também se tem procurado desenvolver investigação para verificar qual a repercussão da instrução emitida pelos treinadores na direção da equipa. Um desses estudos foi realizado por F. Santos, Sequeira e Rodrigues (2012) com equipas do setor de formação e verificaram que somente 62,94% da informação emitida é que tem repercussões no comportamento imediatamente observável dos jogadores. Verificaram também que os atletas demostraram estar atentos (98,69%) e modificaram o comportamento positivamente (75,99%).

    F. Santos, Lopes e Rodrigues (2013) realizaram um estudo com uma equipa de juniores, na modalidade de futebol, e verificaram que 45,23% da instrução emitida pelo treinador tem repercussões no comportamento dos jogadores em competição. Foi também registado que os atletas estão atentos (97,55%) e modificam o comportamento de acordo com a instrução do treinador (78,76%).

Metodologia

    O estudo do comportamento dos atletas do futebol jovem em competição foi realizado tendo em conta as premissas da metodologia observacional (Anguera, Balnco, Losada, & Hernandez, 2000). A observação e recolha dos dados relativos ao comportamento dos atletas foram realizadas durante a competição, sem alteração do contexto natural em que ocorre o jogo de futebol. A interação treinador-atleta observada é resultante da direção da equipa em competição, não havendo qualquer tipo de interferência por parte do investigador. Os comportamentos dos atletas foram codificados a partir do Sistema de Observação do Comportamento dos Atletas em Competição - SOCAC (Santos et al., 2012). O referido sistema foi construído tendo por base a realidade da modalidade e o enquadramento teórico. O SOCAC foi feito partindo de sistemas de categorias já validados e utilizados por outros autores em diversas investigações (Piéron, 1980; Piéron & Delmelle, 1982; Piéron & Devillers, 1980), sendo posteriormente submetido a processo de validação por um conjunto de experts investigadores doutorados na área da Pedagogia do Desporto. O comportamento dos atletas de futebol em competição foi observado em dois jogos por equipa, totalizando oito jogos.

    Os resultados que apresentamos neste estudo procedem da análise da interação treinador-atleta estabelecida no processo de comunicação de direção da equipa em competição. Desta forma os resultados referidos são uma parte da investigação efetuada que pretende não só observar o comportamento de instrução do treinador como também o comportamento dos atletas. Assim, consideramos que o nosso estudo quanto às unidades observadas é nomotético. Relativamente à temporalidade o nosso estudo é pontual, porque apesar de não ter sido observado uma única competição, os 2 jogos observados não surgem numa sequência temporal pré-definida. Quanto ao nível de resposta, a nossa investigação é multidimensional, pois o comportamento dos atletas é analisado segundo vários níveis de resposta. Resumindo, o desenho observacional do nosso estudo é pontual/nomotético/multidimensional (P/N/M) (Anguera, Blanco & Losada, 2001).

Participantes no estudo

    A amostra para o estudo do comportamento dos atletas em competição foi constituída por 8 jogos do campeonato nacional de Portugal de juvenis e juniores. Os atletas observados tinham idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos.

    De acordo com o referido anteriormente, este estudo analisa a interação treinador-atleta, ou seja estuda o comportamento dos atletas em resultado do comportamento de instrução dos treinadores na direção da equipa em competição. Os treinadores que dirigem as equipas observadas tinham uma média idade de 42,5 anos de idade e uma média de anos de experiência a treinar no setor de formação de 14,5 anos. Todos os treinadores possuíam licenciatura em Educação Física e Desporto e tinham curso da modalidade de II e IV nível.

    Os jogos observados foram marcados na condição de visitado, tendo em conta a disponibilidade do treinador e expectativa de vitória.

Instrumento

    O instrumento utilizado para codificar o comportamento dos atletas foi o Sistema de Observação do Comportamento dos Atletas em Competição (SOCAC). Este sistema de categorias foi validado por Santos et al. (2012).

Procedimentos prévios

    Para realizar esta investigação foi necessário solicitar autorização por parte dos clubes e treinadores a observar. Efetuamos uma reunião com os treinadores das equipas, onde explicámos os objetivos do estudo, bem como todos os procedimentos metodológicos para a recolha dos dados. Esclarecemos que todos os dados recolhidos serviam para tratamento estatístico, sendo mantido o anonimato e confidencialidade.

    Depois dos clubes e treinadores terem confirmado a autorização para a realização do estudo, foi preenchida a ficha de caracterização da amostra, entregue o consentimento informado e foram marcados os dois jogos a observar. Este estudo teve o parecer favorável no que respeita às questões éticas e metodológicas da investigação em ciências desporto, pelo conselho científico do centro de competências de ciências sociais, da Universidade da Madeira.

Procedimentos metodológicos

    Para efetuar a recolha de dados foram utilizadas duas camaras de filmar. Uma das camaras foi colocada do lado oposto ao banco de suplentes para filmar o treinador na direção da equipa em competição. Essa mesma camara tinha um recetor de som ligado para a recolha áudio da instrução emitida através do microfone que estava preso na lapela do casaco do treinador. A outra camara foi utilizada para filmar o jogo, tendo sido fundamental para uma melhor interpretação da instrução emitida e para verificar o comportamento dos atletas em competição.

    Posteriormente as gravações efetuadas foram passadas para o disco rígido de um computador para serem observadas e codificados os comportamentos utilizando para o efeito o programa LINCE® (Gabín, Camerino, Anguera & Castañer, 2012).

Fidelidade

    Antes de proceder à análise da fidelidade foi necessário fazer o treino dos observadores, tendo em conta as etapas definidas por Rodrigues (1997).

    Após esta fase efetuamos a fidelidade intra observador e inter observadores, através da medida de concordância Kappa de Cohen (Cohen, 1960). Foram obtidos valores de fidelidade acima dos 80%.

Tratamento estatístico

    A análise descritiva dos dados foi efetuada utilizando os parâmetros de tendência central – média, parâmetros de dispersão – desvio padrão, limites de variação e percentagem. Na estatística gráfica utilizámos os gráficos de barras. Para o tratamento de dados foi utilizado o programa de computador IBM SPSS Statistics20®.

Resultados

    Nas categorias da dimensão atenção verificamos os seguintes resultados: atenção atleta (75,84%); atenção equipa (10,99%); atenção grupo (10,99%); atenção atleta suplente (4,94%); desatenção atleta (1,42%); desatenção equipa (0,14%) e desatenção grupo (0,02%).

Tabela 1. Dimensão Atenção do Comportamento dos Atletas em Competição

    De acordo com os resultados que constam na tabela e figura 1, em 98,25% das ocorrências os atletas, atleta suplente, grupo de atletas e equipa demostram estar atentos ao jogo ou ao treinador.

    A instrução que é emitida ao atleta suplente está relacionada, preferencialmente com o momento em que treinador fornece informação ao jogador que vai entrar em campo. Este é um momento que o treinador pode transmitir informação ao jogador suplente relativa aos aspetos táticos, psicológicos, físicos e equipa adversária. Desta forma, e tendo em conta a importância do momento da substituição, os valores registados nas categorias atenção (4,94%) e desatenção (0,00%) são de especial relevância. Nos 8 jogos observados, quando o treinador se dirigiu aos atletas suplentes obteve sempre por parte destes atenção para ver e ouvir a informação transmitida, nunca tendo sido demostrada desatenção.

Figura 1. Valores Médios e em % da Dimensão Atenção. Atenção Atleta (ATATL); Atenção Atleta Suplente (ATAS); Atenção Grupo (ATGR); Atenção Equipa (ATEQ);

 Desatenção Atleta (DATATL); Desatenção Atleta Suplente (DATAS); Desatenção Grupo (DATGR); Desatenção Grupo (DATEQ); Indeterminado (IND)

    De registar são os valores baixos obtidos na soma de todas as subcategorias relativas à desatenção (1,58%). A subcategoria que apresenta o valor mais alto diz respeito à desatenção atleta (1,42%).

    Relativamente à dimensão comportamento motor reativo, os valores registados dizem respeito aos comportamentos imediatamente observáveis após a emissão da instrução por parte do treinador. Somente 44,06% da instrução emitida tem repercussões imediatas no comportamento dos atletas e equipa.

Tabela 2. Dimensão Comportamento Motor Reativo do Comportamento dos Atletas em Competição

    De acordo com a tabela e figura 2 podemos verificar que os atletas modificam o comportamento positivamente (77,31%), ou seja os jogadores realizam comportamentos e ações técnico-táticas de acordo com a instrução emitida pelo treinador. Nas restantes categorias obtivemos os seguintes resultados: modifica o comportamento negativamente (10,66%); não modifica o comportamento (6,07%) e reforço positivo (5,58%).

    Quando analisamos os valores em conjunto das categorias, modifica o comportamento negativamente e não modifica o comportamento (16,73%), verificamos que existe uma parte considerável da informação emitida pelo treinador que não tem resposta positiva por parte dos atletas. Uma parte da instrução que o treinador emite na direção da equipa em competição obteve resposta por parte dos atletas e equipa de forma diferente à informação dada ou não alteram o comportamento/ação técnico-tática que estavam a executar.

Figura 2. Valores Médios e em % da Dimensão Comportamento Motor Reativo. Modifica o Comportamento Positivamente (MC+); Modifica 

Comportamento Negativamente (MC-); Não Modifica o Comportamento (NMC); Reforço Positivo (RF+); Reforço Negativo (RF-); Indeterminado (IND)

    Outro aspeto que ressalta dos dados apresentados está relacionado com a categoria reforço positivo (5,58%). Este resultado mostra-nos que poucas são as ocorrências em o treinador valoriza o comportamento ou ação técnico-tática tida pelos atletas ou equipa, levando-os a manter essas ações.

Discussão dos resultados

    Na introdução deste estudo já referimos que alguma investigação tem sido elaborada para verificar a retenção da informação por parte dos atletas. No entanto estas investigações têm sido desenvolvidas no contexto das aulas de educação física, treino e preleção antes da competição. No que respeita ao estudo desta problemática em contexto competitivo, utilizando uma metodologia diferente, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos para verificar a capacidade de receção da informação por parte dos jogadores e que impacto tem no seu comportamento.

    Na nossa investigação verificamos que o atleta, atleta suplente, grupo de atletas e equipa demonstram estar atentos ao jogo ou ao treinador (98,25%), ou seja têm comportamentos e/ou executam ações técnico-táticas individuais e coletivas que procuram resolver as diferentes situações de jogo, estão a ver e/ou ouvir as instruções emitidas pelo treinador. Estes valores são muito similares aos resultados registados por Richheimer e Rodrigues (2000) na categoria atenção, num estudo realizado na modalidade de Andebol em contexto de treino, com treinadores de jovens licenciados em Educação Física (96,70%). Estudos realizados em contexto competitivo, na modalidade de futebol, com atletas jovens (Santos et al., 2012; 2013) também registaram valores muito próximos (98,69% - 97,55%) aos registados no nosso estudo.

    Ao analisarmos os valores relativos à atenção do atleta suplente (4,94%), verificamos que não há nenhuma ocorrência para a categoria desatenção (0,00%). Tendo em conta que estes valores de atenção atleta suplente, dizem respeito predominantemente ao momento das substituições, pensamos que este momento pode ser de facto encarado como uma oportunidade ótima para emitir informação de qualidade (Santos, 2003) e utilizado como meio tático operacional e objetivo de intervenção do treinador no jogo (Castelo, 2009).

    Em relação à análise dos resultados da dimensão comportamento motor reativo, verificamos que somente 44,06% da instrução emitida tem repercussões no comportamento imediatamente observável após o aporte de informação. F. Santos et al. (2012) registaram um valor de 62,94% em contexto competitivo com equipas de iniciados e juvenis e F. Santos et al. (2013) obtiveram um valor de 45,23% também em contexto competitivo, mas com uma equipa de juniores.

    Os atletas e equipa modificam o comportamento positivamente (77,31%), ou seja realizam a ação técnico-tática/comportamento de acordo com a instrução emitida pelo treinador. Este valor está de acordo com os registados por Piéron (1980), Piéron e Delmelle (1982), Rodrigues (1995) em contexto escolar, Richheimer e Rodrigues (2000) em contexto de treino e Santos et al. (2012 e 2013), em contexto competitivo na modalidade de futebol.

    Os valores registados no nosso estudo nas categorias modifica o comportamento negativamente (10,66%) e não modifica o comportamento (6,07%), são mais altos do que os encontrados por Richheimer e Rodrigues (2000) num estudo realizado em contexto de treino, na modalidade de andebol e com treinadores licenciados em Educação Física (0,26% - 2,68%). Estudos realizados em contexto competitivo, com equipas do setor de formação, na modalidade de futebol, também verificaram resultados muito próximos dos nossos. Santos et al. (2012) registaram valores para as categorias modifica o comportamento negativamente e não modifica o comportamento de 12,59% - 6,83%, respetivamente. Santos et al. (2013) registaram os seguintes valores para as categorias modifica comportamento negativamente e não modifica o comportamento: 7,71% e 8,65%.

    Todos estes estudos realizados em competição, têm em comum apresentarem valores mais altos nas categorias referidas, comparando com os resultados apresentados por Richheimer e Rodrigues (2000) em contexto de treino, o que nos leva a concluir que as características da competição trazem dificuldades ao processo de comunicação. Cunha (1998) refere que um jogador pode esquecer a informação emitida pelo treinador devido à perturbação da atenção e concentração, bem como devido à elevada exigência de processamento de informação proveniente do próprio jogo. Segundo Mesquita et al. (2008) a eficácia do processo de comunicação está dependente da capacidade dos atletas perceberem e reterem a informação. Os mesmos autores acrescentam que a quantidade de informação emitida, o nervosismo e a ansiedade experimentada em competição podem influenciar a capacidade de processar a informação. Cook (2001) menciona que no processo de comunicação o treinador deve ter em conta que cada jogador é distinto, devendo desta forma utilizar formas de emissão de informação diferenciada.

    Em relação à categoria reforço positivo registamos na nossa investigação o valor de 5,58%. Santos et al. (2012) obtiveram um valor de 3,74%, enquanto que Santos et al. (2013) registaram um valor de 4,09%. Apesar de termos obtidos valores mais altos na investigação que agora apresentamos, consideramos que estes valores demostram que os treinadores optam poucas vezes por valorizar positivamente o comportamento ou ação técnico-tática do jogo, levando-os a continuar essas ações. Desta forma, verificamos que os treinadores preferem avaliar e elogiar as ações e comportamentos dos atletas depois delas aconteceram.

    O estudo que apresentámos analisou o comportamento dos atletas em competição e procurou ser mais um contributo para a investigação relativa à capacidade de receção da informação por parte dos jogadores e que impacto tem no seu comportamento. Pensamos que estes estudos podem ser fundamentais na formação de treinadores, pois permitem perceber como funciona o processo de comunicação na direção da equipa em competição. Desta forma, os treinadores podem definir as melhores estratégias de comunicação para que instrução emitida seja eficaz.

    Os resultados da presente investigação levantam questões que devem ser refletidas ao nível da formação e pelos treinadores na sua atividade. Uma parte substancial da informação emitida na direção da equipa em competição não tem repercussões imediatas no comportamento dos atletas. Deve também ser objeto de reflexão as estratégias utilizadas na interação treinador-atleta, uma vez que como ficou demonstrado nos resultados obtidos, que as características da competição dificultam o processo de comunicação.

    Em nossa opinião será importante continuar a desenvolver trabalhos neste âmbito de investigação, a fim de se poder confirmar os resultados obtidos e verificar a existência de eventuais diferenças com outros contextos (seniores, futebol 7 e futebol feminino).

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