efdeportes.com

Motivação pessoal para a prática de hidroginástica em 

freqüentadores de academias do município de Videira, SC

La motivación personal para la práctica de la gimnasia acuática en asistentes a los gimnasios del municipio de Videira, SC

Motivation for personal practice exercises goers academies in the municipality of Videira, SC

 

*Graduanda do curso de Educação Física da Unoesc

** Professora do curso de Educação Física da Unoesc

Mestre em Ciências da Saúde Humana

(Brasil)

Eduarda Beatriz Furlan

dudabeatrizfurlan@hotmail.com

Ederlei Zago

ederlei.zago@unoesc.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          O sedentarismo está presente na vida das pessoas, influenciadas pelas facilidades da modernidade, podendo, ao longo do tempo, acarretar sérios problemas de saúde. Ao perceberem que precisam mudar seu estilo de vida, muitas procuram a prática de exercício. O objetivo desse estudo foi identificar os motivos que levam pessoas, munícipes de Videira, SC, a praticarem hidroginástica e a importância da mesma na vida dos praticantes. O grupo de pesquisa foi composto por 90 indivíduos de ambos os sexos, que praticam hidroginástica, sendo 30 de cada local pesquisado. Os resultados foram obtidos através de um questionário entregue aos mesmos, verificando assim, as opiniões ali expressas para perceber por que as mesmas participavam das aulas e como se sentiam diante disso. Constatou-se que a maioria dos praticantes de hidroginástica apresentavam problemas de saúde com 40% (n=36); e que a hidroginástica traz-lhes bem-estar geral com 37,8% (n=34); e vida, disposição e qualidade de vida, 30% (n=27), que foram os dados mais relevantes no estudo. Conclui-se através dos resultados obtidos que a hidroginástica só traz benefícios e os pesquisados encontram-se em praticá-la, obtendo resultados na melhoria da sua qualidade de vida.

          Unitermos: Sedentarismo. Estilo de vida. Saúde. Hidroginástica. Bem-estar.

 

Abstract

          Physical inactivity is present in people's lives, influenced by modernity and usually seek by all means easier, and may over time lead to health problems and realize they need to change the style of life and a means is the practice of exercise. The objectives of this study was to identify the reasons that lead people to practice gymnastics in the Municipality of Vine and meaning in life in the same practitioners. The research group consisted of 90 subjects of both sexes who practice aerobics and 30 each place searched. The results were obtained through a questionnaire delivered to them, answered by them, thus verifying the opinions expressed here because the same attending classes and how they felt. Found that most practicing aerobics for having health problems with 40% (n = 36) and that the water behind general welfare with 37.8% (n = 34), and life, mood and quality of life 30% (n = 27) who were the most relevant data in the study. It is concluded from the results obtained that the water only brings benefits and practitioners are satisfied in practice and getting results in the quality of life for ourselves.

          Keywords: Physical inactivity. Lifestyle. Health problems. Water aerobics. Welfare.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    Cada vez mais, as pessoas têm tomado consciência dos males que o sedentarismo traz, contribuindo significativamente para o aparecimento de doenças que impedem os indivíduos de terem uma vida saudável.

    Nesse contexto, a hidroginástica, tem sido uma opção por vários motivos, tais como, indicação médica, estética, ou mesmo, para contribuir com uma melhor qualidade de vida. Por ser considerada uma atividade física prazerosa, a hidroginástica tornou-se popular, pois todas as faixas etárias podem realizá-la melhorando assim a resistência geral, dando-lhe mais disposição.

    O contato que a água proporciona na hidroginástica, provoca vários benefícios, como a redução do impacto nas articulações ao mesmo tempo em que relaxa, obtendo-se com ela, um efeito terapêutico. Conforme White (1998, p. 3): A água é um excelente meio para terapia e recuperação, desde lesões simples até as mais complexas cirurgias, e também possibilita trabalho de cross-training e condicionamento preventivo.

    Pessoas que possuem problema de saúde e estão impossibilitadas de realizar alguns exercícios físicos e iniciam seu restabelecimento com a hidroginástica, perceberão que no decorrer das aulas conseguirão realizar movimentos que fora da água não conseguiriam, pois sentem alterações no seu corpo com a prática das atividades na água aquecida, que possibilita maior mobilidade em realizar determinados movimentos.

    Independentemente da atividade física que o indivíduo escolha para manter sua saúde em dia, ele deve manter os exercícios físicos presentes para sempre em sua vida, conforme Saba (2008, p. 50): “[...] É o exercício, e não qualquer atividade, que melhora a saúde e protege o organismo de doenças crônico-degenerativas. Previne doenças em geral, fornece bem-estar, protege seu organismo contra a obesidade, que muitas pessoas sofrem com a mesma, e, quando são exercícios moderados, proporcionam uma vida mais longa e saudável”.

    Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo identificar os motivos que levam pessoas a praticarem hidroginástica em academias no município de Videira-SC.

2.     Procedimentos metodológicos

    O estudo se caracterizou como sendo uma análise descritiva exploratória. Segundo Rudio (2001, p.71) o estudo descritivo está interessado em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.

    Caracterizou-se também como explicativo, visando a identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, explicando a razão das coisas. Conforme Rudio (2001), a pesquisa explicativa pretende dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido.

    Para este estudo, optou-se por amostragem não-aleatória de quotas, no qual a amostra é escolhida num local que melhor convenha aos investigados e com pessoas que preenchem determinadas características, que freqüentem o lugar do estudo. A coleta dos dados aconteceu em três academias da cidade de Videira-SC, entre os meses de fevereiro e março do ano de 2013 com aproximadamente 90 pessoas com idade entre 30 a 70 anos.

    Primeiramente, foi feito um contato informal, em seguida os alunos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, cientes do objetivo do projeto e foi esclarecido que seu nome não será exposto nos resultados da pesquisa.

    O método de coleta dos dados foi realizado através de um questionário entregue para cada indivíduo participante no dia da coleta, entre os meses de fevereiro e março do ano de 2013.

    Para análise dos dados foi utilizada a análise estatística descritiva com médio, desvio padrão, freqüência e percentual das variáveis nominais: idade, sexo, local e tempo de prática da atividade, apresentado por meio de quadros.

3.     Apresentação e discussão dos resultados

    Nesse estudo foram coletados dados de 90 pessoas no total, sendo 30 de cada academia da cidade de Videira, SC, com faixa etária variando entre 30 e 70 anos de idade.

    As entrevistas foram feitas um pouco antes do horário determinado de aula de cada academia. Os alunos participaram voluntariamente depois de serem convidados, e o questionário foi aplicado um pouco antes ou depois da aula de hidroginástica, nos horários determinados de cada local.

Quadro 1. Motivos que levou o participante a praticar hidroginástica

 

Freqüência

Percentual

Realizar exercício físico

02

2,2 %

Desgaste da coluna, ombro, quadril e/ou fibromialgia

 

25

 

27,8 %

Problemas de saúde ou para manter a saúde

36

40,0 %

Indicação médica

19

21,1 %

Bem-estar

08

8,9 %

Total

90

100,0 %

Fonte: FURLAN, (2013)

    Conforme o quadro 1, constatou-se que pessoas que apresentam problemas de saúde e indivíduos que procuram manter a saúde perfazem o resultado mais relevante com 40% (n=36) dos indivíduos praticantes. Já os que praticam hidroginástica pois sabem da importância de realizar exercício físico, perfazem o percentual mais baixo com 2,2% (n=2). Os pesquisados que asseguraram fazer a atividade por possuírem desgaste na coluna, ombro, quadril ou fibromialgia, o quadro apresentou 27,8% (n=25) do total de indivíduos praticantes, seguidos dos praticantes por indicação médica com 21,1% (n=19). E, em penúltimo lugar, encontramos pessoas que praticam hidroginástica para melhorar seu bem-estar, com 8,9% (n=8) do total de praticantes. Pode-se relacionar tal pesquisa com dados de Teixeira (2009, p. 187), o qual apresentou em seus estudos, que 84% praticavam para se manter saudável e por último, apareceu a indicação médica com 38 %. Já na investigação de Oliveira (2011, p. 106), o percentual maior foi indicação médica com 68,9 %.

    Percebe-se pelo quadro 01 que as pessoas procuram realizar alguma atividade física quando necessitam, quando apresentam algum problema de saúde, ou para manter a saúde, uma vez que hoje há grande enfoque para se manter uma qualidade de vida, sendo para isso, essencial realizar algum exercício físico,

    Conforme Bagrichevsky, Palma e Estevão (2003, p. 81):

    A idéia de promoção de saúde apresenta a potencialidade de veicular, mesmo implicitamente, posturas moralizantes de busca/manutenção de retidão, pureza, de evitação de máculas que corrompam o estado perfeito de saúde e o conceito de risco tal como produzido em parte considerável dos estudos epidemiológicos esta função.

    Constatou-se índice baixo de pessoas que praticam hidroginástica por indicação médica, porém apresentam problemas de saúde. Então o fator da procura pode ser a informação que recebem de outras pessoas para a prática regular do exercício, sendo a motivação é a ferramenta primordial para se começar um programa de exercícios físicos. Segundo Saba, (2008, p. 78, grifo do autor):

    Há diversos fatores que atrapalham a aderência ao exercício. A figura do professor (que nem sempre agrada), o ambiente, o local da prática mal localizado ou com arquitetura inadequada (quem gosta de um corredor longo e gelado rumo à piscina?), as pessoas que o freqüentam, o atendimento na recepção, a sensação de inaptidão para a atividade proposta, a música ambiente, o cheiro, enfim, muitas coisas podem incomodar e levar à desistência.

    Os exercícios na água surgiram há muito tempo e foram gradualmente introduzidos na sociedade. Segundo Wyman citado por Ruoti (2006, p. 11), nos anos 1700, um médico alemão estabeleceu o conceito de hidroterapia, que consistia na aplicação de água sob forma de tratamento de doenças. Baseado nesse relato, naquela época, a água em piscinas era somente para fins de tratamento de doenças.

Quadro 2. Comparação dos motivos que levou os participantes a fazerem hidroginástica

 

Academia A

Academia B

Academia C

Freqüên.

Percent.

Freqüên.

Percent.

Fiquem.

Percent.

Problema de saúde e/ou para manter a saúde

13

43,3 %

11

36,7 %

12

40,0 %

Desgaste da coluna, ombro, quadril e/ou fibromialgia

11

36,7 %

5

16,7 %

9

30,0 %

Indicação Médica

4

13,3 %

8

26,7 %

7

23,3 %

Bem-estar

1

3,3 %

5

16,7 %

2

6,7 %

Realizar exercício físico

1

3,3 %

1

3,3 %

0

0 %

Total

30

100,0 %

30

100,0 %

30

100,0 %

Fonte: FURLAN, (2013)

    No quadro 02 percebe-se que a maior parte do grupo pesquisado pratica hidroginástica mais por problema de saúde e/ou para manter a saúde, sendo o percentual mais elevado nos três lugares pesquisados com 43,3% (n=13); sendo 36,7% (n=11) e 40% (n=12) dos indivíduos praticantes. Outro motivo mencionado foi o desgaste da coluna, ombro, quadril e/ou fibromialgia que apresentaram o segundo motivo de procura, sendo na academia A, 36,7% (n=11), e na academia C com 30% (n=9). Já a academia B foi indicação médica o segundo resultado mais relevante, com 26,7% (n=8). Bem-estar apresentou um grande percentual na academia B, com 16,7% (n=5) do total de praticantes, se comparado com a A e a C, que apresentaram 3,3% (n=1) e 6,7% (n=2) seqüencialmente. O motivo mais baixo foi realizar exercício físico, com 3,3% (n=1), tanto na academia B como na A e na C, que foi 0%. Comparando com estudos de Oliveira (2011, p. 106), ao apresentar o quadro de dores (problema de saúde), somente com 10,3%, e o estudo de Gonçalves (2010, p. 153), problemas de saúde foi o percentual mais elevado com 40% dos participantes pesquisados. Segundo Exner (2011, p. 32), “A procura para a prática de hidroginástica vem ocorrendo cada vez mais por indicação de médicos, de amigos e até mesmo por curiosidade”.

    Hoje, as pessoas não estão preocupadas em realizar alguma atividade física, se compararmos às pessoas de outras épocas, que utilizavam mais o serviço braçal. Esse trabalho braçal exigia muito esforço físico, e ao mesmo tempo gastava calorias obrigando a realizar atividade física, o que era um ponto positivo.

    Conforme Nahas (2010, p. 37):

    Não se pode negar a importância dos produtos tecnológicos e da informática para a humanidade, propiciando conforto, segurança e rapidez em processos que não aconteceriam sem eles. O grande desafio com que nos deparamos é justamente tirar proveito desses avanços, sem que percamos, a médio e longo prazo, a qualidade de vida que se pode conseguir – a curto prazo – com equipamentos e facilidades que nos tornam menos ativos e favorecem a obesidade.

    Hoje, problemas de saúde como a obesidade afetam uma grande quantidade de pessoas, pois algumas dessas não pensam mais em cuidar da saúde, focam somente no capital esquecendo-se de si, pelo fato de trabalharem muito, e mesmo sendo fundamental a realização de exercício físico, uma vez que a maioria dos trabalhos, exige maior esforço intelectual do que físico, não o praticam.

Quadro 3. Significado da hidroginástica hoje na vida dos participante

 

Freqüência

Percentual

Importante para a saúde

10

11,1 %

Exercício excelente e sem impacto

14

15,6 %

Bem-estar geral

34

37,8 %

Vida, disposição e qualidade de vida

27

30,0 %

Contato com os amigos

5

5,6 %

Total

90

100,0 %

Fonte: FURLAN, (2013)

    No quadro 03 observar-se que a hidroginástica apresenta ponto positivo na vida dos participantes, pois o percentual mais alto foi o bem-estar com 37,8% (n=34). Em seguida, vida, disposição e qualidade de vida que apresentaram 30% (n=27). Logo após, percebe-se que exercício excelente e sem impacto, apresenta 15,6% (n=14) da escolha, aparecendo em terceiro lugar; e, em quarto, perceber-se que a hidroginástica parece menos importante, partindo para o lado da saúde, na vida dos praticantes com 11,1% (n=10). E por último, com o percentual mais baixo, aparece o contato com os amigos com 5,6% (n=5) dos indivíduos praticantes. Se comparado ao estudo de Rodenbusch (2006, p. 1), a percepção de bem-estar em praticantes de hidroginástica foi acima de 10% em sua pesquisa e através de Saba (2003, p. 36), a qualidade e a excelência do tempo, podem ser gerenciadas de uma maneira melhor para serem produzidos resultados melhores, o que depende muito do praticante. Para se obter saúde, disposição e qualidade de vida depende das atitudes de cada um. Conforme Assis citado por Bonachella (2006, p. 9), o peso hidrostático do corpo na água diminui e as forças compressivas que atuam nas articulações, principalmente nos membros inferiores, são reduzidas as lesões articulares, diminuindo o estresse.

    Os exercícios físicos devem fazer parte da vida das pessoas, pois previnem doenças em geral, fornecem bem-estar, protegem as pessoas da obesidade, sendo que muitas dessas sofrem com a mesma, e quando praticam exercícios moderados conquistam uma vida mais longa e saudável. Segundo Carroll (1995, p. 112) adotar uma rotina de exercícios como pratica diária é, provavelmente, a atitude mais positiva para manter a forma e a saúde no decorrer de toda a vida.

    O consumo de oxigênio na hidroginástica é muito grande dependendo do exercício dado pelo professor. Na maioria das vezes para os exercícios de baixa e média intensidade na hidroginástica, o organismo usa mais o metabolismo aeróbio. Conforme Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 43) [...] A taxa de captação de oxigênio (VO2) medida com espirometria respiratória é usada para quantificar a taxa do metabolismo aeróbio. A taxa máxima de metabolismo aeróbio atingida durante o exercício é chamada de captação máxima de oxigênio (VO2máx).

    Mas quando o exercício é de alta intensidade, o suprimento de energia do metabolismo aeróbio passa a ativar o metabolismo anaeróbio, em que o produto final do exercício anaeróbio é o lactato. O exercício para ser aeróbio ou anaeróbio irá depender da resistência ao movimento, dependendo também da forma, tamanho e posição que o corpo se encontra, sendo a velocidade outro fator importante.

Quadro 4. Comparação do significado da hidroginástica hoje na vida do participante.

 

Academia A

Academia B

Academia C

Fiquem.

Percent.

Fiquem.

Percent.

Fiquem.

Percent.

Bem-estar geral

9

30,0 %

15

50,0 %

10

33,3 %

Vida, disposição, e qualidade de vida

10

33,3 %

8

26,7 %

9

30,0 %

Exercício excelente e sem impacto

4

13,3 %

4

13,3 %

6

20,0 %

Importante para a saúde

5

16,7 %

1

3,3 %

4

13,3 %

Contato com os amigos

2

6,7 %

2

6,7 %

1

3,3 %

Total

30

100,0 %

30

100,0 %

30

100,0 %

Fonte: FURLAN, (2013)

    O quadro 04 mostra que o maior percentual encontra-se nas resposta que a hidroginástica significa bem-estar geral na vida dos participantes com 30% (n=9) na academia A; 50% (n=15) na academia B; e 33,3% (n=10) na academia C. Em seguida, o quadro 4 mostra que vida, disposição e qualidade de vida estão com o segundo percentual mais alto nas três academias: na A, 33,3% (n=10), na C, 30% (n=9) e na B, 26,7% (n=8). E como terceiro percentual mais alto, aparece a academia C; e na B é a resposta exercício excelente e sem impacto, com 20% (n=6); na academia C, são 13,3% (n=4) na B; já na academia A, o terceiro percentual mais alto foi hidroginástica como sendo importante para a saúde, com 16,7% (n=5), comparando com a academia B, esse tópico apresentou o percentual mais baixo, com 3,3% (n=1). E nas academias A e C, o percentual mais baixo foi o contato com os amigos com 6,7% (n=2), na academia A e 3,3% (n=1) na C.

    Percebe-se no relato de Saba (2003, p. 38), que o bem-estar está relacionado com cinco aspectos da vida sendo os mesmos, a nutrição, a atividade física, o estilo de vida, e nos mecanismos controlados “sem estresse”: relacionamentos e comportamento preventivo. Já Nahas (2010, p. 15-16), relata que a percepção de bem-estar é resultante de um conjunto de parâmetros individuais e socioambientais ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano.

    A atividade na água não deixa de ser recreativa e aumenta a autoestima, pois todos se vestem da mesma maneira, ficando mais à vontade para participar da aula. Outros benefícios que a hidroginástica traz são a redução da flacidez, proporcionar o emagrecimento e aumentar o rendimento nas atividades diárias, entre outros. Conforme Figueiredo, (1999, p. 22) na hidroginástica bem orientada, o indivíduo se beneficia em: aliviar dores, proporcionar relaxamento muscular, manter e aumentar a amplitude dos movimentos das articulações [...].

    Nas aulas de hidroginástica, muitos são os alunos que possuem algum problema de saúde, e é por esse motivo que o indivíduo pratica as aulas, na maioria dos casos, por indicação médica e por não poder realizar outro exercício que seja fora do ambiente líquido.

    Segundo Figueiredo, (1999, p. 27):

    Entre as reações possíveis de mal-estar estão à palidez, a incapacidade motora, quedas ou aumento repentino da pressão arterial que pode ocasionar tonturas, apnéia, fadiga, mal-estar geral, desmaios, náuseas etc.

    A hidroginástica é um excelente plano de atividade para qualquer pessoa começar a praticar com poucas contraindicações, principalmente para indivíduos com problemas de saúde, pois a água concomitante aos exercícios formam uma dupla imbatível para o sucesso da reabilitação, não esquecendo que todas as pessoas são diferentes e possuem necessidades diferenciadas.

4.     Conclusão

    Pessoas que buscam a prática de exercícios físicos de baixo impacto, a hidroginástica traz vários benefícios, como queima de calorias, emagrecimento, melhora na condição cardio-respiratória, reabilitação de vários problemas físicos em pessoas diversas que possuam problemas de saúde. Como a água exerce pressão sobre o corpo, o peso do mesmo decai e o impacto diminui auxiliando a reabilitação, bem como interferindo significativamente na qualidade de vida, levando à melhora de vários aspectos da vida.

    O objetivo dessa pesquisa foi verificar os motivos que levam pessoas a praticarem hidroginástica em academias do município de Videira-SC. Para isso, através de investigação, foi identificado que a maioria (40%) pratica hidroginástica por apresentar problemas de saúde ou para manter a saúde, e 27,8% por desgaste na coluna, ombro, quadril e fibromialgia. Os problemas que surgem por fator genético, ou pelos hábitos da vida diária, ou mesmo pelas condições de trabalho, acarretaram determinado problema de saúde, presente na vida de muitos indivíduos, sendo que em algumas circunstâncias vezes, o médico indica a hidroginástica ao paciente, uma vez que o impacto será pequeno, além da água relaxar e trazer outros tantos benefícios.

    Percebe-se que a hidroginástica significa acima de tudo bem-estar na vida dos praticantes com 37,8% no geral; seguido de vida, disposição e qualidade de vida com 30%. Percebemos, então, que a hidroginástica traz aspectos positivos na vida dos praticantes, pois o percentual de prática para contato com os amigos foi o mais baixo, o que nos faz concluir que as pessoas estão interessadas em melhorar a saúde e sua qualidade de vida, pois muitos percebem isso depois de praticarem alguma atividade física.

    Conclui-se, portanto, que a maioria dos praticantes de hidroginástica que apresentam problemas de saúde, com a prática da mesma percebem melhoras na sua vida e no seu bem-estar.

Referências

  • ASSIS, Elizete Lopes de; RABELO, Heloisa Thomaz. Percepção da capacidade funcional de mulheres idosas. Movimentum: Revista Digital de Educação Física. Ipatinga, v. 1, 2006.

  • BAGRICHEVSKI, Marcos; PALMA, Alexandre; ESTEVÃO, Adriana. A saúde em debate na educação física. Blumenau (SC): Edibes, 2003.

  • CARROLL, Stephen J. Guia da vida saudável. Londres: AN A notícia, 1995.

  • DI MASI, Fabrizio; BRASIL, Roxana. A ciência aplicada à hidroginástica. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

  • DUARTE, Rui. Hidroginástica: uma introdução. São Paulo, 2011.

  • EXNER, Rosane Salete. Concepção do adulto que pratica hidroginástica no convívio com idosos sobre velhice/idoso/processo de envelhecimento. Novo Hamburgo, 2011.

  • FIGUEIREDO, Suely Aparecida Salles. Hidroginástica. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.

  • FREITAS, Clara Maria Silvestre Monteiro de. Aspectos motivacionais que influenciam a adesão e a manutenção de idosos a programas de exercícios físicos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenpenho Humano. Pernambuco, v. 9, n. 1, p. 92-100, 2007.

  • GONÇALVES, Renata Bastos dos Santos, et al. Motivos para a procura da hidroginástica. Coleção Pesquisa em Educação Física. Belo Horizonte, v. 9, n. 2, 2010.

  • GONÇALVES, Aguinaldo; VILARTA, Roberto. Qualidade de vida e atividade física. São Paulo: Manole, 2004.

  • KOURY, Joanne M. Programa de fisioterapia aquática: um guia para a reabilitação ortopédica. 1. Ed. São Paulo: Manole, 2000.

  • NAHAS, Markus Vinicius. Atividade física, saúde e qualidade de vida. 5. ed. Londrina: Midiograf, 2010.

  • OLIVEIRA, Fernanda Romano da Silva et al. Motivos que levam idosos a escolher hidroginástica como atividade física regular. Coleção pesquisa em educação física, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 103-109, 2011.

  • ROCHA, Julio Cezar Chaves. Hidroginástica: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.

  • RODENBUSCH, Camila de Barros. Autopercepção de bem-estar em mulheres praticantes de aulas de hidroginástica. Rio Grande do Sul, 2006.

  • RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

  • RUOTI, Richard G.; MORRIS, David M.; COLE, Andrew J. Reabilitação Aquática. São Paulo: Manole, 2001.

  • SABA, Fabio. Mexa-se: atividade física, saúde e bem-estar. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2008, 317 p.

  • TARDIDO, Ana Paula; FALCÃO, Mário Cícero. O impacto da modernização na transição nutricional e obesidade. Revista Brasileira de Nutrição Clinica, São Paulo, p. 118, 20 de abril de 2007.

  • TEIXEIRA, Clarissa Stefani et al. Hidroginástica para idosos: qual o motivo da escolha?. Saluvista, Bauru, v. 28, n. 2, p. 183-191, 2009.

  • WHITE, Martha D. Exercícios na água. São Paulo: Manole Ltda, 1998.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 188 | Buenos Aires, Enero de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados