Efeitos do treinamento físico militar sobre a capacidade cardiorrespiratória e composição corporal Efectos del entrenamiento físico militar en la capacidad cardiorrespiratoria y la composición corporal |
|||
Centro de Ciências da Saúde Grupo de Estudos em Atividade Física para Populações Especiais, GEAFIPE Universidade Estadual do Norte do Paraná (Brasil) |
Augusto de Mello Tiburcio Aline Rossi Frederico Pradella dos Santos Waynne Ferreira de Faria Luis Felipe Silio Rui Gonçalves Marques Elias |
|
|
Resumo O Treinamento Físico Militar (TFM) sempre foi indispensável para a preparação de jovens atiradores, visando à melhoria do condicionamento físico, cabendo a este uma adaptação fisiológica, a fim de que exerça corretamente sua função durante o combate. Sendo assim, o objetivo do estudo foi analisar os efeitos do TFM sobre a composição corporal e capacidade cardiorrespiratória nos atiradores do tiro de guerra. A amostra foi composta por 14 atiradores do tiro-de-guerra de Jacarezinho-PR, com média de idade de 19 anos pertencentes à tropa do ano de 2012. Foram incluídos no estudo aqueles que participaram de todos os testes realizados, tanto pré quanto pós treinamento e tiveram frequência de treinamento de 2 sessões semanais, durante 26 semanas de treinamento. Para avaliar o índice de massa corpórea (IMC) foi utilizada a equação descrita por Gordon et al., (1988), os valores relacionados ao percentual de gordura e densidade corporal foram mostrados pela equação de Guedes (1994). Para a mensuração do VO2 máximo foi realizado o teste de Léger (1982). Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 13.0, o teste t-Student pareado foi utilizado e valor de p adotado foi p<0,05. Comparando os resultados pré e pós o treinamento foram identificadas diferenças significativas nas análises de densidade corporal pré (1,06±0,01 g/ml), pós (1,05±0,01 g/ml) com valor de p=0,03 e nos níveis de VO2máx pré (49,74±4,91), pós (45,24±4,43) com valor de p=0,00. O treinamento físico de maneira sistematizada por 12 semanas não aponta melhora na composição corporal e capacidade cardiorrespiratória nos atiradores. Por meio deste sugere-se a realização de novos estudos relacionados aos efeitos do TFM sobre as variáveis analisadas a fim de promover subsídios para uma prescrição mais eficaz. Unitermos: Treinamento físico militar. Composição corporal. Capacidades cardiorrespiratórias.
Abstract The Military Physical Training (TFM) has always been essential to the preparation of young shooters, aiming to improve physical fitness, being this a physiological adaptation in order to properly exercising its function during combat. Thus, the aim of the study was to analyze the effects of TFM on body composition and cardio-respiratory fitness in shooters shooting war. The sample consisted of 14 shooters shot-of-war Jacarezinho-PR, with a mean age of 19 years belonging to Troop 2012. The study included those who participated in all tests, both pre and post training and had a frequency of 2 training sessions per week, for 26 weeks of training. To evaluate the body mass index (BMI) was used the equation described by Gordon et al., (1988), the values related to body fat percentage and body density were shown by equation Guedes (1994). For measurement of VO2max test was performed Leger (1982). For statistical analysis we used SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) version 13.0, the paired Student t test was used and p value was p <0.05. Comparing the results before and after training were significant differences in the analysis of body density pre (1.06±0.01 g/ml), after (1.05±0.01 g/ml) with p = 0,03 and levels of VO2max before (49.74±4.91), post (45.24±4.43) with p = 0.00. Physical training in a systematic manner for 12 weeks does not point improvement in body composition and cardio-respiratory fitness in shooters. Through this we suggest further studies related to the effects of TFM on the variables analyzed in order to promote subsidies for a prescription more effective. Keywords: Military physical training. Body composition. Cardio-respiratory capacity.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
O TFM sempre foi indispensável para a preparação de jovens atiradores, visando à melhoria do condicionamento físico, cabendo a ele uma adaptação fisiológica, a fim de que exerça corretamente sua função durante o combate.
O referido treinamento é constituído por corridas contínuas, flexão de braço, abdominal e barra fixa, tendo em vista que o treinamento é orientado duas vezes semanais, com a duração de 60 a 90 minutos. Os exercícios exploram as capacidades físicas de resistência e força, os quais são essenciais para um bom desempenho.
A capacidade aeróbia é um importante componente do condicionamento para jogos e exercício prolongados. O treinamento de resistência aeróbia tem importância para todos os tipos de modalidades esportivas, pois a base funcional ao aperfeiçoamento dos aspectos da preparação é criada pela elevação dos níveis das possibilidades aeróbicas do organismo. O treinamento aeróbico também produz melhoras na capacidade para o controle respiratório no músculo esquelético (REILLY, 2000).
Dentro do treinamento aeróbio, as alterações perceptíveis são o aumento da aptidão para realizar o exercício submáximo prolongado e da capacidade aeróbia máxima do indivíduo (VO2máx.). (WILMORE E COSTILL, 2001).
A força muscular, a qual se baseia na capacidade de exercer a tensão muscular contra uma resistência, envolve fatores mecânicos e fisiológicos que determinam a força em algum movimento particular. (BARBANTI, 1979).
O aprimoramento da referida força é indispensável para o desempenho de qualquer atleta em uma modalidade esportiva. O treinamento de força faz parte desse desempenho, por ser peça fundamental para melhor desenvolvimento muscular. (REILLY, 2000).
Para adaptações fisiológicas mais eficazes, é necessário, em todos os processos, o treinamento físico específico. Para os militares ele é imprescindível para que estejam adaptados às condições corporais necessárias que os combates exigem.
Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do TFM sobre a composição corporal e aptidão cardiorrespiratória de atiradores do tiro de guerra.
Verificou-se a necessidade de uma pesquisa para compreender a real efetividade do TFM frente aos jovens que praticam esse tipo de treinamento, utilizado como forma de preparação dos mesmos.
Materiais e métodos
A sessão de TFM no Tiro-De-Guerra 05/007 Jacarezinho-PR
O TFM executado no TG 05/007 tem a duração de 90 minutos, como é prescrito no manual. A frequência não condiz com o prescrito no MTFM, onde são recomendadas cinco sessões semanais, sendo executado somente com duas sessões semanais, as terças e quintas-feiras. As sessões de TFM são compostas por três fases: aquecimento, trabalho principal e volta calma (BRASIL, 2002).
O aquecimento é realizado em um conjunto de atividades físicas que tem como objetivo preparar o militar, fisiologicamente e psicologicamente, para que seja executado o trabalho principal, por intermédio do aumento da temperatura corporal, da extensibilidade muscular e da frequência cardíaca. Uma transação gradual do repouso para o esforço é de suma importância, já que uma atividade física intensa e repentina não provoca um fluxo suficiente de sangue para os músculos, alem disso, esta transição também pode aumentar o risco de lesões músculo-articulares. Sendo assim, deve haver o respeito pela individualidade biológica, mesmo que em detrimento da padronização dos movimentos, em todas as fases do aquecimento, particularmente às limitações individuais da amplitude articular e às dificuldades particulares na execução dos exercícios (BRASIL, 2002).
O aquecimento é executado em duas fases: os alongamentos e os exercícios de efeitos localizados. Para que haja o cumprimento das finalidades e alterações fisiológicas citadas, é necessário que essas duas fases variem de acordo com o clima e com a atividade a ser realizada no trabalho principal (BRASIL, 2002).
Os exercícios de alongamento têm como objetivo trabalhar a musculatura em toda sua amplitude, usando o arco articular por um todo e permitindo alongar as fibras musculares que se encontrem enrijecidas pela inatividade, pelo frio, entre outros, e também para após o exercício, auxiliar na remoção de catabólicos provenientes da atividade muscular (BRASIL, 2002).
Após a sessão de aquecimento, o militar é exposto ao trabalho principal, sendo submetido a corridas realizadas com duração de 90 minutos. Os atiradores percorrem nas corridas longas distâncias cabíveis dentro do tempo estimado, junto ao comandante da tropa que decide o percurso. Durante a sessão, os jovens militares cantam canções relacionadas ao militarismo para marcar os passos em ordem. Após a sessão, retornam ao local de origem para realizar exercícios de relaxamento fazendo assim com que o objetivo de volta calma seja cumprido (BRASIL, 2002).
Amostra do estudo
A pesquisa se iniciou com 45 indivíduos homens e terminou com 14, um percentual de 69% de desistência, Os critérios de exclusão do estudo foram o desligamento do serviço militar ou não comparecer as baterias de testes realizadas.
Medidas antropométricas
A avaliação da massa corporal (M.C.) e da estatura efetuou-se de acordo com os procedimentos descritos por Gordon et al., (1988), a partir da qual se determinou o índice de massa corpórea (IMC) dos indivíduos através da divisão da M. C. pela estatura elevada ao quadrado; para a coleta do peso corporal foi utilizando a balança digital Welmy, com precisão de 0,1 kg capacidade máxima de 150 kg. A estatura foi aferida por meio de um estadiômetro portátil.
Indicadores da composição corporal
As espessuras de dobras cutâneas (EDC) coletadas foram três, tricipital (TR), supra-ilíaca (SI) e abdominal (AB) através do adipômetro da marca LANGE® (Cambridge Scientifc Industries), com precisão milimétrica (mm).
As EDC foram aferidas no hemicorpo direito do voluntário, seguindo-se as recomendações metodológicas apresentadas Harrison et al., (1988). A partir dos valores mensurados das EDC, a equação de Guedes (1994) foi utilizada para cálculo da densidade corporal, assim de posse dos valores foi utilizada a equação proposta por Siri (1961) para então o cálculo da gordura corporal relativa. A gordura corporal absoluta (kg) foi obtida pela subtração da massa corporal (kg).
Análise estatística
Para análise estatística foi utilizado o teste de Shapiro Wilk para normalidade dos dados, a análise dos momentos pré e pós foi feito pelo teste t-Student pareado. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 13.0, o valor adotado foi p<0,05.
Resultados
A tabela 1 apresenta média e desvio-padrão das variáveis antropométricas pré e pós 26 semanas de treinamento físico militar.
Tabela 1. Médias e desvios-padrão das variáveis do perfil antropométrico dos indivíduos
Para o peso corporal, não foram encontradas alterações significativas. Já se tratando de estatura podemos observar um aumento de significância comparando os momentos pré e pós treinamento.
O IMC coletado pré e pós teste não obteve alterações significativas, sendo observado o contrário com a densidade corporal que teve diminuição significativa entre os resultados pré 1,06±0,01 e pós 1,05±0,01 (p=0,03). Já com o percentual de gordura e massa gorda, constatou-se aumento de porcentagem, mas sem significância. A massa magra foi diminuída em seu percentual, o que pode ser observado também sem significância.
Tabela 2. Valores pré e pós treinamento em relação aos indicadores de composição corporal
As análises mostraram redução significativa entre os momentos pré e pós em relação aos resultados dos indicadores de aptidão cardiorrespiratória onde há a diminuição de pré 49,74±4,91 e pós 45,24±4,43 (p=0,00).
Tabela 3. Média e desvio-padrão dos resultados do teste de Léger
Discussão
Durante o período em que os jovens ficam recrutados pelo exército, eles têm uma rotina diária. O período de instrução diária começa às 05:30h acabando às 07:30h, durante esse tempo os atiradores recebem aprendizado militar como: história, combate, manuseio de armamento, hierarquia entre outros. Os dias de instrução vão de segunda à sexta-feira podendo ocorrer também aos sábados ou aos domingos.
Resultados encontrados por Pacheco et al, (2010) na cidade de Teófilo Otoni (MG), após o período de treinamento físico militar no tiro de guerra 04-018 foram encontradas reduções na gordura corporal e aumento no peso corporal o que difere dos resultados do presente estudo onde foi constatado o aumento da massa corporal bem como a gordura corporal como demonstrado na tabela 1 e 2 onde a massa corporal aumenta de (62,51±7,29) para (63,57±7,34) e a massa gorda de (10,59±4,88) para (11,68±4,13).
No trabalho desenvolvido por Pacheco et al, (2010), 62% dos atiradores aumentaram o seu peso corporal, embora esses tenham realizado o Treinamento Físico Militar, 03 (três) vezes por semana, além das atividades diárias de trabalho e também as atividades físicas praticadas pelos mesmos durante os finais de semana. No atual estudo, 71% dos militares tiveram um aumento no peso corporal realizando o treinamento 2 (duas) vezes semanais e as atividades extra tiro de guerra.
Porém é importante constatar que no estudo feito por Pacheco et al, (2010) no qual 85% dos atiradores obtiveram uma perda no percentual de gordura e que 82% aumentaram sua massa corporal magra com o treinamento físico militar, diferente do atual estudo, onde os atiradores tiveram um aumento no percentual de gordura e uma diminuição na massa magra o que pode ter influência pelo fato do TFM ser realizado somente duas vezes por semana.
Em relação VO2máx, os dados coletados por Oliveira e dos Anjos (2008), o qual tinha como amostra 50.523 homens da ativa do exército brasileiro com idade média de 25,8±6,6 anos, mostrou que 24,32% dos avaliados tiveram uma redução desta aptidão física. Resultados semelhantes aos do presente estudo, como apresentado na tabela 3 onde há a diminuição do VO2máx de (49,74±4,91) para (45,24±4,43).
Para Pinheiro (2005), o excesso de gordura corporal, além de ser fator de risco para diversas doenças, prejudica o desempenho físico, pois limita os movimentos e induz à fadiga precoce devido à sobrecarga que impõe ao organismo, o que pode explicar o resultado mostrado pelo presente estudo onde houve um aumento da massa gorda e a queda do VO2máx.
Segundo Teixeira (2008), o clima, em particular a temperatura, o vento e a umidade relativa do ar (URA) são fatores que influenciam o desempenho físico e podem alterar os procedimentos da prática do TFM. Portanto há a hipótese de que por se tratar de um teste de campo as condições climáticas podem interferir nos resultados, pois a primeira bateria de testes fora realizado no verão e a segunda no inverno.
Os resultados obtidos podem também ter ocorrido pelo fato de que os militares se dedicam somente duas horas do dia às instruções e missões do tiro de guerra o que faz com que fora de serviço eles tenham tempo livre para qualquer outra atividade seja ela prejudicial ao treinamento ou não.
A influência da alimentação e do exercício físico na composição corporal tem sido ultimamente muito valorizada como forma de facilitar o emagrecimento ou a manutenção do peso, em atletas e outros indivíduos (MATOS, 1991; SILVA, 1997).
O acompanhamento pelo comandante se dá somente nos tempos de instrução ou de serviço, no qual eles podem estar de guarda durante o dia ou noite, onde não executam qualquer outro tipo de atividade física. Sendo assim não possuem fiscalização no decorrer do dia, podendo então ingerir uma alimentação desregulada onde há grande interferência nos níveis de massa gorda e composição corporal.
Conclusão
Os resultados apresentados na capacidade cardiorrespiratória não nos mostram eficiência quanto ao treinamento realizado duas vezes semanais, o que também pode ser observado na composição corporal.
Sugere-se a realização de novos estudos relacionados aos efeitos do TFM sobre as variáveis analisadas a fim de promover subsídios para uma prescrição mais eficaz.
Referencias bibliográficas
BARBANTI, V.S. Teoria e prática do treinamento desportivo. São Paulo, Edusp, ano 1979.
BRASIL. Exército Brasileiro. Manual de Campanha Treinamento Físico Militar (C2020). Brasília – DF: EGGCF, Ed. 2002, 186p
GORDON, C.C., CHUMLEA, W.C., ROCHE, A.F. Stature, recumbent length, weight. In: LOHMAN, T.G. et al. (Ed.) Anthropometric standardizing reference manual. Champaign, Illinois: Human Kinetics Books, p.3-8, 1988.
GUEDES, D. P. Composição corporal: princípios técnicas e aplicações. Londrina: 2. Edição. APEF, p.124, 1994.
HARRISON, G.G. et al. Skinfold thickness and measurement technique. In T. G. Lohman, A. F. Roche, & R. Martorell (Eds.), Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics. p. 55-70, 1988.
JÚNIOR, E. M.; GONÇALVES, A. Avaliando Relações Entre Saúde Coletiva e Atividade Física: aspectos normativos e aplicados do Treinamento Físico Militar Brasileiro; Revista Motriz, v.3, n.2, 1997.
MATOS, L. A relação nutrição/exercício físico/composição corporal na prática desportiva. Cadernos da Equipa Enervit, v.3, n.4, p.33-45, 1991.
PACHECO, J. T. B et al. A interferência do treinamento físico militar no perfil antropométrico dos atiradores do tiro de guerra 04-018. EFDeportes.com, Revista Digital v.15, nº 151, 2010. http://www.efdeportes.com/efd151/treinamento-fisico-militar-dos-atiradores-do-tiro-de-guerra.htm
PINHEIRO, J. C. S.; DANTAS, E. H. M; FILHO, J. F.; COUTINHO, WALMIR. Efeitos do treinamento aeróbico com intensidade na zona do Fatmax (64±4% do VO2máx) na composição corporal de cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras. Fitness & Performance Journal, v. 4, n. 3, p. 157-162, 2005
REILLY,T.; BANGSBO, J.; FRANKS, A. Anthropometric and physiological predispositions for elite soccer. Journal of Sports Sciences, v.18, p.669-683, 2000
SILVA, D.J.L. Aptidão física, alimentação e composição corporal: estudo comparativo entre alunos treinados e não treinados, adolescentes, do sexo masculino de duas escolas do conselho de Barcelos. 1997. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade do Porto, Porto.
SIRI, W.E. Body composition from fluid spaces and density. In: Brozek J, Henschel A, editors. Techniques for measuring body composition. Washington DC: National Academy of Science, p. 223-44, 1961.
TEIXEIRA, A. L. M.; Realização adequada do treinamento físico militar na prevenção de doenças cardiovasculares. Rio de Janeiro, 2008.
WILMORE, J.H.; & COSTILL, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. São Paulo, Manole, 2002.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 18 · N° 188 | Buenos Aires,
Enero de 2014 |