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Fatores psicossociais que beneficiam os atletas de bocha adaptado

Los factores psicosociales que benefician a los jugadores de boccia adaptado

Psychosocial factors that benefit the athletes of bocce adapted

 

*Graduados do Curso de Bacharel em Educação Física

da Faculdade dos Guararapes, FG, Jaboatão dos Guararapes, PE

**Professor do Curso de Educação Física da Faculdade dos Guararapes, FG

(Brasil)

Angela Souza Pantaleão de Sena*

angela_pantaleao@hotmail.com

Nêdja Cristiane de Andrade Bezerra*

nedja_cristiane@hotmail.com

Wellington Cruz da Silva*

wellingtoncds@hotmail.com

Vanthauze Marques Freire Torres**

vanthauze@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O jogo de bocha é um jogo competitivo que pode ser praticado individualmente, em duplas ou em equipes, é a versão italiana do boliche. Sua prática proporciona uma melhor qualidade de vida e a inclusão social. Objetivo: Revisar as publicações nas bases de dados eletrônicas da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na revista eletrônica Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com) sobre os fatores psicossociais que beneficiam os atletas de bocha adaptado. Métodos: Para o desenvolvimento do presente estudo foram considerados artigos originais e artigos de revisão. Resultados: 56 artigos foram encontrados e após analise restaram 5 artigos. Critérios de inclusão: artigos que tinham como conteúdos as seguintes variáveis: Psicossociais; bocha adaptado; pessoas com deficiências. Critérios de exclusão: artigos sem resumo e publicados em língua diferente do português, bem como aqueles que não abordavam a temática. Conclusão: Todos os estudos nos sugerem que a bocha adaptado influência positivamente na vida dos praticantes tanto no âmbito social como também psicologicamente, melhorando a aceitação dos próprios deficientes e familiares.

          Unitermos: Psicossociais. Bocha adaptado. Pessoas com deficiências.

 

Resumen

          El juego de las boccias es un juego competitivo que se puede practicar individualmente, en parejas o en equipos, es la versión italiana de los bolos. Su práctica ofrece una mejor calidad de vida y la inclusión social. Objetivo: Revisar las publicaciones en bases de datos electrónicos Literatura de Ciencias de la Salud de América Latina y el Caribe (LILACS) y el periódico electrónico Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com) sobre los factores psicosociales que benefician a los atletas de boccia adaptado. Métodos: Para el desarrollo de este estudio fueran considerados los artículos originales y artículos de revisión. Resultados: 56 artículos fueran encontrados tras el análisis y el resto de 5 artículos. Criterios de inclusión: artículos que tenían el contenido de las siguientes variables: psicosociales; boccias adaptadas; discapacitadas. Criterios de exclusión: Artículos sin resúmenes y publicados en diferentes idiomas portugués, así como aquellos que no están en este tema. Conclusión: Todos los estudios nos sugerir que las bolas adaptados influyen positivamente en la vida de los atletas en el contexto social y psicológicamente, la mejora de la aceptación de las personas con discapacidad y sus familias.

          Palabras clave: Psicosociales. Boccia adaptado. Discapacidad.

 

Abstract

          The game of boules is a competitive game that can be practiced individually, in pairs or in teams, is the Italian version of bowling. His practice provides a better quality of life and social inclusion. Objective: To review the literature in electronic databases of Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS) and the electronic journal Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com) on psychosocial factors that benefit the athletes adapted pitch. Methods: For the development of this study were considered original articles and review articles. Results: 56 articles were found after analysis and remaining 5 articles. Criteria inclusion: articles that had the contents of the following variables: Psychosocial; adapted boules; disabled. Exclusion criteria: Articles without abstracts and published in different Portuguese language as well as those not on this topic. Conclusion: All the studies suggest that the boules adapted positively influence the lives of practitioners in the social context as well as psychologically, improving the acceptance of disabled people and their own families.

          Keywords: Psychosocial. Boules adapted. Disabled.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O jogo de bocha é um jogo competitivo que pode ser praticado individualmente, em duplas ou em equipes, é a versão italiana do boliche. Segundo Campeão (2011), a prática fortalece a coordenação e o equilíbrio. Ele está presente nos momentos de lazer e recreação e até o mais alto nível de competição. Atualmente é reconhecido pelas entidades oficiais de nível internacional, tornando-se um desporto paralímpico.

    As bolas são de couro (pelica) e feitas à mão, preenchidas com grânulos especiais e possuem uma grande durabilidade. As bolas de bocha pesam entre 275 ± 12 gramas. Diâmetro entre 270 mm ± 8 mm. As bolas de couro (pelica) são normalmente utilizadas em qualquer tipo de pavimento interior. (Boccia International Sports Federation, BisFed).

    O jogo de bocha representa um dos esportes mais desafiadores e de significativo crescimento em todo o mundo, principalmente, por ser uma modalidade direcionada a pessoas que apresentam um quadro severo de disfunção motora, propiciando uma verdadeira condição de inclusão e igualdade de participação com outros alunos sem deficiência (CAMPEÃO, 2003).

    A competição consiste em lançar bolas (vermelhas ou azuis) o mais próximo possível da bola branca em uma superfície lisa, plana e macia como o chão de um ginásio de madeira ou sintético. As superfícies não devem estar sujas. As dimensões serão de 12,5 x 6m, em formato de campo. Ganha o jogador ou equipe que aproximar mais bolas da bola alvo. As bolas podem ser impulsionadas pela mão, pelo pé ou com ajuda de um dispositivo auxiliar. (Boccia International Sports Federation, BisFed).

    O termo usados BC significa (Classificação de Bocha) e suas numerações referem-se a um determinado grau de comprometimento motor.

    Classificações: BC1: O atleta tem (PC, Paralisia Cerebral) com disfunção motora que afeta todo corpo, não tendo o uso das funções das pernas; BC2: O atleta tem disfunção motora que afeta todo o corpo, sendo capaz de ficar de pé, mas de andar de forma muito instável; BC3: O atleta tem ou não PC cerebral ou de origem degenerativa; BC4: O atleta tem grave disfunção locomotora nos quatro membros, de origem degenerativa ou não cerebral. Atletas que podem ser elegíveis para a classe: Ataxia de Friedrich; Distrofia Muscular (força mais próxima menor que 60%); Esclerose múltipla; AVC; Lesão medular de C5 e acima; Espinha bífida com envolvimento de extremidade superior; outras condições semelhantes que resultem em problemas de força e coordenação. (Comissão Internacional de Bocha.) apresentadas pelos membros nacionais da CP-ISRA.

    A importância da prática de bocha é que sua prática proporciona uma melhor qualidade de vida e a inclusão social, mas o desporto adaptado surgiu como importante meio na reabilitação física, psicológica e social para pessoas com algum tipo de deficiência, consiste em adaptações e modificações em regras, materiais e locais para as atividades, possibilitando a participação das pessoas com deficiências nas diversas modalidades esportivas segundo Duarte; Werner apud Cardoso; Vinícius Denardin (2011).

    Sendo assim esse artigo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre fatores psicossociais que beneficiam os atletas de bocha adaptado.

Métodos

    Para desenvolver o presente estudo de revisão literária foram considerados artigos originais, artigos de revisão e livros que relatavam sobre os fatores psicossociais que beneficiam os atletas de bocha adaptado que tratasse de forma clara e objetiva o assunto. Portanto esta pesquisa foi desenvolvida com a busca de artigos indexados nas seguintes bases de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em ciências da saúde (BIREME/LILACS) e na revista eletrônica Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com).

    Foram selecionados artigos na língua portuguesa, contendo resumo e publicados no período correspondente entre 2006 a 2012. Para atender aos critérios de inclusão os artigos tinham como conteúdos as seguintes variáveis: Psicossociais; bocha adaptado; pessoas com deficiências. Foram utilizados como critério de exclusão, artigos sem resumo e publicados em língua diferente do português, bem como aqueles que não abordavam a temática. Todos os artigos encontrados foram analisados e aqueles que atenderam os critérios da temática abordada foram lidos e incluídos ao estudo.

Resultados

    Na busca realizada, foram encontrados 56 (cinqüenta e seis) artigos, sendo que 48 (quarenta e oito) artigos não se enquadravam na temática do assunto e foram excluídos. Os dados foram organizados e distribuídos entre o autor, ano, objetivo, amostra, resultado, revista. (Tabela 1)

Tabela 1. Distribuição das publicações segundo autor/ano, objetivo, amostra, resultados e revista

Autor / Ano

Objetivo

Amostra

Resultados

Revista

Jerônimo et al, 2009

Mostrar como o esporte adaptado pode facilitar a inclusão social de pessoas que têm PCS.

Análise de filmagens em VHS de competições de bocha e a entrevistas individuais com um grupo de 23 atletas que integram o
projeto.

Afirmar que a prática esportiva anula a idéia de que a deficiência
incapacita a pessoas com PCS, encontraram nas relações
sociais mediadas pelo esporte, outras formas de desenvolver suas capacidades.

Coleção Pesquisa em Educação Física nº 3 – 2009 - ISSN: 1981-4313

Lima et al, 2006

Verificar os fatores que motivaram as pessoas com deficiência física a participarem da modalidade de Bocha Adaptado.

Foi utilizada uma entrevista com questões abertas e fechadas. Fizeram parte da pesquisa5 pessoas que praticam o bocha adaptado, sendo 3 masculinos e 2 feminino.

Como aspecto positivo, foi comprovado que foi citado que a prática de bocha adaptado contribuiu para identificação das potencialidades estimulou e oportunizou a convivência principalmente com seus pares.

Revista Digital EFDdeportes.com/

Efdeportes

Campeão et al, 2011

Analisar e legitimar políticas protetoras nas práticas da saúde pública envolvendo pessoas
com deficiências.

Realizamos uma análise crítica da repercussão do
significado e do estigma do termo incapacidade que envolve a vida das pessoas com
deficiência nas ações das políticas públicas.

Utilizamos o investimento feito na promoção da
saúde para pessoa com deficiência, através da prática de atividades e esportes, um meio
de desconstruir o conceito de deficiência como doença e incapacidade.

Tese de Pós-graduação em Ciências

Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Roriz et al, 2010

Destacar o papel dos profissionais de saúde no atendimento de crianças com deficiência levou a Investigar como eles
concebem o processo de inclusão.

Foram feitas, entrevistas com esses profissionais a partir de dois
estudos de caso de crianças com paralisia cerebral. Para contextualizar as falas e entrevistas com os familiares.

As práticas e os discursos distintos, marcados pela estrutura e meta das instituições, a atuação dos profissionais é circunscritas, pelas características das crianças e da organização familiar.

Revista Estudos de Psicologia

Da Silva et al, 2012

Demonstrar a importância e os benefícios da atividade física diferenciada em criança com déficit motor com pós TCE.

Relatar casos, onde a criança foi acometida por TCE, com seqüela um déficit motor com sinal clínico de hemiplegia, que evolui para hemiparesia.

Foi indicada atividade física contínua que proporcionasse a aquisição das habilidades motoras e reabilitação do mesmo.

Revista Coleção Pesquisa em Educação Física, Vol.11, n.3.

Discussão

    Historicamente, pode-se dizer que pessoas com deficiência viveram e vivem segregadas socialmente, presas ao círculo familiar, com excesso de cuidados, atenções duplicadas e o rótulo de “fardo” que só a família pode e deve carregar. Neste estudo, em 80% dos casos, a família afirma que os sujeitos desta pesquisa não saíam de casa, exceto para visitas familiares, nem freqüentaram escolas logo, a exclusão escolar amplia a segregação. (JERÔNIMO, 2009)

    O isolamento é tanto um problema social e ético quanto uma ruptura psicossocial delicada: quanto mais intensas e positivas forem as trocas psicossociais, mais fortalecido será o desenvolvimento infantil; por oposição, quanto mais debilitadas forem essas trocas, maior será a lacuna a se formar no desenvolvimento. (VYGOTSKI, 1997 apud JERÔNIMO et al, 2009).

    A ruptura psicossocial aparece em diversas situações: no sentimento de inferioridade, ante outras pessoas, e de culpa, por serem deficientes; nos olhos arregalados diante de espaços urbanos como restaurantes e farmácias e em situações cotidianas como pessoas na rua. São comportamentos que afirmam desconhecimento do que ocorre em nossa volta e evidenciam que o isolamento é crucial. (VYGOTSKI, 1997 apud JERÔNIMO et al, 2009)

    A inclusão social é o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos. Ainda para o mesmo autor, a prática da inclusão social repousa em princípios até então considerados incomuns, tais como: a aceitação das diferenças, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação. (SASSAKI, 1997 apud CAMPEÃO, 2011).

    A prática de esporte para pessoas com deficiência apresenta-se, basicamente, relacionados a três objetivos: lazer, competitivo e terapêutico. Sejam quais forem esses objetivos, o certo é que a pessoa que o pratica melhora sua motivação, sua auto-imagem e auto-valorização, diferindo muito na medida em que se considere saudável ou doente. E o esporte possibilita perceber-se saudável. (RODRIGUES, 1999: 78 apud CAMPEÃO, 2011).

    Ainda para Rodrigues, a prática desportiva deve contribuir - como todas as outras ações educativas - para reabilitação, para o desenvolvimento máximo das capacidades que o indivíduo possui. O desporto deve ser sobre tudo gratificante para quem o pratica. A pessoa com deficiência necessita não só conhecer o seu corpo, mas também gostar dele, isto é, de viver com o máximo de êxito possível as suas experiências corporais e, assim, deixar de ver o corpo como um repositório de frustrações.

    A prática esportiva propicia, sobretudo, um despertar da consciência da imagem corporal, ou seja, uma idéia positiva de imagem e de produção do corpo, principalmente no que se refere à movimentação dos membros, pouco ou nada solicitados em condições diárias, promovendo a descoberta de movimentos até então ignorados ou considerados impossíveis de executar (CAMPEÃO, 2002 apud JERÔNIMO, 2009).

Conclusão

    Concluímos que a leitura e interpretação dos dados desta pesquisa sobre a bocha adaptada influencia positivamente na vida dos praticantes tanto no âmbito social como também psicologicamente, melhorando a aceitação dos próprios deficientes e familiares.

Referências

  • CAMPEÃO, Márcia Da Silva. O esporte paraolímpico como instrumento para a moralidade das práticas em saúde pública envolvendo pessoas com deficiência uma abordagem a partir da bioética da proteção. Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Ciências /Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde. Rio de Janeiro de 2011.

  • DA SILVA, Thiago Meira et al. Importância da atividade física diferenciada para indivíduos com déficit motor pós-traumatismo crânio encefálico (TCE): relato de caso. Rev. Coleção Pesquisa em Educação Física, Vol.11, n.3, 2012 - ISSN: 1981-4313.

  • JERÔNIMO, Janaína Pessato, CARMAGO, Ana Maria Faccioli, CAMPOS, Luíz Antônio Silva, BARBOSA, Neto Octávio. Bocha e paralisia cerebral severa: possibilidade de inclusão social. Rev. Coleção pesquisa em educação física, Vol.8, Nº3, 2009.

  • LIMA, Sonia Maria Toyoshima, OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bássoli de, NAKADA, Karenn Patrícia. Bocha adaptada: fatores motivacionais na deficiência física. EFDesportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 11, Nº 95, Abril de 2006. http://www.efdeportes.com/efd95/bocha.htm

  • RORIZ, Ticiana Melo de Sá, SOUSA, Amorim Kátia de, ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde. Inclusão social de crianças com paralisia cerebral: óptica dos profissionais de saúde. Rev. Estudos de Psicologia, Campinas, 27(3), 329-342, julho de 2010.

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