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Efeitos da senescência na postura corporal

Efectos de la senescencia en la postura corporal

Effects of body posture in senescence

 

*UNIFAFIBE – Centro Universitário – Bebedouro, SP

**Claretiano – Centro Universitário – Batatais, SP

(Brasil)

Maria Joelma Cardoso*

mjoelmacardoso@hotmail.com

Luana Carolina Salim*

luana_salim@hotmail.com

Bruno Ferreira*

brunof22@me.com

Edson Donizetti Verri**

edverri@gmail.com

Gabriel Pádua da Silva*

gabriel_padua@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A postura corporal sofre alterações durante o processo de envelhecimento, podendo se modificar com o passar dos anos, sendo afetada por outros fatores como hábitos posturais ou mesmo pelo próprio processo degenerativo de algumas estruturas musculoesqueléticas e modificações do sistema neurológico que comprometem o sistema somatosensorial. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da senescência na postura corporal em idosos de diferentes períodos de envelhecimento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Foram selecionados para o estudo 20 voluntárias do sexo feminino com idade cronológica de 46 à 75 anos, divididos em dois grupos: Para o grupo 1 (G1) 10 indivíduos, com faixa etária entre 46 à 60 anos e para o grupo 2 (G2) 10 indivíduos com faixa etária entre 61 à 75 anos. Estes foram submetidos a análise da escala de New York e pela Biofotogrametria Computadorizada (BC). Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS (19.0) (teste t p≤ 0,05). Os dados foram analisados nas seguintes condições clínicas: Inclinação de cabeça direito e esquerdo (ICD, ICE), Inclinação de tronco direito e esquerdo (ITD, ITE), Rotação de escápula direito e esquerdo (RED, REE), Flexão de cotovelo direito e esquerdo (FCD, FCE) e Ângulo tibiotársico direito e esquerdo (ATD, ATE). Nos resultados da biofotogrametria nos ângulos (ICD) pode-se observar uma média de 88,67 ± 7,10 para G1 e de 89,35 ± 5,77 para o G2 (ICE) 89,91 ± 6,03 para o G1 e 89,23 ± 5,65 para o G2 (ITD) 104,90 ± 6,83 no G1 e de 106,83 ± 9,71 no G2 (ITE) 108,70 ± 8,29 no G1 e de 108,99 ± 6,44 no G2 (RED) 101,31 ± 11,4 no G1 e 102,82 ± 6,78 para o G2 (REE) 98,39 ± 10,9 no G1 e 93,78 ± 4,36 para o G2 (p≤ 0,05) (FCD) 161,28 ± 6,00 no G1 e 162,55 ± 5,89 para o G2 (FCE) 157,07 ± 10,1 no G1 e 155,5 ± 6,41 para o G2 (ATD) 100,88 ± 7,64 no G1 e 94,26 ± 5,09 para o G2 (ATE) uma média de 99,94 ± 4,30 no G1 e 93,96 ± 2,49 para o G2. Na escala de New York pode-se observar para o G1 uma média de 39,90 ± 7,72 e para o G2 42,00 ± 3,80 (p≥0,05). Conclui- se que houve apenas valores estatisticamente significantes na REE, fato possivelmente relacionado com a predisposição de hipercifose torácica decorrente do processo de senescência.

          Unitermos: Senescência. Postura corporal. Biofotogrametria computadorizada. Escala New York.

 

Abstract

          Body posture is altered during the process of aging and can be modified over the years, being affected by other factors such as postural habits or even by the degenerative process of some structures of the musculoskeletal and neurological system modifications that compromise the somatosensory system. The aim of the study was to evaluate the effects of senescence in body posture in the elderly from different periods of aging, according to the World Health Organization (WHO). Were selected for the study 20 female volunteers with chronological age of 46 to 75 years, divided into two groups: In group 1 (G1) 10 individuals, aged between 46 to 60 years and for group 2 (G2) 10 individuals aged between 61 to 75 years. These were submitted to analysis of the scale of New York and the computerized biophotogrammetry (CB). For statistical analysis we used SPSS (19.0) (test t p ≤ .05). The data were analyzed in the following clinical conditions: Tilt head right and left (THR, THL), Tilt trunk right and left (TTR, TTL), scapula rotation right and left (SRR SRL), and right and left elbow flexion (REF, LEF) and tibiotarsal angle right and left (TAR, TAL). The results of photogrammetry in angles (THR) can be observed an average of 88.67 ± 7.10 to G1 and G2 89.35 ± 5.77 (THL) 89.91 ± 6.03 to G1 and 89.23 ± 5.65 for the G2 (TTR) 104.90 ± 6.83 in G1 and 106.83 ± 9.71 in G2 (TTL) 108.70 ± 8.29 in G1 and of 108.99 ± 6.44 in G2 (SRR) 101.31 ± 11.4 in G1 and 102.82 ± 6.78 to G2 (SRL) 98.39 ± 10.9 in G1 and 93 78 ± 4.36 for G2 (p ≤ 0.05) (REF) in G1 161.28 ± 6.00 and 162.55 ± 5.89 to G2 (LEF) 157.07 ± 10.1 in G1 and 155.5 ± 6.41 for G2 (TAR) 100.88 ± 7.64 in G1 and 94.26 ± 5.09 to G2 (TAL) an average of 99.94 ± 4, 30 in G1 and 93.96 ± 2.49 for the G2. On the scale of New York can be seen for the G1 an average of 39.90 ± 7.72 and 42.00 ± 3.80 to G2 (p ≥ 0.05). It was concluded that there was only statistically significant values ​​in SRL, possibly related to the fact predisposition thoracic kyphosis due to the aging process.

          Keywords: Senescence. Body posture. Biophotogrammetry computerized. Scale New York.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente programas assistenciais à saúde do idoso, tornou-se prioridade mundial, tendo em vista o aumento da expectativa de vida observado nas últimas décadas (SOUZA e GLESIAS, 2002). O processo de envelhecimento que é denominado senescência, envolve fatores relacionados a alterações fisiológicas, morfológicas, endócrinas, anatomoestruturais e funcionais desencadeantes ou propiciantes de doenças crônicas degenerativas (REBELATTO e MORELLI, 2004).

    De acordo com Nakano (2011), o processo de senescência está ligado à capacidade de adaptação do individuo aos rigores e as agressões do meio ambiente, sendo assim cada sujeito envelhece ao seu modo dependendo inclusive de vários fatores dentre eles variáveis como sexo, origem, meio ambiente, estilo de vida, tamanho da família, experiências vivenciadas. Outros fatores identificados são as exposições ao estresse, tabagismo a falta de exercícios físicos, ou nutrição inadequada que contribuem para determinar a qualidade do envelhecimento ou propiciar para acelerar este processo.

    Algumas das alterações orgânicas evidentes no envelhecimento é o aumento do tecido adiposo, principalmente em regiões características como na região abdominal, redução no teor de água corporal pela perda hídrica intracelular, e também de potássio pela diminuição do número células nos órgãos, esses fatores levam o idoso a perder massa corporal, afetando vários órgãos, como rins e o fígado, sendo o sistema músculo-esquelético o que sofre mais com a perda de massa corporal com o passar do tempo. Em relação à estatura percebe-se uma diminuição dos arcos plantares, redução do tamanho da coluna vertebral com aumento das curvaturas da coluna, devido à perda de água nos discos intervertebrais decorrentes dos esforços de compressão que são submetidos. Várias alterações funcionais vêm acompanhadas de alterações morfológicas e estruturais que ocorre em todo o organismo e varia em cada indivíduo. Algumas funções morfológicas, sofrem redução acentuada como no caso das conduções nervosas, e algumas deixam até mesmo de existir o que ocorre no sistema reprodutor feminino (FILHO, 2004).

    Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS) existe uma classificação quanto as faixas etárias em :1) Idade juvenil: dos 15 aos 30 anos, 2) Idade madura: dos 31 aos 45 anos, 3) Idade de mudança ou envelhecimento: dos 46 aos 60 anos, 4) Idade do homem mais velho: dos 61 aos 75 anos, 5) Idade do homem velho: dos 76 aos 90 anos, 6) Idade do homem muito velho: acima dos 90 anos (VICENTE, 2007).

    De acordo com Gasparotto (2010), a postura corporal sofre alterações durante o processo de envelhecimento, podendo se modificar com o passar dos anos, sendo afetada por outros fatores como hábitos posturais ou mesmo pelo próprio processo degenerativo de algumas estruturas musculoesqueléticas e modificações do sistema neurológico influenciando no sistema somatosensorial. A inatividade do corpo reduz a capacidade muscular de sustentação corporal, o que permite a acentuação das curvas vertebrais encontradas frequentemente no envelhecimento. No indivíduo idoso, desvios como anteriorização da cervical e o aumento da curva cifótica torácica, são reflexos de desequilíbrios musculares, apresentados por músculos extensores da coluna ou retração da região anterior de tronco. Segundo Moncur (2002), é importante ser avaliado durante o processo de envelhecimento as causas neurológicas que apresentam relação direta com as alterações posturais, diminuindo assim o controle do movimento voluntário, e do tempo de reação na qual são comuns nos idosos, estes efeitos são mais acentuados quando o individuo é solicitado a realizar tarefas com tempo de reação complexo, respostas motoras complicadas ou ajustes posturais súbitos.

    A progressão do quadro funcional nos sistemas corporais, atualmente vem sendo utilizado ferramentas auxiliares, formulando um caráter comprobatório e senso crítico das modificações funcionais e estruturais do processo de envelhecimento. A biofotogrametria computadorizada é um método de análise realizada através de procedimentos de origem essencialmente óptica, na qual as medidas são analisadas por meio de imagens, e por indicadores indiretos, tendo como objetivo mensurar os parâmetros funcionas dinâmicos e estáticos (DOHNERT; TOMASI, 2008). Uma das vantagens evidentes apresentadas pela biofotogrametria computadorizada é o baixo custo no sistema de imagem e fotointerpretação, alta precisão reprodutibilidade dos resultados, ausência do contato com o paciente e a utilização de luz visível evitando a exposição à irradiação. Sendo assim para o fisioterapeuta é essencial à utilização de métodos não invasivos e quantitativos, pois eles proporcionam critérios de planejamento e acompanhamento de suas intervenções (IUNES et al, 2009).

    Segundo Rodrigues et al (2013) outro meio de mensuração é a escala de New York, uma escala numérica, que permite valores quantitativos para mensuração dos níveis de comprometimentos posturais. Esta escala serve de parâmetro de análise em dois planos de delimitação de posicionamento (Vista Posterior e Lateral).

Materiais e métodos

    Esta pesquisa foi de caráter clínico e laboratorial, servindo como método investigativo de possíveis alterações funcionais provenientes do processo de envelhecimento. Esta pesquisa contemplou a avaliação por meio da biofotogrametria computadorizada e escala de New York para quantificação das alterações posturais evidenciadas neste estudo. Todos os procedimentos foram realizados nas dependências da Clínica Escola do Centro Universitário UNIFAFIBE. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNIFAFIBE (Processo n° 82343). Previamente a coleta de dados, todos os indivíduos foram esclarecidos dos procedimentos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e autorização de imagem.

    Para este estudo foram selecionados 20 voluntários, do sexo feminino, com faixa etária entre 46 e 75 anos, residentes do município de Bebedouro e região. Divididos em dois grupos: para o grupo 1 (G1) foram selecionados 10 indivíduos, com faixa etária entre 46 à 60 anos e para o grupo 2 (G2) foram selecionados 10 indivíduos com faixa etária entre 61 à 75 anos, selecionados de acordo com as determinantes cronológicas de idade as referenciais de (VICENTE, 2007). Para os grupos G1 e G2 foram selecionados pessoas que não possuíam quadro de comprometimento funcional e neurológico previamente diagnosticado por exames clínicos.

    Os voluntários foram submetidos a uma análise da postura e alinhamento corporal, por meio de uma avaliação biofotogramétrica. A avaliação foi realizada com o voluntário utilizando vestimentas leves, nos critérios de padronização das imagens, os voluntários foram posicionados em cima da plataforma de nivelamento tridimensional logo à frente de um simetrógrafo com dimensões de 200x 100cm e de 10 cm de quadrangular. O critério de posicionamento e nivelamento de parede – solo foi previamente realizado. Foi utilizada uma câmera da marca Sony 14.1 megapixels, sendo posicionada em uma distância de 3 metros do centro corporal do indivíduo até a lente focal da câmera. A demarcação da distância foi feita ao solo com a fita crepe, a altura do tripé foi outra medida de padronização ajustada à 0,90 cm. As imagens foram obtidas por um único avaliador, sem presença de regulagem do zoom delimitando três planos específicos: Anterior, Lateral, Posterior.

    De acordo com o protocolo SAPO (Software de análise postural), foram demarcados pontos passivos de 25 mm servindo para a análise da postura corporal as seguintes regiões corporais: Glabela, Mento, Acrômio direito e esquerdo, Epicôndilo lateral direito e esquerdo, Manúbrio do esterno, Ponto médio entre o processo estilóide do rádio e da ulna direita e esquerda, Trocânter maior do Fêmur direito e esquerdo, Espinha ilíaca ântero-superior direita e esquerda, Tuberosidade da tíbia direita e esquerda, Linha articular do joelho direito e esquerdo, Ponto medial da patela direita e esquerda, Maléolo medial e lateral direito e esquerdo, Espinha ilíaca pôstero-superior direita e esquerda, C7, T1, T3, T5, T7, T9, T11, T12, L1, L3, L4, L5, S1, Ponto entre a cabeça do 2° e 3° metatarso direito e esquerdo, Ponto sobre a linha média da perna esquerda e direita, Calcâneo direito e esquerdo, Ponto sobre o tendão de Aquiles direito e esquerdo, Intersecção entre a margem medial e a espinha da escápula direita e esquerda, Ângulo inferior da escápula direita e esquerda (Figura 1).

Figura 1. Posicionamentos do indivíduo durante a coleta de dados da análise

de alinhamento e controle postural, por meio da biofotogrametria computadorizada

    A escala de New York é uma escala numérica, que permite valores quantitativos para mensuração dos níveis de comprometimentos posturais. Esta escala serve de parâmetro de análise em dois planos de delimitação de posicionamento (Vista Posterior e Lateral).

    Este estudo teve como critérios de inclusão, indivíduos que estivessem enquadrados em uma faixa etária entre 46 e 75 anos de idade, na qual não apresentassem comprometimentos posturais devido a trauma ou processos patológicos já existentes, nem indivíduos que apresentavam comprometimento cognitivo e mental, que não permita a compreensão dos comandos e instruções verbais do avaliador apresentadas nas etapas avaliadas no estudo. Os critérios de exclusão foram indivíduos que não estavam enquadrados na faixa etária determinada na metodologia do estudo e com comprometimentos posturais devido a traumatismo, mecanismo patológico, ou por problemas mentais e cognitivos observado previamente.

    Para a análise da postura corporal, foi utilizado o software SAPO, Julho- 2007, as imagens foram pareadas em quatro vistas de demarcação (Anterior, Lateral direita e esquerda e Posterior) com o protocolo pré-determinado pelo programa. Na biofotogrametria, os dados foram analisados nas seguintes condições clínicas: Inclinação de cabeça direito e esquerdo (ICD, ICE), Inclinação de tronco direito e esquerdo (ITD, ITE), Rotação de escápula direito e esquerdo (RED, REE), Flexão de cotovelo direito e esquerdo (FCD, FCE) e Ângulo tibiotársico direito e esquerdo (ATD, ATE).

    Para análise da escala de New York os dados foram compreendidos seguindo a seguinte escala nominal: 01 A 39 PONTOS (SEVERO), 40 A 55 PONTOS (MODERADO), 56 A 65 PONTOS (NORMAL), de acordo com o nível de comprometimento postural (ANEXO B). Ao final os dados foram analisados estatisticamente pelo programa SPSS (19.0) (teste t p≤ 0,05).

    Os voluntários foram preservados anonimamente, através de escalas numéricas para preservar a sua identificação, não foi efetuado nenhum procedimento que poderia colocar em risco a saúde dos participantes do estudo. Certos desconfortos poderiam ocorrer durante a avaliação da postura corporal, por causa da colocação de demarcadores passivos sobre a pele dos participantes utilizando esparadrapo para a fixação.

    Os benefícios do estudo é contribuir para o enriquecimento da literatura científica sobre o assunto abordado, propiciando o desenvolvimento de intervenções que minimizem essas alterações. Porém os benefícios para os participantes foi a detecção e diagnóstico de alterações posturais provocadas pela senescência, na qual poderiam afetar de forma negativa seu desempenho físico, saúde e sua qualidade de vida, podendo ser utilizado como suporte para as condutas clínicas destes pacientes com base nas suas limitações funcionais.

Resultados

    Nos resultados da biofotogrametria na análise do esqueleto axial, nos ângulos (ICD) pode-se observar uma média de 88,67 ± 7,10 para G1 e de 89,35 ± 5,77 para o G2 (ICE) 89,91 ± 6,03 para o G1 e 89,23 ± 5,65 para o G2 (ITD) 104,90 ± 6,83 no G1 e de 106,83 ± 9,71 no G2 (ITE) 108,70 ± 8,29 no G1 e de 108,99 ± 6,44 no G2 (RED) 101,31 ± 11,4 no G1 e 102,82 ± 6,78 para o G2 (REE) 98,39 ± 10,9 no G1 e 93,78 ± 4,36 para o G2 (p≤ 0,05). Os resultados demonstraram que somente REE, apresentou valores estatísticos (p≤ 0,05) (Tabela 1, Gráfico 1).

Tabela 1. Médias, desvio-padrão e valores estatísticos da Biofotogrametria computadorizada para G1 (46- 60 anos) e G2 (61-75 anos) para análise das assimetrias dos ângulos 

Inclinação de cabeça direito e esquerdo (ICD, ICE), Inclinação de tronco direito e esquerdo (ITD, ITE), Rotação de escápula direito 

e esquerdo (RED, REE), Flexão de cotovelo direito e esquerdo (FCD, FCE) e Ângulo tibiotársico direito e esquerdo (ATD, ATE).

Gráfico 1. Médias, desvio-padrão da Biofotogrametria computadorizada para G1 (46- 60 anos) e G2 (61-75 anos) nas assimentrias posturais de esqueleto axial, referente as 

condições clínicas de: Inclinação de cabeça direito e esquerdo (ICD, ICE), Inclinação de tronco direito e esquerdo (ITD, ITE), Rotação de escápula direito e esquerdo (RED, REE).

    Na análise do esquelético apendicular superior e inferior, referente a Flexão de cotovelo direito e esquerdo (FCD, FCE) e Ângulo tibiotársico direito e esquerdo (ATD, ATE), foi observado na condição de (FCD) uma média de 161,28 ± 6,00 no G1 e 162,55 ± 5,89 para o G2 (FCE) 157,07 ± 10,1 no G1 e 155,5 ± 6,41 para o G2 (ATD) 100,88 ± 7,64 no G1 e 94,26 ± 5,09 para o G2 (ATE) uma média de 99,94 ± 4,30 no G1 e 93,96 ± 2,49 para o G2. Nestas condições não foi observado valores estatisticamente significantes.

Gráfico 2. Médias, desvio-padrão da Biofotogrametria computadorizada para G1 (46- 60 anos) e G2 (61-75 anos) nas assimentrias posturais de esqueleto 

axial, referente as condições clínicas de: Flexão de cotovelo direito e esquerdo (FCD, FCE) e Ângulo tibiotársico direito e esquerdo (ATD, ATE)

    Na escala de New York foi observado para G1 uma média de 39,90 ± 7,72 e para G2 uma média de 42,00 ± 3,80. O valor estatístico para escala foi de p= 0,16. (Tabela 2, Gráfico 3). De acordo com a escala de New York, ambos os grupos apresentaram comprometimentos moderados, na análise qualitativa dos resultados.

Tabela 2. Médias, desvio-padrão e valores estatísticos da Escala New York para G1 (46- 60 anos) e G2 (61-75 anos)

 

Gráfico 3. Médias, desvio-padrão da Escala New York para G1 (46- 60 anos) e G2 (61-75 anos)

Discussão

    Na avaliação por meio da biofotogrametria computadorizada, foi observado que ambos os grupos apresentaram um padrão de normalidade entre os resultados em todas as condições clínicas avaliadas, exceto na rotação de escápula à esquerda. Segundo Kistner (1989) a desordem postural referente a rotação de escápula está relacionado com um comprometimento nos estabilizadores dinâmicos desta articulação, possivelmente relacionado com uma insuficiência do músculo serrátil anterior, que estabiliza esta articulação controlando o movimento de rotação escapular. Durante o processo de senescência, o organismo passa por diversas modificações relacionadas a fatores fisiológicos, anatomoestruturais, endócrinos, e funcionais propiciando a diversas alterações que podem gerar muitos comprometimentos, inclusive os posturais. No presente estudo a prevalência da hipercifose torácica durante o processo de senescência, segundo Rodrigues; Romero; Patrizzi (2009) em mulheres, demonstra a relação da queda hormonal observada no período pré e pós menopausa, onde o autor expõe a influência endócrina como um dos ‘fatores desencadeantes de diversas alterações posturais, sendo algumas relacionadas a coluna vertebral citando a hipercifose tóracica na qual foi evidenciado.

    No presente estudo, também foi observado em G2 resultados quantitativamente maiores se comparado a G1, demonstrando que neste grupo o grau de comprometimento postural foi maior, porém segundo a escala de New York, ambos os grupos foram classificados como comprometimentos moderados. Segundo Toupet; Gagey; Heuschen (2003) um dos fatores predisponentes as alterações posturais no idoso, está relacionado com as alterações no controle motor e na estabilidade dinâmica das estruturas antigravitacionais, fato que predispõe o idoso a queda e conseqüentemente grandes quadros de fraturas. Contudo, este estudo contribui por meio de uma analise precoce de possíveis comprometimentos funcionais do idoso, relacionado a comprometimentos estruturais de origem musculoesquelética como no caso o alinhamento corporal.

    Chandler (2002) afirma que o alinhamento corporal é importante para a manutenção do centro de gravidade sobre a base de sustentação através do reajuste corporal, sendo este mecanismo é alterado nos indivíduos idosos. Segundo Moncur (2002) esses estímulos somatosensoriais sofrem modificações, reduzindo a resposta desses de ajustes tornando-se mais lentos, com isso diminui a sua capacidade de realizar determinadas atividades que exigem mudanças bruscas de direções ou movimentos precisos. Com base nestas afirmações, os resultados deste estudo demonstra que um dos principais comprometimentos funcionais do idoso de acordo com a mudança cronológica da idade seria o déficit do reajuste corporal, fato que promove um aumento do desalinhamento postural, observado nas participantes do estudo.

    Para uma avaliação precisa dos segmentos corporais, vem sendo utilizado atualmente como ferramentas para análise a biofotogrametria computadorizada, um método que proporciona o diagnóstico de diversas alterações posturais músculo esqueléticas. Carvalho; Goes; Braz (2008) relatam que a biofotogrametria tem sido utilizado na fisioterapia para diagnóstico clínico da mensuração das alterações posturais, pois proporcionam resultados concretos, que não seriam possíveis de ser observados através de outros meios de avaliação. A fotogrametria possibilita registros fotográficos dos movimentos sutis e difíceis de serem analisados visualmente, além de ter a possibilidade de arquivar dos resultados. Neste estudo ficou evidente que a biofotogrametria foi uma ferramenta fundamental para a precisão dos resultados, fato que contribui em uma maior fidedignidade dos achados clínicos, além de ser uma ferramenta fácil de execução e com resultados quantitativos relevantes. Neste estudo foram feitos o registro fotográfico de 20 voluntárias, divididas em 2 grupos (G1) de 46 à 60 anos e (G2) de 61 à 75 anos, analisando as assimetrias posturais traçando 10 ângulos no total, sendo 4 ângulos na vista anterior, 4 ângulos na vista lateral direita e esquerda e 2 ângulos na vista posterior. De acordo com Ribeiro; Souza; Iunes; Raso (2006), a fotogrametria na avaliação postural vem sendo avaliada de forma repetitiva, buscando a confiabilidade dos resultados da mensuração dos ângulos traçados. De acordo com Souza et al (2011) o protocolo (SAPO) para a análise é eficaz nas mensurações dos ângulos na avaliação postural. No presente estudo obteve-se como resultados, valores sem um padrão de normalidade para G1 e G2, fazendo com que não houvesse um padrão quantitativo dos resultados entre ambos os grupos.

    De acordo com Rodrigues et al (2013) a escala New York é uma ferramenta fundamental para a avaliação postural estática. Segundo o próprio autor, esta ferramenta contribui no diagnóstico precoce de comprometimentos posturais, sendo aplicada em vários centros científicos como método de avaliação de comprometimentos posturais. No presente estudo esta ferramenta contribuiu na confirmação dos dados da biofotogrametria computadorizada, sendo relevante na observação clínica dos comprometimentos posturais em G1 e G2.

Conclusão

    Através do estudo realizado, pode-se concluir que os voluntários do G1, obtiveram uma maior média de comprometimentos posturais comprovados pela Biofotogrametria Computadorizada e Escala de New York quando comparado a G2, porém com resultados estatísticos somente na condição clínica de rotação escapular à esquerda.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 188 | Buenos Aires, Enero de 2014
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